13.4.10

“Bíblia na Linguagem de Hoje”: OBRA PRIMA DO INFERNO



[...] Haverá entre nós alguém que ouse duvidar que estamos vivendo os “tempos difíceis” de que nos advertiu o apóstolo Paulo em 2 Tm.3:1? O doutor dos gentios, inspirado pelo Espírito Santo, previu que muitos dos líderes dos nossos dias apostatariam de sua fé: “Porque haverá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” (2 Tm.4:3-4).

Essa apostasia da fé pode ser constatada na miscelânea das teologias contemporâneas, como a denominada “Teologia da Libertação”, que prega a transformação da sociedade através da luta armada, revoluções sangrentas, lutas de classes, tudo no melhor estilo nicaragüense; na alta crítica que grassa nos seminários de orientação modernista, por meio de literaturas tendenciosas que minam a fé dos estudantes, combatem a inspiração verbal das Escrituras, atacam a autenticidade e veracidade de fatos bíblicos, tomando-os por mitos; nos movimentos de caráter ecumênico, ligados ao Concílio Mundial de Igrejas, etc., etc.

Mas, irmãos queridos, o que nos move escrever neste momento é algo muito mais grave do que foi dito supra. Trata-se da apostasia de uma entidade cujo ânimo inicial, há 40 anos atrás, não era outro senão “dar a Bíblia à Pátria”. Estamos falando da Sociedade Bíblica do Brasil que, a despeito de reiterados protestos de ministros fiéis a Cristo, fez imprimir uma Bíblia totalmente adulterada, perversa, de inspiração satânica, e a tem divulgada como verdadeira Palavra de Deus, iludindo, assim, milhares de irmãos nossos. E, para nosso maior espanto, não são poucos os pastores que têm sido arrastados pelo “canto da sereia”. Alguns por falta de esclarecimento maior, outros por má-fé e falta de fidelidade a Deus.

Durante séculos satanás tentou destruir a Bíblia. Centenas de fogueiras não foram suficientes para exterminá-la. Nesses últimos tempos, porém, satanás conseguiu entrar na Bíblia e procura destruí-la de dentro para fora, utilizando, ironicamente, aqueles que teriam a incumbência de defendê-la e divulgá-la.

A coisa é bem mais séria do que se pensa! E não se acenem contra este pastor incorrigivelmente inconformado, a “satisfação” da polêmica pela polêmica, porque de nossa tomada de consciência e posição dependerá o futuro das Escrituras fiéis para os nossos filhos e gerações que nos sucederão.

É óbvio que estamos falando da Bíblia na Linguagem de Hoje, também conhecida como Good News for Modern Man, The Swinger’s Bible, The Hippies’ Bible etc. A impressão dessa versão é o maior escândalo que já se verificou no meio do protestantismo brasileiro. A BLH representa o mais sério desvio da fé que se tem notícia entre os evangélicos. Expressa a perversão da Palavra de Deus, porque anula a doutrina da divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, nega o evento miraculoso do Seu nascimento de uma virgem, enxerta interpretações duvidosas, suprime vocábulos teológicos como “redenção”, “reconciliação”, “arrependimento”, destrói a obra profética do Velho Testamento etc., etc. Um crente sincero que ama ao Senhor Jesus Cristo não pode permanecer calado diante da apostasia dos “gênios” da SBB.

A BLH e a perversão de textos bíblicos
Um crente fiel ao seu Senhor, ao ler as Escrituras, deve ter a absoluta certeza de que está lendo a Palavra de Deus. Deve estar absolutamente certo de que a “profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pd.1:20). É por esse motivo que as Escrituras devem ser traduzidas o mais literalmente possível. Não foi isso o que ocorreu com a BLH. Não se trata de uma tradução, mas sim de uma malfadada tentativa de interpretação do texto sacro. Não deve ser lida ou ensinada em nossas Igrejas como a Palavra de Deus. Os textos distorcidos, os cortes intencionais, seus acréscimos, etc., tudo isso faz da BLH uma versão inspirada pelo inferno. Vejamos alguns exemplos:

Em Atos 8:20, lemos: “O teu dinheiro seja contigo para a perdição”. Matos Soares trouxe: “pereça contigo o teu dinheiro”. A BLH-73 traduziu o texto como: “Vá para o inferno com o teu dinheiro”. A edição 88 fez “progressos”: “Que Deus mande você e o seu dinheiro para o inferno”. Ali, o apóstolo Pedro manda o recém-batizado para o inferno. Aqui inclui o apóstolo a Pessoa de Deus no seu xingamento. Observem, queridos irmãos, que neste texto inexiste a palavra “inferno”. O termo “apoliom” ( = destruição) foi violentado pelos “gênios” da SBB.

Em Gl.3:1, João Ferreira de Almeida traduziu: “Ó Insensatos gálatas! Quem vos fascinou...”. A BLH-73, por seu turno, trouxe: “Ó gálatas bobos! Quem foi que enfeitiçou vocês” A edição 88 procurou atenuar: “Ó gálatas tolos...” Isso é um absurdo! Será que Paulo acreditava em feitiços? É bem possível que os “gênios” da SBB, nas próximas edições, traduzam as palavras “avontos” e “báskavos” por “idiotas” e “macumbados”. E não estamos longe disso! Em Mt.2:1, a BLH traduziu “magos” por “homens que estudavam as estrelas”. Seriam eles “astrólogos”, “feiticeiros”, “bruxos”? Isto não é tradução. É pura interpretação. Além do mais, no mesmo capítulo, vs.7 e 12 a palavra “magos” é traduzida pelos “gênios” como “visitantes do oriente”. Que raios de critério adotaram os “sábios” da SBB?

Os erros grotescos da BLH representam a regra. Os acertos, a exceção. Os exemplos se multiplicam: “Em Lucas 2:5, lemos: “A fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida”. A BLH traduziu: “Foi registrar-se com Maria, com quem tinha casamento marcado. ela estava grávida”. A edição de 73 tornou-se alvo de chacotas: “Foi-se (com cacófato e tudo mais) registrar com Maria, sua noiva. ela estava grávida”. Mais: “Ele não queria difamar maria publicamente”. (BLH-73). Note-se: “...difamar publicamente”. Talvez José quisesse fazê-lo secretamente...

Em Gl.1:8, lemos: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie um outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema”. A BLH-73, traduziu: “Mas se qualquer um - ainda que seja nós ou um anjo do céu - anunciar a vocês outras boas notícias, diferentes daquelas que temos anunciado, que seja amaldiçoado”. Naquela ocasião, perguntávamos: “que há de errado com a palavra evangelho? “Não é a palavra “evangelho” conhecida de todos os de língua portuguesa? Mas, os “gênios” substituíram-na por “boas notícias”. Note-se o ridículo desta tradução: qualquer cristão que aceitar outras boas notícias, depois das primeiras boas notícias anunciadas pelo apóstolo, será alvo da maldição divina! Que espécie de “boas notícias” são essas que levam à maldição? Os “gênios”, além de tudo, não fizeram cerimônia em furar o outro olho de Camões: “Ainda que seja nós...” A edição 88 recuou para “outro Evangelho”.

Em Atos 17:30, Paulo está afirmando que, convertendo-se alguém ao evangelho, Deus esquece completamente os seus pecados anteriormente cometidos. Cristo levou sobre si os pecados anteriormente cometidos, isto é, cometidos antes da conversão: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam”. A BLH, todavia, traduziu: “No passado, Deus não se importou com essa ignorância. Mas agora ele manda que todos os homens, em todos os lugares, abandonem os seus pecados”.

Ora, isso não é verdade. Desde quando Deus não se importou com o pecado do homem no passado? Em que dispensação isso teria ocorrido? Em 2 Co.5:19 Paulo afirma: “isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação”. A BLH, contudo, traduziu o texto: “A nossa mensagem é esta: Deus não leva em conta os pecados dos seres humanos e por meio de Cristo, ele esta fazendo que eles sejam seus amigos”. Ora, que é isso! “Deus não leva em conta os pecados dos seres humanos”? Esta tradução representa a negação dos trabalhos dos profetas, da obra de Cristo, da pregação dos discípulos - representa - enfim, a negação de toda a Escritura. Como podemos ensinar que a BLH é a Palavra de Deus?

Os exemplos são tão abundantes que temos dificuldades em relacioná-los. Em I João 5:1 temos : “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido”. Veja-se o absurdo da tradução da BLH: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é filho de Deus. E quem ama um pai ama também os filhos desse pai”. Ora, o contexto demonstra que quem ama o Pai (= Deus), ama também o Filho ( = Jesus). Isto está teologicamente correto porque “Eu e o Pai somos um”, disse Jesus. Ninguém pode amar sinceramente a Deus e aborrecer Jesus Cristo. Mas a BLH perverteu o sentido do texto: “Quem ama um pai ama também os filhos desse pai”. O texto faz referência ao Filho Unigênito de Deus (= Cristo), e não à humanidade. Podemos amar alguém e não nutrir por seus filhos o mesmo sentimento.

A BLH e a supressão da palavra sangue
Todos conhecemos o significado real do sangue nas Escrituras. De Gênesis ao Apocalipse uma linha de sangue foi traçada para a libertação do homem do jugo do pecado. O sangue dos animais sacrificados na velha dispensação prefiguravam o do Cordeiro de Deus que “tira o pecado do mundo”. É pelo sangue de Cristo que o pecador tem acesso a Deus: “...E sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb.9:22). Pedro adianta que fomos comprados “com o precioso sangue de Cristo como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (I Pd.1:19) A BLH, contudo, suprimiu a palavra “sangue”, substituindo-a pela expressão “Morte de Cristo”. Isso não é a mesma coisa. O sangue de Jesus tem valor vicário, expiatório, sacrificial. Além do mais, isto não é tradução, é interpretação. Não há argumento que venha justificar essa heresia! Trata-se de tendência diabólica que tem como escopo a negação da obra redentora de Cristo. A BLH adulterou os seguintes textos: Mt.27:25; Jo.1:13; Ef.1:7; 2:13; Cl.1:20; Rm.3:25; 5:9; Hb.13:20; I Pd.1:19; e, em Ap.1:5, onde temos: “E em seu sangue nos lavou dos nossos pecados”, trouxe a BLH: “E pela sua morte nos livrou dos nossos pecados”. Mas, a BLH manteve a palavra “sangue” em João 6:54 e textos correlatos. Por quê? A resposta pode ser encontrada no seu compromisso com o ecumenismo. Aqui a SBB pretendeu carrear os papadores de hóstias para o seu aprisco comercial! Aliás, a tendência de agradar os romanistas pode ser captada em Mat.16:18! a BLH-73 traduziu desta forma: “Portanto eu afirmo: Pedro, você é uma pedra, e sobre esta pedra fundamental construirei a minha igreja”. Esta tradução faz de Pedro o 1° papa! Que escândalo! Que vergonha! A versão 88, contudo, recuou. O Velho Testamento não ficou despercebido dos “gênios”. A palavra sangue foi suprimida nas seguintes passagens: Sl.3:9; Jó 16:18; Is.1:15; 59:7, apenas para dar um exemplo. Agora, notem, queridos irmãos, a esquisitice desta tradução: em Sl.51:14, o salmista revela seu arrependimento por ter pecado contra Deus. Esse fato deu-se por ocasião da visita do profeta Natã que acusou o rei Davi de ter ordenado a morte de Urias, logo após ter tomado a sua mulher para si: “Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus”. A BLH traduziu: “Ó Deus, meu Salvador, livra-me da morte”. Que espécie de tradução é essa? Por aí se vê quão longe está a BLH de ser chamada a Palavra de Deus.

A BLH e a negação da divindade de Cristo
A tendência de se humanizar a Pessoa de Jesus em detrimento de Sua divindade está patente em cada página da BLH. Eis alguns exemplos: em Lc.2:33, temos: “E José, e sua mãe se maravilharam das coisas que dele se diziam”. A BLH traduziu: “O pai e a mãe do menino ficaram admirados...” Ora, se o texto diz “José e a mãe do menino” por que traduzir por “PAI”? Não veio Cristo da semente da mulher? Ou era José realmente seu pai? Nasceu Ele realmente de uma virgem, ou de uma “jovem grávida” como traduziu a BLH?

A BLH e a incredulidade de seu tradutor
Ao contrário do que muita gente pensa e do que pretende insinuar a SBB, a BLH é fruto de um único homem: Rev. Roberto Bratcher, ministro batista. Em 1953, mais precisamente em julho, ele declarou no “Jornal Batista”, p.69: “Jesus Cristo não poderia ser onisciente. Isto é um atributo de Deus... Jesus não disse que ele e o Pai são um porque isso seria um absurdo”. Eis, queridos irmãos e leitores deste jornal, a prova dos sinais dos tempos! Bratcher não crê na divindade de Cristo, não crê na inspiração verbal das Escrituras, e, conseqüentemente, não crê na sua inerrância. Todavia, o “big boss” da SBB tem a ousadia de afirmar que sua tradução “É absolutamente fiel aos livros do Novo Testamento grego”. E mais: afirma que quem critica é ignorante. É inconcebível que a SBB entregue à responsabilidade de um só homem, e com tal incredulidade, a responsabilidade de traduzir o texto sagrado. Alguém poderia perguntar: E a equipe dos tradutores da SBB? Este ignorantão não tem qualquer dúvida de que os demais membros da “equipe” não vão além de figurinhas decorativas de presépios, cuja finalidade se esgota em balançar as cabecinhas para cima e para baixo, aprovando tudo o que diz o mestre Bratcher...

A BLH e a destruição da obra profética
Causa tristeza a leviandade com que os “sábios e entendidos” da SBB tratam a Palavra de Deus. Todos reconhecemos que a obra profética do Velho Testamento representa o alicerce do Novo Testamento. Sem as profecias e sem o seu conseqüente cumprimento na Pessoa bendita do Salvador, as Escrituras não teriam sentido. O “assim diz o Senhor” dos antigos vates transformou-se no “como fora dito pelos profetas”. A BLH, contudo, com sua tradução adulterada, irreverente e pecaminosa, tende a destruir a obra profética do Velho Testamento Eis alguns exemplos: Em Isaías 7:14, temos: “Portanto o mesmo SENHOR vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel”. Que “sinal” seria esse de que nos fala o profeta? O profeta fala do milagre, do sobrenatural: uma virgem concebendo. Esta profecia vem ratificada em Mateus 1:22-23: “Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta que diz: eis que A virgem conceberá e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido é: Deus conosco”. A BLH, contudo, traduziu o texto desta forma: “Pois o mesmo senhor lhes dará um sinal: a jovem que está grávida dará luz a um filho e porá nele o nome de Emanuel”. Ora, aí está a prova da incredulidade dos tradutores da BLH! Que “sinal”, que “milagre” há em uma “jovem grávida”? Isso anula a obra profética. Onde encontrou o Dr. Bratcher inspiração para traduzir “virgem” por “jovem”? Onde, senão no príncipe das trevas? Onde a propalada “absoluta fidelidade nos livros...”? Falaremos mais sobre isto, posteriormente.

Eis mais alguns exemplos: Em Gn.49:10, a palavra “Siló”, que profeticamente significa Cristo, foi omitida na BLH. No Sl.2:12, a expressão “Beijai o filho para que não se ire” foi ignorada. Em Is.14:12, a profecia que fala da queda de Satanás foi transmutada para um reino humano: “Rei da Babilônia, brilhante estrela da manhã, você caiu do céu! você que dominava as nações, foi derrubado no chão”. Estes são apenas pequeníssimas amostras da obra destruidora da BLH.

BLH: sob medida para agradar “gregos e troianos”
É uma Bíblia “eclética”. Ao que parece veio para satisfazer todos os credos e gostos. 1) O romanismo foi homenageado com a consagração de Pedro ao papalismo. E tanto agradou que a edição de 73 veio com o “imprimatur” de Dom Mário Teixeira Gurgel, responsável pelo Setor de Diálogo Religioso da CNBB: “Aprovamos o uso da mesma por todos os católicos de língua portuguesa”. 2) Os Russelitas ( = testemunhas do diabo) regozijaram-se com a criação do Cristo num determinado tempo. 3) Os pentecostais, (= que hoje representam rico filão comercial) exultaram com a “capacidade de falar em línguas estranhas”; tudo no BLH representa uma grande festa. Noite de gala! Satanás é o próprio anfitrião!

A BLH e as supressões de termos fundamentais
A revista “A BÍBLIA NO BRASIL” (=Jan. /Março 89) deu especial destaque à “Bíblia na Linguagem de Hoje”, trazendo a palavra dos tradutores. Ali encontramos alguns depoimentos: “É a primeira vez que estou lendo a Bíblia e entendendo”; uma desconhecida afirmou: “é dessa Bíblia que ela precisa e pediu que lhe consigamos uma”; “...do púlpito da sua igreja, o meu primeiro pastor... recomendou a Bíblia na Linguagem de Hoje e afirmou que a considera uma das melhores traduções da Bíblia para o português”. Os tradutores todos advogam uma nova “técnica” denominada “equivalência dinâmica” que, sob sua ótica, pode traduzir com fidelidade o sentido e não mais as palavras. Um deles afirmou: “Esta tradução não é uma paráfrase ou explicação, pois transmite o sentido exato do original e nada mais”. Um ou outro arremata: “É ver (ler) para crer”. Vamos conferir:

A primeira edição da BLH traduziu Mt.16:18: “Portanto eu afirmo: Pedro, você é uma pedra, e sobre esta pedra fundamental construirei a minha Igreja”. Onde está, senhores tradutores, a propalada fidelidade ao original? Se tal tradução era correta e fiel, por que a modificação radical na versão atual? Milhares de exemplos como este poderiam ser retratados aqui. Um outro tradutor acrescenta: “Uma ajuda imprescindível foi dada pelos nossos revisores gramaticais. Graças a eles podemos ter a certeza de que a linguagem usada na tradução é correta”. Vamos ver para crer: “Ainda que seja nós ou um anjo do céu...” (Gl.1:8 – 1ª Ed.). E o cochilo ficou por conta de quem? Dos revisores gramaticais? Centenas de exemplos nesta direção poderiam ser citados num trabalho mais amplo.

Os gênios continuam advogando em causa própria: “fidelidade ao texto original não significa traduzir palavra por palavra, mas traduzir o sentido da mensagem sem acrescentar nem tirar nada”. Mais uma vez vamos conferir: João Ferreira de Almeida traduziu Atos 13:33 como: “Como está escrito no Salmo segundo: Meu Filho és Tu, hoje Te gerei”. Comparemos agora com a tradução dos gênios: “Agora Deus fez para nós o que havia prometido aos nossos antepassados: ele ressuscitou Jesus. É assim que está escrito no salmo dois: “Tu és meu filho, hoje eu me tornei teu Pai”. Isso porque nada foi acrescentado!!!

Ora, a tradução, para ser fiel, deve ser a mais literal possível. Reconhecemos que não são poucas as dificuldades lingüísticas na tradução do texto sagrado, mas o que foi feito pela SBB é algo imperdoável. O texto foi mutilado, acrescido, parafraseado, interpretado, mais parecendo uma colcha de retalhos que a Bíblia Sagrada. Alguns termos de incalculável valor teológico foram suprimidos sem qualquer justificativa convincente. Palavras como “redenção”, “reconciliação”, “propiciação” simplesmente desapareceram na BLH. Eis uma amostra:

A palavra “redenção” simplesmente desapareceu. “Reconciliação” que aparece cerca de 11 vezes no Texto Sacro foi transmudada em “fazer as pazes” ou “tornar-se amigos”. A palavra “propiciação” que aparece em textos como Rm.3:25; I Jo.2:2; 4:10 foi eliminada. A expressão de todos conhecida: “Santos” foi trocada por “povo de Deus”, ou “companheiros cristãos”. Seriam eles filiados ao PT? é bem possível que logo tenhamos “camaradas cristãos”! “Povo santo” virou “raça escolhida”, “ósculo santo” passou a ser “beijo de irmão”, “prostituição” foi substituída por “imoralidade”, “pecadores” por “gente de má fama” (como se os de boa fama não fossem pecadores!), “Novo Testamento” em “novo acordo”, “Evangelho” em “boas notícias”, “serpente” virou “cobra”, “cheio de fé” em “pessoa muito abençoada por Deus”, “mar” virou ´lago”, os “publicanos” em “cobradores de impostos”, etc., etc. Nada escapou ao crivo dos intelectuais da SBB. Nada escapou da pancadaria.

A BLH: uma Tradução sob a Maldição de Deus
Muito ainda se poderia comentar sobre a BLH. O que se viu aqui é apenas pequena amostra do desvio teológico dos sábios e entendidos da SBB. Logo teremos a BLH com todos os livros apócrifos, conforme algumas versões latinas. Por tais razões apelamos para uma tomada de consciência de todo o crente que procura ser fiel a Deus. É hora de protestarmos. Não é momento de nos curvarmos diante de tão grande infidelidade ao nosso Senhor. Não foi sem razão que alguns líderes fundamentalistas resolveram fundar a SOCIEDADE BÍBLICA TRINITARIANA DO BRASIL, para dar à Pátria uma Bíblia isenta de desvios teológicos, absolutamente fiel aos originais e mais que isso: traduzida por servos de Deus que não descrêem da sua inerrância, da sua infalibilidade e de sua inspiração verbal e plenária.

Querido irmão, se você realmente ama a Deus, se você é sincero a Ele, nunca utilize a BLH em sua igreja. Esta tradução não pode ser chamada de A Palavra de Deus. Não contribua para uma sociedade cuja orientação teológica está sob a maldição divina. Aos “gênios” da SBB, um lembrete:

“Não acrescenteis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando” (Dt.4:2).

Mais:

“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro” (Ap.22:18-19).

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Publicado em “O Presbiteriano Bíblico”, Órgão Informativo para Evangélicos, publicado pela Missão Bíblica Presbiteriana no Brasil, filiada à Confederação de Igrejas Evangélicas Fundamentalistas do Brasil, n.o 1, Ano XXVII, Maio de 1989 pelo Pastor da Igreja Bíblica Congregacional de Itaquera, São Paulo, SP. Vice-Presidente da Confederação de Igrejas Evangélicas Fundamentalistas do Brasil.

Agradecimentos ao irmão Rogerio Portella que postou o texto no fórum Monergismo.