23.6.11

A Marcha para Jesus - Uma avaliação crítica



por Rev. Augustus Nicodemus Lopes




INTRODUÇÃO


A “Marcha para Jesus” é um evento que acontece em muitas cidades do Brasil, patrocinado pela Igreja Apostólica Renascer em Cristo, e consiste basicamente numa grande passeata de evangélicos com shows gospel. O evento ocorre desde 1993 no Brasil e costumava dividir opiniões tanto na mídia secular quanto evangélica. Hoje, já mais arrefecida, a “Marcha” continua chamando a atenção, embora com menos intensidade. O presente artigo visa apresentar uma análise crítica, não do evento propriamente dito, mas das razões e argumentos apresentados para justificar o evento. Estas razões e argumentos, bem como informações institucionais e históricas sobre a Marcha estão disponíveis no site www.marchaparajesus.com.br (em 12/01/2005).


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19.6.11

100 anos da Assembléia de Deus no Brasil



Biblicamente não creio nem estou convencido que o culto cristão genuíno seja pentecostal. Se os 100 anos da Igreja Assembléia de Deus (AD) devem ser parabenizados, certamente tal denominação deverá ser parabenizada por seus feitos sociais polinizadores e ações sociais em geral, mas a bandeira do pentecostalismo em seu cerne é uma coletânea de erros doutrinários. A começar pela ênfase em supostos dons espiritual fundamentados em experiências. Sem falar do legalismo de uso e costumes. Tais coisas estranhas não honram o equilíbrio da sã doutrina.


Apesar de algumas mudanças positivas hoje, como por exemplo, uma maior preocupação da linha editorial de sua casa publicadora, as Assembléias de Deus, na prática, ainda são inventoras ativas de novas tradições humanas, em nome de uma “espiritualidade” e “unção”, e todo movimento contrário é taxado de frio e não-espiritual.


Muitas dessas igrejas não sobrevivem sem aquecer a lareira das pregações e cânticos triunfalistas. Nos cultos, há muito holofote para cantores, teatros, corais, testemunhos pessoais, profecias particulares e honras floridas às personalidades e autoridades presentes. Ou seja, princípio regulador de culto é algo desprezado e desconhecido.


A produção musical é pobre de doutrina apostólica e demasiadamente antropocêntrica. E muitos chamam tais movimentos de avivamentos e bênçãos. Pastores “intocáveis e ungidos” determinam o que é verdade e se blindam num tipo de imunidade em nome de Deus.


É certo que muitos irmãos dentro da AD estão inconformados com certos moveres anti-bíblicos, e estes merecem honra pelo esforço e batalha. Tais irmãos, que ao serem zelosos em erguer a bandeira da herança reformada, são perseguidos e classificados de hereges pelas lideranças da denominação, continuam inconformistas e realmente estão plantando uma semente de um novo mover de Deus genuíno.

17.6.11

É mais fácil esfriar um fanático do que esquentar um defunto. 
Irmão André 

8.6.11

As Doutrinas da Graça são forjadas em aço, como as mais excelentes espadas.

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Calvinismo consistente não é vento de doutrina, não está à mercê das ondas e movimentos... só as falsas doutrinas permitem oscilar. As Doutrinas da Graça são forjadas em aço, como as mais excelentes espadas.

1.6.11

A Importância do Alicerce - A Igreja e uma parábola futebolística, uma breve reflexão


Os pais perguntam por que os regatos são amargos, quando eles mesmos envenenaram a fonte. John Locke

A melhor maneira de derrotar o diabo é atingi-lo na cabeça com um berço.
Billy Sunday




Guardando com muita prudência e reserva as devidas comparações, a Igreja do século XXI tem muito que aprender com o atual e badalado time de futebol Barcelona, fundamentalmente naquilo que se refere ao extraordinário sistema de formação de base dos jogadores. Os melhores jogadores do melhor clube do mundo na atualidade têm em seu DNA uma fórmula não-mágica: eles cresceram no clube, nas categorias de base; são pratas da casa; crias do clube. São craques por vocação e são agregados ao clube antes da adolescência. Está comprovado com incontestáveis resultados e conquistas que o trabalho de formação com equipes de base faz toda a diferença e é a razão do sucesso do Barça! Obviamente os objetivos da Igreja e do futebol são antagônicos. Mas o que isso tem a ver com a Igreja?


A Reforma Protestante dos séculos 16 e 17 foi um combustível para momentos de grandes frutos e conquistas cristãs e político-sociais. Sua influência não se restringiu aos encontros semanais de igrejas, ela se aprofundou de tal maneira que englobou a vida de nações inteiras, dos governantes aos cidadãos mais simples. Grandes teólogos, grandes juristas, extraordinários governantes e líderes influentes foram moldados desde a infância em lares genuinamente cristãos com sólida formação de base educacional. Toda força da Igreja começava e começa no culto familiar. Esta verdade pode ser extraída desde a formação do antigo Israel, o privilégio e a responsabilidade da família da aliança colocados em prática. Podemos citar como exemplo de educação religiosa eficaz no Novo Testamento, Timóteo (2Tm 1.5;3.15). Quantos Timóteos estão sendo formados hoje na infância? “Um lar sem culto doméstico não tem alicerce nem teto” como bem disse J. M. Mason. Cabe a todos os cristãos que exercem papel de educadores guiarem os jovens a uma cosmovisão cristã genuína e encorajá-los a replicarem esta formação.


O que você tem feito como líder espiritual? Qual a formação de base que tem oferecido? Tem deixado nas mãos de pessoas bem intencionadas, mas despreparadas ou mesmo não tem nem dado devida atenção e importância? Uma igreja que não cuida dos seus pequenos o mundo cuidará. Elas não ficarão sem educação, para o bem ou para o mal. Cabe aos líderes espirituais (nos lar e na Igreja) agirem como líderes espirituais. As Igrejas Reformadas mais fortes eram aquelas que doutrinavam seus jovens com catecismos e boa doutrina e cosmovisão cristã. Não adianta ensinar as crianças apenas vagas noções de espiritualidade. Deus não está pedindo aos pais, professores e pastores que eduquem ao modo que convém e então adicionem a idéia de Deus a vida deles. A cosmovisão atual abrangente é “convidar” a Deus a participar de um programa pedagógico formado pelo mundo e seus valores e não o seguir a Cristo pelo caminho estreito. Uma formação de base sólida requer sacrifício, disciplina e fidelidade dos tutores. Não é apenas convidar a Deus para espiritualizar nossas idéias e nossos gostos. E é isto o que acontece na prática em muitos lugares. Como Igreja não podemos nem devemos fugir dessa responsabilidade. Guarde esta verdade em letras grandes: “Onde temos uma tenda, é preciso que Deus tenha um altar.” (Matthew Henry). Deus cobrará isso de cada um de nós.


Hoje muitos adolescentes e jovens que se dizem cristãos, enquanto deviam está mergulhando em excelentes doutrinas espirituais, simplesmente estão embebidos numa cultura pop gospel que valoriza os maneirismos, os modismos, o imediatismo pragmático, irracional, relativista, individual e consumista. E isto com apoio de muitos pais e pastores negligentes. As mensagens estão sendo diluídas na pregação e nos louvores mas poucos se importam com o fraco alimento. O objetivo atual, muitas vezes, é encontrar uma “tribo” que agrade, que gere bem-estar e uma realização positiva. E enquanto nem em casa nem na Igreja nada acontecer no sentido de reverter essa situação, a formação de base da Igreja não se fortalecerá e nada mudará. Não é a toa que hoje temos uma sociedade em todos os setores corrompida. Na situação atual só nos restam duas opções: correr atrás do prejuízo para minimizar os danos gerados por gerações anteriores recentes e ao mesmo tempo educar nossos filhos no Caminho estreito do Senhor ou tentar correr atrás do prejuízo e continuar a não fazer nada aumentando assim os danos futuros.


Se realmente quisermos escrever um novo capítulo de bênçãos espirituais na história da Igreja devemos rever os NOSSOS pontos falhos e das gerações anteriores e recomeçar a plantar boas sementes para o futuro. Como sabiamente apontaram antigos cristãos: “As famílias cristãs devem ser as principais preservadoras do interesse pela verdadeira religião neste mundo”. (Richard Baxter); “O lar é o seminário de todas as outras instituições”. (E. H. Chapin); “O círculo familiar é o supremo condutor do cristianismo”. (Henry Drummond). A força do alicerce está na educação cristã genuína, não há outra saída! Não entreguemos nossos filhos ao sistema mundano. Tudo de errado ético e moralmente que está acontecendo hoje em nossa sociedade é fruto em grande parte da NEGLIGÊNCIA dos pais e líderes religiosos das gerações que tiveram a responsabilidade e o privilégio de alicerçar a família em Cristo e seus valores, mas falharam. A fé cristã é uma fé movida por ESPERANÇA, e há pouca esperança para uma sociedade educada numa cosmovisão ímpia.


Concluo com duas frases que devem ser impressas em ferro quente em nossa carne:


Nenhum homem ou mulher jamais teve um desafio mais nobre ou um privilégio mais elevado do que educar um filho para Deus. Sempre que menosprezarmos esse privilégio ou negligenciarmos esse ministério por causa de qualquer outra coisa, viveremos para nos lamentar disso com tristeza e dor. (Vance Havner)


Quantos pais descuidados os olhos puros de Deus vêem entre vocês, os quais, se não mudarem de direção, encontrarão um dia seus filhos abandonados em um inferno eterno! (Robert Murray M'Cheyne)


Alimentemos nossa esperança, renovemos nossa esperança proporcionando uma boa formação de base religiosa cristã VIVA e VERDADEIRA, HOJE, no lar e na Igreja.