O Reinado do Messias: Paz e Prosperidade Sob a Luz do Salmo 72
O Salmo 72 é
a revelação do Reino Justo e Eterno que aponta para Jesus Cristo. É uma oração
que expressa o desejo de que Deus conceda sabedoria e justiça ao rei para que
ele governe com retidão, defendendo os pobres, fazendo justiça aos oprimidos e
trazendo prosperidade ao seu povo. Esse salmo não só exalta um governante
ideal, mas também celebra o poder e a bondade de Deus, que abençoa um rei justo
e compassivo. -- - "Que corra a justiça como as águas, e a retidão como um
ribeiro perene." Amós 5:24.
Embora o
salmo seja atribuído a Salomão (um rei terreno), ele aponta para algo maior: o
reinado do Messias. Salomão, conhecido por sua sabedoria, era uma prefiguração
de Cristo, o verdadeiro Rei dos reis. Enquanto Salomão foi abençoado com
sabedoria para governar, o Salmo 72 reflete um reinado perfeito, que somente o
Messias poderia realizar em sua totalidade. Salomão tocou na orla da sabedoria
e conhecimento, que é Cristo (Cl 2.3).
O Papel do
Governante Justo
A sociedade humana
depende de leis, e cabe ao governante aplicá-las. Poucos têm a capacidade de
liderar, e aqueles que o fazem devem agir com sabedoria e justiça. O reinado
ideal do Messias é um modelo de compaixão e retidão. Sua compaixão pelos pobres
não contradiz sua justiça; ao contrário, elas se complementam, revelando um
amor que confronta o mal e promove o bem.
A justiça do
Messias é descrita como uma montanha iluminada pelo sol, onde a força e a
beleza coexistem. Sua compaixão pelos necessitados eleva seu caráter acima de qualquer
governante terreno, sendo a marca mais nobre de seu reinado.
As Bênçãos
de Seu Reino
Sob o
governo do Messias, o povo experimenta as maiores bênçãos: paz, prosperidade e
uma vitalidade espiritual incomparável. Sua influência moral é tão poderosa
quanto o sol que ilumina o mundo. Seu legado perdura para sempre, impactando
todas as gerações.
Esse reino
não se limita a Israel. O Salmo 72 profetiza que o Messias dominará "de
mar a mar" e "até os confins da terra", recebendo honras de reis
e nações. Ele é verdadeiramente "Rei dos reis e Senhor dos senhores"
(Apocalipse 19:16), e seu domínio é universal. O reinado de Salomão é uma
pequena sombra de um reinado superior e perfeito, e mesmo sendo apenas uma
sombra deixou o maior legado possível a um povo.
O Reino
Eterno do Messias
O reinado do
Messias não é apenas uma esperança futura, mas uma realidade espiritual
presente. Cristo, exaltado à destra de Deus, já governa com poder e autoridade,
e seu reino continua a crescer à medida que o evangelho é pregado. Esse poder
divino tem a capacidade de transformar o mundo, trazendo justiça e paz.
O Salmo 72
nos oferece uma visão do reino do Messias: um governo que transcende qualquer
soberano humano. Embora Davi e Salomão fossem grandes reis, a verdadeira
grandeza do reino vem de sua dependência de Deus. Cristo, o Rei incomparável,
governa com justiça perfeita, sempre equilibrando misericórdia e retidão.
O reinado do
Messias é inabalável e destinado a crescer sem limites. Seu governo começa aqui
na terra e se estende pela eternidade, sem necessidade de sucessores, pois
Cristo reinará para sempre. Esse é o legado de um governante justo, cujas leis
e compaixão moldam um mundo de paz e prosperidade.
O Reino de
Cristo é uma monarquia perfeita que vai além das limitações humanas. Este salmo
aponta para um reinado muito mais grandioso - o do Messias prometido.
Um Rei de
Justiça e Compaixão
No coração
deste reino ideal está um governante que equilibra perfeitamente a justiça e a
compaixão. Diferentemente dos líderes terrenos que muitas vezes favorecem um
aspecto em detrimento do outro, o Rei Messias incorpora ambos em sua plenitude.
Sua justiça não é fria ou impessoal, mas temperada com uma profunda compaixão
pelos necessitados e oprimidos.
Este
equilíbrio é descrito poeticamente como uma montanha alpina iluminada pelo sol
poente - de um lado, a justiça se apresenta austera e imponente; do outro,
resplandece com beleza e misericórdia. É uma justiça que não apenas pune o mal,
mas ativamente promove o bem.
Bênçãos
Nacionais e Universais
Sob o
governo deste Rei ideal, a nação - e por extensão, o mundo - experimenta
bênçãos extraordinárias:
1. Paz
Universal: Não uma mera ausência de conflito, mas uma ação ativa baseada na boa
vontade entre uma grande população avivada pelo Espírito Santo.
2. Avivamento
Espiritual: Uma renovação de indivíduos e povos, renovando as pessoas com a
justiça e poder de Deus. -- Um período de renovação espiritual onde o povo de
Deus experimenta uma restauração intensa da fé, da santidade e da intimidade
com o Senhor. Tal mover ocorre quando Deus desperta o coração das pessoas para
se arrependerem dos pecados, buscarem a Sua presença com mais fervor e
renovarem o compromisso com Sua vontade. 2 Crônicas 7:14, diz: "Se o meu
povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, buscar a minha face e se
afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e
curarei a sua terra." O povo de Deus se volta para a leitura, estudo e
obediência à Palavra. Como no reinado de Josias (2 Reis 22-23), quando ele
encontrou o Livro da Lei e iniciou reformas em Israel. A busca pela santidade é
outra característica central do avivamento espiritual. As pessoas buscam viver
de acordo com os princípios de Deus e se afastar das práticas pecaminosas
(Isaías 1:16-18).
Nos tempos
de avivamento, há uma renovada ênfase na oração fervorosa e no clamor por
transformação, como demonstrado no Livro de Atos, onde os discípulos oraram
continuamente antes de serem cheios do Espírito Santo no Pentecostes (Atos
1:14). O Espírito Santo é o agente principal do avivamento, trazendo convicção,
transformação e poder. No Pentecostes, em Atos 2, o Espírito Santo foi
derramado sobre a Igreja, resultando em ousadia, milagres e o crescimento. O
verdadeiro avivamento traz mudanças tangíveis na vida das pessoas e na
sociedade. Um exemplo disso é visto em Nínive, quando o povo se arrependeu após
a pregação de Jonas (Jonas 3). É um tempo em que Deus opera poderosamente para
renovar a fé e a vida de Seu povo, resultando em um grande impacto tanto dentro
quanto fora da igreja.
3.
Prosperidade dos Justos: Uma sociedade onde a retidão emana da ação do Espírito
Santo, as consequências são amplas para
todo mundo. Estas bênçãos não se limitam a um único povo ou nação. O salmo
prevê um domínio que se estende "de mar a mar", abrangendo toda a
terra.
Um Legado
Eterno
Enquanto os
reinos terrenos ascendem e caem, o legado deste Rei perdura. Seu impacto não se
limita ao seu tempo de vida física, mas continua "enquanto existirem o sol
e a lua". É um reinado que transcende o tempo e o espaço, influenciando
gerações futuras. A perspectiva imediatista e limitada das gerações na linha da
história da Igreja é um erro lamentável, pois a Palavra infalível e imutável de
Deus revela Seu legado vitorioso no tempo, na história e na eternidade.
O salmo
deixa claro que este reino não é uma mera construção humana, mas um
estabelecimento do próprio Deus. O Rei ideal é formado e ungido pelo próprio
Deus, merecendo assim os mais altos louvores.
Uma Visão
para Hoje
O Salmo 72 nos
revela a ação do Rei Todo-poderoso que já está presente, desde já e
eternamente, e nos oferece princípios valiosos para refletir sobre os reinos
desse mundo. Deus revelou o que requer do homem e dos povos, e julgará os
governantes injustos, pois exige que os líderes equilibrem justiça com
compaixão, que busquem o bem-estar de todos, especialmente dos mais
vulneráveis, e que entendam que seu legado vai além de seu mandato imediato e
que serão julgados pelo Rei dos reis (Sl 2).
Temos em
nosso mundo e nossa história muitas divisões e injustiças, mas a Palavra de
Deus deve reger a Criação e o Salmo 72 nos oferece uma visão ampla do que
poderia ser – do que é, e do que um dia será - quando a justiça e a compaixão reinam
supremas. Em diferentes culturas e tradições temos reis que praticaram justiça
como seu legado, apesar da imperfeição, um raio de justiça ilumina o mundo. Davi
foi um rei descrito como "homem segundo o coração de Deus" (Atos
13:22). Ele mostrou arrependimento verdadeiro por seus pecados e buscou
governar com justiça, especialmente em seus primeiros anos de reinado (1 Samuel
13:14; 2 Samuel 5-7). Conhecido por sua sabedoria, Salomão pediu a Deus
sabedoria para governar seu povo com justiça, e seu pedido foi concedido (1
Reis 3:9-12). Ele é lembrado por julgamentos justos, como o famoso caso das
duas mães disputando um bebê (1 Reis 3:16-28). Um dos últimos reis de Judá,
Josias é elogiado por suas reformas religiosas e por restaurar a adoração a
Deus depois de um longo período de idolatria. Ele encontrou o Livro da Lei e
conduziu o povo a um avivamento espiritual (2 Reis 22-23).
Ciro, o
Grande (Ciro II da Pérsia), fundador do Império Persa, é muitas vezes lembrado
por sua política de tolerância religiosa e governança justa. Ele é elogiado na
Bíblia por libertar os judeus do cativeiro babilônico e permitir que
retornassem a Jerusalém (Isaías 45:1; Esdras 1:1-4).
Alfredo, o
Grande, rei dos anglo-saxões no século IX, é celebrado por suas reformas
judiciais, militares e educacionais. Ele defendeu a justiça e governou com
sabedoria, sendo um dos poucos reis a receber o título "Grande" na
história britânica. Seja na história, seja na mitologia, a justiça é exaltada.
O rei Artur é um exemplo de lenda, o rei é retratado como um governante justo e
nobre que uniu a Grã-Bretanha e estabeleceu a Távola Redonda, onde seus
cavaleiros discutiam e seguiam princípios de justiça e honra. Esses reis,
históricos e lendários, são lembrados por buscar governar de maneira justa.
A promessa de
Deus de justiça é perene e norte para todas as gerações e povos, desde a vida pessoal,
social e espiritual. Sua compreensão é fundamental para a ética das nações e
dos governantes. A justiça é um atributo do próprio Deus. Ele é justo e reto em
seus caminhos e julgamentos. Salmo 89:14: "Justiça e direito são a base do
teu trono; amor e fidelidade te acompanham." -- "Ele é a Rocha, cujas
obras são perfeitas, pois todos os seus caminhos são justos. Deus fiel, que não
comete injustiça; justo e reto é ele."* Deuteronômio 32:4
Devemos amar
e buscar a justiça
Devemos
buscar a justiça em nossas ações e atitudes pessoais. Isso envolve viver de
acordo com os princípios de Deus e tratar os outros com justiça. -- Ele te
mostrou, ó homem, o que é bom; e o que é que o Senhor pede de ti? Senão que pratiques
a justiça, ames a misericórdia e andes humildemente com o teu Deus Miquéias
6:8. -- Provérbios 21:3: "Fazer justiça e juízo é mais aceitável ao Senhor
do que sacrifício." – Fazer justiça no âmbito pessoal e social é algo
universal e não é exclusividade de nenhuma filosofia ou ideologia política, com
ênfase na defesa dos pobres, oprimidos e marginalizados. Deus exige que seus
seguidores ajam com justiça para com os outros. -- Isaías 1:17, diz: "Aprendam
a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Defendam o direito do
órfão, e pleiteiem a causa da viúva."
Devemos
equilibrar justiça com a misericórdia e a compaixão. Deus não é apenas justo,
mas também misericordioso, e espera que seus eleitos pratiquem a justiça com um
coração cheio de amor e bondade. -- "Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! Pois que dais o dízimo da menta, do endro e do cominho, e haveis
omitido o mais importante da lei: a justiça, a misericórdia e a fé." Mateus
23:23. Como diz Tiago 2:13: "Porque a misericórdia triunfa sobre o
juízo."
Justiça e
Salvação
A justiça de
Deus está espiritualmente ligada à salvação oferecida por meio de Jesus Cristo.
Através de Cristo, a justiça de Deus é revelada e os eleitos são justificados e
reconciliados com Deus. Como revelado em Romanos 3:22: "Esta justiça de
Deus vem mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem”. -- "Aquele
que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos
feitos justiça de Deus." 2 Coríntios 5:21.
Justiça no
Reino de Deus
A justiça é nuclear
do Reino de Deus, que será estabelecido PLENAMENTE na Segunda Vinda de Cristo.
O reino de Deus é descrito como um reino de justiça, paz e retidão. E começa
hoje, agora, e para sempre. A ordem é buscar como prioridade o Reino, como
revelado em Mateus 6:33: "Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." E em Isaías 9:7:
"Aumento do seu governo e a paz não terão fim, sobre o trono de Davi e
sobre o seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde
agora e para sempre." – Desde agora e para sempre! A promessa de um Reino
de justiça eterno começa hoje. Não haverá paz nem prosperidade sem justiça, e
Cristo é o nosso sol da justiça. Jesus é a justiça perfeita (Mt 5.17). E Ele
quem anuncia o juízo aos povos (Is 42.1).
Em Cristo, a
justiça e misericórdia entram a perfeição, demonstrada ao curar os enfermos e
perdoar seus pecados. -- Mateus 9:13: "Ide, porém, e aprendei o que
significa: Misericórdia quero, e não sacrifício; porque eu não vim chamar os
justos, mas os pecadores." -- João 8:10-11: "Endireitando-se Jesus e
não vendo ninguém além da mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus
acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. Então, lhe disse
Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais." Este justo juiz que
ergueu aquela mulher de seus acusadores julgará toda humanidade. Seu julgamento
será baseado na justiça perfeita e na verdade. -- Atos 17:31: "Porquanto
tem fixado um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do homem que
destinou, e deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos." -- 2 Timóteo
4:8: *"Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor,
justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que
amarem a sua vinda."
Jesus
ensinou que a justiça deve ser entendida à luz do amor de Deus e a verdade
eterna. Ele resumiu toda a lei e os profetas em dois mandamentos: amar a Deus e
amar ao próximo, mostrando que a verdadeira justiça está enraizada no amor e no
serviço aos outros. -- Mateus 22:37-40: "Amarás o Senhor teu Deus de todo
o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o
primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os
profetas."
Jesus é a Verdade
encarnada e, portanto, a justiça é inseparável da verdade que Ele é. Ele revela
a verdade de Deus e vive de acordo com ela, demonstrando que a justiça está
fundamentada na verdade. -- João 14:6: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." -- João 8:32: "E
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."
Através de
Sua morte e ressurreição, Jesus trouxe a justiça para os pecadores, oferecendo
a redenção e a reconciliação com Deus. Ele pagou o preço pelos pecadores,
oferecendo uma justiça que é ao mesmo tempo perfeita e misericordiosa. --
Romanos 3:24-26: "Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela
redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs para propiciação, pelo seu
sangue, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus na sua
tolerância deixado impunes os pecados anteriormente cometidos." -- 2
Coríntios 5:21: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós,
para que nele fôssemos feitos justiça de Deus."
Jesus trouxe
justiça ao libertar os oprimidos e os cativos, curando os enfermos e
proclamando a liberdade. Sua missão incluiu restaurar e libertar aqueles que
estavam em situações de injustiça, escravidão espiritual e sofrimento. -- Lucas
4:18: "O Espírito do Senhor está sobre mim, pois que me ungiu para
evangelizar os pobres; enviou-me a sarar os quebrantados de coração, a pregar a
liberdade aos cativos, e a restauração da vista aos cegos; a pôr em liberdade
os oprimidos." Jesus é o juiz justo, o restaurador dos injustiçados e a
encarnação da verdade e do amor. Este é o padrão perfeito de Rei que os reis
desse mundo devem seguir. Sua justiça não é apenas uma realidade futura, mas
uma experiência presente, transformando vidas e oferecendo esperança a TODOS
que se voltam para Ele.
RM-FRASES PROTESTANTES