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O Reino de Cristo e a Ação Presente: Uma Breve Análise Teológica
A Presença Atual do Reino: A Tensão Entre o “Já” e o “Ainda Não”
A teologia do Reino articula uma visão baseada na premissa de que o Reino de Cristo já foi inaugurado, mas ainda não se encontra em sua manifestação final e plena. Essa abordagem, por meio do conceito teológico de realização escatológica inaugurada, resulta em:
- O Reino está presente no aqui e agora através da obra redentora de Cristo, mas sua plenitude ainda se desdobrará na história.
- Esse desdobramento contínuo contrasta com a ideia de um Reino totalmente adiado para o futuro ou reduzido a uma dimensão espiritual invisível. A presença do Reino é tangível e histórica, manifestada na transformação das estruturas sociais, culturais e espirituais.
Cumprimento Profético no Primeiro Século
"O Reino não espera" pressupõe uma leitura preterista parcial, enfatizando que eventos apocalípticos tribulacionistas foram consumados no primeiro século, especialmente com a destruição de Jerusalém em 70 d.C., que representa:
- O encerramento da antiga aliança e o fim do sistema sacrificial como mediador entre Deus e o seu povo.
- O estabelecimento definitivo do Novo Pacto, onde Cristo, como Sumo Sacerdote eterno, inaugura uma nova era de comunhão direta com Deus.
Essa interpretação rompe com a escatologia de espera ansiosa por uma tribulação futura, afirmando que a Igreja agora vive na era da expansão contínua do Reino, marcada pelo avanço histórico e pela transformação cultural.
Pós-milenarismo: Uma Escatologia de Progresso Histórico não linear
A escatologia pós-milenarista oferece uma visão teológica que vê a história não como uma sucessão de eventos catastróficos, mas como um processo progressivo de redenção e restauração. Essa perspectiva é caracterizada por:
- O crescimento constante do Reino de Cristo por meio do envolvimento da Igreja na sociedade, desafiando estruturas de poder e promovendo justiça, paz e reconciliação.
- A expectativa de que todas as esferas da vida humana—política, econômica, social e cultural—serão gradualmente transformadas pela influência do evangelho através do poder do Espírito Santo.
A rejeição do pessimismo escatológico coloca a responsabilidade no presente: cada cristão é chamado a participar dessa expansão, confiando que o poder do Espírito Santo capacita essa missão.
Expansionismo: A Força Motriz da Missão do Espírito Santo sobre a Igreja
O expansionismo não é apenas uma doutrina evangelística, mas um paradigma de transformação que abrange aspectos espirituais e sociais. As implicações incluem:
- Missão: O expansionismo não separa evangelização de transformação social. Pregação, cura e justiça caminham juntas, refletindo a restauração completa do ser humano e da sociedade.
- Atuação sobrenatural: A presença contínua de milagres é vista não como fenômenos isolados, mas como sinais do Reino em avanço, validando o testemunho da Igreja e atraindo a atenção para a soberania de Cristo.
- Crescimento exponencial e contínuo: A expectativa não é apenas de mais conversões, mas de mudanças estruturais amplas à medida que o Reino invade todos os aspectos da vida humana.
Integração Teológica
A interseção de preterismo, pós-milenarismo e expansionismo cria uma cosmovisão abrangente que conecta passado, presente e futuro em uma estrutura contínua de redenção:
- Preterismo: Oferece um ponto de partida coerente, mostrando que a vitória de Cristo não é uma promessa distante, mas uma realidade histórica já consolidada. -- PASSADO
- Pós-milenarismo: Fornece a visão de longo prazo, onde o avanço gradual culmina em um mundo transformado antes do retorno de Cristo. -- FUTURO
- Expansionismo: Aplica essa visão de maneira prática, chamando cada cristão a agir agora, transformando o mundo pelo poder do Espírito Santo. -- PRESENTE
Implicações NO MUNDO
Essa abordagem não se limita ao campo teológico, mas reconfigura a interação entre fé e cultura, com implicações diretas para:
- Política e governança: A Igreja é chamada a influenciar políticas públicas, promovendo princípios bíblicos de justiça e dignidade humana.
- Economia e ética de trabalho: O expansionismo implica uma ética baseada em responsabilidade, honestidade e crescimento, transformando o mercado em um reflexo dos valores do Reino.
- Educação e cultura: A expansão do Reino implica também a renovação do conhecimento e das artes, resgatando a cultura para refletir a verdade, a beleza e a bondade de Deus.