No mundo científico e industrial existe uma matéria chamada biônica. Biônica é a investigação, sistemática, das soluções orgânicas e estruturais aplicadas pela natureza aos seus elementos, visando colher dados para a solução de problemas técnicos de formas, estruturas ou objetos. A biônica faz ponte com engenharia, design, medicina, cibernética, arquitetura, projeto de produtos e tantas outras áreas. Em suma, é o estudo dos seres vivos com o objetivo de aproveitar seus sistemas mecânicos para o homem.
As observações dos animais e das plantas fizeram surgir muitas das tecnologias que conhecemos atualmente. O velcro, por exemplo, é o mesmo princípio do carrapicho. A observação dos pássaros gerou a aviação, a camuflagem usada em guerras, a aerodinâmica de peixes é usada em carros, a teia de aranha usada como referência para tramas internas de pneus, enfim, o design inteligente do Criador inspira o homem em sua saga de domínio.
Nas Escrituras encontramos várias analogias “comportamentais” entre animais e homens. E em Provérbios 6.6-11 temos uma com a formiga:
Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara o seu pão, na sega, ajunta o seu mantimento. Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono? Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado. Provérbios 6.6-11
Essa passagem nada mais é que a aplicação do mandato cultural ou a obrigação de os cristãos viverem ativamente em sociedade e de trabalharem para a transformação do mundo e suas culturas. Uma das primeiras ordens é não se isolar do mundo, mas atuar no mundo. Ser ativo socialmente e evangelisticamente. O trabalho e o domínio é o chamado do homem sobre a terra. O propósito da criação é estabelecer o homem em seu domínio sob Deus.
A formiga traz em si a diligência, atividade e energia social e construtiva que ensina muito ao homem. Curiosamente a palavra “energia” deriva do grego “ergon” que significa “trabalho”. A raiz da palavra “domínio” no grego é “kratus” que significa “força”, “poder”. O trabalho diligente é um trabalho de gasto de energia e força, o resultado natural é o domínio se bem direcionado.
A analogia entre um inseto e o homem traz um ponto marcante da inteligência da formiga: o trabalho diligente durante toda vida. As formigas são extremamente práticas e objetivas. A sobrevivência e o domínio da colônia dependem do trabalho executado com zelo por cada uma. A procura por comida é incessante. Numa colônia cada formiga exerce uma função especifica, algumas cuidam das larvas no centro da colônia, outras saem para captar alimentos, outras trabalham em escavações subterrâneas para ampliar a colônia, outras fazem a faxina da colônia e ainda outras são guardiãs do protetorado, em constante prontidão e sentinela. Todas trabalham em equipe e com objetivos pré-determinados, guardam comida no verão, preparando-se para o inverno.
A grande lição da formiga é a diligência, o zelo incansável. Em contrapartida está a figura do preguiçoso, o ocioso insensato – a preguiça é uma atitude e comportamento que normalmente gera pobreza. Porém, nem toda pobreza é resultado de insensatez. Pobreza pode ser gerada por injustiças apesar da escravidão ao trabalho.
Um “homem-formiga”, diligente sob Deus é chamado de despenseiro fiel. Certamente sua atividade gera prosperidade material e espiritual.
O alerta para o “homem-preguiça” é que chegará uma hora em que a situação de pobreza o cercará e o dominará de tal modo deixando-o sem muitas opções para escapar. A pobreza o atacará como um ladrão armado.
Sempre é tempo de despertar do sono e ser diligente para a glória de Deus! O trabalho é uma das bênçãos de Deus, sejamos gratos pelo trabalho digno que temos!
Por Raniere Menezes
