16.1.11

Fundamentalismo Morto


“El problema de Dios hoy en día es no el comunismo, ni tampoco el Romanismo, ni el liberalismo, ni el modernismo. El problema de Dios es -- ¡el fundamentalismo muerto!” (Leonardo Ravenhil)


Ao longo dos anos o termo “evangélico” de tão vulgarizado passou a ser uma expressão pejorativa: não importa no que se crê, todos são evangélicos.


Da mesma forma os termos “fundamentalismo” e “reformado” foram assim agredidos.


Do final do séc XIV para o séc XVII a igreja foi agraciada pelo último avivamento da história (eis o período que conhecemos por reforma). Do séc XVIII para cá, a igreja mediante sutis ações de homens descompromissados com o “sola scriptura” foi perdendo as suas características.


Na atualidade, muitos que se autodenominam “fundamentalistas” e “reformados”; declaram “assentimento” à Confissão de Fé de Westerminster (CFW), todavia, ao mesmo tempo que fazem isto, relutam contra aqueles que verdadeiramente pretendem assumir o legado da postura puritana. Logo, pergunta-se: Como anuir com a CFW e ao mesmo tempo rejeitar a postura puritana? Isto no mínimo é agir com incoerência pois a CFW é objeto do labor puritano.


Ora, dizem eles que os puritanos tiveram a sua época com o seu contexto social e eclesiológico e hoje a igreja vive outras circunstâncias, outro contexto de modo que (para eles) não convém assumir a postura puritana nos dias atuais. Mas vale perguntar: Será que Deus mudou o seu padrão de santidade, será que os puritanos falharam na exegese ou será que eles foram eficientes na interpretação mas covardes na eficácia?


Bem, estamos certos de que o padrão de Deus continua sendo o mesmo (Ele não muda). Da mesma forma que os puritanos representam o mais alto nível exegético de toda a história posto que a CFW continuar vigente e, por fim que eles não foram incoerentes mas harmonizaram as suas vidas com o que aprenderam e ensinaram ao ponto de se submeterem à perseguição e ao martírio.


Vale exclamar que o puritanismo não foi um modismo nem um movimento isolado como pretendem esses pseudo fundamentalistas. Pelo contrário, ao interpretarem as Escrituras e aplicarem as implicações dos ensinos santos em suas vidas, varreram da igreja os muitos vícios que descaracterizavam o culto. Eles confrontaram a cultura bíblica com a cultura vigente na sociedade da época e promoveram o último avivamento da história cujo fato, levou toda a monarquia a viver vinte anos de expressiva ortopraxia.


Será que esse modelo de santidade extraído da Bíblia, não serve mais para os dias de hoje? Será que para hoje, Deus estabeleceu novos critérios de santidade? Se é assim, a natureza de Deus foi totalmente descaracterizada, pois uma vez que a sua vontade (que é o seu caráter) sofreu mudança, relativamente Ele perdeu o atributo da imutabilidade, logo, deixou de ser Deus (o que é incoerente, pois Deus nunca deixará de ser o que É).


O fato é que esses falsos fundamentalistas não anelam pelo aperfeiçoamento da santidade cujo objeto é agradar a Deus, mas, acomodam-se a conceitos infantis que redundam em vícios por força de falsos preconceitos (a exemplo do movimento feminista dentro da igreja) e até mesmo por não terem coragem de enfrentar as adversidades que ferem a ortopraxia. Esses na realidade são religiosos tradicionalistas que expressam na fronte a marca de Armínio e são responsáveis pelo terrível malefício de furtar a glória do Todo Poderoso.


É salutar entender que o caráter arminiano não se restringe à crença no livre arbítrio - Alguém teoricamente pode crer que o homem não tem livre arbítrio e relativamente exaltar a soberania de Deus na salvação, mas, ao mesmo tempo incoerente, teórica e praticamente esse alguém coloca o homem no centro da liturgia, ofuscando a glória de Deus - este é o caráter do arminianismo (O ANTROPOCENTRISMO).


Erasmo, ao pensar no livre arbítrio, se equivocou em crer que essa idéia de liberdade era a expressão da justiça de Deus, mas o fato é que essa tal “liberdade” ofusca a glória do Todo Poderoso e faz da Escritura um livro contraditório. Então, quando o Dia do Senhor e relativamente a cerimônia litúrgica são profanados, isto ocorre, mediante todas as ações que subtraem a glória do Altíssimo para o enaltecimento do homem (diversões e entretenimento dominical, culto dos pais, das mães, das crianças, etc...) – ISTO É ARMINIANISMO.


Hoje, alguns poucos que desejam prestar ao Senhor o culto vertical, deparam-se com essa deturpação teológica que descaracteriza os atos litúrgicos e profana o Domingo. E Isto se espalhou como um câncer em metástase de modo que até as igrejas históricas, na sua totalidade de denominações já foram seriamente afetadas e encontram-se moribundas porque já não mais estão abertas para a reforma.


Embora o salmista tenha bradado: “Não a nós Senhor, não a nós, mas ao Teu nome o dar glória”, o homem armou para si um altar e prostrou-se diante de si mesmo – São igrejas isentas de aplicação disciplinar, pregações antropocêntricas, “pastores” super-star, humoristas, exibicionistas, que fazem do ato cerimonial um espetáculo para o entretenimento do povo, “ministérios” feministas que descumprem a ordem do SENHOR e seguem influenciando a outros o mesmo proceder e assim, como nos dias de Noé nos quais distraído do seu Criador, o povo casava e se dava em casamento se identifica hoje uma geração que não enxerga o acelerado crescimento da iniqüidade ao ponto que as palavras de Paulo se cumprem “nos últimos dias os homens serão amantes de si mesmos ... mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”.


Que Deus guarde os seus dos enganos emocionais, da falsa piedade, produzidos pelo corrupto coração humano e 2011 seja de fato um novo ano de novas reformas e não aquele tão conhecido velho enrugado, mórbido, desencorajado acomodado, TRADICIONALISTA que vai sendo devorado pelo pluralismo de falsos fundamentalistas.


João Libório