Gráfico escalabilidade da Internet
Construção de antigas estradas romanas
Via romana, pavimentação de estrada em Pompéia.
O apóstolo Paulo, o maior evangelista aos gentios possuía a cidadania romana, o que permitia transitar livremente pelas estradas romanas, outra Providência maravilhosa de Deus. As famosas viagens de Paulo percorriam grandes centros urbanos. Alcançando as cidades de maior porte naturalmente surgiriam discípulos para propagar o Evangelho do centro para a periferia, essa era uma das suas formas estratégicas para o evangelismo.
Até o século 15 a replicação do conhecimento estava restrita à rede dos monges copistas, os mosteiros e universidades formavam a rede de conhecimento. Com a invenção da tipografia de Gutenberg ainda no século 15 tornou-se possível amplificar o conhecimento com incríveis tiragens de milhares de cópias de livros e Bíblias. A Imprensa revolucionou o mundo com a democratização do conhecimento. Livros e jornais circulavam aos milhares no século 16. Imaginemos o que a Internet pode fazer!
Hoje, podemos dizer que as fronteiras entre centro e periferia estão ruindo com o advento da Internet. As novas estradas de comunicação agora são em conexão rápida, passa muito mais do que “duas carruagens” ao mesmo tempo. Uma pessoa conectada à Rede no mais longínquo interior do Norte ou Nordeste do Brasil ou da Índia, África ou China, tecnicamente tem a mesma acessibilidade de informação de uma pessoa conectada em Nova Iorque ou Paris. O acesso cada vez mais rápido, popular e mundial da Internet fará o maior trabalho de evangelismo da história da Igreja. E já está acontecendo neste exato momento. O monopólio de conhecimento cai a cada instante em todas as áreas.
O audiovisual entre as pessoas está cada vez mais fácil e eficaz. É possível comunicar-se em segundos com qualquer ponto do planeta. É possível disponibilizar sermões, palestras, vídeos, artigos, estudos, entrevistas, livros, cursos e apostilas, informações de campos missionários e bíblias para qualquer um em qualquer lugar. A comunicação ampliou-se de modo exponencial e continua crescendo em ritmo acelerado.
Há uma premissa básica no evangelismo: CRISTO DEVE SER COMUNICADO. Temos a nossa disposição os Websites, blogs e microblogs, comunidades, e-mails, e tantos outros meios de informação digital. TV, rádio, jornal e revista estão sendo aos poucos engolidos pela Internet, e todos esses meios foram usados amplamente no evangelismo. Atualmente, muitas igrejas possuem suas páginas na Rede Mundial de Computadores o que facilita ainda mais as informações locais. Hoje temos informações rápidas sobre igrejas perseguidas, podemos interceder por elas e de algum modo ajudá-las em tempo hábil.
Não esqueçamos que a obra missionária no Brasil começou com os colportores! Antes da chegada dos primeiros missionários e plantadores de igrejas protestantes no Brasil no século 19 as sociedades bíblicas já enviavam Bíblias para cá. As Bíblias eram impressas na Inglaterra (versão do padre Antonio Pereira de Figueiredo) e trazidas em navios. Um dos modos de difusão da Bíblia era realizado pelos colportores, os vendedores itinerantes de livros. Tais pessoas percorriam as mais distantes cidades para oferecer literatura religiosa, livros e Bíblias. Muitos colportores foram perseguidos, sofreram vários tipos de violência, tinham seus livros apreendidos por disputas religiosas. E apesar dessas coisas, nasceram igrejas onde antes não existiam, frutos da COMUNICAÇÃO realizada por esses heróis missionários.
Nos anos de 1950, período no qual o mundo estava vivendo entre fronteiras de capitalismo e comunismo, entrar com uma Bíblia num país comunista era um ato de grande coragem. Contrabandear Bíblias foi uma das formas eficientes para propagar o Evangelho em regiões fechadas. Surgiram, então, os contrabandistas de livros e Bíblias em regiões proibidas, e até hoje isso acontece em países muçulmanos e comunistas.
As ferramentas digitais de tradução para várias línguas aos poucos vão se transformando em poderosos meios de ampliação do conhecimento disponível na Internet. As perseguições à liberdade religiosa não conseguirão filtrar 100% o acesso a Rede. A prisão de cristãos e confisco de livros podem continuar acontecendo, mas não há como desconectar a Internet. O islamismo está fadado ao fracasso, seus adeptos podem fazer a pressão e a propaganda que quiserem, o CONHECIMENTO DE DEUS se espalhará entre as nações anticristãs. Não há governo que impeça a transmissão de conhecimento via satélite. A Palavra alcançará TODOS os escolhidos por Cristo.
O conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores interligados permite o acesso a informações e todo tipo de transferências de dados. A comunicação antes vinda por estradas e navios, hoje é instantânea. Tudo bem que hoje apenas 25%/30% da população mundial tem acesso à Internet, mas e daqui há 10 ou 20 anos? Haverá meio de comunicação mais eficaz para propagar o Evangelho?
O que aconteceu no Irã em 2009 serve de exemplo para demonstrar que através de redes sociais na Internet é possível trocar informações e organizar protestos em vários pontos do mundo, mesmo debaixo de forte opressão e censuras governamentais iranianas. A campanha presidencial de Barak Obama em 2008 captou doações por meio da Rede e revolucionou as eleições americanas. O ativismo das ONGs funciona com grande eficiência através da Internet. O mesmo será com a propagação do Evangelho, você tem dúvidas ainda?
Os países opressores que aplicam políticas antirreligiosas para que seus cidadãos não possam acessar conteúdos bíblicos conseguem em parte bloquear, mas os sistemas de filtros não são infalíveis. A escalabilidade da Rede (ver figura) em seus bilhares de caminhos assemelha-se às conexões de bilhões de neurônios do nosso cérebro ou os corpos celestes de uma galáxia. Quem vai controlar a Internet?
Segundo as Sociedades Bíblicas Unidas, a Bíblia já foi traduzida, até 31 de dezembro de 2007, para pelo menos 2.454 línguas e dialetos, sendo o livro mais traduzido do mundo.
Isaías 11:9 .. .porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar.
Texto: Raniere Menezes
28 de março de 2010.