28.7.24

Marduk, mitologia babilônica e falsos deuses

Marduk, mitologia babilônica e falsos deuses


A busca por deuses imaginários muitas vezes reflete um desejo idólatra de segurança, ordem e proximidade. Ao criar e adorar esses falsos deuses, as pessoas tentam trazer sentido ao caos, buscar favores e encontrar uma sensação de proteção. Os mitos e os deuses falsos desempenham um papel fundamental em muitas religiões, servindo como uma tentativa de conectar a experiência humana imanente com o transcendente.


Na mitologia babilônica, Marduk; Merodaque; é o deus principal de Babilônia. Antigos povos, como os assírios, babilônios e egípcios, atribuíam grande importância ao misticismo, magia e encantamentos. Essas práticas eram essenciais para entender e influenciar o mundo ao seu redor.




Na Antiga Assíria e Babilônia, os deuses não só podiam ser chamados por meio de fórmulas mágicas, mas também usavam encantamentos. Por exemplo, o deus Ea-Enki, conhecido como "Senhor dos Encantamentos", tinha um papel crucial nesse aspecto mágico. Seu filho, Marduque, era ainda mais poderoso e utilizava encantamentos mais fortes que qualquer outro deus.


Arqueólogos encontraram muitos indícios sobre a magia nas religiões antigas dos povos semitas. Um exemplo é o manual chamado "Maglu", que menciona a religião assíria como uma "grande prostituição da bela e encantadora meretriz, mestra de feitiçarias".


Marduque ou Marduk, uma divindade babilônica, tornou-se o deus principal na Babilônia durante o reinado de Hamurabi. Naquela época, ele era visto como o deus de todas as virtudes, incluindo aquelas atribuídas ao deus tempestade e criador, En-Lil. Seu templo principal era a E-Sagila, na cidade de Babilônia. Durante as celebrações de Ano Novo, os babilônios louvavam Marduque e suas virtudes.




Os israelitas conheciam Marduque como Merodaque, um nome que aparece em combinações como Evil-Merodaque, Merodaque-Baladã e Mordecai. Outro nome associado a ele é Bei. A teologia babilônica via Marduque como o poder cósmico que determinava o destino das pessoas, uma tarefa que ele assumia no início de cada ano. Originalmente, Marduque era uma divindade solar, e sua consorte era Sarpanitu, cujo nome significa "a rebrilhante". --  Zarpanitu (também romanizada como Ṣarpānītu) era uma deusa mesopotâmica venerada como esposa de Marduk. Embora detalhes sobre sua personalidade sejam escassos, fontes posteriores sugerem que Zarpanitu estava associada à fertilidade e à gravidez, e que poderia assumir papéis similares aos de seu marido, incluindo o de rainha dos deuses. Inicialmente adorada em Zarpan, uma vila próxima à Babilônia, esta cidade também se tornou o principal centro de seu culto.


Merodaque: O "Rei dos Deuses" da Babilônia


Merodaque, cujo nome significa "rei dos deuses", é uma divindade importante da antiga Babilônia. Em acádico, seu nome era Marduque ou Marduk, e a forma hebraica desse nome era Marodach. No Antigo Testamento, encontramos o nome Merodaque em combinações como Evil-Merodaque e Merodaque-Baladã. O profeta Jeremias se refere a ele em um versículo: "Tomada é Babilônia, Bei está confundido, e abatido Merodaque..." (Jer. 50:2).


Merodaque era adorado desde o segundo milênio a.C. e, na época, era o deus principal da Babilônia. No entanto, sua história é ainda mais antiga, já que ele era originalmente uma divindade suméria chamada Am ar-utu. À medida que sua importância cresceu, ele absorveu atributos de outros deuses sumérios como Anu e Bei.


Alguns estudiosos acreditam que o épico da criação babilônico foi escrito em homenagem a Merodaque. Além disso, acredita-se que ele esteja representado na esteia de Hamurabi, um famoso código de leis babilônico.




Mitos nas Religiões


Nos estágios iniciais de muitas religiões do mundo, muitos fundamentos estão baseados em mitos. Os seguidores dessas religiões costumam hesitar em admitir isso quando se trata de suas próprias crenças, embora aceitem que outros sistemas de fé também dependam de mitos.


Mitos são importantes nas religiões, tanto primitivas quanto avançadas. Eles ajudam a conectar o transcendente com a experiência pessoal imanente através de conceitos mitológicos. Por exemplo, na mitologia babilônica, o mito da criação fala sobre Marduque lutando contra o dragão Tiamate como preparação para criar a terra e o homem.


Tiamate: O Caos e a Criação na Mitologia Babilônica


Tiamate é uma figura central na mitologia semítica e babilônica, representando as Águas Primitivas de onde surgiram os deuses, os homens, os céus e a terra. No mito da criação, Tiamate, a mãe primitiva, é associada a Apsu, o pai primitivo. Juntos, eles são considerados os pais dos deuses.


Com o tempo, o mito evolui e Tiamate é vista como a personificação das forças da escuridão e do caos, enquanto Marduque é o deus da vida e da luz. Tiamate é representada como águas caóticas e como um dragão temível e enfurecido.


Em uma versão mais avançada do mito, Tiamate entra em conflito com Marduque e, posteriormente, com o deus Asur. Ela é derrotada e seu corpo é dividido para formar o cosmos, com suas partes criando o mundo inferior e o superior. Essa história é narrada no épico nacional babilônico chamado Enuma Elish.


Deuses Falsos


A adoração a uma grande variedade de deuses imaginários é uma prática comum entre muitos povos pagãos. Essa adoração reflete a insegurança e a perplexidade dos seres humanos, que tentam se proteger em um mundo cheio de ameaças e desordem. Ao olhar para o mundo, eles veem muitos mistérios e dão a alguns desses mistérios o título de deuses. A natureza humana sempre teve uma inclinação para o religioso (Romanos capítulos 1-3), e os muitos deuses são uma forma de expressar essa necessidade.


O apóstolo Paulo ficou impressionado com a quantidade de deuses em Atenas (Atos 17). Para muitas pessoas, a ideia de um Deus único, distante e elevado pode parecer muito remota. Por isso, é mais fácil personificar coisas próximas e atribuir a elas qualidades divinas, criando uma sensação de proximidade que um conceito elevado não oferece.


Esse impulso por proximidade também inspirou o desenvolvimento de angelologia (a doutrina dos anjos), a veneração de santos e o uso de ícones e ídolos para lembrar esses santos. Mesmo a prática de idolatria, quando uma pessoa não acredita na validade dos ídolos, pode ser uma forma de buscar essa proximidade com algo além do material.


O Deus único da Bíblia e o único Mediador entre Deus e os homens (I Tim. 2:5) representam um protesto contra essa pluralidade de deuses. No entanto, a ideia de pluralidade ainda pode ser vista no ministério dos anjos, desde que não lhes seja conferido status divino. O espiritismo, por sua vez, busca a pluralidade ao tentar contatar as inúmeras almas dos mortos. Parte do cristianismo tem seus santos, que ajudam a satisfazer a necessidade de poderes próximos, servindo como intermediários de Deus. Infelizmente, a busca por múltiplos intermediários leva à idolatria, mesmo quando uma tradição religiosa oficialmente rejeita essa prática.


Ore ao Deus Único e Verdadeiro, sem medo


Há uma ilustração interessante de um pastor que é mais ou menos assim: A oração pode ser complicada em algumas mitologias pagãs. Vamos simplificar. Imagine um homem que ora a seu deus Marduk pedindo dinheiro para pagar as dívidas da mãe. Marduk atende ao pedido, mas da forma mais terrível: ele mata a mãe em um acidente. O homem recebe uma indenização suficiente para cobrir as despesas e pagar as dívidas. 


Marduk deu o que foi pedido, mas o resultado foi trágico. O homem queria ajudar a mãe, mas acabou perdendo-a. A divindade fez um pedido simples se transformar em algo doloroso, mostrando que, mesmo quando pedimos algo com boas intenções, a resposta pode ser cruel e irônica. E geralmente, os deuses são instáveis, inconstantes, mutáveis, falhos, imperfeitos, apesar de seus supostos poderes.


Mas se o homem tentar ser mais específico na sua oração? Ele pede dinheiro para pagar a dívida, mas sem que ninguém seja prejudicado. Então, ele ganha na loteria e paga tudo. No entanto, sua mãe, que havia parado de trabalhar e começou a beber, morre em um acidente de carro por estar embriagada.


Os pagãos/idólatras têm medo da “vontade de deus” porque ela é imprevisível e muitas vezes cruel. Mesmo que o deus faça promessas, você nunca sabe se ele vai cumpri-las ou distorcê-las. E se você não o agradar, pode acabar pior. Por isso tantos absurdos já foram feitos em nome dos deuses, desde derramamento de sangue inocente até promessas malucas.


Você deve mesmo pedir? Se não pedir, que tragédia virá? Se pedir algo, como o deus pode distorcer seu pedido? Pedir pode ser arriscado. Talvez seja melhor não chamar a atenção de um deus que pode ser caprichoso. Se você quer algo, é melhor ir atrás por conta própria.


Os pagãos vivem em um medo constante, embora chamem isso de reverência. Eles tentam agradar aos deuses com promessas, sofrimentos e sacrifícios, sem saber quando serão abençoados ou punidos. Mesmo que esses deuses sejam falsos ou demoníacos.


O Deus verdadeiro, como ensinado por Jesus, não é cruel e imprevisível. Em vez de testar sua fé com sofrimento desnecessário, Jesus nos oferece alívio e descanso. Ele diz: “Venham a mim, todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para suas almas” (Mateus 11:28-30). O evangelho é sobre alívio e não sobre aumentar o sofrimento. 


Jesus não mudou. Seu fardo é leve e Ele continua oferecendo descanso verdadeiro.


RM-FRASES PROTESTANTES

Referência: Enciclopédia Champlin