Americanos cristãos do século 20 são, na sua maioria, um bando de pusilânimes. O único momento em que perdem a sua timidez é para atacar um cristão companheiro que é corajoso na defesa da verdade. Um cristão como esse é percebido como uma ameaça à “unidade dos crentes” e à “paz da igreja”.
As duas coisas mais chocantes para um cristão americano do século 20 ler são as obras de Martinho Lutero e João Calvino, pois esses homens — que eram valentes da verdade — não hesitaram em xingar as pessoas.
Desafortunadamente, a maioria dos cristãos professos de hoje parece nunca ter passado de Mateus 7. Isso é muito ruim, pois eles deveriam ler Mateus 23. Apenas nesse capítulo, Cristo xinga 16 vezes os escribas e fariseus. Os nomes são “hipócritas” (7 vezes), “filhos do inferno” (uma), “guias cegos” (duas), “tolos e cegos” (3 vezes), “sepulcros caiados” (uma), “serpentes” (uma) e “raça de víboras” (uma). Visto que Cristo era sem pecado, podemos deduzir pela consequência boa e necessária que xingar como tal não é um pecado. Visto que tudo o que Cristo fez foi justo e virtuoso, podemos deduzir por consequência boa e necessária que xingar corretamente é uma virtude.
Mas Cristo não é o único exemplo. João, o qual alguns cristãos professos amam, pois eles entendem e representam incorretamente o que ele diz sobre amor, chama certas pessoas conhecidas pelos seus leitores de “mentirosos” e “anticristos”. Aquelas almas sensíveis que se acovardam quando leem o capítulo 25 da Confissão de Fé de Westminster, que identifica o papa como anticristo, deveriam ler 1 João 2 e 2 João.
Trechos do artigo: A Virtude de se Xingar, por John W. Robbins, publicado no Monergismo.com