14.10.22

PROFETA ISAÍAS PARA HOJE. Igreja brasileira, escute!



PROFETA ISAÍAS PARA HOJE

Igreja brasileira, escute!

No passado o Senhor enviou missionários do Hemisfério Norte para cá, e muitos missionários se multiplicaram para adentrar ao interior mais distante do país e Continente. 

A Palavra foi semeada de Leste a Oeste, de Norte a Sul. 

Deus fez crescer as igrejas no Brasil e ao crescerem se voltaram contra sua Palavra.

Até um cachorro ou gato conhece e ama seu dono, mas a Igreja brasileira não conhece nem ama o SENHOR. Ignora a misericórdia, graça e providência de Deus. Despreza seus cuidados.

A Igreja brasileira está em apostasia, amante dos privilégios, do poder, da bajulação, da idolatria. 

A Igreja brasileira virou as costas para a verdade, despreza o poder genuíno do Espírito Santo.

As pessoas não buscam cura de seus males espirituais e físicos. Os mais tradicionais agem como incrédulos perante o poder do Espírito Santo, os mais carismáticos agem como místicos sincréticos e ambos se afastam da simplicidade e do poder do Espírito Santo. 

E os que conhecem a verdade? Muitos a ignoram e silenciam. Não querem se envolver com problemas. Já criaram problemas demais para si, e não podem mais resolver problemas do Reino de Deus.

Quantos males já recaíram e recaem sobre a nação?

A igreja brasileira está insensível como uma pele de leproso em lençol de espinhos.

A igreja brasileira está agindo como zumbis, o país está sendo destruído por corrupção em todos os níveis e a igreja lava as mãos como Pilatos.

Os palácios de governos estão sendo administrados por muitos ladrões, os templos por muitos mercenários.

Pela graça do Senhor, ainda há servos que vivem e oram para que Deus não destrua uma nação tão rica.

Escuta, igreja! Você não era para viver acovardada numa terra abençoada!

A igreja não pode viver apenas de louvor, a igreja precisa reconhecer seus pecados e parar de fingir que está tudo bem.

A sensualidade se infiltra em todas as camadas, enquanto milhares de bebes são mortos no ventre materno e o solo brasileiro absorve o sangue de outras milhares de mortes violentas. A riqueza material do país está sendo drenada e falta uma porção de alimento para uma criança.

A igreja brasileira não pode apenas viver como espectadores de um show.

A filantropia da glória humana precisa acabar, o bem tem que ser feito para a glória de Deus. Muitos políticos exploram o povo mais pobre e ainda é bajulado como alguém que faz o bem. É a terrível inversão de chamar bem de mal e mal de bem.

Por vezes a igreja espelha a corrupção política, muito dinheiro gasto com prédios, com viagens, com diversões, com festas e parte da nação na miséria. O povo mais sofrido não tem a quem pedir socorro, e esta injustiça Deus cobrará de quem? 

Pela omissão da igreja os filhos do diabo prometem pão e circo, e com isso arrastam multidões para o matadouro. Pela cumplicidade da igreja os ímpios prosperam e exploram o povo mais pobre, mas de tanto normalizar a omissão e cumplicidade, a corrupção desenfreada pode fazer uma nação cair na miséria, como acontece em muitas partes do mundo. É uma realidade!

A igreja brasileira precisa olhar para suas próprias feridas e pedir cura ao Senhor.

Teremos um verdadeiro Brasil próspero e feliz quando a igreja cuidar da ferida real, o afastamento da verdade, da única verdade, da verdade do Senhor.

E se a igreja continuar anestesiada como a pele de um leproso, o fogo dos inimigos ganhará ventos de juízo e incendiará a rebeldia da nação.

A igreja necessita abandonar a carnalidade e mundanismo, precisa parar de agir como uma prostituta. A nação paga o preço da ação da igreja.

A omissão da igreja a torna cúmplice de toda corrupção e violência da nação, cúmplice dos assassinos, cúmplice da merenda desviada.

A igreja simples, missionária, de tempos atrás era linda como uma joia de prata, hoje parece um plástico amassado. O vinho das montanhas se transformou em líquido azedo de lixo.

Líderes religiosos ambiciosos, corruptos, gananciosos querem apenas favores dos poderosos e não se importam com os problemas reais da nação.

Se a igreja continuar leprosa, insensível, sem pedir cura ao Senhor, Deus irá cobrar, irá trazer juízo temporal sobre a igreja brasileira, seus líderes serão disciplinados pela poderosa mão do Senhor.

Deus cuida de sua igreja e não pode deixar que ela continue em festa de modo insensível.

A história é cíclica e a providencia é perfeita, Deus irá limpar a pele leprosa da igreja.

A carne morta será lançada no fogo. Só assim a igreja poderá viver avivamentos, reavivamentos, com um povo que teme ao Senhor.

A igreja poderá ser justa e bondosa com seus recursos, e não continuar como hoje, carnal, egoísta e mundana. A igreja hoje, em grande parte, quando pratica filantropia o faz por reconhecimento denominacional ou pessoal.

Não adianta dizer que o Brasil é para Cristo, e não viver em justiça e fidelidade.

Hoje não é uma questão de ter ou não ter festa em presídios ou igreja, por causa de alguma mudança política, a questão é que a igreja vive em sua essência pecaminosa igualmente como nos presídios. Em grande parte, a igreja é prisioneira de sua ambição denominacional ou pessoal. O status meramente religioso é lixo.

O sincretismo das igrejas não livrará do juízo temporal do Senhor.

Se a igreja brasileira continuar insensivelmente leprosa sem buscar curar suas feridas com o Senhor, seus templos confortáveis murcharão como uma figueira seca sem frutos.

Cristo promete vida em abundância como água viva que irriga grandes árvores, mas que o seu povo viva em justiça e fidelidade, e não em carnalidade, mundanismo e acomodação.

Os líderes religiosos mais brilhantes do que o ouro ficarão foscos e manchados como metal enferrujados.

Igreja brasileira deve se afastar de toda maldade, social, política, econômica ou doméstica.

Deus irá purificar sua igreja com fogo e nada pode deter sua mão.

O Brasil poderá ser um celeiro de missionários para o mundo e ser usado como mensageiros de avivamentos para todo mundo, desde que cure suas feridas leprosas religiosas. A igreja hoje vive como num condomínio de luxo com um muro ao lado que divide do mundo real com todos os seus problemas, ela não pode simplesmente despejar seu esgoto do outro lado do muro.

Muitos líderes religiosos hoje estão lambendo as feridas uns dos outros, mas não buscam a cura de fato junto ao Senhor.

A igreja do Hemisfério Norte já vive em apostasia há muito tempo e seus modismos mundanos continuam influenciando a igreja brasileira.

Os ídolos não são mais de gesso, madeira, prata ou ouro, mas de carne e ossos podres.

A igreja brasileira adora pessoas leprosas, dentro e fora da igreja, seja na religião, seja entre políticos.

Quando a igreja ora, "Senhor, sara a nossa terra!", ainda não entendeu, mas deve entender, que a oração correta seria: "Senhor, sara a lepra do nosso povo!". Sara a podridão política e religiosa que destroem nações.

Quando o Senhor purificar com fogo a pele podre, não haverá refúgio. Toda ilusão de orgulho cairá como em pedaços de trapos queimados. Tanto faz quem acredita como quem não acredita em juízo, o juízo quando vem, vem sobre todos.

Enquanto a igreja de hoje canta, de modo geral, que o Senhor é exaltado, na verdade está exaltando a glória humana.

Todo orgulho religioso deverá cair por terra! Glória somente a Deus!

Os incrédulos nunca entenderão isso! Mas o povo de Deus tem o dever de entender!

Tanto os que não creem, quanto os que creem, experimentarão o pó do chão.

Os que confiam em instituições e patrimônios serão quebrados.

Se a igreja não se arrepender de seu mundanismo será reduzida a zero para que haja renovação de solo, renovação de geração.

Não, não será o fim da história, será o fim de uma geração inútil.

Ou a igreja ainda não entendeu que Deus é destruidor de ídolos?

Os ídolos não salvarão a igreja debaixo do juízo temporal. Os ídolos de carne e osso são os primeiros a tentar correr.

Deus é Deus de juízo avassalador e juízo renovador.

Somos uma terra rica, mas com uma geração destruidora de pão e água.

Se a igreja não se arrepender do seu mundanismo o juízo temporal virá como uma renovação de poda, os verdadeiros pastores pagarão o preço juntamente com os falsos pastores; o servo dedicado e o mercenário estarão no mesmo solo, bons e maus.

Lembrem-se quantas vezes Deus devastou Israel! Deus nos livre da terra arrasada, mas este será o resultado da injustiça e infidelidade.

Deus não é injusto nem impaciente, sua paciência é enorme e antes de trazer juízo e correção, envia exortações.

A igreja deve exortar governantes e magistrados, não deve negociar valores nem temer homens.

Governantes não devem ser adulados, devem temer a Deus não apenas de palavras, devem parar de cercar-se de falsos profetas e mercenários.

A igreja não deve apoiar mercenários, lobos e falsos profetas apenas porque cercam e se aproximam de governantes! Isto é uma falsa ilusão de segurança, “paz, paz! Quando não há paz”.

Igreja verdadeira exorte de seus púlpitos e sinta vergonha de alianças pecaminosas. Deus requer fidelidade e justiça.

Governantes do lado esquerdo e direito não brinquem com Deus, não usem seu nome em vão.

A igreja é sal e luz, se o sal perde o sabor e a luz não ilumina não servirão para seu propósito.

Ideologias, opiniões, ambições de poder, interesses financeiros não são nada debaixo do castigo e disciplina do Senhor.

Os governantes, dos menores aos maiores precisam ser exortados que não passam de crianças brincando com poder. Enganam o povo, mas receberão acusações dAquele que vê e ouve o que acontece nas salas fechadas e corredores do poder.

Muitas riquezas dos governantes, dos menores aos maiores vêm da exploração de gente humilde e pobre. E muitas igrejas estão fazendo o mesmo! Seja de modo direito ou indireto.

A exploração e corrupção adoecem e matam! Retiram, desviam dinheiro do povo para regar banquetes e regalias sensuais.

Muito já foi escrito para falar como morrem as democracias, mas pouco se fala como morrem igrejas ou quando Deus retira sua luz das igrejas.

Deus pode de muitas formas trazer juízo temporal sobre seu povo e nações.

Pastores arrependam-se e repitam esta mensagem como arautos para a igreja brasileira!

Não usem esta mensagem para esconder suas ambições políticas! Não use esta mensagem para falar de político A ou B. E se fizer mau uso que Deus retribua sua maldade. 

A Palavra de Deus está acima das ideologias e jogos políticos! As mãos da nação estão sujas de sangue.

A corrupção religiosa, a corrupção política oprime o povo, a omissão gera todo tipo de estado pecaminoso e consequências de morte e destruição.

Deus é o Agricultor, conhece todas as estações e realiza a poda perfeita para que sua igreja possa florescer e servir de guia seguro para as nações.


PROFETA ISAÍAS PARA HOJE

Frases Protestantes


22.8.22

O REINO DE CRISTO, eixos escatológicos e missões mundiais, você precisa de um motor II


O REINO DE CRISTO, eixos escatológicos e missões mundiais, você precisa de um motor II

Raniere Menezes


Paulo Guedes, ministro da economia, em uma entrevista recente usou a expressão "mudança de eixo" para explicar mudanças positivas na economia do Brasil. Algo que estava caminhando em uma direção (negativa) tomou outro sentido (positivo). Este artigo não é sobre economia, mas sobre mudança de perspectiva em cosmovisão cristã, especialmente no campo da escatologia. Assim como na política ou economia, a escatologia tem consequências. Como disse Jefferson Davis, “O maior obstáculo para a missão da Igreja não é o poder dos seus inimigos espirituais, mas a própria fraqueza de fé da Igreja e compreensão parcial dos recursos invencíveis que são seus em Jesus Cristo”.

 

A terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.

Isaías 11:9

 

Na escatologia bíblica, basicamente temos duas direções ao olhar o horizonte do futuro: Uma perspectiva sombria da história ou uma esperança de tempos melhores. Desde já, não confunda “tempos melhores” com “wishful thinking” ou um pensamento ilusório otimista; um otimismo ingênuo, mas algo relacionado às promessas de Deus reveladas nas Escrituras. Portanto, apesar das divisões de entendimento escatológico na história, podemos dividir em dois eixos: O apocalipse é iminente e o caos é inevitável ou ainda haverá um futuro de colheita da Grande Comissão.

 

Todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.

Isaías 52:10

 

O que acontece no mundo real, não em um mundo imaginário, é que a cada geração, a cada século, a cada guerra, a cada epidemia, os alarmistas obcecados por teorias sombrias da história, sejam na religião, sejam na política, sempre semeiam pânicos passageiros. A cada nuvem escura na história atemorizam sobre o fim do mundo. Infelizmente muitos adoecem mentalmente com estes sensacionalismos enquanto outros tiram proveitos financeiramente ao vender suas ideias aos seus seguidores. Falta para muitos ouvir a voz dAquele que diz:

 

E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações.

Mateus 28:18,19.

 

Basta lembrar recentemente durante a pandemia de 2020 que muitos conspiradores fantasiaram estórias sobre uma rede mundial do mal que estaria prestes a ser desmontada e vencida, que famosos e políticos seriam presos, que estava havendo uma batalha espiritual e coisas do tipo. Ainda, que a pandemia era um catalisador para a vinda de um líder mundial infernal. Esta perspectiva certamente tem relação com a expectativa urgente de um apocalipse. Infelizmente, este tipo de cosmovisão não influencia apenas religião, mas política também.

 

Um dos livros que mais inspirou a visão de mundo do Steve Bannon, que é um influenciador de Direita mundial, é: "The Fourth Turning: An American Profhecy", de William Strauss e Neil Howe. É um best-seller que trata sobre visões cíclicas da história. O livro narra uma teoria sobre padrões que se repetem na história, cada ciclo tem uma duração de vida, composto de eras. Como num ciclo de estações, com ritmos de crescimento, maturação, entropia e renascimento; quatro estações. Isto aplicado à política e sociedade equivale dizer que há períodos de crises seguido de prosperidade e vice-versa. A partir dessa perspectiva cíclica, certas ideologias podem receber suporte para elaborar uma visão politica que fortaleça o populismo, nacionalismo e autoritarismo, não somente nos EUA, mas globalmente. Tanto os vieses de Direita ou Esquerda podem extrair embasamento teórico para suas ações. Nos EUA tanto democratas e republicanos usam dessa inspiração cíclica. É a munição perfeita para disputas no campo ideológico. Muita gente embarca nisso sem nem mesmo perceber.

 

Não há como arrazoar sobre premissas históricas neste breve artigo, se a historia é linear, se é cíclica ou caótica. Entretanto a mais usual é a cíclica. Algo comum até em hermenêutica amilenista ao estudar os capítulos de Apocalipse, como reencenações de uma história que se repete por outro ângulo. Esta interpretação de rotatividade pode ser aplicada das estações do ano até a duração da vida e de uma geração, as quais se desenrolam através de algo nascente, novo, que amadurece, envelhece, morre e se renova. Algo que começa forte e depois entra em crise e morre, renascendo posteriormente. E para cada fase se dá um perfil de atuação, forte ou fraco. Isto pode ser aplicado na história, na política, na economia, na religião, enfim, pode explicar crises, guerras, eras douradas, florescimentos e quedas de impérios. É uma narrativa interessante quando se desconhece ou se nega certas profecias bíblicas, como por exemplo, textos em Daniel: “...a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra”. (Daniel 2:35). A pedra que despedaça todos os reinos é o Reino de Cristo. Se a história é linear ou cíclica, isto é discussão para os historiadores, porém biblicamente a história é decretada pelo Senhor da história, Cristo. É exatamente esta visão de Reino que se faz necessária para mudar de eixo. Deus confunde os analistas, historiadores e futuristas, porque o futuro pertence a Ele. Naquilo que Ele revelou em sua Palavra, Ele é fiel para cumprir e podemos confiar.

 

E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.

Daniel 7:14.

 

E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes, e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações.

Isaías 2:2.

 

Estas cosmovisões cíclicas são úteis até certo ponto, para explicar altos e baixos de uma sociedade, até na economia. Por mais que alguém não goste da verdade bíblica, tudo que acontece, apenas acontece porque está debaixo dos decretos e da soberania de Deus. Por isso mesmo, tentar entender os planos de Deus sem uma teorreferência é especulação. Se aplicarmos, por exemplo, teorias cíclicas invariavelmente na historia da Igreja, tentaremos encontrar padrões nos avivamentos e tentaremos pontuar se estamos próximos ou não de um novo ciclo. A soberania de Deus que controla a história confunde todo sábio, seus decretos não revelados são insondáveis e inacessíveis. Por mais que as nações se agitem são movimentos inúteis para o Rei (Sl 2):

 

Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs?

Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo:

Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.

Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.

Salmos 2:1-4

 

Historicamente, súditos rebeldes recebiam sentenças de morte do rei, Cristo não é um Rei qualquer. “Beijai o Filho, para que se não ire”. (Salmos 2:12).

 

A escatologia das missões evangélicas do século 19 já foi considerada “doutrina comum” da igreja, assim como hoje é comum esta expectativa sombria apocalíptica da historia. Tão comum, esta de hoje, que influencia valores, culturas e religiões diversas O eixo da perspectiva sombria da história prejudica o impulso que poderia ser dado (e pode ser dado, assim como foi dado no passado) na política, economia e sociedade. É preciso um “motor II” para as missões, e este novo paradigma não é novo, é mais antigo do que a perspectiva escapista, sombria e sobrevivencialista de hoje. Os alarmistas erram a cada geração, a cada estação, a cada guerra, a cada epidemia, e o medo toma temporariamente o lugar da esperança. Não a esperança num futuro distante após um caos apocalíptico inevitável, mas esperança na história. Deus não deixou data agendada para o fim, e muitos insistem em pontuar sua agenda e trazer medo às pessoas. Muitos tribulacionistas agem como dominadores e manipuladores de rebanhos. Muitos alarmistas esquecem estas palavras:

 

Todos os limites da terra se lembrarão, e se converterão ao Senhor; e todas as famílias das nações adorarão perante a tua face.

Porque o reino é do Senhor, e ele domina entre as nações.

Salmos 22:27,28.

 

Dominará de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra.

Salmos 72:8.

 

Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.

O Senhor enviará o cetro da tua fortaleza desde Sião, dizendo: Domina no meio dos teus inimigos.

Salmos 110:1,2.

 

De um ponto na escatologia podemos ter certeza, todos nós morreremos, esta escatologia individual é corretíssima e incontestável, nem os incrédulos duvidam dela. De modo geral, por não sabermos nosso dia de morte, o que fazemos de nossas vidas? Apenas viveremos por respirar ou viveremos uma vida de planos e atividades? Se Deus nos dá certeza pela fé, como a ressurreição, por exemplo, o pensamento correto sobre esta crença é viver para sua glória e não como um hedonista suicida ou niilista. O apóstolo Paulo diz exatamente isso quando ensina que, se Cristo não ressuscitou estamos levando uma vida inútil e sem sentido como cristãos, vamos todos comer e beber porque somente temos a morte como algo certo. Perceba que escatologia não é uma doutrina numa lista em papel para colocar na gaveta, o modo como pensamos gera ação e experiência. Escatologia não é algo exclusivo do fim, mas do começo ao fim, toda vida, toda fé.

 

Se, como homem, combati em Éfeso contra as bestas, que me aproveita isso, se os mortos não ressuscitam? Comamos e bebamos, que amanhã morreremos.

1 Coríntios 15:32.

 

Se a expectativa sombria da história estivesse mesmo impressa como crença forte na maioria dos cristãos ao longo da história (e hoje) o que explica a construção de templos com arquiteturas de igrejas que atravessam séculos? Não se constrói igreja para durar 10 anos! Como o povo de Deus se expandiu ao longo de gerações sem multiplicação de famílias? Como fariam planos para casar, estudar, trabalhar, prosperar? A igreja investe em templos, seminários, congressos, educação, editoras e ações nas mais diversas áreas da sociedade, qual o sentido desta ação sob a perspectiva sombria na história? O eixo da perspectiva sombria apocalíptica é apenas uma abstração? Se não é uma abstração por que não leva às ações coerentes? Como alguém já disse: Vale a pena polir um casco de um navio que afunda?

 

É preciso entender que o eixo da perspectiva sombria apocalíptica na história nasceu de ideias pré e dispensacionalistas que contaminaram outras visões escatológicas e infelizmente, o sensacionalismo vende. O marketing e o jornalismo sabem disso.  A arte sabe disso, a indústria do cinema e cultural sabe disso, e exploram. Na política os alarmistas que têm mais seguidores são os que vivem de notícias bombásticas todos os dias. Não despreze o mandato de domínio:

 

E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.

E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.

Gênesis 1:26-28.

 

A tradição da igreja é fundamenta na Grande Comissão, não no escapismo, não na destruição da tradição. O eixo escatológico tribulacionista/futurista anda de mãos dadas com o espírito revolucionário destruidor que tenta tornar inoperante e inútil o poder das missões, o poder da expansão.  O eixo escatológico tribulacionista/futurista é um freio na velocidade de multiplicação da Grande Comissão. Não despreze o que está escrito:

 

E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.

Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;

Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.

Mateus 28:18-20.

 

Não perca tempo com especulações de falsos profetas. O medo tem a capacidade de paralisar ou provocar fuga ou reação. Tornar as promessas de Deus em algo obsoleto, velho, antiquado, sem função, é algo que paralisa ou diminui o avanço poderoso da Igreja. Glória a Deus pelo poder do Espírito Santo sobre a terra que soberanamente pode com uma fagulha do seu fogo incendiar uma nação num avivamento e com uma gota de sua água pode transbordar rios de água viva! Uma mudança de eixo escatológico, do medo para a esperança e fé, encoraja os fracos, levanta os abatidos. Confie nas antigas palavras dadas a Abraão:

 

Em ti serão benditas todas as famílias da terra.

Gênesis 12:3.

 

Então o levou fora, e disse: Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência.

Gênesis 15:5.

 

Muitos na igreja hoje em dia, apesar da mensagem de fé, esperança, amor, não sentem o calor da batalha de vitória, de poder, de alegria, de vida, de cura, de justiça, paz, e muitos estão fracos e doentes, em depressão, ansiedade e com pensamentos de morte. Pouco tempo atrás muitas pessoas estavam amedrontadas com noticias de guerras, pandemias, terremotos, ate invasão de gafanhotos, e como nuvens escuras estão passando, felizmente. É preciso insistir que a Igreja observe a macro história, a Igreja no mundo já passou por guerras, muitas guerras, por muitas epidemias, por muitas mudanças culturais, e estamos aqui lendo isto em um aparelho mil vezes mais potente do que o computador que levou o homem ao espaço. E no mesmo aparelho posso num toque pedir que tragam comida e livros em minha porta. E numa pausa da sobremesa posso reservar um passeio turístico num clique. Para e pensa, imagina viajar num navio há 500 anos para chegar de um continente a outro. E dizemos que o mundo está horrível e que é o fim do mundo! A visão de Reino é esta:

 

Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo;

O qual é, realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.

Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado.

Mateus 13:31-33.

 

Ao mudar o eixo escatológico não dê ouvidos aos analistas e profetas do fim do mundo. Se o mundo entrará num caos apocalíptico não adianta aprender a cultivar horta em casa. Na prática não planejamos ter filhos para oferecê-los a um mundo apocalíptico. Eventos adversos acontecem sempre, crises financeiras, governos autoritários, conflitos armados, porém existe uma nova ordem mundial revelada nas profecias que está se desenrolando lentamente na macro história e se chama Reino de Cristo. Aos cristãos, este é o eixo escatológico correto para crer e viver, venha o teu reino...na terra....como no céu! Esta nova ordem mundial, sim! Esta é durável! VENHA TEU REINO!

 

Ora, se muitos reinos falhos de homens ímpios tiveram seu tempo áureo, tiveram sua era dourada mesmo sendo governantes injustos, o que diremos do governo do Cristo, O Justo? Por qual motivo não teremos? A ordem da expansão daquela pedra que destrói todos os reinos e enche a terra do conhecimento do Rei influenciará cada vez mais nações, com esperança e não medo, com luz e não trevas, com trabalho e não com escapismo, com otimismo e não com sentimento de derrota, com inteligência para o bem, com autoridade, com confiança e fé. Em muitas gerações da história sempre tivemos governantes bons e ruins, até Maquiavel reconheceu que um governante poderoso governa sendo temido ou amado. Se já tivemos na história reis bons, como não confiar em Cristo, o subjugador de todos os inimigos?

 

É impossível termos novos governantes hoje, e amanhã, que sejam bons? Que tenham uma mente talentosa organizacional? Lideres que dominem e prezem por leis boas, justas e bíblicas? Líderes com uma mentalidade de Daniel ou de José? Independentemente do seu eixo escatológico de crença, é possível afirmar que estamos no fim e que não teremos mais uma geração de jovens como Daniel? Que governem como José ou Davi? Não teremos mais avivamentos? Não teremos mais constitucionalistas cristãos? Se afastem dos dominadores de rebanho.

 

Não permita que sua escatologia retire a esperança no que Deus ainda pode fazer entre as nações no tempo e na história, não apenas na glória e eternidade.

 

E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés.

Romanos 16:20.

 

 

30.7.22

Bolsonaro, Lula e minha fé


Bolsonaro, Lula e minha fé

Raniere Menezes (Frases Protestantes – 30/07/2022)

 

[Este texto é uma adaptação de um texto escrito por Samuel Frost, e o texto original trata sobre disputas bélicas e não a política brasileira, porém faço uso de partes de suas analogias aqui].

 

A primeira e mais importante premissa é que a Igreja de Cristo importa mais que Esquerda ou Direita, mais que progressismo/socialismo e conservadorismo, mas qual o lado que mais importa à igreja cristã? Este é o ponto.

 

Os valores da Igreja (que devem ser os valores de Deus) não se limitam às ideologias políticas, os cristãos não devem ser como estrelas errantes nem soprados como folhas ao vento de um lado para outro. A Igreja de Cristo sobreviveu aos mais terríveis Imperadores e ditadores da história, sobreviveu contra tudo e todos desde Jerusalém até os confins da Terra. Muitos missionários espalhados pelo mundo estão neste exato momento sendo fuzilados, presos, torturados e decapitados por causa de sua fé, enquanto muitos de nós em igrejas climatizadas no porcelanato estamos reclamando de problemas pequenos e perfumarias. E como um desencargo de consciência, para nos sentirmos bem com nossa espiritualidade, por vezes dizemos: "Vamos orar pela Ucrânia" ou “Vamos orar pelas vítimas da tragédia recente”.

 

De volta a nossa realidade política (nosso assunto central), o que deve interessar ao cristão é o Reino de Cristo. A Igreja é coluna da verdade e a verdade ensina a não confiar em poderosos, príncipes, homens. Não é uma questão em confiar ou não confiar no candidato político A ou B, mas não colocar, não depositar toda confiança em homens, pelo simples fato de serem falhos, e por serem falhos sempre decepcionarão. Mas a escolha deverá ser feita, e a melhor escolha será a que favorece a Igreja. Sim! O negócio do cristão é a igreja, e mesmo que você não goste do termo negócio, ou você trabalha em favor do Reino de Cristo ou contra. Negócio pode ser entendido como uma atividade e empreendimento que requer diligência, esforço e trabalho.

 

E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? Lucas 2:49.

 

Políticos, partidos e profissionais de marketing são terrivelmente demagogos, agem como a mídia manipuladora, que mente e faz militância. Os três “Emes” da Mídia: Manipular, mentir e militar fazem parte da política. O inimigo de ontem é o aliado de amanhã, isto é a política profissionalizada por pessoas sem a menor ética. A igreja não deve cair em ilusões românticas sobre a política, nossa origem é cruz, caminho estreito. Qualquer partido ou político que trabalha para descontruir os valores da comunidade cristã não serve e deve ser altamente combatido e rejeitado. E prepare-se, ao rejeitar os valores anticristãos você será colocado na lista dos que proclamam uma política de ódio. A Igreja ultrapassa eras, quem deve ir para a lata de lixo da história são os maus políticos e partidos.

 

Muito se fala hoje em intolerância e polarização, mas você já parou para pensar que se você não fugir da agenda que interessa a Igreja, você será rotulado como intolerante e fundamentalista? Fale publicamente a favor da vida (contra o aborto), da família tradicional, ideologia de gênero, feminismo, contra as drogas. Faça um teste e veja a mágica acontecer. Acrescente um discurso anticomunista, antiglobalista, antiecumênico e conservador cristão. Por isso e de modo equivocado alguns acham que é possível assumir uma postura de neutralidade e apolítica.

 

Talvez alguns não queiram se envolver para não atrair problemas, mas mesmo que se omitam alguém terá que reivindicar direitos e liberdades por estas pessoas. Aos omissos, se não ajuntam, não espalhem, não atrapalhem os compromissados e aguerridos.

 

Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha. Mateus 12:30.

 

Nosso negócio é a igreja cristã, não o ecumenismo. Nas próximas eleições o que vai definir é encontrar as linhas mestras que unem evangélicos e católicos politicamente. Nós colocamos o dedo no botão da urna eleitoral, mas não regulamos comportamento humano e mudança de coração. A igreja não muda o coração de ninguém, isto é papel especifico de Deus. A política é um ajuste, uma calibragem para que não atrapalhe a marcha da Igreja. Este é o nosso negócio.

 

A igreja deve votar em candidatos e partidos que não mexam em seus direitos adquiridos, seria uma grande tolice votar contra direitos adquiridos. Não votamos em partidos para mudar a sociedade, a sociedade pode ser transformada por Cristo, através da pregação do Evangelho e do poder de Deus. Mesmo debaixo de sol ou chuva, mesmo sob perseguição ou liberdade, a Igreja marcha incansavelmente na pregação do Evangelho. Mesmo que o Evangelho esteja hoje diluído em mensagens diversas, uma pequena porção da verdade tem um poder de um átomo manipulado para irradiar energia e acender o fogo de mil infernos. Ainda que haja fraqueza nos mensageiros, a mensagem tem se espalhado por todos os lugares e por diversos meios. Deus tem os seus que não se dobram aos deuses. A igreja não transforma a politica, educação e cultura na ponta do fuzil, mas ataca a politica, a educação e a cultura pela pregação do Evangelho e ousadia poderosa do Espírito Santo.

 

Não é por violência nem revolução, mas pelo poder de Deus. A expansão política é apenas uma consequência indireta. É a simples lógica do crescimento e da maioria, quanto maior a expansão dos valores cristãos, mais influencia em todas as camadas sociais. Assim aconteceu no Império Romano dos primeiros séculos.

 

Mais pessoas alcançadas, mais influência, mais favorecimentos de politicas pró-Igreja. Sem jamais perder a estratégia que funciona há milênios, primeiro o Reino. Este é o pilar inegociável do Evangelho. Primeiro o Reino.

 

Não é simplesmente confiar (cegamente, sem discernimento) na política, fazer isto é confiar em homens, e pessoas sempre decepcionam. A Igreja tem a seu favor a verdade do Evangelho, o poder do Espírito Santo e a história. Não é qualquer política circunstancial que vai remover raízes de milênios. Pela história a Igreja sabe o que é ser minoria e o que é ser maioria, numa sociedade (como povo de Deus temos relatos vívidos do que é viver sob o jugo dos antigos impérios e como os impérios passam). O que começou com uma dúzia de pessoas no Oriente Médio hoje ultrapassa bilhões de pessoas. A Igreja marcha invicta!

 

A Igreja hoje parece fraca, imatura, infantil, em apostasia? Lembrem-se, os problemas que a igreja tem não começaram ontem, temos o peso da história, da tradição e da providência. Deus tem um cuidado especial com seu povo. O peso da história em cada região, em todas as nações, é relevante. As ideologias anticristãs tenta inculcar que a igreja é nômade, que não estabelece raiz, que as pessoas não precisam de uma família tradicional, que não precisam de identidade biológica e tentam a todo o momento forçar uma falta de pertencimento a uma comunidade e os valores da sociedade cristã. As ideologias anticristãs trabalham na desconstrução cultural de tudo que não serve para elas. E podemos, como Igreja, dizer o mesmo, os valores culturais anticristãos não servem ao povo da cruz.

 

No livro Doutrina Cristã de Santo Agostinho, é extraído que o Cristianismo deve explorar o paganismo como um tipo de aspecto redentivo, como um ideal cultural.  Agostinho usou como fundamento Êxodo 2.22, 11.2, 12.35,36. A Igreja como dono legítimo (de todas as coisas) contra os injustos detentores. Conclui que os bens culturais dos pagãos deveriam ser tomados. Mais ou menos o que Constantino fez ao retirar os símbolos pagãos para dar novo uso em Constantinopla.

 

Querem destruir literalmente a história, desde estátuas queimadas aos livros didáticos alterados. As ideologias não se firmam em grandes histórias, dos grandes feitos, daí fragmentam, desenvolvem micro histórias científicas, ecológicas, tecnológicas, feministas, tribais. É um processo de desconstrução das bases mais firmes para gerar pessoas sem raízes. Destroem o ser humano da realidade familiar, de suas raízes, de sua biologia, de sua linguagem.

 

O movimento de desconstrução (e mutações) não é novo, as origens estão nas páginas mais antigas da história humana. Mas muitos compram a ideia que é algo novo (a produção cultural vende como algo novo). Por isso, a força histórica da igreja é exatamente não comprar ideias repaginadas, é conhecer a realidade, muitas vezes horrível. Temos uma lista de erros da igreja, não temos um Novo Céu e Nova Terra chegados, mas estamos no caminho sob promessas fiéis.

 

Uma realidade tangível nas sociedades é entender como princípio fundamental as leis da maioria e minorias. A igreja é um projeto eficaz porque ela sobrevive em qualquer geração e sob qualquer sistema ou regime político. O avanço ou recuo da causa cristã pela política só funciona na medida em que a maioria tolera, obviamente pela Providência divina. Temos o exemplo da Igreja Primitiva pré-Constantino e pós-Constantino. Toda sociedade opera por meio de cooperação e compromisso dos cidadãos, e, a depender das associações maiores e menores desses cidadãos, haverá cooperação ou não. A melhor estratégia (com consequências políticas) é a propagação do Evangelho, como orientado na Grande Comissão em Mateus 28 e saber usar as armas corretas.

 

Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas. 2 Coríntios 10:4.

 

A igreja tem cidadania no Céu, mas conectada à Terra. A igreja militante marcha na terra, com visão e poder do céu. Não somos seres etéreos, vivemos pelo Reino assim na Terra como no Céu. Ser radicalmente apolítico é tolice. É de grande ignorância histórica não tirar proveito dos direitos adquiridos. Assim como não negamos as leis da física, temos necessidades sociais para manter nossa segurança e autopreservação.

 

A igreja pode ser reunir em cavernas, catacumbas subterrâneas, desertos e embaixo de árvores? Sim! Mas também pode se reunir num bom abrigo público seguro, com instalações cômodas? Sim. A igreja pode viver se conectando em códigos, na clandestinidade, de modo discreto ou secreto? Sim, debaixo de níveis de perseguição é altamente recomendável este procedimento. Contudo, qual igreja não quer aumentar seus recursos?

 

Quem desenha uma planta de Igreja para querê-la vazia? A igreja tem um mandato cultural para o Reino de Deus. O Salmo segundo diz que as nações sem Deus são enfurecidas e planejam coisas fúteis, planejam em vão. Boas decisões para a igreja cristã são decisões que favorecem a expansão do Reino de Deus. Nosso coração e nossa oração estão com o Reino de Deus. Novos Céus e Nova Terra estão reservados para o povo de Deus. Cristo morreu por seu povo. Os ímpios estejam em qualquer espectro político são mentirosos, assassinos, ladrões, tudo fazem pelo poder, ganância e corrupção.

 

Políticos eleitos mudam leis, indicam magistrados e cortes, não se trata de algo irrelevante no funcionamento de uma sociedade como a nossa. Devemos sim adentrar em todas as instituições da sociedade, sem perder o foco da missão. Ecclesia Christi est quam ad me attinet! É com a Igreja de Cristo que estou preocupado.  Temos uma pátria dentro das nações, por isso os cristãos primitivos foram acusados de inimigos de Cesar. Temos uma Nação dada a Cristo e por Cristo, povos, línguas e nações. Chamamos Jesus de o Deus das nações. Esta mentalidade está acima de Direita e Esquerda, acima do candidato A ou B, do homem forte ou sábio, do partido vermelho ou azul. Não serei patriota por isso? Ecclesia Christi est quam ad me attinet! É com a Igreja de Cristo que estou preocupado.

 

Se este é o meu negócio, o negócio do Reino, não poderei cooperar com ideologias marxistas globalistas. E quem se declara cristão e não quiser ser rotulado de radical, extremista, fundamentalista, reacionário e fascista, pelo menos não atrapalhe quem está no enfrentamento contra a esquerda. Naquilo que a Direita errar, segundo o parâmetro da agenda da Igreja, devemos confrontar as autoridades profeticamente, caso exerçamos influência nas esferas da sociedade.

 

Pelo testemunho da história e dos mártires, a Igreja não deve apoiar a agenda comunista. Assim como toda ideologia que legitima o roubo, mentiras e assassinatos devem ser rejeitados. O comunismo (hoje se leia: socialismo) condena o cristianismo e para eles a religião é o ópio do povo. A corrupção política é um grande problema para qualquer povo, mas o maior dos problemas é a inversão de valores, este é o legado nefasto dos inimigos de Deus no poder.

 

Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! Isaías 5:20.

 

Como maioria cristã no Brasil, católicos e evangélicos devem cooperar com a vontade do Reino de Cristo. O Brasil hoje é a maior nação cristã da América Latina, entre católicos e evangélicos, e ao lidar com os desafios não deve se acovardar. Deus não nos deu espírito de covardia, mas de ousadia, pelo poder do Espírito Santo. A Igreja deve ser sal da terra e luz do mundo. Os eleitos de Deus são cidadãos dos Céus (e da Terra). A Igreja pode ser apartidária, mas jamais apolítica. Os políticos não precisam nem devem usar os púlpitos, mas dialogar com os membros e ministros da igreja. Nunca perca de vista a missão do Reino, ou melhor, a comissão, a Grande Comissão. E pergunte-se: O que estou fazendo para servir e promover o Reino de Cristo?

 

Os Guinness escreveu em seu livro The American Hour: “Uma geração que não lê os sinais dos tempos pode ser forçada a ler a escrita na parede”.

 

18.4.22

Hermenêutica e escatologia



A interpretação historicista na escatologia assemelha-se ao idealismo alegórico em extrair de textos históricos, contextualmente históricos, e lançar interpretações simbólicas e conceituais, ao longo da história. Apesar de sua pretensão em se diferenciar de futurismo e idealismo, é inevitável que sempre tente realizar uma leitura dos acontecimentos presente e faz uso de explicações simbólicas adaptáveis. Lembrando que existe uma diferença em aplicação de um princípio geral extraído das Escrituras e duplo cumprimento ou sentido múltiplo; ou seja, o texto diz aquilo que o texto diz à audiência primária, – respeitando o contexto histórico da passagem --, buscar o sentido natural, primário; óbvio, claro. A partir deste pleno sentido extraímos lições. Tudo que foi escrito foi escrito para a Igreja em todas as gerações: “Tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito”.


Romanos 15:4-6: Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança. Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.


A interpretação historicista na escatologia assemelha-se ao idealismo alegórico em extrair de textos históricos, contextualmente históricos, e lançar interpretações simbólicas e conceituais, ao longo da história. Apesar de sua pretensão em se diferenciar de futurismo e idealismo, é inevitável que sempre tente realizar uma leitura dos acontecimentos presente e faz uso de explicações simbólicas adaptáveis.


É como interpretar os materiais da estatua da visão de Nabucodonosor em eras, enquanto a interpretação bíblica se refere a reinos. Ou interpretar as sete igrejas em Apocalipse como períodos da igreja ao longo da historia ou ainda ajustar as profecias dos Evangelhos ou de Apocalipse a acontecimentos cíclicos na história. Historicismo é uma liberdade poética que acrescenta ao texto bíblico o que ele não diz, é como a cabala hebraica que interpreta combinações de letras mediante valor numérico do alfabeto para extrair interpretações de suas combinações e anagramas. E também não se distancia da hermenêutica liberal, pois se afasta do sentido original do texto, que há vários sentidos para o texto bíblico. O historicismo trabalha com aplicações múltiplas de um texto. Enquanto a hermenêutica dos reformadores diz que há somente um sentido verdadeiro e pleno em cada texto da Escritura e não múltiplos sentidos, e esse sentido pode ser alcançado e compreendido pela Igreja. 


Não há dúvida de que em nosso Novo Testamento existem princípios gerais aplicáveis a todas as nações e a todos os tempos. Situações, tipos de caráter e eventos que podem ser repetidos e repetidos continuamente, em gerações sucessivas; mas isso não altera o fato de que eles tinham uma aplicação direta e pessoal às pessoas e igrejas especificadas. Mas, como em uma verdadeira teoria científica, todos os fatos se encaixam facilmente em seu lugar e apoiam todo o resto; assim, em uma verdadeira teoria da interpretação, toda passagem encontra uma solução fácil e contribui com sua cota para apoiar a correção do princípio geral. "A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente" (CFW, I.9) Ref. At. 15: 15; João 5:46; II Ped. 1:20-21.


Assim como na hermenêutica jurídica ou filosófica, a hermenêutica teológica não pode se afastar do domínio teórico que proporciona bases racionais e seguras para interpretações de enunciados. Só as Escrituras  explicam a própria Escritura e debaixo do poder do Espírito Santo. Comparando coisas espirituais com espirituais. Os historicistas se tornam escravos dos jornais, das últimas notícias, infelizmente, trazendo expectativa tribulacionista para sua audiência ao invés de edificação da Igreja através das promessas de bênçãos e vitórias da Grande Comissão.

Raniere Menezes


13.4.22

Compreensão dos tempos (sem alarmismo)



Compreensão dos tempos (sem alarmismo) 

Raniere Menezes

Frases Protestantes – 13/04/2022


E dos filhos de Issacar, duzentos de seus chefes, destros na ciência dos tempos,  para saberem o que Israel devia fazer, e todos os seus irmãos seguiam suas ordens. 1 Crônicas 12:32


Em 1 Crônicas 12.32 narra uma história de 200 homens de uma das tribos de Israel que entenderam os tempos e por causa desta compreensão da história foram capazes de orientar bem a Israel.

Discernir os tempos, o que significa? Alguma habilidade em astrologia? Ler os céus como os antigos babilônicos?

O que o texto afirma é que estes homens tinha sagacidade política. Eles entendiam de assuntos públicos, o temperamento das nações, dos líderes e as tendências dos eventos atuais. Não é preciso forçar o texto para entender que se trata de sabedoria por experiência, observação e bênçãos de sabedoria de Deus.

Eles eram filhos de Issacar, homens de conhecimento que declaram apoio em favor do rei Davi. Homens de prudência política. Eles faziam uma boa leitura de cenários com experiência e perspicácia, e sabiam o que Israel deveria fazer, qual as melhores escolhas momentâneas de ação politica. Compreender os tempos é usar a inteligência para se adaptar as condições com sagacidade espiritual, por isso estes homens foram chamados de os poderosos de Davi.

Os corações de todos os homens estão nas mãos de Deus e tanto Ele revela aos seus o melhor caminho para compreender e agir, quanto o próprio coração do homem para não ser enganado.

A tribo de Issacar era uma das tribos centrais e próspera, homens trabalhadores do campo e valentes em guerra.

Issacar é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos. -- Gênesis 49:14

Além da força do trabalho receberam sabedoria de Deus, que é o doador e Pai das luzes. Deus quem ilumina os homens, daí a importância da oração, este é outro aspecto dos filhos de Issacar. E Deus incentiva a orar e pedir sabedoria.

As pessoas podem adquirir sabedoria por observação, por conversas com mestres, com sábios, leitura de livros, de pessoas e do mundo, condutas do mundo biológico, do mundo dos negócios, enfim, são meios de adquirir sabedoria. Conhecer a história e características e necessidades de nossos dias. Conhecimento histórico, cientifico, analítico são bons, mas sem a prática, sem a atitude do FAZER, torna-se fraco. O texto em Crônicas diz que "Israel devia fazer":

E dos filhos de Issacar, duzentos de seus chefes, destros na ciência dos tempos,  para saberem o que Israel devia fazer, e todos os seus irmãos seguiam suas ordens. 1 Crônicas 12:32

A vida prática é a grande esfera da sabedoria, conhecer e agir, oração e ação. Conhecimento é valioso desde que leve a pratica.

Os políticos e estadistas em geral deveriam “conhecer para fazer” o melhor para sua nação. Infelizmente, muitos dos nossos políticos são apenas oportunistas.

Este texto bíblico é um alto elogio aos filhos de Issacar, eram homens que enxergavam com profundidade, altura e largura, homens de sagacidade. 

O que era exigido desses homens no contexto bíblico? Qual dinastia apoiar? A casa de Saul ou a de Davi? Qual melhor decisão para firmar uma unidade a nação? Tendo vizinhos inimigos como os guerreiros filisteus e outros povos, a unidade era essencial, vital.

O povo judeu precisava saber o que fazer após a morte de Saul e seu filho, se a realeza deveria continuar na família do rei morto ou transferir para as mãos de Davi.

Não era um assunto fácil de resolver. De um lado, interesses de alianças politicas em manter uma linhagem real e de outro havia a pressão por mudança.

Em tempos agitados é preciso encontrar a ação correta.

Precisamos dessa sagacidade de discernimento hoje para entender quais são os perigos circunstanciais de uma nação ou para a igreja; o que atrapalha seu avanço, como pode ser evitado, quais são os pontos mais importantes para ensinar a igreja hoje, qual a relação que a igreja deve tomar em relação aos governos políticos? Aliança? Independência? Neutralidade não existe.

Gary DeMar ao analisar esta passagem em Crônicas ilustrou uma experiência do romeno Josef Tson sobre a importância em compreender os tempos:

O desastre comunista caiu sobre meu país [a Romênia] quando eu era um adolescente. Por muitos anos depois, minha vida foi uma batalha por sobrevivência sob doutrinação marxista e terror totalitário contra os cristãos. Eu lutei para entender a natureza dessa calamidade, e o Senhor me deu compreensão. Nos anos quarenta, escrevi  documentos sobre a natureza do fracasso do Comunismo. Um deles, publicado sob o título “The Christian Manifesto” (O Manifesto Cristão) desembarcou-me em seis meses de prisão domiciliar com duros interrogatórios pela polícia secreta. Mas para mim o momento crucial veio em 1977, quando um amigo meu desafiou-me a definir uma organização que exponha abertamente o Comunismo.

 Aqui está o que eu disse a ele:

 “O comunismo é um experimento que falhou. Isto não foi capaz de cumprir qualquer uma das suas muitas promessas e ninguém acredita nisso mais. Devido a isso, ele vai um dia desmoronar por conta própria. Agora, por que eu deveria lutar contra algo que está terminado? Creio que a nossa tarefa é outra. Quando o Comunismo colapsa, alguém tem que estar lá para reconstruir a sociedade! Eu acredito que o nosso trabalho como professores cristãos é treinar líderes para que eles estejam prontos e capazes de Reconstruir nossa sociedade numa base cristã”.

 Para minha surpresa, aqui está o que meu amigo me disse:

 “Josef, você está errado. O Comunismo triunfará em todo o mundo, porque este é o movimento do Anticristo. E quando os comunistas tomarem posse nos Estados Unidos, eles terão nenhuma força de restrição à esquerda. Eles então matarão todos os cristãos. Temos apenas um emprego para fazer: alertar o mundo e se preparar para morrer”.

 Alguns anos depois, meu amigo foi forçado a deixar a Romênia. Ele veio para o EUA e se estabeleceu. Então fui forçado ao exílio, e me mudei para os EUA também. Desde então, meu amigo não fez nada pela Romênia. Ele simplesmente esperou pelo triunfo final do Comunismo e a aniquilação do cristianismo.

Por outro lado, quando cheguei aqui em 1981, comecei um programa de treinamento para líderes cristãos na Romênia. Traduzimos livros cristãos e os contrabandeamos na Romênia. Com os nossos parceiros na organização, The Biblical Education by Extension (BEE), treinamos cerca de 1200 pessoas em toda a Romênia. Hoje, essas pessoas que foram treinadas nessa operação subterrânea são líderes em igrejas, nas denominações evangélicas e nos principais ministérios cristãos.

“Você vê, a maneira que você olha ao futuro determina seu planejamento e suas ações. É a maneira que você entende os tempos que determina o que você irá fazer”.


11.4.22

Folha de São Paulo sobre fé cristã e mais uma polêmica midiática




Folha de São Paulo sobre fé cristã e mais uma polêmica midiática


Raniere Menezes

Frases Protestante – 11/04/2022


Redação de jornal esquerdista brasileiro era mais sutil em atacar a fé cristã, mas parece que agora é tempo de atacar abertamente, como se aqui fosse o Chile, por exemplo. A Foice de São Paulo, dona da UOL, não tem ideia como a igreja se multiplica anos após ano, deveria entender melhor a reprodução de coelho, já que é semana de páscoa, a mesma semana em que mundialmente a crucificação de Cristo é mais lembrada entre cristãos e atacada por inimigos da fé. Nada de novo sob o sol.


A matéria da Foice de São Paulo escolheu bem a data para maior repercussão, páscoa e ano eleitoral, uma combinação explosiva num Brasil polarizado. A matéria do jornal levanta uma tese que Jesus sofreu abuso sexual. Lamentável, mas sempre existe algum "teólogo" da lacrolândia para agitar a intolerância religiosa e um jornalista oportunista para lançar a granada. Nada novo debaixo do sol. O tal teólogo é um inglês chamado David Tombs, 57 anos, que tá mais para professor esquerdista de humanas abordando temas estranhos como "sexualização do martírio...", parece TCC de lunático com verniz intelectualizado.


Que ninguém se engane, este professor não será o primeiro nem o último a querer dizer o que a Bíblia não diz e interpretar ao sabor de ideologias retiradas do intestino canceroso de Satanás. A Bíblia é a mãe de todas as heresias. O autor citado (David Tombs) por um colunista da Folha (jornalista Márvio dos Anjos) é professor de teologia na Universidade de Otago, Dunedin, Nova Zelândia, e de origem religiosa Anglicana, não é de hoje que o Anglicanismo tem suas alas ultraliberais. O ponto da tese é que a nudez de um prisioneiro do Império Romano do século primeiro era uma forma de violência sexual. Sim, a nudez pública pode ser uma forma de humilhação extrema, mas não significa conotação sexual e "abuso sexual". Geralmente estes artigos acadêmicos polêmicos circulam entre outros teólogos pares, e todos sabem que não há aceitação em comunidades eclesiásticas de tais especulações, porém a Folha de São Paulo sabe que é gasolina na fogueira tal matéria em ano eleitoral. Este jornal é militante (Folha/UOL) da esquerda declarado e não faz jornalismo imparcial.


Talvez o colunista da Folha Márvio dos Anjos fez uma leitura oportunista que o cenário religioso cristão brasileiro está fragilizado após décadas de problemas e escândalos públicos tanto entre católicos e evangélicos, crimes sexuais, corrupção e outros. Não é de hoje que esquerdistas atacam a fé cristã no Brasil, desde comediantes até peças de teatros de cunho panfletário polêmico, querem lacrar, zombar, tripudiar, porém de modo geral o Cristianismo é pacífico. Duvido comediantes, professores, atores, jornalistas atacarem Maomé do Islamismo, do mesmo modo. A mesma Folha de São Paulo que publicou um Jesus fumando maconha com a camisa de Marx, agora na semana de feriado cristão católico ataca novamente. Não é diferente do que faz uma escola de samba em zombar de um Jesus sendo espancado pelo diabo no sambódromo. Para entender melhor estes movimentos da esquerda se faz recomendado a leitura do livro “Invasão Vertical dos Bárbaros”, por Mário Ferreira dos Santos e o “livro Ameaça Pagã” de Peter Jones. Os ataques não são novidades e a estratégia missionaria cristã precisa apenas manter as perseguições do lado de fora dos arraiais e ao mesmo tempo combater as heresias internas, como faz há milênios. Maus teólogos, maus pastores, maus padres sempre existirão, mas é um erro generalizar, a Igreja de Cristo avança e expande através dos séculos e gerações e gerações, e não há sinais de recuo. Com todos efeitos colaterais de crescimento, a igreja evangélica brasileira, por exemplo, cresce na casa dos milhões. 


Grande parte dos cristãos acordou para os perigos das agendas esquerdistas, e a esquerda apesar de camaleônica culturalmente não consegue furar o bloqueio dos arraiais evangélicos e católicos mais conservadores. Pesquisadores brasileiros e estrangeiros ficam atordoados em querer compreender o fenômeno no Brasil do crescimento das igrejas. Nos últimos 30 anos os evangélicos saíram de suas bolhas religiosas restritas aos templos e exploraram mídias e num movimento mais recente adentram nas casas legislativas. O último Censo, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2010, identificou um aumento de 61% na população evangélica do país, no período de 10 anos. Essa entrada na política está gerando todo um atrito com setores diversos. No ano 2000 a população evangélica era equivalente a 15% da população brasileira, mais de 26 milhões, em 2010 pulou para 42 milhões de evangélicos (22,2%). Muitos pesquisadores achavam desde o ano 2000 que haveria um declínio, mas não é isto que acontece. O Brasil foi o país que registrou o maior crescimento da população evangélica, em todo o mundo, nos últimos anos, afirma o historiador e antropólogo Paul Freston, um dos maiores especialistas em pesquisas no Brasil. Temos que admitir que há “dores do crescimento”, mas que logo haverá uma conscientização mais amadurecida desta população. Uma matéria de jornal brasileiro atacando a fé cristã em ano eleitoral, o que pretende?


O pós-modernismo, politeísmo e a antiga heresia do gnosticismo se relacionam através do tempo, Peter Jones mostra em seu livro supracitado que eles são parte de uma antiga cosmovisão religiosa que busca impor elementos significativos de uma civilização pagã à cultura ocidental outrora “cristã”. A igreja não converte ninguém, quem converte pessoas é o poder do Espírito Santo que sopra de modo soberano sobre todas as gerações e povos. Fundamentalismo cristão não é formar esquadrões paramilitares, mas combater ataques à fé cristã com reafirmações públicas que Cristo é Deus, que a Bíblia é a Palavra de Deus. Que ruja o Leão, Jesus, um leão não precisa de defesa entre outros animais. Deus fala em cada linha das Escrituras para quem tem intimidade com Ele, para os espirituais. As coisas espirituais se entendem pelo Espírito. A Bíblia é a Palavra dAquele que ressuscitou e está em seu trono, é um pronunciamento do Altíssimo. Quem zomba não tem reverência pela Palavra de Deus e será julgada por ela.


Quantas notas musicais temos e conhecemos? De um pequeno número de notas é possível criar uma sinfonia genial e um funk medíocre. A Bíblia é a gramática de Deus, uma orquestra sinfônica, tendo o Espírito Santo como seu maestro, como disse J.I.Packer. A Bíblia é o estatuto de um Reino, e um Reino que não pode ser abalado por comunistas ou qualquer outro inimigo. Os inimigos de Cristo tentam ler as Escrituras no escuro numa luta inglória, se eles pelo menos levassem a Bíblia para uma pequena luz que passa por uma fenda na porta poderiam entender uma porção. Cristo é a Porta e o sol do meio dia, quem passar pela Porta entenderá a leitura. As armas dos cristãos são armas espirituais, que confundem os adversários. Não podemos e nem devemos lutar com as armas do inimigo nem em sua arena. A defesa da fé se faz na apresentação do Evangelho bíblico. Não temos que esbravejar para tornar a Bíblia importante, ela é importante em si mesma. A Bíblia não envelhece, não tem histórias antigas, quando atacada, queimada, renasce das cinzas. Os esquerdistas usam as armas que têm para tentar reescrever histórias, mas a tinta que Deus escreveu sua Palavra não apaga. Os inimigos de Cristo lutam em nevoeiro e trevas. -- Onde não há reverência, certamente está faltando a espécie mais elevada de amor. -- Peter Green.


19.3.22

Deus é uma torre segura e rocha de refúgio



Deus é uma torre segura e rocha de refúgio

 

Raniere Menezes - 19/03/2022

 

Simplificar a invasão russa em um binário "bem contra o mal" é um erro. A Rússia é um dos países mais corruptos do mundo e a Ucrânia também. As ideologias apenas mascaram o verdadeiro objetivo que é a sobrevivência no poder em ambos os lados.

 

A Rússia acusa o Ocidente de mal e corrupto, ao mesmo tempo em que políticos da Rússia tornaram-se megabilionários com lavagem de dinheiro (lavagem pelo Ocidente!). O poder político na Ucrânia é alimentado por interferência externa corrupta do Ocidente e a Rússia é um estado mafioso. Ambos os países vivem uma corporacracia em diferentes níveis. Quem paga a conta é o povo ucraniano que está a cada dia perdendo sua liberdade, propriedades e vidas (a as mães e esposas dos combatentes dos dois lados). E parte do povo russo também perde sua liberdade de protesto em prisões.

 

Vivi os anos 80/90 e tínhamos inimigos bem claros, apesar de toda engenharia social e de mídia produzida pela inteligência das potências (como igualmente fazem agora), parte do mundo queria o fim do Saddam, kadafh (Gaddafi), Fidel, Arafat (que depois virou herói fabricado), ditadores do Oriente Médio, África e outras regiões. É inadmissível considerar normais mortes de civis em guerras, não só a atual europeia, mas todas. Mulheres, idosos e crianças morrendo por bombas não podem ser aceitáveis. Não é uma questão de ter simpatia pela Rússia ou ter russofobia, mas quando o Putin vai parar de matar? Há décadas ele vem jogando como um anjo da morte em vários países e no seu. A cena bizarra de showmício do Putin em meio à sua guerra fraticida é algo que não pode ser considerado normal. Aquele que fez o ouvido não está ouvindo? Quem formou o olho não está vendo? Os senhores da guerra podem se divertir com imagens de pessoas mortas, quando a névoa da ilusão do poder passar verão a face do Juiz. Sorriam enquanto podem.

 

Engana-se quem pensa que Deus atrasa e não vinga, a vingança pertence a Ele! Deus é vingador e intervém. Os orgulhosos terão o que merecem, podem se alegrar enquanto pode, podem falar palavras arrogantes e encher o peito de vanglória. Massacre e opressão tem hora para acabar. Os ditadores matam viúvas, estrangeiros e órfãos, e ainda contam vantagem, “Deus nem existe!” pensam.  A Palavra dAquele que não pode mentir diz: Tolos, quando vocês terão sabedoria? -- Deus disciplina as nações e não deixará os ditadores sem castigos. Deus que dá conhecimento ao homem não tem inteligência? O Senhor conhece os pensamentos dos homens e sabe que são fúteis. Quem conhece Deus e se submete a Ele terá paz em seu coração. O povo de Deus enfrenta dias maus, porém com esperança e fé, enquanto a expectativa dos inimigos de Deus é horror do afastamento da mão poderosa de Deus. Ele fará os crimes caírem sobre as cabeças dos maus governantes como um raio. Deus é o terror dos filhos da violência. Chegará o dia do ajuste de contas. Deus punirá os abusadores de poder. O sangue inocente derramado será cobrado no tempo certo, o tempo de Deus é a melhor hora. Deus pagará os orgulhosos como eles merecem.

 “Deus é um bom pagador. Ele não será devedor a nenhum homem. Sua recompensa será abundante. Seja corajoso e verdadeiro, então, no serviço de Deus.” (GW McCree).

 

Ó Senhor, Deus vingador; Deus vingador! Intervém!

Levanta-te, Juiz da terra; retribui aos orgulhosos o que merecem.

Até quando os ímpios, Senhor, até quando os ímpios exultarão?

Eles despejam palavras arrogantes, todos esses malfeitores enchem-se de vanglória.

Massacram o teu povo, Senhor, e oprimem a tua herança;

matam as viúvas e os estrangeiros, assassinam os órfãos,

e ainda dizem: "O Senhor não nos vê; o Deus de Jacó nada percebe".

Insensatos, procurem entender! E vocês, tolos, quando se tornarão sábios?

Será que quem fez o ouvido não ouve? Será que quem formou o olho não vê?

Aquele que disciplina as nações os deixará sem castigo? Não tem sabedoria aquele que dá ao homem o conhecimento?

O Senhor conhece os pensamentos do homem, e sabe como são fúteis.

Como é feliz o homem a quem disciplinas, Senhor, aquele a quem ensinas a tua lei;

tranqüilo, enfrentará os dias maus, enquanto que, para os ímpios, uma cova se abrirá.

O Senhor não desamparará o seu povo; jamais abandonará a sua herança.

Voltará a haver justiça nos julgamentos, e todos os retos de coração a seguirão.

Quem se levantará a meu favor contra os ímpios? Quem ficará a meu lado contra os malfeitores?

Não fosse a ajuda do Senhor, eu já estaria habitando no silêncio.

Quando eu disse: "Os meus pés escorregaram", o teu amor leal, Senhor, me amparou!

Quando a ansiedade já me dominava no íntimo, o teu consolo trouxe alívio à minha alma.

Poderá um trono corrupto estar em aliança contigo?, um trono que faz injustiças em nome da lei?

Eles planejam contra a vida dos justos e condenam os inocentes à morte.

Mas o Senhor é a minha torre segura; o meu Deus é a rocha em que encontro refúgio.

Fará cair sobre eles os seus crimes, e os destruirá por causa dos seus pecados; o Senhor, o nosso Deus, os destruirá!

 

Salmos 94:1-23