18.12.25

A Escatologia dos Blogs: Os Blogs Morreram há Anos

 


A Escatologia dos Blogs: Os Blogs Morreram há Anos

Dizem que os blogs morreram há anos. O Google, com suas mudanças de algoritmo, foi coveiro e o padre exorcista na cerimônia. Agora, a inteligência artificial tem acabado com a hegemonia de pesquisar pelo Google, redesenhando novamente o mapa de como consumimos informação na internet.

Mas aqui estamos nós, os blogueiros pessoais, ainda respirando.

Somos os sobreviventes dessa escatologia digital. Orbitamos num limbo estranho, dentro de uma cápsula do tempo que ninguém mais visita com frequência. Não aparecemos nas primeiras páginas do Google. Não viralizamos. Não geramos engajamento mensurável.

E sabe de uma coisa? Está tudo bem.

Seu Espaço

Porque este é o meu espaço. Minha cápsula. Meu depósito de ideias. Um lugar meu sem regras impostas por algoritmos canibais por atenção. Sem limite de caracteres. Sem stories que desaparecem em 24 horas. Sem feeds infinitos que engolem os pensamentos em segundos.

Apenas continue escrevendo.

Um blog pessoal é um bom lugar para compartilhar seus pensamentos. Não para uma audiência fantasmagórica de milhões, mas para você mesmo daqui a dez anos. É um lugar para onde você pode voltar quando quiser lembrar de algo que escreveu há mais de uma década. Aquele insight que teve sobre algo. Aquela fase pela qual passou. Aquela pessoa que você era.

Pegadas Digitais

É um lugar onde você deixou uma pegada digital que realmente significa alguma coisa — não um like, não um retweet, mas um pensamento (in) completo, articulado, seu.

Meu blog pessoal é meu caderno aberto e público. Longe das redes sociais e seus ruídos. Longe da performatividade obrigatória. Longe da necessidade constante de ser relevante, viral, otimizado.

Os blogs podem ter morrido para o mundo. Mas para quem ainda escreve neles, eles são mais vivos do que nunca.

Então, sim: os blogs morreram.

Vida longa aos blogs.