12.7.09
FIFA, evangélicos e Sabath
Política, futebol e religião se discutem sim! Particularmente nunca gostei dos jogadores chamados “atletas de Cristo” que fazem do futebol um “ministério” enquanto domingo após domingo quebram o Dia do Senhor. Pra começar, de modo geral, eles têm uma péssima doutrina cristã e em campo, durante os jogos, com poucas exceções, agem como verdadeiros trogloditas trocando palavrões e jogadas criminosas, catimbam e não são lá muito adeptos do “fair play” (espírito esportivo cavalheiro). Não precisa estudar leitura labial para decifrar os “carinhos” entres os jogadores durante o jogo, mas na hora de um pênalti todos viram santos, ajoelham-se, olham para o céu, fazem corrente, parece um Coliseu de gladiadores executando cristãos. E quando conquistam uma vitória fazem orações ecumênicas. Isto sempre me incomodou, principalmente quando eles querem fazer um marketing religioso em pleno domingo, Dia do Senhor. Parece que futebol quer virar religião e não é por aí. Não se pode querer obedecer a Deus desobedecendo a Deus!
A FIFA que não tem motivação religiosa nenhuma observou este comportamento e vai proibir comemoração religiosa do Brasil na próxima Copa na África.
A comemoração do Brasil pelo título da Copa das Confederações, na África do Sul, e o comportamento dos jogadores após a vitória sobre os Estados Unidos causaram polêmica na Europa. A queixa é de que a seleção estaria usando o futebol como palco para a religião. A Fifa confirmou à Agência Estado que mandou um alerta à CBF pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos, mas indicou que por enquanto não puniria os atletas, já que a manifestação ocorreu após o apito final.
Ao final do jogo contra os EUA, os jogadores da seleção brasileira fizeram uma roda no centro do campo e rezaram. A Associação Dinamarquesa de Futebol é uma das que não estão satisfeitas com a Fifa e quer posição mais firme. Pede punições para evitar que isso volte a ocorrer.
Com centenas de jogadores africanos, vários países europeus temem que a falta de uma punição por parte da Fifa abra caminho para extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes da Europa. Tanto a Fifa quanto os europeus concordam que não querem que o futebol se transforme em um palco para disputas religiosas, um tema sensível em várias partes do mundo. Mas, por enquanto, a Fifa não ousa punir o Brasil.
As regras da Fifa de fato impedem mensagens políticas ou religiosas em campo. A entidade prevê punições em casos de descumprimento. Por enquanto, a Fifa não tomou nenhuma decisão e insiste que a manifestação religiosa apenas ocorreu após a partida. Essa não é a primeira vez que o tema causa polêmica. Ao fim da Copa do Mundo de 2002, a comemoração do pentacampeonato brasileiro foi repleta de mensagens religiosas.
Fonte: Estadão
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Não muito tempo atrás, nas Olimpíadas de 1924 na França, um atleta evangélico escocês chamado Eric Liddell (evangélico presbiteriano) desistiu de uma prova de atletismo, onde tinha grande chance de conquistar uma medalha de ouro, simplesmente porque a prova caia num domingo* e ele era um protestante que honrava o Dia do Senhor. Se a sua missão era levar a Palavra de Deus, ele conseguiu ser muito mais persuasivo em sua mensagem não competindo no Dia do Senhor. Esta história está registrada no filme Carruagens de Fogo, um clássico do cinema e da história moderna do cristianismo protestante, vale a pena assistir!
Eric Liddell honrou a Deus diante dos olhos do mundo todo, correu o risco de ser estigmatizado como anti-patriota, porém colocou Deus acima das nações e do rei.
Eric era o verdadeiro atleta de Cristo que entendia estas passagens de Isaías 40:
V. 15 Eis que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta.
V. 17 Todas as nações são perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo.
V. 23 é ele quem reduz a nada os príncipes e torna em nulidade os juízes da terra.
*Selecionado para competir nos 100 e 200 metros pela seleção da Grã-Bretanha nos Jogos de Paris, Liddell chocou o mundo do desporto quando anunciou a sua desistência na prova do hectómetro, por motivos religiosos: as eliminatórias deveriam ser disputadas no dia 6 de Julho, um domingo, o que Liddell de imediato recusou. Substituiu então essa prova pela dos 400 metros, onde viria a obter a medalha de ouro com o tempo de 47.6 segundos, à época recorde mundial. Arrecadou também, nesses Jogos, uma medalha de bronze nos 200 metros.
Hoje, talvez, os jornais chamariam Liddell de louco fanático e os evangélicos o chamaria de fundamentalista, radical, exagerado e tolo.
Isto me traz uma breve reflexão: a igreja de 50, 100, 150 anos atrás era uma igreja que estudava, conhecia profundamente as Escrituras e as doutrinas fundamentais da fé cristãs, isto era refletido em composições maravilhosas de hinos, pregações, livros, empenho missionário. Hoje mal se conhece as Escrituras e os resultados são calamitosos em todas as atividades cristãs. Por que não se honra mais o Dia do Senhor como antigamente, será porque os antigos estavam errados e não tinham tanto entendimento bíblico como temos hoje? Não creio que isto seja verdade, a verdade é que somos analfabetos bíblicos comparados a eles, além de sermos covardes. Esta geração de Igreja mundial envergonha Cristo, mas Ele é Rei, está no trono e no comando, não deixará desonrar Seu nome em vão.
João 12:26 Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.
Os verdadeiros atletas de Cristo não jogam no domingo! Os evangélicos acham que os atletas evangélicos da seleção brasileira estão “escalando Jesus para a seleção”, como se Cristo precisasse de marketing religioso quebrando o Dia dEle!
Uma das marcas de um verdadeiro avivamento hoje seria a anulação de jogos no domingo, isto parece loucura?
Pôster Olimpíadas da França: Credit: IOC / Olympic Museum Collections