4.12.16

DÍZIMO: VAMOS FALAR? [PARTE III] DOMÍNIO, LEI , GRANDE COMISSÃO E DÍZIMO


DÍZIMO: VAMOS FALAR? [PARTE III]
DOMÍNIO, LEI , GRANDE COMISSÃO E DÍZIMO
Estudo baseado em “Tithing and the church” / Gary North, 1994.
Por Raniere Menezes/Frases Protestantes, 2016.

E ordenou ao povo, que morava em Jerusalém, que desse a parte dos sacerdotes e levitas, para que eles pudessem se dedicar à lei do Senhor.
2 Crônicas 31:4.

O rei Ezequias entendia pelo menos duas coisas sobre o dízimo, em primeiro lugar, como rei, ele possuía autoridade delegada por Deus para governar sobre o dízimo pago por Israel, em segundo lugar, os levitas e sacerdotes tinham autoridade delegada por Deus para recolher os dízimos.

Em Israel não havia nenhum traço de voluntarismo moral, o dízimo em Israel era moralmente obrigatório, os versos de 5 a 10 mostram que Deus abençoava esta obediência:

E, depois que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel trouxeram muitas primícias de trigo, mosto, azeite, mel, e de todo o produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em abundância.
E os filhos de Israel e de Judá, que habitavam nas cidades de Judá, também trouxeram dízimos dos bois e das ovelhas, e dízimos das coisas dedicadas que foram consagradas ao Senhor seu Deus; e fizeram muitos montões.
No terceiro mês começaram a fazer os primeiros montões; e no sétimo mês acabaram.
Vindo, pois, Ezequias e os príncipes, e vendo aqueles montões, bendisseram ao Senhor e ao seu povo Israel.
E perguntou Ezequias aos sacerdotes e aos levitas acerca daqueles montões.
E Azarias, o sumo sacerdote da casa de Zadoque, lhe respondeu, dizendo: Desde que se começou a trazer estas ofertas à casa do Senhor, temos comido e temos fartado, e ainda sobejou em abundância; porque o Senhor abençoou ao seu povo, e sobejou esta abastança.
2 Crônicas 31:5-10

Não há razões para crer que esse sistema mudou na nova aliança. O dízimo esta relacionado ao domínio. Os cristãos não serão capazes de estender o domínio de Deus sem entender a essência do dízimo.  Assim, subordinação à igreja legítima, que se manifesta entre outras características, pelo pagamento do dízimo, traz os meios econômicos de dominação. A igreja, que é subordinada a Deus, reina na história.

Neste século, o Estado é percebido como o organismo principal de domínio, “cura” e “salvação”. Este tipo de Estado messiânico tem cooperado para retirar o domínio da Igreja. Isto é usurpação do inimigo, e devemos entender que satanás ocupa o mundo como um sem-terra, até o proprietário de direito expulsá-lo. Tendo este entendimento é também importante ressaltar que sempre é tempo de mudar, pois a santificação é progressiva.

Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.
E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível.
Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar.
1 Coríntios 9:24-26

Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará.
Filipenses 3:14,15

A Grande Comissão faz parte dessa progressão. E esta Grande Comissão em Mateus 28.18-20 é um sistema que necessita de toda força e incentivo econômico e não deveria trabalhar só com 10% mas com 90%. Mas as pessoas geralmente se rebelam e consideram 10% um fardo pesado, demasiado oneroso. Quanto engano! Muitos acreditam que Deus não tem direito legal sobre eles. Também acreditam que Deus não tem nenhuma reivindicação econômica sobre eles; estão incorretos em ambos os pontos. E todos irão aprender isso no dia do seu julgamento.

Na prática, mesmo que neguem, muitas pessoas não estão satisfeitas com 90% para si, veem isso como uma violação da sua propriedade.

Agradecemos pela saúde, pelo alimento, pela força, pelo trabalho, mas o que damos a Deus? Assim como os israelitas da geração da conquista de Canaã não obedecemos.

E digas no teu coração: A minha força, e a fortaleza da minha mão, me adquiriu este poder.
Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, que ele é o que te dá força para adquirires riqueza; para confirmar a sua aliança, que jurou a teus pais, como se vê neste dia.
Deuteronômio 8:17,18.

Os homens acham que são os únicos proprietários, acham que as suas ferramentas de produção são produto de suas próprias mãos, rendas, salários. Nao se veem devedores de Deus.

Uma objeção comum: “...mas Deus é dono de tudo e não precisa de nada, o que podemos dar a Ele que não seja Dele?” -- É exatamente o contrário, por Ele ser dono de tudo merece tributo, pode exigir o que quiser. E Deus estabeleceu o dizimo, entre outros tributos.

Quem legalmente recolhe o dizimo? Os magistrados civis que são ordenados por Deus (Rm 13), eles têm autoridade de recolher, são representantes de Deus, possuem autoridade representativa, os homens podem até se queixarem mas raramente se rebelam por medo da espada. O que dizer dos ministros de Deus? Não possuem autoridade porque não são ministros civis?

E as vossas sementes, e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais, e aos seus servos.
Também os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores moços, e os vossos jumentos tomará, e os empregará no seu trabalho.
Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe servireis de servos.
1 Samuel 8:15-17.

Muitos dos que se alegram que a oferta deve ser livre dos 10% geralmente dão abaixo do percentual do dízimo. O dinheiro é a mais representativa forma de riqueza. E por isso que Jesus advertiu que os homens não podem servir a dois deuses simultaneamente, a Deus e a Mamom (Mt. 06.24). É por isso que Paulo advertiu que o amor ao dinheiro é a raiz de todo o mal (I Tm. 6. 10). O que um homem faz com o seu dinheiro revela suas prioridades.

A prioridade do homem caído é afirmar sua autonomia e menosprezar o julgamento de Deus na história e na eternidade. Acredita que tem o direito de decidir o que fazer com o seu dinheiro. E Deus diz quem está errado. E Deus faz suas reivindicações através das Escrituras proclamada através de sua igreja.

Homens em sua rebelião não aceitam este ensinamento. Eles irão preferir manter 100 por cento de uma base econômica para si. Não é de surpreender que encontramos cristãos que negam que a advertência profética de Ageu (Ag 1.3.11) não é válida para a Nova Aliança.

Muitos cristãos ainda procuram afirmar teologias que defendem autonomia do homem diante de Deus. Qualquer um que afirma, hoje, a obrigatoriedade de algo, não só do dízimo, está rompendo com as filosofias do seu tempo. Muitos cristãos são seduzidos pelas vãs filosofias que hoje o dízimo virou uma guerra teológica.

Outra objeção comum: fala-se em terrorismo psicológico para extrair o dízimo dos membros. Vamos à realidade: de fato, há os “terroristas” que extraem dízimos e ofertas (não só dízimos) como que a força, violentamente, usando de chantagens e outros argumentos persuasivos e motivações mercenárias. E de fato, esta não deve ser a maneira correta de trazer o dízimo a igreja local, é preciso pregar sobre a fidelidade à aliança e que obedeçam as leis de Deus reveladas na Bíblia, poucos pregam corretamente e poucos obedecem corretamente.


Na prática o antidizimista é economicamente um violador do pacto. Na pratica os adeptos de somente ofertas têm que pregar CONTINUAMENTE e muitas e muitas vezes, atormentando os membros com pedidos de doações e contribuições, sem ameaças e sanções negativas contra o membro que se recusa a doar, mas irritantemente por causa da necessidade do dinheiro. A abordagem é constante, e muita gente deve fugir das cadeiras por isso.

Continua...



Texto sem revisão.