8.7.24

Pois não seguimos fábulas engenhosamente inventadas – 2 Pedro 1.16


Pois não seguimos fábulas engenhosamente inventadas – 2 Pedro 1.16


A acusação de que os cristãos seguem fábulas engenhosamente inventadas não é nova. Desde os primeiros dias do cristianismo, os céticos têm dito que os apóstolos foram enganados ou que eram os verdadeiros enganadores. Vamos analisar algumas alegações e a integridade daqueles primeiros discípulos.


Em 2 Pedro 1:16, o apóstolo Pedro afirma que não compartilhou a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com base em "fábulas artificialmente compostas" (do grego "mitos" - μύθοις), mas como testemunha ocular de Sua majestade. Ele enfatiza que os discípulos não seguiram histórias inventadas, mas viram e experimentaram diretamente o "poder" (do grego "dýnamis" - δύναμιν) de Deus.


I. Algumas Declarações Denunciadas como Fábulas


Os incrédulos afirmam que os ensinamentos dos apóstolos são fábulas, histórias inventadas sem fundamento, como mitologia. Para sustentar essa acusação, seria necessário apresentar provas melhores. No entanto, o comportamento e os escritos dos apóstolos indicam exatamente o contrário. Eles não hesitaram em expor suas falhas e as de seus companheiros, demonstrando uma sinceridade incomum para impostores.


II. As Pessoas Acusadas de Inventar as Fábulas


Os apóstolos seriam enganadores? Ao analisar quem eram esses homens, vemos que eram pessoas de integridade e sem habilidades para o engano elaborado.


1. Homens Sem Renome e Influência: No início de sua missão, os apóstolos foram percebidos como "homens indoutos e ignorantes" (Atos 4:13) pelo Sinédrio judeu. Magistrados e governadores gentios os viam como entusiastas fracos, dignos apenas de açoites e prisão, tratados como escória do mundo.


2. Contra o Gosto Popular: Os ensinamentos dos apóstolos não se adaptavam aos gostos populares da época. Eles eram contrários às paixões e aos desejos mundanos, diferentemente de outros líderes religiosos e impostores que adaptavam suas mensagens para agradar as massas. Algumas religiões prometem reencarnação ou prêmios sensuais.


3. Acusados de Fanatismo: Embora acusados de loucura, os apóstolos convenceram seus acusadores de que falavam palavras de verdade e sobriedade. Seus escritos mostram clareza e vigor mental. E não se sacrificavam por glória pessoal, mas por algo maior e verdadeiro.


4. Motivados pela Ambição?: A ambição geralmente busca honra e poder mundano. No entanto, os apóstolos rejeitaram essas oportunidades. Eles não buscavam exaltar a si mesmos, mas sim as coisas de Jesus Cristo. Toda a sua história demonstra que consideravam qualquer ganho pessoal como perda em comparação com o serviço a Cristo.


A análise dessas alegações mostra que os apóstolos eram homens de integridade, sinceridade e coragem. Longe de serem impostores, dedicaram suas vidas a um propósito maior, enfrentando perseguição e morte pela fé. As acusações de que seguiram ou criaram fábulas engenhosamente inventadas não se sustentam diante das evidências de suas vidas e ensinamentos.


A Sinceridade dos Apóstolos


Impostores geralmente esperam obter algo valioso em troca de suas mentiras, especialmente quando enfrentam riscos significativos de detecção ou punição. Assim, é lógico questionar: o que os apóstolos ganhariam ao inventar e propagar uma suposta mitologia tão grandiosa? Na realidade, eles não tinham nada a ganhar neste mundo e tudo a perder. "Laços e aflições os aguardavam em cada cidade." Será que tudo isso foi apenas obstinação? A vida de reprovação e julgamento que os apóstolos viveram, e a morte de tortura que sofreram, provam incontestavelmente sua sinceridade.


III. Quem Foram as Partes Sobre as Quais Essas Chamadas Fábulas Foram Impostas com Sucesso?


1. Se o Evangelho fosse uma fraude, seria mais fácil para os apóstolos terem sucesso em enganar habitantes de regiões bárbaras ou distantes das cenas onde a trama foi criada. No entanto, eles começaram sua pregação em Jerusalém, bem no epicentro dos eventos relatados.


2. Pouco depois, os apóstolos levaram sua mensagem aos gentios. Paulo, incansável missionário entre os pagãos, não era um discípulo original de Jesus, mas um convertido posteriormente cuja transformação foi um dos triunfos mais notáveis da história cristã. É de se esperar que os contestadores da época exigissem evidências sólidas antes de acreditarem nas declarações dos apóstolos. E que os sábios da Grécia e os nobres de Roma rapidamente desmascarassem qualquer fábula astutamente inventada, rejeitando os apóstolos como impostores, se não fossem, de fato, embaixadores de Deus.


IV. A Consistência da Verdade Revelada


As verdades da revelação, necessárias para a salvação, são simples e claras. Um ouvinte, mesmo sem grande conhecimento, não precisa se enganar a respeito delas, evidenciando que não são fábulas.


1. A existência de um Ser Supremo, a quem a Bíblia chama de Deus, é uma doutrina fundamental, assumida em todos os lugares da Bíblia. Esta doutrina forma a base do Evangelho. É uma verdade tão universal da criação, alicerce para toda a estrutura da fé cristã.


Os apóstolos, homens simples e sem renome, pregaram uma mensagem que desafiava os interesses e os poderes estabelecidos. Eles sofreram privações e perseguições, não buscando ganho pessoal, mas dedicando suas vidas ao serviço de Jesus Cristo. A sinceridade e a integridade de suas ações, juntamente com a consistência racional de suas doutrinas, evidenciam que não seguiam nem criavam fábulas engenhosamente inventadas.


A Racionalidade da Revelação


A Bíblia se apresenta como a revelação de Deus, escrita para ensinar Sua vontade e a guiar-nos para a bem-aventurança com Cristo. Há algo irracional nisso? Vejamos alguns dos principais ensinamentos do Evangelho e sua relação com a razão:


3. Algumas Verdades do Evangelho


Primeiramente, consideremos a doutrina da depravação total e universal do homem. Ao observarmos a humanidade, é inegável que encontramos evidências de depravação e degradação. A mão que Deus encheu de fartura frequentemente se levanta em rebelião contra Ele, confirmando a veracidade dessa doutrina.


Outra grande doutrina é a redenção dos eleitos por nosso Senhor Jesus Cristo. Alguns objetam que é irracional supor que Deus demonstraria tanto amor por pecadores, considerando a natureza caída. No entanto, essa objeção não se sustenta. Assim como uma mãe não ama menos seus outros filhos enquanto cuida de um filho doente, o amor de Deus pelos pecadores não diminui Seu cuidado por outras partes da criação. Pelo contrário, demonstra a profundidade do amor, disposto a sacrificar Seu próprio Filho para redimir o seu povo, sua Igreja.


4. A Racionalidade das Doutrinas Cristãs


Quanto às doutrinas da justificação e da santificação, elas também são consistentes. A justificação, ou perdão dos pecados, é obtida pela fé no sacrifício de Cristo, enquanto a santificação, é obra do Espírito Santo. Essas doutrinas são harmoniosas com o amor e a redenção.


V. Algumas Consequências Desse Entendimento


Após uma reflexão breve, podemos esperar alguns resultados significativos:


1. Confirmação do Crente: O crente será confirmado na verdade do Evangelho. Você sabe no que acreditou e em quem acreditou. Essa certeza impede que você troque suas convicções por algo temporário ou superficial. Adoramos um Deus conhecido! 


2. Estabelecimento dos Vacilantes: Aqueles que estão vacilantes na fé encontrarão um fundamento mais firme. Por mais fraco e indouto que alguém seja, o fundamento é sólido e firme.


3. Compreensão e Valorização da Fé Cristã: Haverá uma percepção mais clara da natureza do cristianismo e uma convicção mais profunda de seu valor. Reconhecemos nossas obras por gratidão para com Deus por ter concebido um plano tão maravilhoso para salvar o seu povo eleito e por ter revelado isso a nós. Isso nos leva a valorizar e aproveitar plenamente nossos privilégios espirituais. Não há troca com Deus, tudo é graça.


Em resumo, uma reflexão breve das evidências do cristianismo confirma a integridade e a sinceridade dos apóstolos, a consistência racional das doutrinas cristãs e fortalece a fé dos eleitos, estabelecendo-os na verdade que é em Jesus Cristo. Por isso podemos dizer como Pedro, a Bíblia não é uma "Fábula engenhosamente inventada”.


Pensamentos finais ou uma reflexão sobre o tema:


I. Se a Bíblia fosse uma fábula, não teria tantas inconsistências aparentes.

- Qualquer pessoa sábia que inventasse uma história ficcional não a encheria de dificuldades e contradições que desafiam a compreensão.


II. Se a Bíblia fosse uma fábula, seria difícil imaginar quem a inventou.

- Reis? Alguns dizem que reis poderiam tê-la inventado para manter sua autoridade. Mas a Bíblia muitas vezes desafia a autoridade corrupta.

- Sacerdotes? Outros pensam que sacerdotes a escreveram. Contudo, a Bíblia critica duramente os sacerdotes perversos.

- Ricos? A Bíblia constantemente fala contra a vaidade e a inutilidade das riquezas.

- Pobres? Os pobres geralmente não têm recursos para escrever livros extensos.

- Pessoas cultas? Mesmo essa ideia não se sustenta. Pessoas cultas tendem a valorizar sua sabedoria, mas a Bíblia diz que a sabedoria mundana deve ser deixada de lado (1 Coríntios 3:18).


Não encontramos um grupo específico que poderia ser o autor dessa suposta fábula.


III. Se a Bíblia fosse uma fábula, não teria sido seguida por tantas pessoas por tanto tempo.

- É impressionante como um livro assim poderia ser tão amplamente aceito e seguido ao longo de milênios por gerações.


IV. Se a Bíblia fosse uma fábula, como poderia trazer tantos benefícios para a humanidade.

- Seus ensinamentos promovem a alta moralidade, a piedade, a justiça e o amor, algo que enfurece o mundo.


Segundo alguns comentaristas, os não cristãos acreditam em fábulas, como uma fuga. Em 2 Timóteo 4:3, os ouvidos, simbolizando a audição, se desviarão da verdade, pois a verdade expõe seus vícios, destrói seus ídolos, confronta seus pecados e exige conformidade com Cristo crucificado, as fábulas levam a afastar seus ouvidos. Em 1 Timóteo 1:6, é mencionado que eles se desviaram, e em 1 Timóteo 1:4, transformaram em fábulas, ou mitos. Eles acabam acreditando em qualquer tipo de absurdo, pois aqueles que rejeitam a verdade são entregues ao julgamento justo de Deus, que os leva a aceitar as mais degradantes falsidades. 


A reação dos inimigos da fé não é amigável como se fosse uma fábula, mas algo profundo como o Inferno, algo insuportável para o homem natural, não um conto de fadas. -- Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele. (Atos 7.57). --  De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade.


RANIERE MACIEL DE MENEZES – FRASES PROTESTANTES