Os reformadores foram iconoclastas e destroçaram os ídolos, a massa pós-reforma tem tentado colar os cacos há 500 anos, criando novas formas com os restos.
RM
Os reformadores foram iconoclastas e destroçaram os ídolos, a massa pós-reforma tem tentado colar os cacos há 500 anos, criando novas formas com os restos.
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Pois não seguimos fábulas engenhosamente inventadas – 2 Pedro 1.16
A acusação de que os cristãos seguem fábulas engenhosamente inventadas não é nova. Desde os primeiros dias do cristianismo, os céticos têm dito que os apóstolos foram enganados ou que eram os verdadeiros enganadores. Vamos analisar algumas alegações e a integridade daqueles primeiros discípulos.
Em 2 Pedro 1:16, o apóstolo Pedro afirma que não compartilhou a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com base em "fábulas artificialmente compostas" (do grego "mitos" - μύθοις), mas como testemunha ocular de Sua majestade. Ele enfatiza que os discípulos não seguiram histórias inventadas, mas viram e experimentaram diretamente o "poder" (do grego "dýnamis" - δύναμιν) de Deus.
I. Algumas Declarações Denunciadas como Fábulas
Os incrédulos afirmam que os ensinamentos dos apóstolos são fábulas, histórias inventadas sem fundamento, como mitologia. Para sustentar essa acusação, seria necessário apresentar provas melhores. No entanto, o comportamento e os escritos dos apóstolos indicam exatamente o contrário. Eles não hesitaram em expor suas falhas e as de seus companheiros, demonstrando uma sinceridade incomum para impostores.
II. As Pessoas Acusadas de Inventar as Fábulas
Os apóstolos seriam enganadores? Ao analisar quem eram esses homens, vemos que eram pessoas de integridade e sem habilidades para o engano elaborado.
1. Homens Sem Renome e Influência: No início de sua missão, os apóstolos foram percebidos como "homens indoutos e ignorantes" (Atos 4:13) pelo Sinédrio judeu. Magistrados e governadores gentios os viam como entusiastas fracos, dignos apenas de açoites e prisão, tratados como escória do mundo.
2. Contra o Gosto Popular: Os ensinamentos dos apóstolos não se adaptavam aos gostos populares da época. Eles eram contrários às paixões e aos desejos mundanos, diferentemente de outros líderes religiosos e impostores que adaptavam suas mensagens para agradar as massas. Algumas religiões prometem reencarnação ou prêmios sensuais.
3. Acusados de Fanatismo: Embora acusados de loucura, os apóstolos convenceram seus acusadores de que falavam palavras de verdade e sobriedade. Seus escritos mostram clareza e vigor mental. E não se sacrificavam por glória pessoal, mas por algo maior e verdadeiro.
4. Motivados pela Ambição?: A ambição geralmente busca honra e poder mundano. No entanto, os apóstolos rejeitaram essas oportunidades. Eles não buscavam exaltar a si mesmos, mas sim as coisas de Jesus Cristo. Toda a sua história demonstra que consideravam qualquer ganho pessoal como perda em comparação com o serviço a Cristo.
A análise dessas alegações mostra que os apóstolos eram homens de integridade, sinceridade e coragem. Longe de serem impostores, dedicaram suas vidas a um propósito maior, enfrentando perseguição e morte pela fé. As acusações de que seguiram ou criaram fábulas engenhosamente inventadas não se sustentam diante das evidências de suas vidas e ensinamentos.
A Sinceridade dos Apóstolos
Impostores geralmente esperam obter algo valioso em troca de suas mentiras, especialmente quando enfrentam riscos significativos de detecção ou punição. Assim, é lógico questionar: o que os apóstolos ganhariam ao inventar e propagar uma suposta mitologia tão grandiosa? Na realidade, eles não tinham nada a ganhar neste mundo e tudo a perder. "Laços e aflições os aguardavam em cada cidade." Será que tudo isso foi apenas obstinação? A vida de reprovação e julgamento que os apóstolos viveram, e a morte de tortura que sofreram, provam incontestavelmente sua sinceridade.
III. Quem Foram as Partes Sobre as Quais Essas Chamadas Fábulas Foram Impostas com Sucesso?
1. Se o Evangelho fosse uma fraude, seria mais fácil para os apóstolos terem sucesso em enganar habitantes de regiões bárbaras ou distantes das cenas onde a trama foi criada. No entanto, eles começaram sua pregação em Jerusalém, bem no epicentro dos eventos relatados.
2. Pouco depois, os apóstolos levaram sua mensagem aos gentios. Paulo, incansável missionário entre os pagãos, não era um discípulo original de Jesus, mas um convertido posteriormente cuja transformação foi um dos triunfos mais notáveis da história cristã. É de se esperar que os contestadores da época exigissem evidências sólidas antes de acreditarem nas declarações dos apóstolos. E que os sábios da Grécia e os nobres de Roma rapidamente desmascarassem qualquer fábula astutamente inventada, rejeitando os apóstolos como impostores, se não fossem, de fato, embaixadores de Deus.
IV. A Consistência da Verdade Revelada
As verdades da revelação, necessárias para a salvação, são simples e claras. Um ouvinte, mesmo sem grande conhecimento, não precisa se enganar a respeito delas, evidenciando que não são fábulas.
1. A existência de um Ser Supremo, a quem a Bíblia chama de Deus, é uma doutrina fundamental, assumida em todos os lugares da Bíblia. Esta doutrina forma a base do Evangelho. É uma verdade tão universal da criação, alicerce para toda a estrutura da fé cristã.
Os apóstolos, homens simples e sem renome, pregaram uma mensagem que desafiava os interesses e os poderes estabelecidos. Eles sofreram privações e perseguições, não buscando ganho pessoal, mas dedicando suas vidas ao serviço de Jesus Cristo. A sinceridade e a integridade de suas ações, juntamente com a consistência racional de suas doutrinas, evidenciam que não seguiam nem criavam fábulas engenhosamente inventadas.
A Racionalidade da Revelação
A Bíblia se apresenta como a revelação de Deus, escrita para ensinar Sua vontade e a guiar-nos para a bem-aventurança com Cristo. Há algo irracional nisso? Vejamos alguns dos principais ensinamentos do Evangelho e sua relação com a razão:
3. Algumas Verdades do Evangelho
Primeiramente, consideremos a doutrina da depravação total e universal do homem. Ao observarmos a humanidade, é inegável que encontramos evidências de depravação e degradação. A mão que Deus encheu de fartura frequentemente se levanta em rebelião contra Ele, confirmando a veracidade dessa doutrina.
Outra grande doutrina é a redenção dos eleitos por nosso Senhor Jesus Cristo. Alguns objetam que é irracional supor que Deus demonstraria tanto amor por pecadores, considerando a natureza caída. No entanto, essa objeção não se sustenta. Assim como uma mãe não ama menos seus outros filhos enquanto cuida de um filho doente, o amor de Deus pelos pecadores não diminui Seu cuidado por outras partes da criação. Pelo contrário, demonstra a profundidade do amor, disposto a sacrificar Seu próprio Filho para redimir o seu povo, sua Igreja.
4. A Racionalidade das Doutrinas Cristãs
Quanto às doutrinas da justificação e da santificação, elas também são consistentes. A justificação, ou perdão dos pecados, é obtida pela fé no sacrifício de Cristo, enquanto a santificação, é obra do Espírito Santo. Essas doutrinas são harmoniosas com o amor e a redenção.
V. Algumas Consequências Desse Entendimento
Após uma reflexão breve, podemos esperar alguns resultados significativos:
1. Confirmação do Crente: O crente será confirmado na verdade do Evangelho. Você sabe no que acreditou e em quem acreditou. Essa certeza impede que você troque suas convicções por algo temporário ou superficial. Adoramos um Deus conhecido!
2. Estabelecimento dos Vacilantes: Aqueles que estão vacilantes na fé encontrarão um fundamento mais firme. Por mais fraco e indouto que alguém seja, o fundamento é sólido e firme.
3. Compreensão e Valorização da Fé Cristã: Haverá uma percepção mais clara da natureza do cristianismo e uma convicção mais profunda de seu valor. Reconhecemos nossas obras por gratidão para com Deus por ter concebido um plano tão maravilhoso para salvar o seu povo eleito e por ter revelado isso a nós. Isso nos leva a valorizar e aproveitar plenamente nossos privilégios espirituais. Não há troca com Deus, tudo é graça.
Em resumo, uma reflexão breve das evidências do cristianismo confirma a integridade e a sinceridade dos apóstolos, a consistência racional das doutrinas cristãs e fortalece a fé dos eleitos, estabelecendo-os na verdade que é em Jesus Cristo. Por isso podemos dizer como Pedro, a Bíblia não é uma "Fábula engenhosamente inventada”.
Pensamentos finais ou uma reflexão sobre o tema:
I. Se a Bíblia fosse uma fábula, não teria tantas inconsistências aparentes.
- Qualquer pessoa sábia que inventasse uma história ficcional não a encheria de dificuldades e contradições que desafiam a compreensão.
II. Se a Bíblia fosse uma fábula, seria difícil imaginar quem a inventou.
- Reis? Alguns dizem que reis poderiam tê-la inventado para manter sua autoridade. Mas a Bíblia muitas vezes desafia a autoridade corrupta.
- Sacerdotes? Outros pensam que sacerdotes a escreveram. Contudo, a Bíblia critica duramente os sacerdotes perversos.
- Ricos? A Bíblia constantemente fala contra a vaidade e a inutilidade das riquezas.
- Pobres? Os pobres geralmente não têm recursos para escrever livros extensos.
- Pessoas cultas? Mesmo essa ideia não se sustenta. Pessoas cultas tendem a valorizar sua sabedoria, mas a Bíblia diz que a sabedoria mundana deve ser deixada de lado (1 Coríntios 3:18).
Não encontramos um grupo específico que poderia ser o autor dessa suposta fábula.
III. Se a Bíblia fosse uma fábula, não teria sido seguida por tantas pessoas por tanto tempo.
- É impressionante como um livro assim poderia ser tão amplamente aceito e seguido ao longo de milênios por gerações.
IV. Se a Bíblia fosse uma fábula, como poderia trazer tantos benefícios para a humanidade.
- Seus ensinamentos promovem a alta moralidade, a piedade, a justiça e o amor, algo que enfurece o mundo.
Segundo alguns comentaristas, os não cristãos acreditam em fábulas, como uma fuga. Em 2 Timóteo 4:3, os ouvidos, simbolizando a audição, se desviarão da verdade, pois a verdade expõe seus vícios, destrói seus ídolos, confronta seus pecados e exige conformidade com Cristo crucificado, as fábulas levam a afastar seus ouvidos. Em 1 Timóteo 1:6, é mencionado que eles se desviaram, e em 1 Timóteo 1:4, transformaram em fábulas, ou mitos. Eles acabam acreditando em qualquer tipo de absurdo, pois aqueles que rejeitam a verdade são entregues ao julgamento justo de Deus, que os leva a aceitar as mais degradantes falsidades.
A reação dos inimigos da fé não é amigável como se fosse uma fábula, mas algo profundo como o Inferno, algo insuportável para o homem natural, não um conto de fadas. -- Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele. (Atos 7.57). -- De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade.
RANIERE MACIEL DE MENEZES – FRASES PROTESTANTES
Jerusalém: A Cidade dos Sangues e a Lição para os Dias Atuais
2 Tu, pois, ó filho do homem, porventura julgarás, julgarás a cidade sanguinária? Faze-lhe conhecer, pois, todas as suas abominações.
3 E dize: Assim diz o Senhor DEUS: Ai da cidade que derrama o sangue no meio de si para que venha o seu tempo! Que faz ídolos contra si mesma, para se contaminar!
Ezequiel 22.2-3.
Em Ezequiel 22:1-16, encontramos uma poderosa repreensão do profeta Ezequiel à cidade de Jerusalém, a qual ele chama de "cidade sanguinária" devido aos seus inúmeros crimes e pecados. Este trecho oferece uma reflexão profunda sobre as consequências do afastamento de Deus e a corrupção moral. -- O livro de Ezequiel foi escrito durante o exílio babilônico dos israelitas, que ocorreu no século VI a.C. Ezequiel foi levado ao exílio por volta de 597 a.C. Acredita-se que suas profecias foram proferidas entre aproximadamente 593 e 571 a.C.
Jerusalém no século VI a.C. era protegida por fortes muralhas que circundavam a cidade, oferecendo defesa contra invasões. O Templo de Salomão, situado no Monte do Templo, era o centro religioso e símbolo da presença divina entre os israelitas, até ser destruído pelos babilônios em 586 a.C. A cidade tinha uma arquitetura variada, com casas construídas principalmente de pedra, além de mercados e edifícios administrativos que compunham seu ambiente urbano. População estimada menos de 100 mil habitantes. A autoconfiança dos habitantes dessa Jerusalém considerava que podia cometer todo tipo de corrupção e permanecer em paz com seus muros e o magnifico templo de Salomão, grande engano!
Jerusalém era o coração espiritual do judaísmo no século VI a.C., com o Templo de Salomão sendo o centro onde sacerdotes realizavam sacrifícios e os israelitas vinham para adorar e celebrar festivais religiosos. Durante esse período, profetas como Ezequiel e Jeremias transmitiam mensagens de Deus, frequentemente alertando sobre a necessidade de arrependimento e retorno à obediência aos mandamentos divinos, mas poucos deram ouvidos e todos pagaram o preço do castigo.
Antes da destruição pelos babilônios, Jerusalém era a capital do Reino de Judá e o centro do governo, onde o rei e sua corte residiam. No século VI a.C., a cidade enfrentou ameaças constantes de potências vizinhas, sendo tomada pelos babilônios em 597 a.C., quando muitos habitantes, incluindo o profeta Ezequiel, foram levados ao exílio. Em 586 a.C., Jerusalém foi novamente atacada e destruída pelo rei Nabucodonosor II da Babilônia. A economia de Jerusalém era baseada na agricultura, comércio e tributos, com mercados movimentados onde mercadores vendiam seus produtos. A vida diária dos habitantes comuns era centrada na família, nas práticas religiosas e nas atividades comunitárias, guiadas pelas leis mosaicas, porém num nível oculto a apostasia corrompia todas as camadas da sociedade. Em 586 a.C., após rebeliões contra a Babilônia, Jerusalém foi sitiada, suas muralhas foram derrubadas, o Templo destruído e a cidade saqueada, resultando na morte de muitos habitantes e no exílio de grande parte da população. “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda”. (Provérbios 16.18).
Jerusalém é acusada de uma lista extensa e grave de pecados, incluindo assassinato, idolatria, desobediência aos pais, opressão, extorsão, profanação do sábado e das coisas sagradas, luxúria e adultério. Essas transgressões não apenas violam as leis divinas, mas também refletem uma sociedade que perdeu seu senso de justiça, moralidade e respeito pelo próximo. O machado desceu para cortar, como escrito em Mateus 3.10: “E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo”.
O povo foi reunido como escória sem valor, o resíduo que fica no fundo do forno quando a prata é derretida. São como ligas de estanho, latão, ferro e chumbo, sem valor algum. Jerusalém tornou-se um cadinho, pronto para derreter no calor ardente da ira de Deus. Esta ira é como o sopro sobre o fogo, e não há dúvida de que é Deus quem o faz, não um deus pagão. Ezequiel afirmou claramente isso e além disso previu que o povo de Jerusalém se tornaria uma terra deserta e selvagem, incapaz de receber chuva. Enquanto Ezequiel proferia seu julgamento, os falsos profetas agiam como leões entre suas presas, devorando almas, saqueando os bens do povo e cometendo injustiças. A religião transformou-se apenas em um negócio lucrativo, onde por mais lucro se obtenha, mais se transformam em assassinos. São falsos profetas que pregam mensagens e visões falsas, exploradores impiedosos!
A raiz de toda essa maldade, conforme Ezequiel destaca, é o esquecimento de Deus, a apostasia. Quando uma sociedade se distancia dos princípios divinos e se entrega à própria luxúria e desejos egoístas, a justiça e a verdadeira felicidade se tornam inalcançáveis. Ezequiel adverte que aqueles que se permitem ser governados por suas próprias paixões acabarão sendo escravizados por elas. A natureza do pecado é destruir o que é verdadeiro, belo, sábio, bom, certo e forte, tanto em indivíduos quanto em sociedade. O pecado quando consumado gera a morte.
Ezequiel denuncia severamente Jerusalém por uma série de transgressões que ainda ressoam hoje. Jerusalém é acusada de violência e crimes, incluindo homicídios, alimentando uma cultura de injustiça. A cidade é condenada por idolatria, fabricação de ídolos, e corrupção espiritual que desrespeita os princípios sagrados. Os líderes são criticados por explorar socialmente e desrespeitar os vulneráveis, incluindo pais, estrangeiros, órfãos e viúvas, além de praticar usura e injustiça econômica. Ezequiel também denuncia a corrupção moral, incluindo adultério e incesto. Ele compara os líderes a lobos que devoram suas presas, buscando ganho pessoal e negligenciando a justiça. Os profetas e sacerdotes são acusados de profanar o sagrado, negligenciar os ensinamentos divinos e enganar o povo com promessas vazias. Essas denúncias revelam não apenas pecados individuais, mas também falhas estruturais e morais que levaram à eventual destruição e exílio de Jerusalém como consequência do juízo divino. O esquecimento de Deus pode se desenvolver em idolatria, adultério, assassinato! Ontem e hoje!
“Tu te esqueceste de mim, diz o Senhor Deus." Aqui reside o verdadeiro motivo da deserção, rebelião, vícios e crimes dos filhos de Israel. Se tivessem mantido Deus em suas memórias, teriam evitado os erros e loucuras em que caíram. Depois de tudo o que o Senhor fez por eles, após toda a sua tolerância e paciência, ainda assim o esqueceram! Para Jerusalém havia apenas uma esperança, um caminho de recuperação e restauração: trazer novamente à memória Aquele a quem não apenas abandonaram, mas também esqueceram. Aqueles que decidem ser seus próprios mestres não devem esperar outra felicidade além da que suas próprias mãos podem proporcionar; e esta será, sem dúvida, uma porção miserável.
Os habitantes de Jerusalém seriam incapazes de suportar a severidade deste julgamento. "Será que teu coração aguentará, ou tuas mãos terão força nos dias em que eu tratar contigo?" Um comentarista disse:: "Ó Jerusalém! Por mais forte e valente que seja teu coração, os julgamentos de Deus serão pesados demais para que os suportes. Quando a ira chegar, teu coração se desfalecerá, faltar-te-á conselho, e não saberás o que fazer. Faltar-te-á força, e não serás capaz de realizar o que sabes." Quando Deus visita alguém em julgamento, "coração e mão, coragem e poder, falham" (cf. Jó 40:9; Salmo 76:7; Naum 1:6).
Em outras palavras, quando Deus decreta seu julgamento, a pessoa julgada não terá força emocional nem física para resistir. Mesmo que alguém tenha um coração forte ou uma grande valentia, esses julgamentos divinos serão tão intensos e esmagadores que a pessoa perderá toda a coragem e poder. A mente ficará confusa, sem saber o que fazer, e o corpo, enfraquecido, será incapaz de agir. A severidade do julgamento divino é tal que torna qualquer resistência inútil e leva à total desorientação e impotência.
Para os dias atuais, esta passagem bíblica nos convida a uma reflexão sobre nossas próprias ações e a sociedade em que vivemos. Será que estamos, como indivíduos e como igreja, nos afastando dos princípios de amor, justiça e humildade que Deus nos ensina? Estamos permitindo que a ganância, a opressão e a desobediência corrompam nossos valores e condutas? Todas essas acusações proféticas recaem sobre a igreja, hoje, no século 21. Temos muitos líderes lobos nos púlpitos e devoram suas presas, enchem seus cofres, abusam do poder, negligenciam o Evangelho e enganam o povo com promessas vazias. A mensagem de Ezequiel é clara: uma igreja que escolhe ser sua própria senhora, sem considerar o Evangelho, enfrentará uma miséria auto imposta. Se Deus continua sendo Deus, se o Deus de Ezequiel é o mesmo Deus de hoje, as consequências da corrupção espiritual e moral recairão sobre a Igreja. A punição é descrita como um processo de purificação através do fogo do furor de Deus ontem e não hoje?
Mas, convertendo-se o ímpio da impiedade que cometeu, e procedendo com retidão e justiça, conservará este a sua alma em vida. -- Ezequiel 18:27
Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? -- Mateus 16:26
RANIERE MACIEL DE MENEZES – FRASES PROTESTANTES
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Conquista de Rabá |
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Tomada de Rabá, hoje Amã, Jordânia, Israel |
Glória em Armas: Generais de Davi - Joabe
A Conquista de Rabá
2 Samuel 12:26-31
"E Joabe pelejou contra Rabá, dos filhos de Amom, e tomou a cidade real."
A narrativa da conquista de Rabá, retomada em 1 Crônicas 20:2, nos leva ao vale estreito do alto Jaboque, onde Rabá estava situada. A cidade se estendia em ambos os lados do riacho, com sua cidadela localizada no penhasco do lado norte. Termos como "cidade real" e "cidade das águas" são utilizados para se referir à cidade propriamente dita, enquanto "cidade" em 2 Samuel 12:28-29 provavelmente se refere à cidadela, a parte mais fortemente fortificada. Duas fortificações naturais com água e penhascos.
Joabe: Um General Contraditório mas Leal a Davi
Joabe, após capturar a cidade baixa, enviou mensageiros antes de atacar a cidadela. Este gesto pode ser visto como uma tentativa de evitar a inveja e garantir o favor do rei. Apesar de suas ações muitas vezes questionáveis, Joabe demonstrou modéstia e humildade ao considerar a honra de seu mestre. Mesmo os homens mais imperfeitos podem exibir boas qualidades e realizar ações notáveis.
Um pouco sobre Joabe: Ele foi o principal comandante militar do exército de Davi, desempenhando um papel crucial na consolidação do reino de Israel através de suas muitas vitórias. Ele liderou o ataque que capturou Jerusalém dos jebuseus, o que o estabeleceu como chefe do exército (1 Crônicas 11:6). Além disso, participou de várias campanhas militares significativas, incluindo guerras contra os amonitas e edomitas, e a supressão da rebelião de Absalão, filho de Davi.
Joabe, uma figura destacada no Antigo Testamento da Bíblia, era sobrinho do rei Davi e serviu como comandante do seu exército. Filho de Zeruia, irmã de Davi, e irmão de Abisai e Asael (1 Crônicas 2:16), Joabe estava intimamente ligado à família real e desempenhou um papel crucial em muitos eventos da vida de Davi. Sua história é marcada por uma lealdade feroz, habilidades militares notáveis e ações controversas, incluindo assassinatos e decisões que desafiaram diretamente as ordens de Davi.
Geografia do local |
Um Começo Presunçoso, Um Fim Desastroso dos Amonitas
Na cidade de Rabá, um grande conflito foi iniciado de forma desenfreada e orgulhosa (2 Samuel 10:1-4). O rei dos amonitas foi morto em batalha e a confiança do povo em Moloque (Malcom) foi frustrada. A terrível retribuição caiu sobre eles, mostrando a futilidade de sua confiança em um falso deus. Os amonitas eram terríveis guerreiros sanguinários e adoradores de Moloque, um deus que exigia sacrifício de crianças. Enquanto poderosos, orgulhos de suas conquistas, até enfrentarem um general de Davi.
A Severidade de Davi
A severidade excessiva de Davi, ao colocar os filhos de Amom na escravidão e extermínio, refletia um coração ainda endurecido pelo arrependimento. Esta crueldade, aparentemente não sancionada por Deus, era uma expressão do temperamento atual de Davi e da excitação da indignação popular. A conduta cruel dos amonitas (1 Samuel 11:2; Amós 1:8), as práticas comuns da época, um zelo intenso contra a idolatria e a convicção de ser um instrumento de vingança divina (Salmo 149:7) podem amenizar, mas não justificar plenamente, suas ações. Uma coisa é certa, para não cometermos o erro do anacronismo. Para entender a história de Davi e outras figuras históricas de maneira justa e precisa, é essencial analisar suas ações dentro do contexto de sua época, considerando os costumes, crenças e normas sociais que prevaleciam. Isso nos permite uma compreensão mais rica e precisa da história, sem os preconceitos e julgamentos impostos por valores contemporâneos.
A conquista de Rabá e a punição dos amonitas, como descrito em 1 Crônicas 20:1-3, ilustram a complexidade das ações humanas e a luta entre o bem e o mal, muitas vezes com extrema violência. Joabe, um general com ações contraditórias, e Davi, um rei com momentos de severidade extrema, nos lembram da necessidade de compaixão, gentileza e perdão, demonstrado em outros momentos de guerra. Quando sentimos nossa própria necessidade do amor perdoador do Senhor, somos mais capazes de demonstrar misericórdia e compreensão aos outros. Neste caso, dos amonitas, eles receberam extremo tratamento severo. Alguns interpretes julgam que Davi poderia estar vivendo um luto de um filho ou mesmo em período de luxúria com amante, independentemente do seu estado de espírito, nada acontece na terra sem decreto do céu. Diante dos fatos dos acontecimentos, a conquista de Rabá foi violenta.
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Ruínas preservadas em Amã |
A Conquista de Rabá: A Cidade das Águas ou Cidade Real
2 Samuel 12:27
"Então Joabe enviou mensageiros a Davi, e disse: Lutei contra Rabá, e tomei a cidade das águas."
A Geografia de Rabá
Rabá, a cidade moderna de Amã -- A Cidadela de Amã é um local histórico no meio do centro de Amã, na Jordânia. Conhecido em árabe como Jabal al-Qal'a, a colina em forma de "L" é um dos sete cavaleiros (montanhas) que originalmente constituíam Amã.--, estava estrategicamente localizada em um vale cercado por colinas baixas e redondas. O desfiladeiro que leva à cidade faz uma curva repentina para o norte e se abre em uma planície estreita, coberta por grama. Um riacho serpenteia pelo meio da cidade, tornando-a verdadeiramente uma "cidade das águas". Este riacho não apenas embelezava a cidade, mas também servia como uma fonte vital de água para seus habitantes. Possivelmente, Joabe obstruiu a passagem de água para a cidade sitiada, antes do ataque final.
A Importância Estratégica da Cidade das Águas
A "cidade das águas" refere-se à parte baixa de Rabá, assim chamada devido ao riacho que fluía através dela. A cidade alta, que incluía a cidadela, ficava em uma colina ao norte do riacho. A tomada da cidade baixa por Joabe foi um golpe estratégico, pois cortou o suprimento de água da cidadela, que não poderia resistir por muito tempo sem essa fonte essencial.
A Estratégia de Joabe
Joabe, após capturar a cidade baixa, enviou mensageiros a Davi com uma proposta significativa. Ele sugeriu que Davi reunisse o restante do povo e viesse sitiar a cidade alta, para que a honra da captura final recaísse sobre o rei Davi. Esta atitude demonstrava a consideração de Joabe pela glória de seu mestre. Embora fosse um homem ambicioso, Joabe estava disposto a transferir a glória de suas conquistas para Davi, mostrando um grau de lealdade e fidelidade.
Na conquista de Rabá, Joabe empregou diversas estratégias militares decisivas: cercou a cidade para cortar o acesso aos recursos vitais dos amonitas, utilizou um ataque estratégico capturando primeiro a cidade baixa e depois sugerindo a Davi liderar o ataque à cidadela, aplicou uma estratégia de desgaste ao bloquear o suprimento de água, e demonstrou diplomacia militar ao enviar mensageiros ao seu rei antes do ataque. Essas ações não apenas destacaram sua habilidade militar, mas também sua astúcia política ao assegurar o sucesso da operação e fortalecer sua posição com Davi.
Contexto Histórico e Cultural
A prática de monopolizar honras militares era comum entre os déspotas orientais. Joabe, consciente desta tradição, preferiu que Davi comandasse o ataque final. Ele sabia que a captura da cidadela seria um momento decisivo, e queria que Davi fosse reconhecido como o grande conquistador. Este gesto também refletia a prática histórica de renomear cidades em homenagem a grandes líderes, como Alexandria e Constantinopla.
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Joabe, general de Davi |
A Heroicidade do General Joabe
Joabe é lembrado como um dos mais formidáveis e leais generais de Davi, cuja ambição e métodos muitas vezes colocaram-no em situações moralmente complexas e politicamente arriscadas. Sua vida destaca a complexidade das lealdades e políticas na corte de Davi e as difíceis decisões enfrentadas por líderes em tempos de guerra e conflito. -- Embora extremamente leal a Davi, Joabe agia muitas vezes de forma independente e violenta, criando tensões. Ele era um defensor ardente do reino, mas sua abordagem pragmática e implacável frequentemente entrava em conflito com os desejos do rei. -- Joabe não hesitou em confrontar Davi em várias ocasiões, como quando criticou o rei por lamentar a morte de Absalão e desmotivar o exército que acabara de vencer a rebelião (2 Samuel 19:5-7).
Joabe cometeu várias ações controversas durante sua vida. Ele assassinou Abner, o comandante do exército de Saul, em vingança pela morte de seu irmão Asael e possivelmente por razões políticas (2 Samuel 3:27). Durante a rebelião de Absalão contra Davi, Joabe matou Absalão, desobedecendo a ordem expressa de Davi para poupar a vida do seu filho (2 Samuel 18:14). Além disso, Joabe matou Amasa, que havia sido nomeado por Davi como comandante do exército em seu lugar, reafirmando sua própria posição de liderança militar (2 Samuel 20:10).
A proposta de Joabe em Rabá é digna de admiração. Ele estava pronto para transferir a glória de suas próprias conquistas para seu rei, mostrando um exemplo singular de heroísmo. Apesar de suas falhas, Joabe amava seu príncipe e se esforçava para elevar sua glória. A grandeza de Rabá, uma metrópole irrigada pelo rio Jaboque, fazia dela um prêmio valioso, e Joabe estava disposto a deixar Davi receber o crédito por sua captura.
As práticas e normas sociais eram muito diferentes. Por exemplo, práticas como a retribuição severa e o uso de prisioneiros de guerra para trabalhos forçados ou punições extremas eram comuns e aceitáveis na época. Práticas que eram normais ou até mesmo exigidas no passado podem ser vistas como violações graves dos direitos humanos hoje. Métodos de guerra, como cercos e conquistas, incluíam práticas severas que eram consideradas normais. Os líderes eram frequentemente julgados pela sua capacidade de conquistar e manter territórios. A maneira como o poder era conquistado, mantido e exibido diferia. A exibição de troféus de guerra, como coroas e despojos, era uma prática comum para demonstrar domínio e sucesso militar.
Julgar a história anacronicamente é um erro, o que pode levar a uma compreensão distorcida dos eventos e das pessoas envolvidas. Também perda de contexto. Ignorar o contexto histórico específico pode resultar em interpretações incorretas das motivações e ações das figuras históricas.
A Captura de Rabá
2 Samuel 12:29
"Então Davi reuniu todo o povo, foi até Rabá, pelejou contra ela e a tomou."
A expedição a Rabá foi um momento crucial para Davi. Em meio a suas aflições pessoais, esta missão proporcionou uma oportunidade para revitalizar sua glória militar. Joabe, ao chamar Davi para liderar o ataque final, pode ter considerado isso como uma maneira de aliviar o rei de suas preocupações e restaurar sua imagem perante o povo. A mente militar e política de Joabe ponderou algo assim para não se precipitar e ganhar glória pela conquista. – Ao tentar superar ou ofuscar seu rei, Joabe correria o risco de despertar insegurança e ciúmes, o que poderia ser prejudicial para sua própria posição e carreira. Agiu com prudência, lealdade, sutileza e estratégia ao evitar desafiar diretamente a autoridade estabelecida. E ainda permitiu ganhar o favor do rei e, assim, fortalecer sua própria posição.
Motivações para Reunir o Povo
Davi reuniu todo o povo de Israel, possivelmente por várias razões: para reforçar as tropas de Joabe, que estavam enfraquecidas após o longo cerco e a captura da cidade das águas; para garantir que todos os soldados participassem dos despojos abundantes da cidade; e para assegurar a completa derrota dos amonitas e a execução da justiça em toda a terra de Israel.
A Conquista da Acrópole
Davi, liderando um exército renovado, atacou a parte mais fortificada de Rabá, a acrópole, e a tomou. Esta conquista final foi não apenas uma vitória estratégica, mas também um símbolo da restauração da liderança e da força de Davi.
A Coroa do Rei
Davi tomou a coroa do rei amonita, que pesava um talento de ouro e era adornada com pedras preciosas. Este peso, embora extraordinário, indica o valor e a riqueza da coroa, que pode ter sido usada simbolicamente em cerimônias e não como um adereço cotidiano. Ao colocar a coroa em sua própria cabeça, Davi demonstrou a transferência de poder e a submissão dos amonitas a Israel.
Os Despojos de Rabá
Davi levou os despojos da cidade em grande abundância, reforçando o tesouro de Israel e demonstrando a riqueza adquirida com a vitória. Esta ação serviu para recompensar seus soldados e fortalecer ainda mais seu reino.
A Justiça e as Punições
Após a captura, Davi impôs severas punições aos amonitas. As palavras "colocou-os sob serras" e "os fez passar pelo forno de tijolos" indicam métodos cruéis de punição, possivelmente como retribuição pelas crueldades infligidas pelos amonitas, especialmente em práticas idólatras e sacrifícios de crianças a Moloque. Tais atos, embora vistos como justiça retributiva na época, são entendidos como bárbaros à luz dos ensinamentos cristãos.
As práticas e normas sociais eram muito diferentes, com a retribuição severa e o uso de prisioneiros de guerra para trabalhos forçados ou punições extremas sendo comuns e aceitáveis. O que era normal ou exigido no passado, como métodos severos de guerra e cercos, é visto hoje como violação dos direitos humanos. Líderes eram julgados pela habilidade de conquistar e manter territórios, exibindo troféus de guerra, como coroas e despojos, para demonstrar domínio e sucesso militar.
A captura de Rabá por Davi simboliza a restauração de sua glória e liderança. A lealdade de Joabe ao transferir a honra da conquista para Davi é notável, demonstrando sabedoria política. A severidade das punições imposta aos amonitas, embora um reflexo dos costumes da época, não deve ser vista como um exemplo a ser seguido pelos cristãos, seria uma aplicação anacrônica. Esta narrativa nos lembra da complexidade das ações humanas e da importância de liderar com respeito pelos valores de Deus. O Antigo Testamento foi escrito em um contexto cultural e histórico muito diferente do nosso. Essas passagens frequentemente descrevem consequências severas para a desobediência. E Deus é imutável, justo, soberano e poderoso.
Pensamentos Conclusivos
A conquista de Rabá e a estratégia de Joabe oferecem lições valiosas sobre liderança, lealdade e a importância de reconhecer e elevar a glória dos outros. A cidade das águas, com sua localização estratégica e recursos vitais, era um alvo significativo, e a sabedoria de Joabe em capturá-la demonstra sua habilidade militar e seu profundo senso de honra e lealdade a Davi. A história nos lembra da necessidade da capacidade de reconhecer e celebrar as realizações dos outros. Apesar da vida controversa de Joabe, em muitos momentos sempre provou sua lealdade ao rei.
Declínio e morte de Joabe
No final do reinado de Davi, Joabe apoiou Adonias na disputa pela sucessão ao trono, em vez de Salomão, o escolhido por Davi (1 Reis 1:7). Quando Salomão se tornou rei, ele ordenou a execução de Joabe por seus crimes passados e por apoiar Adonias. Joabe foi morto no altar, onde buscou refúgio, por Benaia, um dos principais oficiais de Salomão (1 Reis 2:28-34).
O declínio de Joabe é uma lição sobre lealdade, poder, impetuosidade e as consequências de nossas ações. Apesar de seu longo serviço e contribuições significativas ao reinado de Davi, a escolha de Joabe de apoiar Adonias mostrou uma falha mortal em seu julgamento e lealdade ao desejo final de Davi. Sua execução por ordem de Salomão ilustra a importância de alinhar-se corretamente com as lideranças estabelecidas e as consequências de decisões políticas erradas. Além disso, a morte de Joabe no altar, um local de refúgio sagrado, ressalta que nem mesmo os lugares de proteção divina podem absolver alguém das ações passadas e da justiça terrena. A história de Joabe nos ensina sobre a complexidade da liderança, a necessidade de discernimento nas alianças e a inevitabilidade de enfrentar as consequências de nossos atos.
RANIERE MACIEL MENEZES - FRASES PROTESTANTES
Dizia-se
entre os pagãos que um homem justo lutando contra a adversidade era uma visão
digna dos deuses. Tal visão temos aqui. Vemos um homem verdadeiramente justo
lutando desde as profundezas mais sombrias da adversidade até as alturas serenas
da paz e da alegria em Deus, como uma canção ao amanhecer. Três etapas podem
ser demarcadas neste Salmo.
I. O Lamento
do Abandono (Versículos 1-10)
O sofrimento
não é uma “coisa estranha”. Chega mais cedo ou mais tarde para todos. Sempre, e
especialmente nas suas formas mais graves, é um mistério da Providência.
Gritamos: "Por quê?" "Por que estou assim?" "Por que
tudo isso de Deus para mim?" Os servos de Deus que foram mais aflitos
foram os que mais sentiram este mistério. O mesmo aconteceu com Abraão, quando
“o horror das grandes trevas caiu sobre ele” (Gênesis 15:12). O mesmo aconteceu
com Jacó, naquela noite de longa e terrível luta com o anjo (Gênesis 32:24). O
mesmo aconteceu com Moisés e os profetas (Isaías 40:27). Assim foi com o
salmista aqui.
Seus
sofrimentos foram intensificados pela sensação de abandono e solidão:
"Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que estás tão longe de
salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia? Meu Deus! Eu clamo de dia,
mas não respondes; de noite, e não recebo alívio" (Salmo 22:1-2, NVI).
Ele clamou a
Deus, mas não houve resposta. Continuou orando dia e noite, mas não houve
resposta. E ainda assim, ele não desistirá de sua confiança em Deus. Ele tenta
se acalmar pela lembrança da santidade e do amor de Deus, e pelo pensamento do
trato amoroso e gracioso de Deus com seu povo: "Nossos antepassados
confiaram em ti; confiaram, e os livraste" (Salmo 22:4, NVI).
Mas,
infelizmente, isso só agravou sua situação. O contraste era nítido e terrível:
"Mas eu sou verme e não homem, motivo de zombaria e objeto de desprezo do
povo" (Salmo 22:6, NVI). Parecia-lhe que o abandono, que sentia tão
intensamente, era igualmente evidente para os outros. Mas, em vez de pena,
houve desprezo; em vez de simpatia, houve reprovação. Rebaixado na estima dos
outros, ele também foi rebaixado na sua própria. Tudo isso parecia
inconciliável com uma relação correta com Deus. O salmista não consegue
compreender, mas também não pode censurar. O vínculo de amor é forte, tenso,
mas não rompido. Como Jó, ele está pronto para dizer: “Ainda que ele me mate,
nele esperarei” (Jó 13:15).
Quão gratos
deveríamos ser por tais revelações! Elas não apenas nos ensinam a ter
paciência, mas nos ajudam, no momento da provação, a nos aproximarmos em amor
de Jesus.
II. A Oração de Confiança
Há um tempo
para falar. A fala ajuda a aliviar o coração. Mas o salmista não clama por
ajuda até atingir um estado de espírito mais calmo, e até agora se encorajou
pela lembrança do amor e da bondade de Deus em sua vida desde o início:
"Contudo, tu és quem me tirou do ventre; deste-me segurança junto ao seio
de minha mãe. Desde que nasci fui entregue a ti; desde o ventre materno és o
meu Deus" (Salmo 22:9-10, NVI). A confiança na Soberania de Deus e sua
Providência.
Ele olha
para o passado, para que possa estar preparado para olhar para o presente.
Então, diante de todas as angústias e perigos que o cercavam, ele clama
poderosamente a Deus: "Não fiques distante de mim, pois a angústia está
próxima e não há ninguém que me socorra" (Salmo 22:11, NVI).
Sua fé é
duramente provada, mas não falha. Mesmo com as coisas piorando cada vez mais,
com inimigos muitos e ferozes, com a força quase esgotada, com a morte
olhando-o de frente: "Repartem as minhas roupas entre si e lançam sortes
pelas minhas vestes" (Salmo 22:18, NVI), ele renova seu grito: "Mas
tu, Senhor, não fiques distante! Ó minha força, vem logo em meu socorro!"
(Salmo 22:19, NVI).
Este relato
bíblico não apenas nos encoraja a ter paciência, mas também nos inspira a
confiar e permanecer firmes na fé, mesmo em tempos de grande adversidade. Ele
nos ensina que, apesar das angústias e das provações intensas, o amor e a
fidelidade de Deus permanecem inabaláveis.
III. A
Alegria da Libertação (Versículos 22-31)
A confiança
do salmista não é em vão. À medida que ele persevera em oração e mantém sua fé
em Deus, experimenta uma mudança poderosa. A escuridão e o desespero dão lugar
à luz e à alegria. A libertação que ele tanto anseia finalmente chega, e seu
coração se enche de louvor como uma canção ao amanhecer.
Ele expressa
seu alívio e gratidão declarando a bondade de Deus: "Proclamarei o teu
nome a meus irmãos; na assembleia te louvarei. Louvem-no vocês que temem o
Senhor! Glorifiquem-no, todos vocês, descendentes de Jacó! Tremam diante dele,
todos vocês, descendentes de Israel!" (Salmo 22:22-23, NVI).
Essa
libertação não é apenas uma experiência pessoal. O salmista quer que todo o
povo de Deus saiba do poder e da fidelidade do Senhor. Ele convoca a comunidade
a participar de seu louvor: "Pois não menosprezou nem repudiou o
sofrimento do aflito; não escondeu dele o rosto, mas ouviu o seu grito de
socorro" (Salmo 22:24, NVI).
A alegria da
libertação é profunda e abrangente. O salmista reconhece que sua experiência é
uma prova viva da fidelidade de Deus e se compromete a louvar o Senhor de
maneira pública e permanente: "De ti vem o tema do meu louvor na grande
assembleia; cumprirei meus votos na presença de todos os que o temem"
(Salmo 22:25, NVI).
Ele
visualiza um futuro onde todos os povos da terra reconhecerão a soberania de
Deus: "Os pobres comerão e se fartarão; os que buscam o Senhor o louvarão!
Que vocês vivam para sempre! Todos os confins da terra se lembrarão e se
voltarão para o Senhor, e todas as famílias das nações se prostrarão diante
dele" (Salmo 22:26-27, NVI). – Os mansos comerão e se fartarão,
bem-aventurado os mansos. Estes herdarão a terra, não os homens violentos como
os touros e leões.
O salmista
conclui com uma visão grandiosa do reino de Deus, onde Ele é reconhecido como
Rei sobre todas as nações: "Pois do Senhor é o reino; ele governa as
nações" (Salmo 22:28, NVI). Ele vê as gerações futuras continuando a
louvar a Deus por Suas obras maravilhosas: "Todos os ricos da terra se
banquetearão e o adorarão; haverão de ajoelhar-se diante dele todos os que
descem ao pó, cuja vida se esvai. A posteridade o servirá; falarão do Senhor às
gerações futuras. A um povo que ainda não nasceu proclamarão seus feitos de
justiça, pois ele agiu com poder" (Salmo 22:29-31, NVI). Das trevas para a
luz, Jesus é a luz das nações.
Reflexões
Finais
O salmista
nos oferece uma poderosa lição de fé e perseverança. Em meio à mais profunda
adversidade, ele não abandona sua confiança em Deus. Mesmo quando parece que
Deus está distante, ele continua a clamar e a confiar. Sua história nos lembra
que, embora possamos enfrentar momentos de desespero e sentir a ausência de
Deus, Ele está sempre presente, ouvindo nossos clamores e trabalhando em nosso
favor. Deus é bom.
Este relato
nos inspira a manter nossa fé e a confiar na bondade de Deus, independentemente
das circunstâncias. Ele nos chama a lembrar das obras passadas de Deus em
nossas vidas e a proclamar Sua fidelidade e poder para as gerações futuras. Ao
fazermos isso, não apenas encontramos força e esperança para nós mesmos, mas
também encorajamos outros a buscar e confiar em Deus. Do lamento à alegria da
libertação, a fé e perseverança na adversidade sabe que após o choro vem a
alegria, que após a escuridão vem o amanhecer. Deus é nossa força, escudo,
rocha, fortaleza e esperança. Proclamemos suas maravilhas para todas as
gerações.
RM-FRASES PROTESTANTES
Baseado em W.
Forsyth: https://biblehub.com/sermons/auth/forsyth/a_struggle_from_the_gloom_of_adversity_to_peace_and_joy.htm
Admita Seus Erros e Fortaleça Sua Fé em Jesus Cristo
Admitir nossos erros, ao invés de procurar desculpas, é essencial para nosso crescimento espiritual. Mesmo que os mesmos erros se repitam, é necessário reconhecer que são pecados e levá-los a sério, sem justificar ou minimizar sua importância.
A Verdadeira Fé Leva à Santidade
A fé em Jesus Cristo nos conduz à santidade. No entanto, às vezes, um pecado persistente pode dominar nossa atenção, fazendo-nos esquecer de outros aspectos importantes da nossa vida. É importante refletir sobre toda a caminhada de fé: você está crescendo em conhecimento, reverência, pureza (luta contra o pecado) e boas ações? Se a resposta for sim, isso demonstra uma fé verdadeira em Cristo.
Em vez de deixar que um pecado específico abale sua fé, considere seu crescimento contínuo em Cristo. Esse progresso pode te dar forças e encorajamento para continuar lutando contra as falhas que ainda persistem.
A Importância da Prestação de Contas
Compartilhar nossas lutas com outros irmãos pode ser útil, mas não deve ser superestimado como o caminho para a santificação. Essa prática é eficaz principalmente para nossa conduta externa, não tanto para nossos pensamentos e motivos internos. Para que essa prestação de contas funcione, é necessário ser honesto sobre sua situação e progresso. Se você estiver decidido a pecar, pode acabar mentindo para ocultar isso dos outros.
Foco Principal em Jesus Cristo
Apesar do apoio da comunidade cristã ser valioso, lembre-se de que seu foco principal deve estar em Jesus Cristo. Ele é o único Mediador, o Senhor da sua consciência e o Pastor da sua alma. Concentre-se Nele para obter orientação e força em sua jornada espiritual.
Admitir seus pecados e buscar crescimento contínuo em Cristo é um caminho poderoso para uma vida de fé e santidade. Lembre-se sempre de que, mesmo nas lutas, seu relacionamento com Jesus é a chave para vencer e evoluir espiritualmente.
RM-FRASES PROTESTANTES
Referência:
Habitual Sin - Vincent Cheung - https://www.vincentcheung.com/2012/05/11/habitual-sin/
Jeremias 17:9 diz: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente perverso: quem o conhecerá?" (KJV). Este versículo muitas vezes é mal compreendido e aplicado erroneamente, o que pode levar a interpretações ruins. Para entender seu verdadeiro significado, é essencial observar o contexto em que foi escrito.
Deus havia decretado uma invasão estrangeira contra o povo de Israel devido à sua maldade. Em vez de se voltarem para Deus com arrependimento e obediência, eles confiaram em ídolos, exércitos, armas e alianças humanas. Nesse contexto, Jeremias 17:5 afirma: "Maldito aquele que confia no homem, que depende da carne para se fortalecer e cujo coração se afasta do Senhor." É dentro dessa situação que encontramos o versículo 9.
O versículo 9 não está focado no autoconhecimento ou uma doutrina específica sobre o pecado humano, mas sim na confiança nos outros, na falsa confiança. Jeremias alerta que confiar em seres humanos (no caso, nas alianças de Israel internas e externas), cujos corações são enganadores e perversos, leva à decepção. Em contraste, aqueles que confiam no Senhor são estabelecidos e abençoados (Jeremias 17:7-8). Embora possa haver uma lição sobre autoconhecimento, essa não é a intenção principal do versículo.
Ignorar o contexto para apoiar uma ideia específica é um erro comum e prejudicial. Muitos cristãos negligenciam a inspeção detalhada dos versículos que utilizam para sustentar seus pontos de vista, o que leva a interpretações erradas. A hermenêutica é simples: "LEIA AS PALAVRAS". É crucial ler e entender o texto antes de usá-lo para defender um argumento; leia TODO O CONTEXTO.
Quando Jeremias diz: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente perverso: quem o conhecerá?" ele não está descrevendo o coração de um cristão regenerado. O crente foi transformado à imagem de Cristo, tornando-se uma nova criação (2 Coríntios 5:17). O amor de Deus foi derramado em seu coração pelo Espírito Santo (Romanos 5:5), trazendo uma mudança profunda. Assim, um cristão não pode ser descrito como "enganoso mais do que todas as coisas" ou "desesperadamente mau". Se fosse, isso indicaria que ele ainda não experimentou a regeneração.
A Bíblia afirma que somos a justiça de Deus em Cristo (2 Coríntios 5:21). Ela também declara que Deus ordenou que sua luz brilhasse em nossos corações (2 Coríntios 4:6). A Bíblia ensina que somos o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 3:16, 6:19) e que somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou e se entregou por nós (Romanos 8:37). A Bíblia revela que vencemos, pois maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo (1 João 4:4). A religião cristã é uma cosmovisão de justiça e vitória. Antes, éramos enganosos acima de todas as coisas, mas agora adoramos a Deus em espírito e em verdade (João 4:23-24). Éramos desesperadamente maus, mas agora nascemos de Deus, e a semente de Deus permanece em nós, e não podemos continuar pecando, porque nascemos de Deus (1 João 3:9).
Ao interpretar as Escrituras, é importante considerar o contexto e ler atentamente cada palavra. Apenas assim podemos evitar erros de interpretação e aplicar corretamente os ensinamentos bíblicos em nossas vidas.
RM-FRASES PROTESTANTES
Baseado: A garantia evangélica do autoconhecimento | Vincent Cheung
A Ressurreição: Pilar da Fé Cristã
A ressurreição de Jesus é a âncora da fé cristã. Em 1 Coríntios 15:19, Paulo nos lembra: "Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima." A ressurreição é mais do que um evento histórico; é o fundamento sobre o qual a fé e a esperança cristãs se constroem.
A Centralidade da Ressurreição
Paulo também afirma em 1 Coríntios 15:58: "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor." Sem a ressurreição, não haveria verdade no evangelho, nem motivo para fé ou prática religiosa. A ressurreição de Cristo é essencial: confirmada pelas Escrituras, predita pelos profetas, testemunhada pelos discípulos e por mais de 500 pessoas (Mateus 28:9; Atos 9:4–19; 1 Coríntios 15:6–7).
Fé e Esperança no Evangelho
Crer no evangelho implica acreditar na ressurreição. Sem ela, nossa fé seria vazia e nossa esperança inexistente. Um cristão é alguém que crê que Cristo morreu pelos nossos pecados e ressuscitou, conforme a Palavra de Deus.
O Valor da Vida Presente e Futura
A ressurreição dá significado à nossa vida e trabalho. "Sede firmes e constantes" (1 Coríntios 15:58) nos encoraja a viver com propósito, sabendo que nossas ações têm valor eterno. Mesmo que a fé se concentre na vida futura, isso não diminui a importância da vida presente. Pelo contrário, nos motiva a viver plenamente hoje, sabendo que há um futuro glorioso com o SENHOR.
A Esperança e o Futuro
Sem esperança no futuro, a vida perde o sentido. Para os que não creem, o presente é um avanço sem propósito. Porém, para os cristãos, a esperança na ressurreição infunde significado em cada momento da vida. Essa perspectiva eterna nos permite enfrentar desafios com coragem e propósito, pois sabemos que nosso trabalho "não é vão no Senhor."
Equilíbrio entre o Presente e o Futuro
Focar na vida celestial não significa negligenciar a vida presente. Paulo nos lembra em 2 Coríntios 4:18 a olhar para as coisas eternas e não para as temporais. A esperança celestial nos impulsiona a viver de forma mais plena e significativa aqui e agora.
Responsabilidade e Glorificação
Equilibrar o foco na ressurreição com as responsabilidades presentes é um grande desafio todos os dias. 1 Timóteo 4:4 nos lembra que "todas as coisas criadas por Deus são boas." Devemos viver para a glória de Deus em todas as áreas, sabendo que nosso trabalho tem propósito e valor eterno (1 Coríntios 10:31).
Discipulado e Vida Cristã
Cada ocupação e atividade pode glorificar a Deus, mas algumas têm um impacto espiritual mais profundo. Um discernimento cuidadoso nos ajuda a escolher atividades que não só são boas, mas as melhores, mais edificantes e duradouras. A ressurreição de Cristo não só garante nossa salvação futura, mas também dá valor e significado ao nosso trabalho e vida presente.
Conclusão
A ressurreição de Jesus Cristo é a âncora da esperança cristã, conferindo significado eterno às nossas ações e à nossa fé. Ao mantermos nosso olhar na vida futura, somos inspirados a viver de forma plena e intencional no presente, sabendo que nosso trabalho em Cristo nunca é em vão.
RM-FRASES PROTESTANTES
Deus Condena Quem Fala Mal de Político? Bem, Depende...
A Bíblia é mais afiada que uma espada de samurai! Encontramos nela uma chuva de críticas, cortes rápidos, Tramontina, “xingamentos” e até mesmo algumas rosnadas leoninas proféticas dirigidas a figuras políticas e religiosas. João, em Apocalipse, não segurou as rédeas ao chamar Nero de "A Besta", e Jesus, com sua mansidão inquestionável, não hesitou em chamar os líderes religiosos de "Filhos do Diabo" e largou o chicote no lombo dos mercenários. Jesus chamou Herodes de "aquela raposa" (Lucas 13.32). Certas figuras de linguagem a Bíblia não ameniza para se tornar mais palatável, a exemplo do texto em Isaías que compara a justiça humana com trapos imundos, uma referência ao sangue menstrual, uma comparação chocante e repugnante para muitos.
Mas, espera aí, e quanto aos nossos amáveis reformadores? Bem, eles não economizavam adjetivos “suaves” ao se referir aos monarcas e papas que não compartilhavam sua fé. Era uma metralhadora de xingamentos e rosnados em nome da verdade! “Traficante sem vergonha”, “Enganadores diabólicos”, “Lobos em pele de cordeiro”, “Anticristo”... E isto era dito em panfletos distribuídos ao povo. Os reformadores em alguns casos eram zombadores virulentos. Enquanto o papa era o anticristo, os bispos eram sodomitas. – Lutero dizia que o papa é um louco furioso, um falsificador da história, um mentiroso, um blasfemo, um profanador, um tirano do Imperador, dos reis e do universo inteiro, um defraudador, um velhaco, um espoliador dos bens eclesiásticos e seculares (...). Porco, burro, rei dos asnos, cão, rei dos ratos, lobo, urso-lobo, homem-lobo, leão, dragão, crocodilo, larva, besta, etc. -- Não podemos nos esquecer das palavras dos reformadores Lutero e Calvino, aqueles corajosos defensores da verdade, não hesitaram em usar palavras fortes quando necessário. Podemos questionar seus protestos?
Mas e nós, pobres mortais, cristãos contemporâneos? Será que temos o direito de xingar com propriedade? Essa é uma questão para os debates teológicos mais calorosos! Afinal, a verdade pode ser dita de modo áspero em alguns casos e, bem, em outros nem tanto. A linguagem, essa velha aliada dos debates, merece nossa atenção. Xingar e rotular pessoas não é lá a melhor forma de apresentar argumentos. Vamos pensar nisso: aqueles que apoiam a homossexualidade chamam os opositores de homofóbicos. Mas a verdade é que nem todos os que são contra a homossexualidade odeiam os homossexuais. Simples assim!
E quanto à Lei da obediência aos pais e à autoridade civil (Êxodo 20 e Romanos 13)? Sim, devemos honrar e obedecer, mas até que ponto? Afinal, a autoridade civil não é absoluta, e nossa lealdade suprema é a Deus. Por isso os mesmos Puritanos que escreveram isto decapitaram o rei de sua época:
Confissão de Fé de Westminster, CAPÍTULO XXIII, DO MAGISTRADO CIVIL, seção primeira, “Deus, o Senhor Supremo e Rei de todo o mundo, para a sua glória e para o bem público, constituiu sobre o povo magistrados civis que lhe são sujeitos, e a este fim, os armou com o poder da espada para defesa e incentivo dos bons e castigo dos malfeitores” (Rm 13:1-4; 1Pe 2:13-14). Que os magistrados exerçam seus cargos com justiça para o bem, e que por questão de consciência haja obediência ou resistência civil.
É interessante observar como a abordagem de comunicação, linguagem e obediência podem variar dependendo do contexto e da audiência. Enquanto a Bíblia nos instrui a sermos respeitosos em nossas interações (1 Pedro 3:15), também vemos exemplos de momentos em que profetas, apóstolos e até mesmo Jesus usaram linguagem forte para confrontar autoridades. Jesus, por exemplo, confrontava os líderes religiosos de sua época com palavras duras, chamando-os de "hipócritas" e "raça de víboras" (Mateus 23:13-36).
Da mesma forma, os profetas do Antigo Testamento frequentemente usavam linguagem forte para denunciar a injustiça e a idolatria de Israel e outras nações. É importante distinguir entre confrontar o pecado e ser ofensivo por motivos pessoais. Embora a Bíblia contenha exemplos de linguagem forte e confrontadora, devemos sempre exercer sabedoria e discernimento ao aplicar esses princípios em nossas próprias interações.
A relação entre obediência civil e responsabilidade moral destaca a complexidade dessa interação. Enquanto a Bíblia enfatiza a obediência aos governantes, também levanta questões sobre a legitimidade de certas exigências e a necessidade de discernimento individual.
Muitas vezes esquecemos que vivemos em um mundo hostil, cercados por aqueles que são inimigos de Deus, mesmo que pareçam amigáveis durante uma conversa. A Escritura nos lembra que Deus enxerga além das aparências e vê as pessoas ímpias como uma geração de víboras, bestas ignorantes, mulas teimosas e cães depravados. Contrário ao que muitos pensam, "xingar" nem sempre é uma falácia informal. Se um termo depreciativo é usado dentro de um argumento válido e é uma conclusão lógica desse argumento, não é uma falácia, desde que haja justificativa racional para aplicá-lo. Se imperadores e papas receberam elogios carinhosos reversos, imagina políticos corruptos e religiosos mercenários!
RM-FRASES PROTESTANTES
Quando Parece que
Deus Esqueceu de Nós -- Reflexões sobre O Salmo 13:1-6
Até quando te
esquecerás de mim, SENHOR? Para sempre? Até quando esconderás de mim o teu
rosto?
Até quando consultarei
com a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando se
exaltará sobre mim o meu inimigo?
Salmos 13:1,2
O Salmo 13 nos leva a uma reflexão sobre a sensação de
abandono por parte de Deus. O salmista expressa sua angústia, questionando até
quando Deus o esquecerá e esconderá Seu rosto. Essa experiência de
"eclipse da alma" é de certa forma íntima para muitos crentes, onde a
presença divina parece distante e as consolações espirituais parecem cessar.
Por quanto tempo, Senhor, esquecerás de mim? Será para
sempre, um abandono eterno? Até quando ocultarás Tua face, retirando Teu favor
e assistência? Por quanto tempo deverei buscar conselhos, sem encontrar
clareza, mergulhado em perplexidades e ansiedades, sem saber qual direção tomar
ou como resolver meus problemas? Essas perguntas do Salmo 13 ecoam os profundos
questionamentos da alma humana diante das adversidades e das aparentes
ausências divinas. São indagações que atravessam gerações, expressando a busca
por sentido e direção em meio às incertezas da vida.
Como entender sobre eclipses espirituais? Embora Deus nunca
deixe de amar seus filhos, eles ainda podem se sentir abandonados. A percepção
de abandono não nega o amor de Deus, mas reflete a sensibilidade humana diante
das adversidades. Os crentes podem se sentir perdidos em meio à escuridão,
incapazes de reconhecer a mão providencial de Deus em suas vidas. Tais eclipses
aconteceram na vida dos profetas e do próprio Senhor Jesus. -- Jesus exclamou:
“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Marcos 15:34).
O salmista expressa a angústia e a incerteza diante da
aparente ausência de Deus em tempos de adversidade. Quando Deus não intervém
para libertar Seu povo ou demonstrar Seu amor e graça como antes, pode existir
o questionamento se Ele o esqueceu para sempre. A sensação de que Deus esconde
Seu rosto, retirando Sua presença graciosa, é profundamente perturbadora,
levando-os a temer que Sua ira os tenha alcançado. Embora possa parecer assim
aos olhos humanos, a verdade é que Deus nunca esquece Seu povo, e Sua
misericórdia perdura mesmo nos momentos mais sombrios.
Mas por que Deus permite tais momentos de escuridão
espiritual? Esses períodos desafiadores têm o propósito de nos ensinar lições das
mais profundas. Em meio às trevas, somos lembrados de nossa total dependência
de Deus. Ele é a fonte de nossa felicidade, sabedoria, força e vida. No
entanto, muitas vezes, somos lentos em compreender essas verdades fundamentais.
Nessas horas sombrias não devemos sucumbir ao desespero ou à
desesperança, mas sim esperar com fé, oração e esperança. A provação, embora
dolorosa, pode aprofundar nossa alma, torná-la mais brilhante e frutífera.
Em última análise, as trevas espirituais não são o fim, mas
parte do processo de edificação espiritual. Assim como a noite precede o
amanhecer, as dificuldades precedem a luz da vitória. Que possamos nos agarrar
à esperança, sabendo que Deus nunca nos abandona, mesmo quando parece que Ele
se esqueceu de nós.
Espere com Fé:
A fé é o alicerce sobre o qual repousa a esperança do fiel.
Em tempos de escuridão espiritual, a fé é o farol que nos guia através das
tempestades. É a confiança inabalável de que Deus está presente, mesmo quando
não O podemos sentir. Esperar com fé significa confiar na promessa de que Deus
nunca nos deixará nem nos abandonará, mesmo quando as circunstâncias ao nosso
redor parecem sombrias. É a convicção de que, no devido tempo, Deus trará luz à
nossa escuridão e restaurará a alegria em nossos corações.
Espere em Oração:
A oração é a ponte que conecta o coração humano ao coração
de Deus, através do único mediador entre Deus e o homem, Jesus. Em meio às
provações, a oração é nossa voz que clama ao Pai celestial no Trono da Graça,
compartilhando nossas angústias, medos e esperanças. Esperar em oração não é
apenas falar com Deus, mas também ouvir Sua voz em direção em nossos corações.
É através da oração que encontramos força para perseverar, sabedoria para
entender os desígnios de Deus e paz para enfrentar os desafios da vida.
Espere com Esperança:
A esperança é a âncora da alma, que nos mantém firmes em
meio às tempestades da vida. É a certeza de que, mesmo quando tudo parece
perdido, há uma luz no horizonte. Esperar com esperança significa manter os
olhos fixos na promessa de um futuro melhor com Cristo, onde a alegria
substituirá a tristeza e a paz reinará. É a confiança de que, apesar das
dificuldades do presente, o amanhã trará novas oportunidades e bênçãos
abundantes confiantes nas promessas do Pai.
Quando enfrentamos provações com fé, oração e esperança, somos
fortalecidos. Assim como o ouro é purificado pelo fogo, nossas vidas são
aperfeiçoadas através das adversidades. Que possamos perseverar com confiança,
sabendo que Deus é fiel para cumprir todas as Suas promessas e nos conduzir à
plenitude da vida em Cristo.
No Salmo 13:1-6, encontramos uma galeria de emoções humanas,
desde a angústia até à confiança. A face evitada de Deus, a tristeza
persistente, a agonia da deserção. Em meio às lutas e aos suspiros, há uma
constante: a promessa da presença de Deus. De desânimo à paz, de eclipses da
alma à tristeza e alegria, somos lembrados de que Deus é imutável, mesmo quando
as circunstâncias parecem instáveis. Que a nossa confiança não seja abalada
pelas provações, pois mesmo diante dos momentos silenciosos de Deus, Ele
permanece fiel.
RM-FRASES PROTESTANTES