Breve análise de redes sociais do Apóstolo Paulo - Por Raniere Menezes
Albert-László Barabási é uma das maiores referências da
atualidade quando o assunto é ciência de redes. Existiram muitos teóricos que falaram
de redes bem antes da existência da Internet e Redes Sociais, e bem antes de
Barabási. Os estudos das redes envolvem matemática, física, ciências da
computação, sociologia, biologia, química e muitas outras áreas. Há muito
material disponível sobre ciência de redes disponíveis na Internet.
A abordagem de Barabási é muito interessante porque ele
insere na história das redes sociais o Apóstolo Paulo, no século I. Ele destaca
que Paulo percorreu milhares de quilômetros, anos apos anos, dando um total de
16mil km em 12 anos. É amplamente reconhecido que a propagação do cristianismo
no primeiro século deve-se especialmente a missão e evangelismo de Paulo.
Inicialmente Saulo (posteriormente, Paulo) era um perseguidor
feroz de cristãos, judeu ortodoxo, falava várias línguas, possuía nacionalidade
judia e romana, e domínio cultural do mundo grego. Viajava de comunidade em
comunidade perseguindo, caçando, aprisionando e matando cristãos. Conhecedor de
três culturas, homem viajado, foi escolhido por Deus para defender a mensagem
do Evangelho que antes combatia.
Paulo usou sua vasta cultura para espalhar o Evangelho no
primeiro século, de Jerusalém a Roma, alcançou o maior numero possível de
pessoas. Foi o maior teólogo e missionário do cristianismo. O mediterrâneo era
uma área geográfica toda interligada por estradas, a providência de Deus
interligou todo mundo antigo através da expansão grega e romana. Obviamente, os
cientistas sociais não cristãos não entendem dessa forma. Mas é como as Escrituras
Sagradas ensinam.
Barabási em sua teoria diz que tudo esta ligado a tudo, seja
no comércio, ciência e vida cotidiana. Voltado à missão de Paulo, quando ainda
era Saulo e combatia o cristianismo, ele viajou de comunidade em comunidade
perseguindo cristãos. Este foi seu primeiro conhecimento de rede adquirido.
Quando então transformou-se em Paulo, o Saulo convertido ao cristianismo, ele
sabia bem como espalhar a mensagem, com base em seu conhecimento das
comunidades, esta é a teoria de Barabási.
Para um melhor entendimento das expansões judaicas e cristãs
é também muito importante compreender as antigas DIÁSPORAS (significa
dispersões de povos, por motivos políticos ou religiosos, é um tipo de
deslocamento ou migração forçada ou incentivada de uma população). Os judeus
foram dispersos pelo mundo muitas vezes na história, o mesmo aconteceu com os
cristãos, a maioria das vezes por perseguição. – Mais uma vez entra o
entendimento da providência que foge da compreensão dos céticos. Deus, em sua
providência, ao longo da história pode usar perseguições para dispersar o seu
povo e com isso sua mensagem pode ser levada para os lugares mais distantes. As
antigas diásporas judaicas e cristãs colaboraram em formar uma ampla rede distribuída
por todo mundo antigo (o mundo greco-romano).
Movimentos de expansão a parte das diásporas, temos o
COMÉRCIO, especialmente o marítimo e as redes políticas
de domínios, a exemplo da expansão e domínio de Alexandre, o qual fez intercâmbio
artístico e comercial da Grécia ao Egito, e, é claro, o Império Romano, com
suas fronteiras gigantes.
Explicar a expansão do cristianismo somente pela ótica sociológica
é insuficiente. Sabemos que biblicamente e pela fé que Paulo era um servo de
Cristo Jesus e cumpria a Grande Comissão de Mateus 28. Ele tinha em mente
alcançar judeus e gentios. Geograficamente seu plano era levar o Evangelho de Jerusalém
para todas as nações (segundo a Grande Comissão). E foi especialmente chamado
para esta missão.
Uma análise das viagens missionárias de Paulo mostra que ele
avançava por certas regiões e depois retornava.
Havia a preocupação de Paulo em fortalecer as igrejas que haviam sido
plantadas (Atos 15:36), mas é evidente que Paulo tinha também a preocupação de
ir sempre mais longe. Um exemplo claro disso está em Romanos 15:24 e 28 onde
vemos a intenção de seguir até a Espanha. Seu método era plantar igrejas e
discipular.
Algo que os cientistas sociais não conseguem entender é que Paulo
era movido e orientado pelo Espírito Santo. Paulo não foi por acaso o maior teólogo
e maior missionário do cristianismo. Em menos de dez anos, entre os anos 47 e
57, ele plantou igrejas em quatro províncias do Império Romano: Galácia,
Macedônia, Acaia e Ásia proconsular. Depois de dez anos plantando igrejas, ele
escreve aos romanos que já não tem campo de atividade naquelas regiões (Rm
15.23). Não havia transporte rápido, não havia comunicação veloz como temos
hoje e Paulo fez o que fez em uma década.
Dr. Augustus Nicodemos* fez um interessante comentário sobre
a escolha dos centros estratégicos por parte de Paulo. Ele percorria as
estradas romanas anunciando o Evangelho e organizando os discípulos nas
principais cidades das províncias imperiais, que eram centros estratégicos. Ele
estava movido pela urgência da convicção de que o reino de Deus havia raiado e
a vinda do Senhor Jesus era iminente, de que o Evangelho deveria ser pregado a
todas as nações e ele tinha pouco tempo para fazer isso. Então, ele concentrou
suas atividades nesses pontos estratégicos do Império Romano. Tessalônica
tornou-se a base missionária para a província da Macedônia; Corinto a base para
a província da Acaia; e Éfeso, a sua base para a Ásia proconsular. – E sobre o
modo de organizar as igrejas locais, Paulo organizava seus convertidos em
comunidades, as igrejas locais. O seu objetivo era promover os meios pelos
quais eles fossem edificados, instruídos, celebrassem a Ceia, cultuassem a Deus
e se envolvessem no próprio projeto de expansão do cristianismo. Paulo os
batizava, elegia presbíteros dentre eles a quem encarregava do rebanho (At
14.21-23), e depois de algum tempo voltava para supervisioná-los (At 15.36;
16.4-5; 18.23).
Podemos concluir com uma breve reflexão: o que podemos fazer
pela transmissão do Evangelho com o uso das redes sociais da Internet? O que
podemos fazer nos dias de hoje para fortalecer o discipulado?
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Paulo, Plantador de Igrejas: Repensando Fundamentos Bíblicos
da Obra Missionária, por Dr. *Augustus Nicodemus Lopes -- http://www.monergismo.com/textos/missoes/missoes_augustus.htm