Oh! quão bom e quão
suave é que os irmãos vivam em união.
Salmos
133:1
Raniere Menezes
Esse é um dos versos mais usados por dirigentes de louvor e
liturgia, mas que fique bem claro que o texto não emite, aqui, apenas uma
recomendação geral sobre união fraternal. Há uma referência particular
contextual, e esta particularidade muitas vezes é ignorada pelos interpretes.
Quais foram as circunstancias que produziram este salmo?
Davi rende graças a Deus pela paz e harmonia que acontecera
após um longo e triste estado de confusão e divisão no reino do seu tempo e ele
exorta a todos do seu reino a manter a paz. Ao escrever esse salmo, Davi estava
vibrando de alegria pela bondade de Deus em unir o povo que fora tristemente
dividido. Quando Davi tomou posse do reino, a maior parte da nação o via como
um inimigo do bem público e se afastou dele. A hostilidade era tão grande que a
única alternativa seria a destruição da oposição para assegurar a paz. Mas a
mão de Deus trouxe harmonia entre os que haviam sido inflamados por violenta
antipatia. Deus fez com que todo reino congregasse cordialmente. Davi teve a mais profunda motivação para exclamar: "Oh!", com Deus é bom em nos unir!
O povo judeu experimentara extremos antagonismos
internos, que quase destruiu a nação,
daí aprenderam o inestimável valor da união. Em outras palavras, Davi quis
dizer: "Nós, que éramos irmãos naturalmente, nos dividimos tanto que
olhamos uns para os outros com ódio mais amargo do que para com os inimigos
estrangeiros; agora, quão bom é cultivar um espírito de concórdia
fraternal!"
APLICAÇÃO: Não resta dúvida de que o Espírito Santo
recomenda a harmonia mútua entre os irmãos e nos exorta a manter essa paz. Não
deixemos as animosidades nos dividir! Não deixemos que os rancores prevaleçam
entre nós! Podemos ser irmãos diante de Deus, mas não podemos ser considerados
um só povo enquanto o Corpo estiver quebrado e desmembrado! Devemos nos opor
aos inimigos da verdade e manter uma boa relação com quem ama a verdade e é
tratável. Não devemos ter comunhão com quem permanece no erro! Devemos andar
juntos na verdade de Deus, a qual é o único vínculo da união santa.
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Referência: Salmos, por João Calvino.