8.9.24

O Reinado do Messias: Paz e Prosperidade Sob a Luz do Salmo 72


O Reinado do Messias: Paz e Prosperidade Sob a Luz do Salmo 72

 

O Salmo 72 é a revelação do Reino Justo e Eterno que aponta para Jesus Cristo. É uma oração que expressa o desejo de que Deus conceda sabedoria e justiça ao rei para que ele governe com retidão, defendendo os pobres, fazendo justiça aos oprimidos e trazendo prosperidade ao seu povo. Esse salmo não só exalta um governante ideal, mas também celebra o poder e a bondade de Deus, que abençoa um rei justo e compassivo. -- - "Que corra a justiça como as águas, e a retidão como um ribeiro perene." Amós 5:24.

 

 

Embora o salmo seja atribuído a Salomão (um rei terreno), ele aponta para algo maior: o reinado do Messias. Salomão, conhecido por sua sabedoria, era uma prefiguração de Cristo, o verdadeiro Rei dos reis. Enquanto Salomão foi abençoado com sabedoria para governar, o Salmo 72 reflete um reinado perfeito, que somente o Messias poderia realizar em sua totalidade. Salomão tocou na orla da sabedoria e conhecimento, que é Cristo (Cl 2.3).

 

O Papel do Governante Justo

 

A sociedade humana depende de leis, e cabe ao governante aplicá-las. Poucos têm a capacidade de liderar, e aqueles que o fazem devem agir com sabedoria e justiça. O reinado ideal do Messias é um modelo de compaixão e retidão. Sua compaixão pelos pobres não contradiz sua justiça; ao contrário, elas se complementam, revelando um amor que confronta o mal e promove o bem.

 

A justiça do Messias é descrita como uma montanha iluminada pelo sol, onde a força e a beleza coexistem. Sua compaixão pelos necessitados eleva seu caráter acima de qualquer governante terreno, sendo a marca mais nobre de seu reinado.

 

As Bênçãos de Seu Reino

 

Sob o governo do Messias, o povo experimenta as maiores bênçãos: paz, prosperidade e uma vitalidade espiritual incomparável. Sua influência moral é tão poderosa quanto o sol que ilumina o mundo. Seu legado perdura para sempre, impactando todas as gerações.

 

Esse reino não se limita a Israel. O Salmo 72 profetiza que o Messias dominará "de mar a mar" e "até os confins da terra", recebendo honras de reis e nações. Ele é verdadeiramente "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Apocalipse 19:16), e seu domínio é universal. O reinado de Salomão é uma pequena sombra de um reinado superior e perfeito, e mesmo sendo apenas uma sombra deixou o maior legado possível a um povo.

 

O Reino Eterno do Messias

 

O reinado do Messias não é apenas uma esperança futura, mas uma realidade espiritual presente. Cristo, exaltado à destra de Deus, já governa com poder e autoridade, e seu reino continua a crescer à medida que o evangelho é pregado. Esse poder divino tem a capacidade de transformar o mundo, trazendo justiça e paz.

 

O Salmo 72 nos oferece uma visão do reino do Messias: um governo que transcende qualquer soberano humano. Embora Davi e Salomão fossem grandes reis, a verdadeira grandeza do reino vem de sua dependência de Deus. Cristo, o Rei incomparável, governa com justiça perfeita, sempre equilibrando misericórdia e retidão.

 

O reinado do Messias é inabalável e destinado a crescer sem limites. Seu governo começa aqui na terra e se estende pela eternidade, sem necessidade de sucessores, pois Cristo reinará para sempre. Esse é o legado de um governante justo, cujas leis e compaixão moldam um mundo de paz e prosperidade.

 

O Reino de Cristo é uma monarquia perfeita que vai além das limitações humanas. Este salmo aponta para um reinado muito mais grandioso - o do Messias prometido.

 

Um Rei de Justiça e Compaixão

 

No coração deste reino ideal está um governante que equilibra perfeitamente a justiça e a compaixão. Diferentemente dos líderes terrenos que muitas vezes favorecem um aspecto em detrimento do outro, o Rei Messias incorpora ambos em sua plenitude. Sua justiça não é fria ou impessoal, mas temperada com uma profunda compaixão pelos necessitados e oprimidos.

 

Este equilíbrio é descrito poeticamente como uma montanha alpina iluminada pelo sol poente - de um lado, a justiça se apresenta austera e imponente; do outro, resplandece com beleza e misericórdia. É uma justiça que não apenas pune o mal, mas ativamente promove o bem.

 

Bênçãos Nacionais e Universais

 

Sob o governo deste Rei ideal, a nação - e por extensão, o mundo - experimenta bênçãos extraordinárias:

 

1. Paz Universal: Não uma mera ausência de conflito, mas uma ação ativa baseada na boa vontade entre uma grande população avivada pelo Espírito Santo.

2. Avivamento Espiritual: Uma renovação de indivíduos e povos, renovando as pessoas com a justiça e poder de Deus. -- Um período de renovação espiritual onde o povo de Deus experimenta uma restauração intensa da fé, da santidade e da intimidade com o Senhor. Tal mover ocorre quando Deus desperta o coração das pessoas para se arrependerem dos pecados, buscarem a Sua presença com mais fervor e renovarem o compromisso com Sua vontade. 2 Crônicas 7:14, diz: "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra." O povo de Deus se volta para a leitura, estudo e obediência à Palavra. Como no reinado de Josias (2 Reis 22-23), quando ele encontrou o Livro da Lei e iniciou reformas em Israel. A busca pela santidade é outra característica central do avivamento espiritual. As pessoas buscam viver de acordo com os princípios de Deus e se afastar das práticas pecaminosas (Isaías 1:16-18).

Nos tempos de avivamento, há uma renovada ênfase na oração fervorosa e no clamor por transformação, como demonstrado no Livro de Atos, onde os discípulos oraram continuamente antes de serem cheios do Espírito Santo no Pentecostes (Atos 1:14). O Espírito Santo é o agente principal do avivamento, trazendo convicção, transformação e poder. No Pentecostes, em Atos 2, o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja, resultando em ousadia, milagres e o crescimento. O verdadeiro avivamento traz mudanças tangíveis na vida das pessoas e na sociedade. Um exemplo disso é visto em Nínive, quando o povo se arrependeu após a pregação de Jonas (Jonas 3). É um tempo em que Deus opera poderosamente para renovar a fé e a vida de Seu povo, resultando em um grande impacto tanto dentro quanto fora da igreja.

3. Prosperidade dos Justos: Uma sociedade onde a retidão emana da ação do Espírito Santo,  as consequências são amplas para todo mundo. Estas bênçãos não se limitam a um único povo ou nação. O salmo prevê um domínio que se estende "de mar a mar", abrangendo toda a terra.

 

Um Legado Eterno

 

Enquanto os reinos terrenos ascendem e caem, o legado deste Rei perdura. Seu impacto não se limita ao seu tempo de vida física, mas continua "enquanto existirem o sol e a lua". É um reinado que transcende o tempo e o espaço, influenciando gerações futuras. A perspectiva imediatista e limitada das gerações na linha da história da Igreja é um erro lamentável, pois a Palavra infalível e imutável de Deus revela Seu legado vitorioso no tempo, na história e na eternidade.

 

O salmo deixa claro que este reino não é uma mera construção humana, mas um estabelecimento do próprio Deus. O Rei ideal é formado e ungido pelo próprio Deus, merecendo assim os mais altos louvores.

 

Uma Visão para Hoje

 

O Salmo 72 nos revela a ação do Rei Todo-poderoso que já está presente, desde já e eternamente, e nos oferece princípios valiosos para refletir sobre os reinos desse mundo. Deus revelou o que requer do homem e dos povos, e julgará os governantes injustos, pois exige que os líderes equilibrem justiça com compaixão, que busquem o bem-estar de todos, especialmente dos mais vulneráveis, e que entendam que seu legado vai além de seu mandato imediato e que serão julgados pelo Rei dos reis (Sl 2).

 

Temos em nosso mundo e nossa história muitas divisões e injustiças, mas a Palavra de Deus deve reger a Criação e o Salmo 72 nos oferece uma visão ampla do que poderia ser – do que é, e do que um dia será - quando a justiça e a compaixão reinam supremas. Em diferentes culturas e tradições temos reis que praticaram justiça como seu legado, apesar da imperfeição, um raio de justiça ilumina o mundo. Davi foi um rei descrito como "homem segundo o coração de Deus" (Atos 13:22). Ele mostrou arrependimento verdadeiro por seus pecados e buscou governar com justiça, especialmente em seus primeiros anos de reinado (1 Samuel 13:14; 2 Samuel 5-7). Conhecido por sua sabedoria, Salomão pediu a Deus sabedoria para governar seu povo com justiça, e seu pedido foi concedido (1 Reis 3:9-12). Ele é lembrado por julgamentos justos, como o famoso caso das duas mães disputando um bebê (1 Reis 3:16-28). Um dos últimos reis de Judá, Josias é elogiado por suas reformas religiosas e por restaurar a adoração a Deus depois de um longo período de idolatria. Ele encontrou o Livro da Lei e conduziu o povo a um avivamento espiritual (2 Reis 22-23).

 

Ciro, o Grande (Ciro II da Pérsia), fundador do Império Persa, é muitas vezes lembrado por sua política de tolerância religiosa e governança justa. Ele é elogiado na Bíblia por libertar os judeus do cativeiro babilônico e permitir que retornassem a Jerusalém (Isaías 45:1; Esdras 1:1-4).

 

Alfredo, o Grande, rei dos anglo-saxões no século IX, é celebrado por suas reformas judiciais, militares e educacionais. Ele defendeu a justiça e governou com sabedoria, sendo um dos poucos reis a receber o título "Grande" na história britânica. Seja na história, seja na mitologia, a justiça é exaltada. O rei Artur é um exemplo de lenda, o rei é retratado como um governante justo e nobre que uniu a Grã-Bretanha e estabeleceu a Távola Redonda, onde seus cavaleiros discutiam e seguiam princípios de justiça e honra. Esses reis, históricos e lendários, são lembrados por buscar governar de maneira justa.

 

A promessa de Deus de justiça é perene e norte para todas as gerações e povos, desde a vida pessoal, social e espiritual. Sua compreensão é fundamental para a ética das nações e dos governantes. A justiça é um atributo do próprio Deus. Ele é justo e reto em seus caminhos e julgamentos. Salmo 89:14: "Justiça e direito são a base do teu trono; amor e fidelidade te acompanham." -- "Ele é a Rocha, cujas obras são perfeitas, pois todos os seus caminhos são justos. Deus fiel, que não comete injustiça; justo e reto é ele."* Deuteronômio 32:4

 

Devemos amar e buscar a justiça

 

Devemos buscar a justiça em nossas ações e atitudes pessoais. Isso envolve viver de acordo com os princípios de Deus e tratar os outros com justiça. -- Ele te mostrou, ó homem, o que é bom; e o que é que o Senhor pede de ti? Senão que pratiques a justiça, ames a misericórdia e andes humildemente com o teu Deus Miquéias 6:8. -- Provérbios 21:3: "Fazer justiça e juízo é mais aceitável ao Senhor do que sacrifício." – Fazer justiça no âmbito pessoal e social é algo universal e não é exclusividade de nenhuma filosofia ou ideologia política, com ênfase na defesa dos pobres, oprimidos e marginalizados. Deus exige que seus seguidores ajam com justiça para com os outros. -- Isaías 1:17, diz: "Aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Defendam o direito do órfão, e pleiteiem a causa da viúva."

 

Devemos equilibrar justiça com a misericórdia e a compaixão. Deus não é apenas justo, mas também misericordioso, e espera que seus eleitos pratiquem a justiça com um coração cheio de amor e bondade. -- "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da menta, do endro e do cominho, e haveis omitido o mais importante da lei: a justiça, a misericórdia e a fé." Mateus 23:23. Como diz Tiago 2:13: "Porque a misericórdia triunfa sobre o juízo."

 

Justiça e Salvação

 

A justiça de Deus está espiritualmente ligada à salvação oferecida por meio de Jesus Cristo. Através de Cristo, a justiça de Deus é revelada e os eleitos são justificados e reconciliados com Deus. Como revelado em Romanos 3:22: "Esta justiça de Deus vem mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem”. -- "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus." 2 Coríntios 5:21.

 

Justiça no Reino de Deus

 

A justiça é nuclear do Reino de Deus, que será estabelecido PLENAMENTE na Segunda Vinda de Cristo. O reino de Deus é descrito como um reino de justiça, paz e retidão. E começa hoje, agora, e para sempre. A ordem é buscar como prioridade o Reino, como revelado em Mateus 6:33: "Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." E em Isaías 9:7: "Aumento do seu governo e a paz não terão fim, sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre." – Desde agora e para sempre! A promessa de um Reino de justiça eterno começa hoje. Não haverá paz nem prosperidade sem justiça, e Cristo é o nosso sol da justiça. Jesus é a justiça perfeita (Mt 5.17). E Ele quem anuncia o juízo aos povos (Is 42.1). 

 

Em Cristo, a justiça e misericórdia entram a perfeição, demonstrada ao curar os enfermos e perdoar seus pecados. -- Mateus 9:13: "Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício; porque eu não vim chamar os justos, mas os pecadores." -- João 8:10-11: "Endireitando-se Jesus e não vendo ninguém além da mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. Então, lhe disse Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais." Este justo juiz que ergueu aquela mulher de seus acusadores julgará toda humanidade. Seu julgamento será baseado na justiça perfeita e na verdade. -- Atos 17:31: "Porquanto tem fixado um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do homem que destinou, e deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos." -- 2 Timóteo 4:8: *"Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda."

 

Jesus ensinou que a justiça deve ser entendida à luz do amor de Deus e a verdade eterna. Ele resumiu toda a lei e os profetas em dois mandamentos: amar a Deus e amar ao próximo, mostrando que a verdadeira justiça está enraizada no amor e no serviço aos outros. -- Mateus 22:37-40: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas."

 

Jesus é a Verdade encarnada e, portanto, a justiça é inseparável da verdade que Ele é. Ele revela a verdade de Deus e vive de acordo com ela, demonstrando que a justiça está fundamentada na verdade. -- João 14:6: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." -- João 8:32: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."

 

Através de Sua morte e ressurreição, Jesus trouxe a justiça para os pecadores, oferecendo a redenção e a reconciliação com Deus. Ele pagou o preço pelos pecadores, oferecendo uma justiça que é ao mesmo tempo perfeita e misericordiosa. -- Romanos 3:24-26: "Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs para propiciação, pelo seu sangue, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus na sua tolerância deixado impunes os pecados anteriormente cometidos." -- 2 Coríntios 5:21: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus."

 

Jesus trouxe justiça ao libertar os oprimidos e os cativos, curando os enfermos e proclamando a liberdade. Sua missão incluiu restaurar e libertar aqueles que estavam em situações de injustiça, escravidão espiritual e sofrimento. -- Lucas 4:18: "O Espírito do Senhor está sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me a sarar os quebrantados de coração, a pregar a liberdade aos cativos, e a restauração da vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos." Jesus é o juiz justo, o restaurador dos injustiçados e a encarnação da verdade e do amor. Este é o padrão perfeito de Rei que os reis desse mundo devem seguir. Sua justiça não é apenas uma realidade futura, mas uma experiência presente, transformando vidas e oferecendo esperança a TODOS que se voltam para Ele.


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