15.7.10
Objeções contra o evangelismo e o fundamento da Grande Comissão – Duro discurso!
É dito que a ênfase missionária da Igreja equivale a um desdém para com as crenças e costumes de vários grupos de pessoas. Em vez de serem portadores de boas novas, os cristãos são, portanto, invasores de culturas e destruidores de tradições, instando seus ouvintes a abandonarem a fé e as práticas que esses têm tentado preservar há centenas de anos. Protestando contra o evangelismo cristão, tais incrédulos sugerem que, em vez de dizermos àqueles para que mudem e se convertam, deveríamos celebrar a diversidade e respeitar suas crenças e estilos de vida.
E desta maneira eles contestam a Igreja: “O quê? Vocês pensam que são superiores a todas essas pessoas? Que direito vocês têm de impor suas crenças sobre elas? Como vocês ousam subverter as próprias crenças e práticas que os têm distinguido e identificado como um povo por centenas de anos? Por que todo o mundo deve se comportar como vocês, ou crer no que vocês creem? Quem são vocês para lhes dizer que estão errados e que vocês estão certos, que apenas vocês têm a verdade?”
[...]
Todavia, na verdade a situação é muito pior do que os não cristãos percebem e — triste dizê-lo — do que muitos cristãos estão dispostos a admitir. A lacuna é a distância entre o céu e o inferno, porém, os não-cristãos nem sequer podem crer no inferno. A diferença é entre a luz e as trevas, mas muitos não-cristãos creem somente no cinza. Por conseguinte, na verdade os não-cristãos geralmente subestimam a lacuna entre a Igreja e o mundo e a ameaça que o cristianismo representa contra as coisas que eles gostam.
Inquestionavelmente somos superiores — se fôssemos iguais ou até mesmo inferiores, porque então estaríamos tentando convertê-los? Certamente sabemos mais; de outra forma, por que estaríamos pregando para eles? Porém, o segredo é que não somos superiores ou melhores em nós mesmos. E assim lhes dizemos: “Sim, nós verdadeiramente somos superiores, e verdadeiramente sabemos mais do que vocês, mas não em nós mesmos, pois, antes de nos tornarmos cristãos, éramos justamente como vocês, sem Deus e sem esperança neste mundo. Mas Deus, que é maior do que todos, iluminou nossas mentes e nos concedeu entendimento. Ele nos transformou e nos fez ficar diferentes — melhores — do que éramos antes. E ele nos deu um mandato para declarar a vocês a mesma mensagem e adverti-los sobre o julgamento vindouro”.
Se isso não é a verdade, então deveríamos deixá-los em paz. Se isso não é muito superior ao que eles conhecem, então não há nenhum sentido em buscar a conversão deles. Buscar a conversão deles significa que pensamos que há algo de errado com eles. Por que não admitir isso? “Sim, há algo de errado com vocês, e essa é a razão por que vocês devem se converter”.
A resposta apropriada não é transigir ou enfraquecer nossa posição, mas devemos retornar ao fundamento da Grande Comissão, que é a autoridade de Jesus Cristo. A oposição do incrédulo à Grande Comissão é, no final das contas, uma oposição àquele que a proferiu. Porém, Jesus declara que possui “toda autoridade nos céus e na terra” e é sobre essa base que ele dá o mandamento de discipularmos todas as nações.
Vincent Cheung extraído de sua obra O Ministério da Palavra. Lançamento da Editora Monergismo.