27.9.13

Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união

Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.



Salmos 133:1


Raniere Menezes

Esse é um dos versos mais usados por dirigentes de louvor e liturgia, mas que fique bem claro que o texto não emite, aqui, apenas uma recomendação geral sobre união fraternal. Há uma referência particular contextual, e esta particularidade muitas vezes é ignorada pelos interpretes. Quais foram as circunstancias que produziram este salmo?

Davi rende graças a Deus pela paz e harmonia que acontecera após um longo e triste estado de confusão e divisão no reino do seu tempo e ele exorta a todos do seu reino a manter a paz. Ao escrever esse salmo, Davi estava vibrando de alegria pela bondade de Deus em unir o povo que fora tristemente dividido. Quando Davi tomou posse do reino, a maior parte da nação o via como um inimigo do bem público e se afastou dele. A hostilidade era tão grande que a única alternativa seria a destruição da oposição para assegurar a paz. Mas a mão de Deus trouxe harmonia entre os que haviam sido inflamados por violenta antipatia. Deus fez com que todo reino congregasse cordialmente. Davi teve a mais profunda motivação para exclamar: "Oh!", com Deus é bom em nos unir!

O povo judeu experimentara extremos antagonismos internos,  que quase destruiu a nação, daí aprenderam o inestimável valor da união. Em outras palavras, Davi quis dizer: "Nós, que éramos irmãos naturalmente, nos dividimos tanto que olhamos uns para os outros com ódio mais amargo do que para com os inimigos estrangeiros; agora, quão bom é cultivar um espírito de concórdia fraternal!"

APLICAÇÃO: Não resta dúvida de que o Espírito Santo recomenda a harmonia mútua entre os irmãos e nos exorta a manter essa paz. Não deixemos as animosidades nos dividir! Não deixemos que os rancores prevaleçam entre nós! Podemos ser irmãos diante de Deus, mas não podemos ser considerados um só povo enquanto o Corpo estiver quebrado e desmembrado! Devemos nos opor aos inimigos da verdade e manter uma boa relação com quem ama a verdade e é tratável. Não devemos ter comunhão com quem permanece no erro! Devemos andar juntos na verdade de Deus, a qual é o único vínculo da união santa.

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Referência: Salmos, por João Calvino.