27.9.24

Quem é a Besta do Apocalipse 13?

Quem é a Besta do Apocalipse 13?

 

O versículo mais conhecido que fala sobre a Besta está no Apocalipse 13:18, que menciona o número 666:

"Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é 666." (Apocalipse 13:18, NVI).

 

Esse versículo é famoso por introduzir a ideia do número da Besta e sua ligação com uma figura humana. Além deste, outros versículos do capítulo 13 de Apocalipse também fazem referência à Besta:

 

- Apocalipse 13:1-2 descreve a aparência da Besta emergindo do mar. – Roma, a dominadora do Mar Mediterrâneo.

- Apocalipse 13:4 fala da adoração à Besta. – Os imperadores romanos exigiam adoração como deuses.

- Apocalipse 13:5-7 detalha seu poder e a perseguição aos santos. – O povo de Deus alertado e de sobre aviso do que viria sobre a região do Oriente Médio no primeiro século empreenderam fuga (Lucas 21).

 

A besta! Essa enigmática figura que, no livro de Apocalipse, parece evocar o próprio caos encarnado. 666 — o número que ressoa como um eco maligno, espalhando medo e fascínio por séculos. Mas o que é essa marca? Gerações de comentaristas pintam essa figura ao longo da história de mil formas e criam no imaginário um personagem de ficção. Muitos lançam essa figura no futuro, mas ironicamente, as respostas estão enterradas na história.

 

A Besta e Nero: A Máscara por Trás da Fera

 

Nero. O imperador romano do primeiro século. O tirano, o assassino matricida. Eis o homem por trás da besta? Muitos estudiosos afirmam que sim. O número 666, esse símbolo misterioso, é, na verdade, uma chave que destranca um nome: Nero César. Não é engraçado que, ao tentarmos desmascarar a besta, encontremos o rosto de um homem? Um homem cujo poder era tão vasto quanto a destruição que provocava?

 

Gematria, uma antiga prática de atribuir valores numéricos a letras, resolve o enigma. 666 é o valor numérico de “Nero César” em hebraico. A besta não é uma entidade demoníaca distante, mas o reflexo do absolutismo corrupto, do império que se ergueu para desafiar Deus e serviu aos Seus propósitos soberanos. Roma foi usada soberanamente por Deus para acabar com a antiga hegemonia judaica dos sacrifícios de animais e inaugurar a era do sacrifício perfeito do seu Filho na cruz maldita. Deus tem o coração dos reis em suas mãos.

 

A Ressurreição da Fera: Lenda ou Realidade?

 

O império romano se contorceu após a morte de Nero, e o boato começou a correr: Nero não morreu. Não. Ele se escondeu, como uma serpente no deserto, aguardando o momento de retornar, de reinar mais uma vez. Uma lenda, dizem. Mas a lenda é mais forte que a verdade, e na mente de muitos, Nero permanece vivo. A sucessão dos imperadores romanos era um sistema poderoso de governo, sentar no trono da águia romana era um dos lugares mais perigosos da terra, pois a traição e jogo político do império faz de Game of Thrones um filme infantil.

 

Nero. Um semideus que queria ser homem, o homem que acreditava ser um deus — e, no fim, nem um, nem outro. Morreu como todos os tiranos morrem: com o pavor nos olhos e a lâmina em mãos, cercado de demônios que ele próprio criou. Eis o fim de um imperador: não em glória, mas no silêncio humilhante de uma vida condenada.

 

Roma! Terra de gigantes, mas também de covardes. Seus imperadores governaram como deuses, mas sempre caíram como homens. O trono não é de ouro, é um poço sem fundo, onde cada gesto de poder custa uma fração da própria alma. Nero viu o poder escoar pelos dedos como a areia do deserto. Não, ele não morreu com um grito de guerra. Sua última palavra foi de medo, seu último gesto, um apelo covarde ao destino que ele já sabia inescapável.

 

Os imperadores de Roma morriam como morrem as estrelas cadentes — com um brilho breve, seguido pela escuridão. Não eram assassinados apenas por homens, mas pelas ideias que sustentavam seus impérios frágeis. Calígula, a besta mascarada de imperador, teve um fim condizente com sua vida: brutal, animalesco, despedaçado pelas mãos que o serviram.

 

O poder é uma faca de dois gumes, e em Roma, ele sempre cortava na direção de quem o empunhava. Nero, acreditando-se imortal, não passou de mais um em uma longa fila de cadáveres. Matar sua mãe foi fácil. Difícil foi enfrentar o eco dessa decisão, que o seguiu como um espectro até seus últimos momentos. Assim ele caiu — não com um rugido de leão, mas com um suspiro de um covarde.

 

Todos querem o poder, mas ninguém suporta seu peso por muito tempo. Nero é Joffrey de Game of Thrones — um rei de teatro, amado pelo próprio reflexo, odiado por todos ao seu redor. Joffrey, como Nero, acreditou-se intocável, mas foi derrotado pelo veneno que carregava dentro de si. O fundamento de Roma não era de rocha, mas de sangue, pronto para desmoronar como terra encharcada.

 

A besta que “era e não é, mas há de vir” (Apocalipse 17:8) – isso é Nero. Uma paródia satânica da ressurreição de Cristo. Onde o Cordeiro se sacrificou e ressuscitou para trazer vida, a besta de Nero se contorce para voltar ao poder, trazendo apenas destruição. O império da besta durou algum tempo após sua besta arquétipo, mas desmoronou e hoje faz parte dos livros de história.

 

666 ou 616? Uma Variável no Jogo

 

Sim, existe uma leitura variante. O número 616 também aparece em alguns manuscritos antigos. E o que faz ele, senão apontar de novo para Nero? Em latim, a soma numérica de “Nero” é 616. A besta tem mais de uma face, mas sempre volta ao mesmo nome. Nero, Nero, Nero. O homem, o mito, a destruição, o arquétipo do Império Romano.

 

A Besta é o Império?

 

Mas aqui está a verdadeira ironia da história. A besta não é apenas Nero. Não. A besta é maior do que qualquer homem. A besta é o próprio Império Romano, aquela máquina de opressão que esmagou tanto Jerusalém quanto os corações de seus próprios cidadãos. E mesmo quando Nero desaparece, o Império continua. Ele vive e respira na violência, no controle absoluto, na desumanização, até que Deus determinou seu fim.

 

A Imitação de Deus

 

A besta é uma imitação grotesca de Deus. Apocalipse 13:3 fala de uma cabeça ferida de morte que é curada. Uma paródia da ressurreição de Cristo. Onde há glória na cruz e vida nova no túmulo vazio, há apenas o falso brilho de uma vitória imperial que nada constrói além de ruínas. Adoração à besta é a adoração à força bruta, à opressão sistemática, ao poder que nada cria, mas que tudo consome. De fato, essa verdade pode ser aplicada a todos os tiranos da história, mas Roma é uma pintura vívida  em Apocalipse, profecias dos Evangelhos e cartas do Novo Testamento, além das profecias do Antigo Testamento.

 

A Besta Vive entre Nós ou em Nós?

 

Sim, Nero foi a besta. Sim, o Império foi a besta. Mas não nos enganemos. A besta é, talvez, o reflexo mais escuro da natureza humana. É o poder desmedido, o desejo de controle absoluto, a violência mascarada de justiça. A besta, em sua essência, é o império que todos carregamos dentro de nós, esperando para dominar, para destruir. Esta é a verdade do poder do pecado na natureza humana, que gera a morte.

 

Em Marcos 7:21-22, Jesus fala sobre os pecados do coração, destacando que a verdadeira impureza vem de dentro, do coração humano, e não das práticas externas. “...de dentro, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, o orgulho e a insensatez.”  (Marcos 7:21-22, NVI). Apenas a graça nos liberta dessa fera que mora em nós. Esta é a verdade da Queda, porém, apesar dos tiranos serem bestiais, embora, também temos a mesma natureza, a besta em Apocalipse se aplica a Nero e ao Império Romano, em seu contexto.

 

Quem é a besta? Nero, o Império Romano ou qualquer um de nós que olhe para o poder e o desejo sem enxergar a destruição que inevitavelmente segue. A profecia se aplicou no século primeiro com o cerco a Jerusalém, a destruição do templo e perseguição ao povo de Deus.

 

Em Lucas 21, Jesus profetiza sobre a destruição de Jerusalém e os eventos que precederiam o fim de uma era. O cerco a Jerusalém é parte central dessa profecia, e o contexto histórico e religioso é crucial para entender Apocalipse. O contexto histórico e teológico não pode deixar de fora a tensão entre judeus e romanos do século primeiro. A Judeia, nos tempos de Jesus, estava sob o domínio do Império Romano. Esse domínio gerava grande insatisfação entre os judeus, que esperavam a libertação de Israel e a restauração de um reino messiânico. A revolta judaica contra o Império Romano começou em 66 d.C. e culminou no cerco de Jerusalém em 70 d.C., que resultou na destruição do Templo e na cidade.

 

A Profecia de Jesus

 

No contexto de Lucas 21, quando os discípulos comentam sobre a beleza do Templo, Jesus faz uma profecia: “Virão dias em que não ficará pedra sobre pedra, tudo será destruído”. Esta declaração chocou os ouvintes, pois o Templo era o centro espiritual e cultural do povo judeu. Jesus diz: “Quando virem Jerusalém cercada de exércitos, saibam que está próxima a sua destruição.” Ele instrui que, ao verem esses sinais, aqueles que estiverem na Judeia devem fugir para as montanhas, e quem estiver na cidade deve sair, pois será um tempo de grande sofrimento. Jesus revela que a destruição de Jerusalém pelo julgamento do Pai sobre Israel por não reconhecerem o tempo da visitação de Deus, referindo-se ao ministério de Jesus (Lucas 19:41-44).

 

Os Dias da Vingança

 

Em Lucas 21:22, Jesus afirma que esses dias serão dias de vingança, cumprindo tudo o que está escrito. Essa profecia é o cumprimento de julgamentos proféticos sobre Israel por sua desobediência e rejeição a Cristo. Isso explica porque Jesus chorou ao olhar para Jerusalém e chamou o templo de covil de ladrões. Jesus profetizou o cerco e a destruição da cidade, que de fato ocorreu em 70 d.C., simbolizando a queda de um sistema antigo e a transição para a nova era inaugurada por Cristo.

 

Mais uma vez na história, Israel confiou na presença do tempo e gritaram novamente, paz, paz, onde não havia paz, pois transformaram o templo em mercado. E Deus sempre exortou que buscassem a Ele, que praticassem justiça e misericórdia, valores essenciais superiores aos sacrifícios e rituais externos. Jerusalém do século primeiro era imponente, cercada por muralhas que pareciam inquebráveis. Mas as pedras nunca guardam segredos por muito tempo. E quando Jesus, o profeta por excelência, olhou para aquela fortaleza de arrogância e religiosidade, ele já via o fim. "Não ficará pedra sobre pedra". Roma e os judeus dançavam o jogo político das serpentes. Havia uma aliança que parecia um casamento perfeito no Oriente Médio antigo, mas assim como em Babel, Deus não permitiu concordância por muito tempo.

 

Roma, o grande parasita que se alimentava da carne dos povos que ousavam resistir. E os judeus do século primeiro? Filhos teimosos de uma terra que se acreditava destinada ao céu. Eles ansiavam por libertação, mas desprezaram o Libertador. E em 70 d.C., o tempo terminou. O Templo, o coração de pedra e sangue de animais de uma fé, foi reduzido a cinzas. Não foi apenas uma destruição física; foi uma mudança de centro gravitacional de fé, o templo do Espírito Santo de verdade é construído nos corações dos regenerados, justificados pela fé em Cristo. O templo sacrificial começou a ruir quando o Filho de Deus bradou na cruz, momento em que o véu do Templo se rasgou. -- "E eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas." Mateus 27:51. -- "E o véu do santuário rasgou-se em dois, de alto a baixo." Marcos 15:38. -- "E o sol se escureceu, e o véu do santuário rasgou-se pelo meio." Lucas 23:45. Essas passagens relatam que, no momento da morte de Jesus, o véu do Templo, que separava o Santo dos Santos (a parte mais sagrada do Templo) do restante do Templo, se rasgou. Esse evento simboliza a abertura do acesso direto a Deus, antes restrito aos sacerdotes. Poucas testemunhas viram essa espantosa cena, pois o lugar era proibido para a maioria das pessoas no templo antigo, mas Deus deixou registrado nos Evangelhos. E para que ninguém ficasse em dúvida da ação divina sobre o templo, a destruição no ano 70 d.C. deixou um registro memorável até hoje em pedras amontoadas para os turistas.

 

A profecia de Jesus disse: "Fujam!" Ele profetizou aos poucos que ainda ouviam. Fujam, porque o destino de Jerusalém não pode ser alterado. Assim como um furacão não pode ser domado por mão humana, a mão de Roma não poderia ser desviada. A cidade seria um palco de sofrimento, de corpos amontoados, de gritos que se perderiam no vazio. Dias de vingança, ele diz. Mas vingança de quem? A vingança pertence ao Senhor. Israel desprezou o Ungido de Deus, muitos esperavam um Messias guerreiro, mas o que encontraram foi o aço frio da espada romana, o fogo do cerco. O cerco a Jerusalém não foi o fim. O Templo de pedra caiu, mas o fim de Jerusalém era apenas o prólogo. Algo maior se erguia no horizonte, um Reino triunfante, como a Pedra que destrói por onde passa e deixa só o pós dos reinos destruídos.

 

O livro de Daniel, no capítulo 2, apresenta uma visão profética sobre quatro grandes impérios que surgiriam ao longo da história e seriam eventualmente esmagados por uma pedra, simbolizando o Reino de Deus. O pesadelo de Nabucodonosor foi compartilhado aos outros reis da terra. O Império Babilônico, o Império Medo-Persa, o Império Grego, o Império Romano, foram todos esmagados pela pedra cortada sem mãos. Da Babilônia até o Império Romano todos lutaram contra o poder sobrenatural do Reino de Deus e foram esmagados como uma estátua fragmentada. Após esmagar os impérios, a pedra se torna uma grande montanha que enche toda a Terra, simbolizando a eternidade e a abrangência do Reino de Deus. Os reinos dos tiranos são efêmeros. A visão ilustra a transitoriedade dos reinos humanos e a inevitabilidade do Reino de Deus, que, ao contrário dos impérios terrenos, é eterno e indestrutível. Deus estabelecerá Seu reino em justiça e paz, todos os reinos humanos, por mais poderosos que sejam, um dia cairão, enquanto o Reino de Deus, prevalecerá para sempre. A besta de Apocalipse, apesar da sua força e opressão ruiu.

 

Apesar de toda especulação e curiosidade sobre a besta 666. Diz a lenda que Nero tocou um instrumento musical enquanto incendiava Roma e culpava os cristãos. Historiadores da época, como Tácito, documentaram essas ações. Tácito descreve como Nero, em busca de um pretexto para culpar os cristãos, usou o incêndio para intensificar sua perseguição, resultando em torturas e execuções. A imagem de Nero tocando lira enquanto Roma queimava é frequentemente utilizada como uma metáfora para a indiferença dos governantes em relação ao sofrimento do povo. Mais um tirano que acordou da ilusão do poder absoluto no inferno. A banda inglesa de Rock, Iron Maiden, cantou a música "The Number of the Beast". O número 666 é mencionado, simbolizando a Besta, e a canção explora a ideia do mal e a luta entre o bem e o mal. O compositor reflete sobre seus medos e a presença do mal, enfatizando a batalha espiritual que se desenrola em sua mente. Apenas uma música de entretenimento, a verdadeira melodia que o mundo ouviu ao longo da história é a queda da besta de Roma, hoje apenas ruína. A destruição da Besta é a vitória do Reino de Deus, um lembrete de que todo domínio é efêmero. Somente Deus reina de mar a mar. Deus ri dos seus conspiradores, Nero, a Besta, foi esmagado pela pedra do Reino que não se abalará.

 

RM-FRASES PROTESTANTES

 

26.9.24

Conquista, Guerra, Fome e Morte, O Cerco de Jerusalém em 70 d.C.: A Glória Romana e Ruína Temporária de Israel Sob a Ótica Histórica dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse

O Cerco de Jerusalém em 70 d.C.: A Glória Romana e a Ruína Temporária de Israel Sob a Ótica Histórica dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse

O que significam os Quatro Cavaleiros do Apocalipse?

No capítulo 6 do Apocalipse, o mistério se revela. Os Quatro Cavaleiros cavalgam, não em um distante futuro imaginário, mas na própria realidade ensanguentada do cerco de Jerusalém no ano 70 d.C. Esses símbolos apocalípticos não são meros fantasmas proféticos; são forças cruéis que dilaceraram a cidade sagrada do Deus de Israel, revelando a profundidade da queda de Israel. Não cronologicamente, ao longo da história, mas simultaneamente, eles assombram o coração da civilização judaica. Uma interpretação tão óbvia que não deveria ser distorcida pelas escatologias tribulacionistas/futuristas.

Os cavaleiros são os agentes do julgamento, forças destrutivas lançadas sobre Israel e Jerusalém no primeiro século. Na interpretação preterista, eles não anunciam uma era vindoura, mas refletem o cerco romano, uma batalha que não foi apenas militar, mas um divisor de águas entre eras de revelação (o antigo sistema judaico de sacrifícios e o sacrifício pleno de Cristo na cruz). Vespasiano e seus exércitos foram os carrascos determinados pelos decretos de Deus, os juízes implacáveis de um ciclo de decadência que Israel se recusou a reconhecer.

O Cavalo Branco: A Glória Militar de Vespasiano

A vitória romana sempre foi majestosa, mas fria como o mármore das estátuas dos césares. O cavalo branco não é uma imagem de esperança, mas da vitória inevitável e implacável. Vespasiano, o general que montava o corcel branco, representava o poder imperial romano, o arco sempre pronto, a coroa já assegurada. Ele avançou sobre Jerusalém como o cavaleiro invencível que saiu "vencendo e para vencer". Roma não conquista, ela devora suas presas como uma águia.

Jerusalém, com suas muralhas imponentes, não era páreo para a determinação fria de Vespasiano e Tito. O cavalo branco não traz misericórdia; traz apenas o peso da história romana, que avança esmagando tudo sob seus cascos. Vencer é uma missão impiedosa quando se trata de destruir parcialmente o povo escolhido de Deus, que perdeu seu caminho e matou seus profetas.

O Cavalo Vermelho: O Sangue da Guerra

Se o cavalo branco anuncia a chegada dos conquistadores, o cavalo vermelho derrama seu cálice de sangue sobre a terra. Jerusalém, já cercada, não sofreu apenas pela mão romana, mas também pela brutalidade interna. Facções judaicas se voltaram umas contra as outras em uma guerra civil cruel dentro da própria cidade sitiada. Esse cavaleiro, com sua grande espada, não apenas corta carne; ele suprime qualquer vestígio de paz, deixando apenas caos e destruição.

Em Jerusalém, o sangue correu como um rio interminável, vermelho como o destino dos homens que se achavam os únicos e exclusivos donos da Terra Prometida. Irmãos mataram irmãos, e a espada, sob as sombras das muralhas, dentro e fora, foi a verdadeira soberana. O cavalo vermelho, por fim, sela a ruína do pacto político entre homens, enquanto o Imperador, de cima, como uma imponente águia, impassível, observa.

O Cavalo Preto: Fome, a Rainha dos Mortos

No ventre de uma cidade cercada, a fome é a verdadeira rainha. O cavalo preto surge com sua balança na mão, não para pesar justiça, mas para medir o sofrimento. As moedas de Jerusalém compravam apenas o vazio do estômago. As palavras de Josefo ecoam como lamentos eternos: o couro dos sapatos se torna refeição; o desespero arranca a sanidade. O cavalo preto, o portador da fome, não deixa espaço para heroísmo, apenas para a loucura da sobrevivência.

A cidade de Deus sucumbe ao destino de todos os impérios que pensaram ser eternos. A hegemonia e o poder governamental e religioso de Israel antes da destruição da cidade e do templo pareciam um império milenar. E agora, cercada e humilhada, o racionamento e a miséria substituem a arrogância religiosa do Sinédrio. Na balança do cavaleiro negro, pesa-se a queda moral de um povo abençoado por toda a história, agora condenado a devorar sua própria carne. Há relatos de canibalismo durante o cerco.

O Cavalo Amarelo: A Morte Que Ronda os Vivos

Por fim, o cavalo amarelo, pálido como o próprio desespero, traz a Morte em sua crina. E o Inferno o segue, como uma sombra inseparável. Espada, fome, peste e as bestas da terra se revezam na execução de uma sentença inevitável. O abismo é mais do que um destino; é um companheiro real para muitos flagelados. Ele ronda, como o hálito escatológico, todos aqueles que ousaram quebrar a aliança com o Senhor. A crucificação do Senhor selou o destino da antiga Jerusalém e de seus moradores.

Jerusalém, antes gloriosa, cai sob o açoite de seu último cavaleiro, aquele que carrega o fim de tudo o que fazia sentido para os orgulhosos religiosos que crucificaram o Filho de Deus. O Templo, que deveria representar a eternidade, agora é cinzas, e sob suas pedras quebradas e queimadas, a morte reina, esmagando sob seus pés o que restava de orgulho.

O Fim que Começa

A queda de Jerusalém em 70 d.C. é mais do que um evento histórico — é o cumprimento de um ciclo que precisava ser transformado, onde o orgulho, o poder e o sofrimento se encontraram em um ponto de não retorno. A passagem trata sobre a conquista romana, guerra, fome e morte no contexto do primeiro século. Os Quatro Cavaleiros não apenas anunciaram um fim; eles trouxeram o fim que já estava nascendo no coração do antigo Israel. Eles são os portadores do juízo sem piedade. O julgamento, quando chegou, veio para todos. Posteriormente, também veio sobre o poderoso Império Romano. Para que o mundo lembre que Deus reina sobre as nações e a história.

RM-FRASES PROTESTANTES

Como o Justo Enfrenta o Mundo – Salmo 112


Como o Justo Enfrenta o Mundo – Salmo 112

 

Aleluia! Um grito que ecoa pelas gerações, pela história, pelo tempo e pela eternidade, como um sopro poderoso de Deus que nunca se apaga. O servo de Deus, um mortal que caminha entre os homens e, ainda assim, pertence a um reino mais alto. Ele não se curva ao caos do mundo; ele respira o ar da eternidade. O Salmo é sua canção, uma música antiga, mas sempre nova — como a aurora que nasce com a promessa de luz e vida todos os dias.

 

A obra de Deus, ah, ela é vasta, não se pode medir. Sua fidelidade? Uma rocha eterna, sim, uma montanha que não se move. E o servo? Este é o reflexo de Deus na terra, imagem de Deus. A fidelidade de Deus é celebrada no Salmo anterior; aqui, é o homem que carrega essa tocha. O justo, aquele que teme ao Senhor, torna-se um farol em meio às trevas. Ele não vive pela glória que passa, mas pelo brilho eterno que permanece; luz eterna.

 

Bendito é o servo, diz o texto sagrado antigo, não porque ele acumula tesouros ou saúde, mas porque ele carrega em si o selo do Espírito Santo. Sua semente será poderosa — não no campo de batalha, mas no campo da alma humana. O poder do justo é como um rio subterrâneo, silencioso e profundo, que nutre as raízes do mundo sem alarde. O servo não brilha com o ouro da terra, mas com o ouro do espírito, uma riqueza que o tempo não corrompe nem o ladrão rouba.

 

E o que dizer de seus inimigos? Ah, ele os enfrenta, não com a espada, mas com a confiança serena de quem sabe que o mal não triunfa. O justo caminha sobre um fio de prata que o conduz acima do medo. Ele vê a fúria dos ímpios e sorri, pois conhece o final da história. Seu coração está firmado em Deus, e a paz o envolve como um manto. Nada o abala. Não teme notícias ruins.

 

Generosidade — este é o selo do servo. Ele dá, não com cálculo e troca, mas com alegria, como o sol que espalha sua luz sobre todos, sem distinção. E sua memória, ah, sua memória é eterna, gravada nos corações daqueles que foram tocados por sua vida. Ele não busca monumentos de pedra, mas deixa monumentos invisíveis nas almas.

 

E os ímpios? Sim, eles se contorcem de inveja. O justo não precisa se proteger, pois o próprio Deus é seu escudo. Ele não teme a ruína, pois sua segurança não está em coisas que o vento leva, mas em algo muito maior, algo imutável e etreno.

 

Não é essa a verdadeira bênção? O servo de Deus não se mede pelas métricas do mundo. Sua riqueza não está nas mãos nem no banco, mas no coração. Ele não busca honra, mas a honra o encontra. Ele não persegue a vitória, mas a vitória caminha ao seu lado com as bênçãos das promessa dAquele que não falha. E, no fim, ele permanece — firme, inabalável, como uma árvore plantada junto às águas da graça.

 

Aleluia! Pois é assim que se vive na eternidade enquanto ainda se pisa a terra.

 

RM-FRASES PROTESTANTES

25.9.24

Frases Sobre o Verdadeiro Refúgio e Fortaleza













 

21.9.24

O Banquete Vazio: O Fim de Senaqueribe e os Sonhos dos Tiranos


O Banquete Vazio: O Fim de Senaqueribe e os Sonhos dos Tiranos

 

Será também como o faminto que sonha, que está a comer, porém, acordando, sente-se vazio; ou como o sedento que sonha que está a beber, porém, acordando, eis que ainda desfalecido se acha, e a sua alma com sede; assim será toda a multidão das nações, que pelejarem contra o monte Sião. Isaías 29.8

 

Isaías 29:8 faz parte de um capítulo em que o profeta condena a rebeldia de Jerusalém e das nações que se opõem a ela, prevendo o castigo da ira de Deus quem se levanta contra seu povo sem sua ordem. Nesse versículo oito, o profeta inspirado pelo Espírito Santo usa a metáfora do homem faminto e sedento, que sonha com comida e bebida, mas ao despertar percebe que ainda está faminto.

 

Esse trecho faz referência à desilusão das nações que tentam invadir e destruir Jerusalém e também, numa segunda aplicação, não menos importante, todos que se levantam contra a Santa Igreja de Deus. Historicamente, o contexto de Isaías 29 está ligado ao cerco de Jerusalém por nações estrangeiras, como a Assíria. Senaqueribe, rei assírio, foi um dos inimigos mais temidos, cujo exército se preparava para tomar a cidade. No entanto, as profecias de Isaías indicam que, apesar do aparente poder dessas nações, elas fracassariam, assim como o homem que sonha em comer, mas acorda ainda vazio. Esta metáfora é sensacional. -- Quanto mais o tirano busca devorar o Reino de Deus, mais faminto ele se torna, pois a ilusão da posse é o maior de seus flagelos. Todos os sonhos dos tiranos terão o fim de Senaqueribe. E todos que marcham contra Sião serão mortos com a barriga rocando de fome. Não exista grande que não caia aos pés de Cristo.

 

Imagine um exército poderoso, marchando com extrema fúria e ambição, certo de que a vitória sobre o Monte Sião está ao seu alcance. Eles veem o saque diante de si, como um banquete prometido. Mas quando estendem a mão para tomá-lo, tudo se desfaz, como um sonho. Glória Deus!

 

É como o homem faminto que, em seu sono, imagina-se à frente de uma mesa farta, mas ao acordar, encontra apenas o vazio, sua fome ainda maior. Ou como a pessoa sedenta, que sonha em beber água fresca, mas desperta com a garganta seca, ainda mais aflita. E muitos além da sede terrena, despertaram no lugar eterno de extrema sequidão.

 

Assim será o destino de todas as nações que ousarem atacar Sião: elas se iludem com a certeza de sua vitória, mas quando despertam, encontram apenas derrota e frustração, aprisionadas pelo vazio de suas ilusões.

 

A Fome da Alma e a Vontade do Nada

 

Oh, como a humanidade se embriaga com seus sonhos de conquista! Como os poderosos — reis e tiranos — marcham com suas hordas, acreditando que o mundo é uma mesa posta para seu banquete! Mas eis a verdade crua que Isaías revela: não há banquete, não há saciedade. Quando despertam de suas ilusões, estão mais famintos do que antes, mais vazios, mais fracos. O que é essa fome que não cessa, senão a própria sede pelo impossível diante dos decretos de Deus?

 

Senaqueribe, com toda sua arrogância, foi ao encontro de Sião, acreditando que a cidade santa seria sua presa fácil. Ele, como tantos antes e depois dele, não entendeu que há algo em Sião que transcende o desejo mundano. O Monte Sião é o símbolo daquilo que é intangível, do divino que escapa às garras humanas. E, no entanto, esses reis sedentos, esses homens cheios de vontade de poder, sonham em tomá-lo, até os dias de hoje. Pobres sonhadores! Ao acordar, suas almas gritarão por aquilo que nunca poderão alcançar, como Isaías tão poeticamente nos mostra: "Será como quando um homem faminto sonha que está comendo, mas acorda e sua alma está vazia."

 

Eis o castigo mais terrível de todos: não a derrota nas mãos de outros homens, mas o desafia Deus, o confronto com o próprio vazio da alma contra Aquele que enche todas as coisas. A alma faminta, sempre desejando mais, sempre esperando que o próximo banquete, a próxima conquista, o próximo ato de poder traga satisfação — essa alma está condenada. Pois a fome não é pelo alimento, a sede não é pela água; é pelo próprio ego, por um sentido que escapa àqueles que vivem apenas pela vontade do poder.

 

Numa terceira aplicação pastoral, além da histórica e teológica, o que Isaías nos revela é a tragédia humana em se rebelar contra Deus e Seu Ungido. As nações que se erguem contra Sião não lutam apenas contra uma cidade; elas lutam contra o próprio Deus. Seus sonhos de grandeza são como fumaça, dissipados pela luz da manhã. O banquete que pensavam devorar desaparece, e o que resta é apenas o gosto amargo do fracasso. Assim será com todos os tiranos da história que se levantam contra o povo de Deus. Em algum momento parecem em vantagem, mas a derrota e humilhação são certas. o desejo pecaminosol é a maior tragédia humana.

 

Senaqueribe, poderoso rei da Assíria, derrotado volta para sua casa em Nínive, e em adoração pagã ao seu deus Nisroque, é morto por seus filhos a espada, Adrameleque e Serezer. E Esar-Hadom, outro filho, reinou em seu lugar. (2Rs 19.37; Is 37.38). -- Oh, como o poder dos homens se revela frágil diante do insondável! Senaqueribe, o grande rei assírio, que marchou sobre Jerusalém com a certeza de um predador que já sente o sabor de sua presa, com água na boca, não previu o golpe invisível que o esperava. Em uma única noite, 185 mil de seus homens caíram — abatidos não pelas armas de seus inimigos, mas por algo muito sobrenatural.

 

Os críticos, sempre ávidos por explicações terrestres, falam de pragas e doenças. Mas o que importa se foi uma peste ou a mão de um anjo? A verdade é clara: Senaqueribe foi quebrado, não pela força das muralhas de Jerusalém, mas pela própria futilidade de seu poder.

 

E como termina esse rei tirano, que acreditava ser o dono dos destinos dos homens? Morto por seus próprios filhos, traído pelo sangue que ele mesmo cultivou. O império que ele sonhava forjar desmoronou ao seu redor, como os sonhos de conquista que desaparecem ao amanhecer. O poder que ele tanto buscava o devorou, transformando-o em nada mais que uma lembrança — uma nota irônica na história, onde até os maiores se curvam diante de Deus.

 

Que lição amarga! Aquele que desafia Deus e marcha contra o Santo encontrará não glória, mas o vazio — o fim inevitável que espera por todos os que acreditam que podem dobrar o mundo à sua vontade. Senaqueribe, o tirano que sonhou com glória, mas despertou em ruínas.

 

Cegamente, muitos querem abraçar o vazio, e olhar para o abismo sem medo. E Isaías, em sua profecia, nos dá o primeiro vislumbre dessa verdade brutal: os que buscam no mundo o que apenas o espírito pode conceder estão destinados a acordar de seus sonhos e se deparar com a horrível realidade de sua fome eterna. Que o Senhor nos livre dessa cegueira! O Monte Sião não pode ser conquistado, pois ele representa o que está além da carne, além da matéria, além do poder terreno. É o símbolo daquilo que nos escapa quando ainda estamos presos à terra. O desejo pecaminoso é um sonho inatingível, a terrível ilusão dos desejos vãos.

 

Senaqueribe, era um conquistador incansável, marchava sobre terras estrangeiras como um deus vingador, decidido a proteger o império assírio de todas as ameaças que ousassem desafiar sua glória. Babilônia, sempre inquieta, ousou erguer-se contra sua vontade, e conheceu a brutal realidade do poder desse rei. Senaqueribe cercava cidades muradas por meses e sufocava lentamente os povos como uma jiboia que abraça sua presa exausta. Esse rei tirano era guiado por violência pura e carnificina sem remorso. Ele não apenas tomava uma cidade, mas a devorava. Por onde passava deixava calamidade, destruição, ruínas e sangue, humanamente ele era o rei dos reis. E ia além, sua vitória não estava completa até que ele profanasse o templo do deus dos inimigos. O grande ídolo de Marduque, deus dos babilônios, foi arrastado para Nínive, como um troféu, uma prova incontestável de que os deuses da Babilônia eram impotentes diante da força de um homem que caminhava como um titã sobre a terra. Assim, Senaqueribe não apenas acabava com uma cidade, ele quebrava o espírito de um povo. Quando ele cercou Jerusalém esperava o mesmo feito. -- O exército assírio, em toda sua arrogância, foi detido diante dos portões de Jerusalém, como uma onda furiosa que se quebra contra um rochedo inabalável.

 

O grande Senaqueribe, o conquistador invencível, aquele que ousou desafiar reinos e deuses, encontrou seu fim de uma maneira irônica. Louvando no santuário de seu glorioso deus mudo Nisroque, acreditando estar sob a proteção das deidades que ele tanto venerava, foi ali, entre as figuras desses "protetores", que ele foi esmagado. Grande escudo divino o acompanhava! Morto pelas mãos de seus próprios filhos, enquanto buscava consolo na proteção de estátuas silenciosas — Deus ri daqueles que acreditam poder desafiá-lo (Sl 2).

 

A vida humana é permeada por sonhos que nos embalam em promessas vazias. Assim como o homem faminto que sonha com um banquete diante de si, nós, mortais e pecadores, corremos atrás de ilusões que desaparecem no momento em que acordamos para a dura realidade. Eis aqui o cerne da angústia pecaminosa: a busca incessante por aquilo que nunca realmente podemos alcançar.

 

Isaías 29:8 nos traz a metáfora perfeita dessa realidade. Os inimigos de Jerusalém, ávidos por sua destruição, acreditavam que sua vitória era certa, como o faminto que, em sonho, se vê à frente de uma mesa farta. No entanto, ao despertar, descobrem que tudo não passava de fantasia, e sua fome, antes adormecida, agora clama ainda mais alto. Assim será a multidão das nações que pelejam contra o Monte Sião — desejam, planejam, sonham, mas ao final, acordam vazios, derrotados pela ilusão de seus desejos vãos. Por toda história isso se repete e a fome e sede só aumentam. -- Um último alerta aos tiranos, assim como o faminto em seu delírio, o tirano persegue sombras, acreditando que o mundo é sua presa, mas desperta com as mãos vazias.

 

Mesmo o povo de Deus, muitas vezes se afastam dessa verdade como uma perigosa apostasia. Que Deus nos ajude a questionar as ilusões que podemos cair, dogmas que destroem a fé no poder sobrenatural de Deus. Não estamos distantes desse conflito que pode confundir nossa alma. Cuidado com o que busca, pois há desejos que jamais serão saciados. A insaciabilidade do desejo humano, essa ânsia pelo inalcançável, é a verdadeira tragédia da nossa condição pecaminosa. Na batalha por Sião, aqueles que lutam contra o que é Santo não apenas perdem a guerra externa, mas a interna, condenados a viver eternamente insatisfeitos. Traga a memória a metáfora de Isaias, "será como quando um homem faminto sonha que está comendo, mas acorda e sua alma está vazia” — essa imagem pungente nos lembra que viver em busca do inatingível é o maior castigo. Despertemos, então, do sonho enganoso, antes que sejamos consumidos por essa fome incessante que jamais será saciada.

 

Que Deus nos ajude a desejar seu banquete celestial cada vez mais, pois as migalhas dessa vida apenas nos fazem descobrir que a fome é sua única realidade. Que essa mensagem poderosa do Espírito Santo sirva para os inimigos da Igreja que marcham sobre Sião como Senaqueribe com sede de conquista, mas suas almas nunca beberão da fonte da Água Viva.


RM-FRASES PROTESTANTES

REVISADO COM IA

10.9.24

O Dilema do Porco-Espinho e a Comunhão Cristã em Hebreus 10:25



O Dilema do Porco-Espinho e a Comunhão Cristã em Hebreus 10:25

 

Alerta: Este artigo não é direcionado aos desigrejados militantes que buscam apenas não ter nenhum compromisso com a Igreja de Cristo e Seu Reino, mas sim pela verdade e contra os dominadores de rebanho.

 

As relações humanas são complexas, e a convivência entre as pessoas nem sempre é fácil. A parábola do porco-espinho, popularizada pelo filósofo Schopenhauer, ilustra bem essa complexidade. Da mesma forma que porcos-espinhos tentam se aquecer no frio, mas acabam se ferindo com seus espinhos, os seres humanos buscam proximidade, mas muitas vezes se machucam com as imperfeições uns dos outros. A Igreja é composta de pessoas, e as pessoas são falhas. Essa parábola reflete o que muitos de nós vivemos em nossos relacionamentos pessoais, incluindo a vida na igreja.

 

Por outro lado, Hebreus 10:25 nos lembra da importância de "não deixarmos de congregar-nos". Mas como equilibrar a necessidade de estar em comunidade, especialmente quando essa convivência pode gerar dor ou desconforto? Esse versículo oferece uma visão mais profunda sobre a necessidade de perseverança e de manter-se unido com outros fiéis, mesmo em meio aos desafios. Qual é o limite da convivência em uma comunidade institucionalizada? Existe algum limite?

 

O Dilema do Porco-Espinho

 

Na parábola de Schopenhauer, os porcos-espinhos tentam se aquecer uns aos outros em uma noite fria. No entanto, cada vez que se aproximam demais, acabam se ferindo com seus espinhos e, por isso, precisam encontrar uma distância ideal para evitar dor, sem perder o calor. Essa metáfora tem um significado para as relações humanas. Ela nos ensina que, embora a proximidade seja essencial para a sobrevivência e convivência, é necessário estabelecer limites para evitar machucar os outros ou ser machucado.

 

Na vida cristã, muitas vezes buscamos a proximidade uns dos outros na comunhão da igreja. Queremos compartilhar nossa fé, apoiar nossos irmãos e ser apoiados. Mas, assim como os porcos-espinhos, nem sempre conseguimos nos relacionar sem que haja fricções ou mal-entendidos. Esse é um dos aspectos do problema de convivência, além de outros, como a tolerância aos pecados e heresias em uma igreja. Muitos líderes religiosos agem como dominadores de rebanho e, na ponta do chicote, amarram o versículo de Hebreus 10:25. Até que ponto devemos aceitar abusos, imposições injustas, incredulidade, heresias e pecados em uma igreja? "Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, que Ele comprou com o Seu próprio sangue" (Atos 20.28).

 

A Sabedoria de Hebreus 10:25

 

O versículo de Hebreus 10:25 nos admoesta a não abandonar a congregação, especialmente em tempos de dificuldade: "Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns, antes façamos admoestações uns aos outros, e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele dia." A mensagem vai além da frequência aos cultos; fala sobre perseverança e comunhão em meio aos desafios. O contexto é de forte perseguição religiosa externa, e muitos não suportariam, esvaziando as reuniões.

 

Assim como os porcos-espinhos precisam encontrar uma distância ideal para conviver, o alerta de Hebreus nos exorta que, apesar dos espinhos nas assembleias, o calor da unidade cristã é essencial. A igreja é composta por pessoas imperfeitas, mas isso não significa que devemos desistir da comunhão por razões não justificadas biblicamente. Pelo contrário, é na comunidade que encontramos encorajamento para crescer e enfrentar os desafios da vida cristã. Contudo, o texto se refere à perseguição, e não ao abuso de poder de líderes religiosos, que muitas vezes, com voz mansa e suave, oprimem o rebanho e ameaçam com isolamento quem discordar. Que fique claro: a Bíblia não permite o uso de Hebreus 10:25 como uma ameaça, como muitas vezes acontece.

 

Relacionamentos na Igreja: Entre Espinhos e Calor

 

A parábola do porco-espinho nos ensina a importância dos limites nos relacionamentos. Quanto ao congregar, não se deve abandonar uma congregação fiel por qualquer motivo; a razão deve ser bíblica, não por capricho. De modo geral, Hebreus 10:25 nos exorta sobre a necessidade de permanecer conectados com nossos irmãos de fé, mas de forma específica, o texto trata de um problema histórico grave de perseguição. Em ambas as situações, o desafio é encontrar o equilíbrio. Na igreja, é inevitável que haja momentos de atrito, desentendimentos ou frustrações, mas isso faz parte do processo de convivência, e tudo deve ser tratado com amor, misericórdia e justiça, aplicando disciplinas justas, como ensinadas em Mateus 18: "Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas, se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que ‘qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas. Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e, se ele se recusar a ouvir também a igreja, trate-o como pagão ou publicano" (Mateus 18.15-17). Sem manipulação política ou interesses pessoais de dominação. Jesus é o nosso Libertador, e nenhum homem pode nos escravizar. Somos livres, inclusive para cobrar que não se faça mau uso de Hebreus 10:25.

 

Hebreus nos encoraja a continuar congregando, a sermos pacientes uns com os outros e a buscar soluções para as dificuldades que surgem, confiando que Deus trará alívio contra perseguições injustas e reais à Igreja. A ideia aqui não é fugir ou se isolar quando as coisas se tornam difíceis, mas aprender a conviver com os espinhos de maneira saudável, sem perder o calor da unidade.

 

Lições para a Vida Cristã

 

Tanto a parábola do porco-espinho quanto o ensino de Hebreus 10:25 oferecem lições valiosas para nossa vida em comunidade:

 

1. A Proximidade é Necessária, Mas Requer Cuidado: Assim como os porcos-espinhos precisam de proximidade para sobreviver ao frio, nós, cristãos, precisamos da comunhão com o Espírito Santo e com a Igreja para crescer na fé. Mas essa proximidade exige paciência e sabedoria para lidar com as imperfeições dos outros.

 

2. Estabeleça Limites Bíblicos: Em qualquer relacionamento, é importante encontrar uma distância adequada para evitar conflitos desnecessários. Isso se aplica tanto à vida pessoal quanto à comunhão na igreja. As Cartas Pastorais são verdadeiros manuais para convivência, comunhão e unidade na fé. Não devemos admitir o mau uso de Hebreus 10:25.

 

3. Perseverança em Meio às Dificuldades: Hebreus 10:25 nos exorta a perseverar, especialmente quando as coisas ficam difíceis. Não devemos abandonar a comunhão por causa de atritos ou mal-entendidos. Muitas pessoas se tornam carrascas do próximo com muita facilidade; esse espírito religioso sem amor é assassino. Foi esse espírito que matou nosso Senhor.

 

4. A Comunhão é um Refúgio, Não uma Perfeição: A igreja é composta por pessoas imperfeitas, e é importante lembrar que a comunhão não é um lugar de perfeição, mas de crescimento e encorajamento mútuo, um lugar de fé, ensino, conselho e poder. Um lugar de cura e libertação, um lugar de adoração. No entanto, quando uma igreja se torna apenas um lugar de doutrina de homens, conselhos políticos e incredulidade, temos o dever de não congregar. "Portanto, que diremos, irmãos? Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em uma língua ou uma interpretação. Tudo seja feito para a edificação da igreja" (1 Coríntios 14.26).

 

O dilema do porco-espinho e a exortação de Hebreus 10:25 nos ensinam que as relações humanas, incluindo as relações na igreja, são complexas. A comunhão se torna um desejo sincero de corações regenerados, e não uma imposição institucional. Precisamos de proximidade, intimidade e comunhão com Deus e com os irmãos, mas também de limites bíblicos. Que possamos aprender a lidar com os espinhos da vida cristã, sem perder o calor e o apoio que a verdadeira comunhão nos oferece.

 

Ore, medite e pense em toda a experiência circunstancial do problema e como ela pode afetar sua vida e a de outros. Mantenha um diário e registre tudo que está acontecendo referente ao problema. Você está indo ao confronto por uma causa real ou por um espantalho? Observe seus padrões de comportamento e perceba seus limites. O inimigo vai encontrar brechas em cismas e rachas; observe quais atitudes ou pessoas drenam sua energia física e mental. Procure pessoas mais experientes e de confiança, e converse sobre a situação. Não seja um homem-bomba; resolva as questões mais difíceis com firmeza e esteja preparado para conversas difíceis e, muitas vezes, injustas. Se houver injustiça, esteja do outro lado. Não esteja do lado dos covardes e assassinos. Entregue o caso ao Advogado e não tente fazer o trabalho dEle. Seja claro na defesa da verdade, ore e peça a Deus para falar as palavras certas na hora certa. Busque o momento e local adequados para que tudo seja resolvido com paz. Prepare-se emocionalmente: reconheça que pode ser desconfortável, mas é necessário. Tenha um plano de saída: se a conversa se tornar muito intensa, saiba como encerrá-la respeitosamente.

 

Viva um evangelho autêntico, uma vida cristã integral, com pessoas que vivem a verdade, que vivem a fé, onde você se sinta respeitado, onde haja paz, onde você não se sinta com ressentimento e frustração. Tenha e busque relações mais autênticas, nas quais você tenha a liberdade e a confiança para proclamar a verdade. Certamente, ao tomar algumas dessas atitudes, haverá redução de conflitos desnecessários. Enquanto o problema não for resolvido da melhor forma, evite tratar disso em locais inadequados e minimize o contato por um tempo. Se possível, reduza a frequência e duração das interações com essa pessoa ou pessoas confrontadoras. Lembre-se de que você não é um Lutero, que enfrentou o maior poder religioso e político do século XVI. Tente entender por que a pessoa está agindo contra sua posição, mas não comprometa seus limites nem os da Palavra. Considere encerrar seu ciclo em uma denominação se não houver conciliação. Se o desrespeito persistir ou se tornar abusivo, não hesite em buscar um lugar de paz, se necessário.

 

Ore e estude, esteja preparado para os argumentos e prepare respostas assertivas para as objeções. É difícil encontrar equilíbrio entre a defesa da fé e um debate que não seja carregado emocionalmente. Respire, tenha calma. Fuja de escândalos e tropeços. É possível dialogar de maneira não confrontacional, expressando o desejo de paz, por zelo pela verdade e pela Igreja. Se a conversa se tornar improdutiva, encerre-a respeitosamente. Tenha recursos de apoio em mãos, se necessário; tenha informações, artigos, livros ou outros materiais que possam esclarecer melhor sua posição. Estando do lado da verdade, em nenhuma hipótese permita que alguém use Hebreus 10:25 contra sua decisão de se afastar da assembleia.

 

Não Abandonando o Contexto: Aprofundando em Hebreus 10:25

 

Vincent Cheung escreveu ironicamente um artigo intitulado "Não abandone o contexto", um corretivo para quem faz multiuso de "não deixemos de congregar" e "não abandonemos a igreja". Não abandone o contexto de Hebreus 10; não deixe de examinar o contexto. O versículo de Hebreus 10:25, "Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações uns aos outros, e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele dia", muitas vezes é interpretado apenas como um comando direto para a frequência à igreja. Mas qual é o verdadeiro contexto e aplicação deste versículo? Ao analisarmos, percebemos que ele vai além de uma simples admoestação para comparecer às reuniões religiosas.

 

A Natureza da Igreja Terrena hoje: Divina e Imperfeita

 

De início, é essencial entender que a igreja, como instituição, foi projetada por Deus e é fundamentada e construída por Cristo. Portanto, minar seu valor ou impedir seu progresso é se opor a Cristo. Entretanto, também devemos reconhecer que cada congregação local é imperfeita, composta por seres humanos falhos. Ainda assim, essa imperfeição não invalida a legitimidade da igreja. Essa compreensão é fundamental para o restante da discussão.

 

O Contexto de Hebreus 10:25

 

Frequentar a igreja regularmente é, em princípio, uma prática bíblica desejável e louvável. Mas alegar que a frequência é sempre boa, independentemente das circunstâncias ou doutrinas, seria um erro. Hebreus 10:25 tem sido usado repetidamente para pressionar as pessoas a se comprometerem com uma igreja, sem considerar o contexto em que essa ordem foi dada. Isso, no mínimo, é um abuso de poder religioso. A mesma imposição interpretativa que diz a todos que saem de uma comunidade: "Saiu porque não era do nosso meio", ou ainda, "A fé é para poucos", e quem fica é "o remanescente fiel" e "Poucos são eleitos, muitos são chamados"... e por aí vai.

 

A Bíblia, embora poderosa, muitas vezes é utilizada fora de contexto para servir a interesses pessoais. Quando um versículo é isolado de seu significado original, ele pode ser distorcido para justificar ideias ou ações contrárias à verdade. Um exemplo é o mandamento "Honra a teu pai e a tua mãe", que tem sido usado por pais para manipular seus filhos. Mas esse mandamento, assim como Hebreus 10:25, deve ser entendido no contexto da lei de Deus, que impõe limites à autoridade. Biblicamente, o filho não deve obedecer a uma ordem não bíblica e injusta dos pais.

 

Contexto e Sabedoria: O Perigo de Conselhos Tolos

 

Outro exemplo de má interpretação bíblica é o provérbio "Na multidão de conselheiros há segurança". Esse versículo tem sido usado para forçar indivíduos a seguir conselhos imprudentes. Mas a sabedoria de Provérbios pressupõe que os conselheiros sejam piedosos e sábios, e não pessoas sem temor a Deus.

 

A Superioridade de Cristo: O Tema Central de Hebreus

 

Para compreender plenamente Hebreus 10:25, precisamos considerar o tema central da carta: a superioridade de Cristo sobre o sistema judaico. O autor de Hebreus destaca que Cristo é superior a Moisés, aos profetas e aos sacerdotes, e que sua aliança é melhor e definitiva. O contexto da carta é dirigido aos judeus que estavam tentados a abandonar Cristo e voltar às antigas práticas religiosas. A Igreja Primitiva rompeu radicalmente com o judaísmo, de modo irreversível, e nada poderia reparar esse afastamento, nem mesmo a perseguição.

 

O chamado para não abandonar a congregação está profundamente enraizado nesse contexto. Os cristãos judeus estavam em risco de deixar a fé em Cristo e retornar às suas antigas tradições. A exortação de Hebreus 10:25 não é uma ordem genérica para a frequência à igreja, mas um apelo para permanecer firme em Cristo e na comunidade de fé, especialmente em tempos de perseguição e dificuldades.

 

O Contexto Restritivo do Versículo

 

A compreensão do contexto de Hebreus 10:25 é crucial para aplicá-lo corretamente. Ele foi escrito em um momento em que muitos judeus-cristãos estavam sob intensa pressão para abandonar o cristianismo e retornar ao judaísmo. A exortação, portanto, não é simplesmente sobre frequentar uma igreja local, mas sobre permanecer na comunhão dos santos e na fé em Cristo, diante da tentação de recuar. Esta exortação é válida hoje para aqueles que pensam em abandonar o Evangelho para retornar à Igreja Católica Romana. Hebreus 10:25 está muito mais conectado à ilustração do cão que vomita e depois come o vômito.

 

Quando aplicamos esse versículo aos dias de hoje, devemos considerar o contexto em que ele foi escrito. Não se trata de um chamado irrestrito para comparecer a qualquer igreja, independentemente de sua doutrina ou prática, mas de um encorajamento a perseverar na fé cristã e na comunhão com outros crentes.

 

Conclusão

 

Hebreus 10:25 é uma exortação poderosa para não abandonarmos a comunhão com outros crentes, especialmente em tempos de dificuldade. Sua aplicação, contudo, deve ser feita com discernimento, considerando o contexto original e as circunstâncias daqueles que o leem hoje. A verdadeira obediência a este versículo não reside em frequentar uma congregação por obrigação, mas em participar ativamente de uma comunidade de fé centrada em Cristo e na verdade do evangelho.

 

O versículo exige fidelidade a Cristo e não deve ser explorado por líderes da igreja para manipular o povo a tolerar heresia e abuso. Ou a Igreja de Satanás poderia usar esse versículo também? No contexto, ele fala que não devemos abandonar a assembleia por medo da perseguição das autoridades. Como isso é relevante quando muitas igrejas abandonaram a palavra de Deus há muito tempo? De que adianta não abandonar a assembleia se, durante a reunião, não se faz o que é certo?

 

A Bíblia diz que, em uma reunião da igreja, alguém ensina, alguém tem uma revelação, alguém fala em línguas, e outro profetiza. Isso acontece na sua igreja? Se não, por que continuar se reunindo? E nas igrejas que afirmam ter revelações, línguas e profecias, há uma série de abusos que afrontam a Palavra.

 

Durante a pandemia de 2020, muitas igrejas fecharam suas portas e suspenderam suas assembleias, seja por medo do vírus ou da perseguição governamental. As igrejas não devem suspender as assembleias por medo de perseguição, mas muitas têm medo de ensinar o que a Palavra de Deus diz sobre milagres de cura. Que diferença faz se essas igrejas continuam se reunindo?

 

Muitas igrejas têm perseguido aqueles que praticam o que a Palavra de Deus ensina sobre milagres de cura. Que diferença faz se essas igrejas abandonam a assembleia? É tudo uma farsa. O versículo nos orienta a não abandonar a assembleia para permanecermos fiéis a Jesus Cristo. Mas se as próprias igrejas rejeitaram há muito tempo os ensinamentos de Jesus Cristo, então permanecer fiel a Ele pode significar abandonar a assembleia dessas igrejas.

 

Os cristãos não devem continuar se reunindo por medo de perseguição das igrejas. Tenham coragem de abandonar a assembleia, mesmo que essas igrejas os condenem. Cristãos, se as igrejas não ensinam as promessas de cura de Deus e não praticam o ministério de cura milagrosa em nome de Jesus, mesmo que os ameacem com perseguição, não se reúnam. Vocês, na verdade, têm o direito de confrontar essas igrejas com a Palavra de Deus.

 

As igrejas estão agora na mesma posição daqueles que perseguiram os primeiros discípulos. Usar um versículo como Hebreus 10:25 para ameaçar alguém seria tão absurdo quanto os judeus que perseguiam os crentes utilizarem o mesmo versículo para forçar os cristãos a frequentarem suas sinagogas ou a Igreja Católica perseguir evangélicos para que retornassem.

 

O versículo trata da fidelidade a Jesus, não à igreja. Se uma igreja é infiel a Jesus, rejeitando Seus mandamentos e promessas, continuar a se reunir nela é comprometer a verdade. Quando você vai levar Jesus Cristo a sério? Quando a pandemia acabar, não se reúna em igrejas que pregam a descrença e a doença. Não vá a uma igreja apenas porque diz "cristã" na porta. Ouça o que ela ensina. Observe o que ela faz. Se não segue a Jesus nessa questão da cura, abandone a assembleia. Alguns falam sobre cura, mas só da boca para fora. Se não há milagres de cura frequentes lá, não frequente. Reúna-se em um lugar onde realmente acreditem no evangelho.

 

Esteja atento, Hebreus 10:25 é frequentemente usado para reforçar a importância de não abandonar a assembleia dos fiéis. Mas será que ele está sendo interpretado corretamente nas igrejas de hoje? Será que seu verdadeiro propósito está sendo distorcido para manipular os membros a se submeterem a heresias ou abusos?

 

A Assembleia que Não Cumpre Seu Propósito

 

De que adianta continuar se reunindo se, durante a assembleia, a igreja se recusa a fazer o que é certo? A Bíblia descreve uma assembleia onde cada membro participa ativamente: um ensina, outro traz uma revelação, alguém fala em línguas, e outro profetiza (1 Coríntios 14:26). Mas isso acontece nas igrejas hoje? Se não, por que continuar com essas reuniões?

 

Abandonar a Assembleia ou a Igreja?

 

Hebreus 10:25 é claro: devemos continuar a nos reunir para sermos fiéis a Cristo, não à instituição. Mas, se a própria igreja abandonou os verdadeiros ensinamentos de Cristo, ser fiel a Jesus pode, sim, significar abandonar a assembleia dessas igrejas. Não devemos temer a perseguição de líderes que se afastaram da Palavra, que ignoram ou distorcem os ensinamentos de Jesus.

 

Se as igrejas perseguem aqueles que buscam viver a fé plenamente, praticando e ensinando sobre as promessas de cura e milagres, que diferença faz se essas igrejas continuam se reunindo? De que adianta manter uma rotina de assembleias que, na prática, negam os princípios fundamentais do evangelho?

 

O Verdadeiro Compromisso: Fidelidade Primordial a Cristo, Não à Igreja/CNPJ

 

A grande força da Igreja Católica Romana é exigir lealdade incondicional à Igreja e ameaçar aqueles que estão fora. Muitos pastores episcopais fazem o mesmo. O compromisso com Jesus Cristo não é o mesmo que um compromisso cego com a igreja institucional. Hebreus 10:25 fala de fidelidade a Jesus, não a uma igreja que abandonou seus princípios. Continuar a se reunir em uma igreja que rejeita os ensinamentos de Cristo, como o poder de cura, pode ser uma forma de comprometer-se com o erro.

 

É preciso coragem para deixar para trás igrejas que não vivem plenamente o evangelho. Se uma igreja rejeita as promessas de Deus, como a cura em nome de Jesus, os cristãos devem questioná-la e, se necessário, afastar-se.

 

Um Novo Olhar para a Assembleia

 

O verdadeiro significado de Hebreus 10:25 vai além de simplesmente frequentar uma igreja. Trata-se de uma convocação para permanecer fiel a Cristo, mesmo que isso signifique deixar uma igreja que se afastou dos ensinamentos bíblicos. Escolha com sabedoria onde se reunir, examine o que ela ensina e faz.

 

Se a sua igreja não segue Jesus com integridade e não vive a fé com base nas promessas de Deus, como a cura milagrosa, é hora de considerar abandonar essa assembleia. Busque um lugar onde o evangelho não seja apenas uma palavra, mas uma prática diária, manifesta em milagres e cura.

 

O chamado de Hebreus 10:25 é para mantermos nossa fidelidade a Cristo, e não a uma igreja que se esqueceu do verdadeiro evangelho. Escolha a assembleia que honra Jesus em toda a sua plenitude.

 

"Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que conheçam a esperança para a qual Ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dEle nos santos e a incomparável grandeza do Seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da Sua poderosa força. Esse poder Ele exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o assentar-se à Sua direita nas regiões celestiais, muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se possa mencionar, não apenas nesta era, mas também na que há de vir. DEUS COLOCOU TODAS AS COISAS DEBAIXO DE SEUS PÉS E O DESIGNOU CABEÇA DE TODAS AS COISAS PARA A IGREJA, que é o Seu corpo, a plenitude dAquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstância" (Efésios 1:18-23).


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