O protestantismo tem esfriado seu espírito protestante. O protestantismo contemporâneo vive da negação de si mesmo, este é o fato.
Os neo-protestantes perderam a veia iconoclasta faz tempo!
Já se foi o tempo em que os protestantes diziam: a Bíblia, toda a Bíblia e nada mais do que a Bíblia é a religião da igreja de Cristo.
Perdemos o fio da história da origem do nome protestante, perdemos o poder dos punhos cerrados, da voz de trovão, dos olhos flamejantes, da audição aguçada. Perdemos a iconoclastia tão necessária. Os novos ídolos estão ao nosso redor e dentro dos nossos corações, não estão mais nos altares romanos.
O protestantismo atual está cada vez mais recuado, a invasão mundana conquista territórios dia após dia. Lobos furiosos, mercenários, carreiristas, profissionais de púlpito, ardilosos e sutis dilapidam as Escrituras, destronam Cristo do centro da Igreja.
Os protestantes devem protestar contra si mesmos, devem ser iconoclastas da própria idolatria. O que é idolatria senão dar valor a alguma coisa quando só a Deus é devido? Quando os novos protestantes reúnem-se para adorar, quantos deuses adoram? Mamon, o pragmatismo, a auto-retidão, o espírito sectarista, o emocionalismo, a curiosidade teológica, o antropocentrismo, o pastor?! Há quem dobre os joelhos diante de um cogumelo, supondo ser um jequitibá.
Como bem observou H. G. Hendriks: “Uma distorção muito comum da mensagem do Evangelho é seu confinamento dentro das paredes de uma igreja.” E concluiu categoricamente: “Muitas igrejas são repositórios da verdade; é como se elas tivessem na fachada uma placa com os dizeres: ‘nós estamos aqui, pecadores. Vocês estão com sorte. Todos são bem-vindos! ’ - O sentimento geral é: ‘como vocês têm sorte de poderem vir a nossa igreja! Nós estamos com a verdade aqui, guardada num frasco, e se vocês vierem aqui todos os domingos, nós lhe daremos um pouquinho dela! ’ – Nunca encontrei um só versículo das Escrituras que ordenasse aos perdidos que fossem a igreja. Mas conheço uma porção deles que ordenam aos crentes para irem ao mundo perdido.”
Trechos de um artigo dos meus arquivos.
