2.3.24

ECLIPSE DA ALMA: QUANDO PARECE QUE DEUS ESQUECEU DE NÓS -- REFLEXÕES SOBRE O SALMO 13:1-6



ECLIPSE DA ALMA:

Quando Parece que Deus Esqueceu de Nós -- Reflexões sobre O Salmo 13:1-6

 

Até quando te esquecerás de mim, SENHOR? Para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto?

Até quando consultarei com a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando se exaltará sobre mim o meu inimigo?

Salmos 13:1,2

 

O Salmo 13 nos leva a uma reflexão sobre a sensação de abandono por parte de Deus. O salmista expressa sua angústia, questionando até quando Deus o esquecerá e esconderá Seu rosto. Essa experiência de "eclipse da alma" é de certa forma íntima para muitos crentes, onde a presença divina parece distante e as consolações espirituais parecem cessar.

 

Por quanto tempo, Senhor, esquecerás de mim? Será para sempre, um abandono eterno? Até quando ocultarás Tua face, retirando Teu favor e assistência? Por quanto tempo deverei buscar conselhos, sem encontrar clareza, mergulhado em perplexidades e ansiedades, sem saber qual direção tomar ou como resolver meus problemas? Essas perguntas do Salmo 13 ecoam os profundos questionamentos da alma humana diante das adversidades e das aparentes ausências divinas. São indagações que atravessam gerações, expressando a busca por sentido e direção em meio às incertezas da vida.

 

Como entender sobre eclipses espirituais? Embora Deus nunca deixe de amar seus filhos, eles ainda podem se sentir abandonados. A percepção de abandono não nega o amor de Deus, mas reflete a sensibilidade humana diante das adversidades. Os crentes podem se sentir perdidos em meio à escuridão, incapazes de reconhecer a mão providencial de Deus em suas vidas. Tais eclipses aconteceram na vida dos profetas e do próprio Senhor Jesus. -- Jesus exclamou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Marcos 15:34).

 

O salmista expressa a angústia e a incerteza diante da aparente ausência de Deus em tempos de adversidade. Quando Deus não intervém para libertar Seu povo ou demonstrar Seu amor e graça como antes, pode existir o questionamento se Ele o esqueceu para sempre. A sensação de que Deus esconde Seu rosto, retirando Sua presença graciosa, é profundamente perturbadora, levando-os a temer que Sua ira os tenha alcançado. Embora possa parecer assim aos olhos humanos, a verdade é que Deus nunca esquece Seu povo, e Sua misericórdia perdura mesmo nos momentos mais sombrios.

 

Mas por que Deus permite tais momentos de escuridão espiritual? Esses períodos desafiadores têm o propósito de nos ensinar lições das mais profundas. Em meio às trevas, somos lembrados de nossa total dependência de Deus. Ele é a fonte de nossa felicidade, sabedoria, força e vida. No entanto, muitas vezes, somos lentos em compreender essas verdades fundamentais.

 

Nessas horas sombrias não devemos sucumbir ao desespero ou à desesperança, mas sim esperar com fé, oração e esperança. A provação, embora dolorosa, pode aprofundar nossa alma, torná-la mais brilhante e frutífera.

 

Em última análise, as trevas espirituais não são o fim, mas parte do processo de edificação espiritual. Assim como a noite precede o amanhecer, as dificuldades precedem a luz da vitória. Que possamos nos agarrar à esperança, sabendo que Deus nunca nos abandona, mesmo quando parece que Ele se esqueceu de nós.

 

Espere com Fé:

 

A fé é o alicerce sobre o qual repousa a esperança do fiel. Em tempos de escuridão espiritual, a fé é o farol que nos guia através das tempestades. É a confiança inabalável de que Deus está presente, mesmo quando não O podemos sentir. Esperar com fé significa confiar na promessa de que Deus nunca nos deixará nem nos abandonará, mesmo quando as circunstâncias ao nosso redor parecem sombrias. É a convicção de que, no devido tempo, Deus trará luz à nossa escuridão e restaurará a alegria em nossos corações.

 

Espere em Oração:

 

A oração é a ponte que conecta o coração humano ao coração de Deus, através do único mediador entre Deus e o homem, Jesus. Em meio às provações, a oração é nossa voz que clama ao Pai celestial no Trono da Graça, compartilhando nossas angústias, medos e esperanças. Esperar em oração não é apenas falar com Deus, mas também ouvir Sua voz em direção em nossos corações. É através da oração que encontramos força para perseverar, sabedoria para entender os desígnios de Deus e paz para enfrentar os desafios da vida.

 

Espere com Esperança:

 

A esperança é a âncora da alma, que nos mantém firmes em meio às tempestades da vida. É a certeza de que, mesmo quando tudo parece perdido, há uma luz no horizonte. Esperar com esperança significa manter os olhos fixos na promessa de um futuro melhor com Cristo, onde a alegria substituirá a tristeza e a paz reinará. É a confiança de que, apesar das dificuldades do presente, o amanhã trará novas oportunidades e bênçãos abundantes confiantes nas promessas do Pai.

 

Quando enfrentamos provações com fé, oração e esperança, somos fortalecidos. Assim como o ouro é purificado pelo fogo, nossas vidas são aperfeiçoadas através das adversidades. Que possamos perseverar com confiança, sabendo que Deus é fiel para cumprir todas as Suas promessas e nos conduzir à plenitude da vida em Cristo.

 

No Salmo 13:1-6, encontramos uma galeria de emoções humanas, desde a angústia até à confiança. A face evitada de Deus, a tristeza persistente, a agonia da deserção. Em meio às lutas e aos suspiros, há uma constante: a promessa da presença de Deus. De desânimo à paz, de eclipses da alma à tristeza e alegria, somos lembrados de que Deus é imutável, mesmo quando as circunstâncias parecem instáveis. Que a nossa confiança não seja abalada pelas provações, pois mesmo diante dos momentos silenciosos de Deus, Ele permanece fiel.


RM-FRASES PROTESTANTES

27.2.24

AS PEDRAS CLAMAM: Desafios e Reflexões sobre a Igreja Evangélica Brasileira -- Primeiras sementes evangélicas no Brasil


As Pedras Clamam: Desafios e Reflexões sobre a Igreja Evangélica Brasileira


Primeiras sementes evangélicas no Brasil


Pequenos e breves raios reflexivos da Reforma Protestante do século XVI brilharam no céu de nossa pátria, com evangélicos franceses no Rio de Janeiro e holandeses no Nordeste, uma presença breve, porém marcante. As primeiras sementes protestantes no Brasil nasceram e germinaram em solo brasileiro contra toda força sufocante da Igreja Católica dominante. Entre 1555 e 1850, a presença evangélica foi proibida e perseguida. As igrejas evangélicas do período holandês no Nordeste do Brasil duraram de 1630 a 1652/54, "raios flamejados" que ecoam na memória da igreja evangélica brasileira.


Três vezes a igreja evangélica foi implantada no Brasil colônia, mas sempre expulsa pelos portugueses: a igreja reformada dos franceses no Rio de Janeiro (1557-1558), a dos holandeses na Bahia (1624-1625) e a dos holandeses, alemães, ibéricos, ingleses, franceses e índios no Nordeste, quase 30 anos depois.


Em 16 de fevereiro de 1630, os holandeses tomaram Olinda, realizando orações solenes em 10 de março para agradecer a Deus pela conquista, o primeiro culto evangélico em Pernambuco. A organização da igreja evangélica em Pernambuco incluía sínodos, classes e presbitérios, todos subordinados ao supremo concílio e ao governador. Os sínodos eram responsáveis pela administração eclesiástica, supervisão de costumes, instrução primária, evangelismo e discipulado de índios. Ministros permanentes foram designados em Recife, Olinda, Itamaracá, Cabo de St. Agostinho e Serinhaém. Os ministros evangélicos rejeitavam imagens e procissões; alguns aprendiam tupi e produziam literatura religiosa nesse idioma. Plantaram 22 igrejas. Padres como Antonio Vieira testemunharam a influência evangélica entre os índios, que chamavam a igreja católica romana de "Moanga", significando igreja falsa.


Os primeiros evangélicos brasileiros, a primeira igreja evangélica brasileira, foi criada por indígenas da tribo potiguara convertidos por missionários holandeses em Pernambuco, perseguidos pelos portugueses católicos; eles se refugiaram no Ceará. Esta história é resgatada e registrada no livro "A Primeira Igreja Protestante do Brasil", pela historiadora cearense Jaquelini de Souza, que conta um pouco sobre a história da Igreja Potiguara, criada por indígenas com apoio holandês e mantida funcionando pelos nativos mesmo depois da expulsão desses colonizadores pelos portugueses. Em relatório católico romano à Companhia de Jesus, o Padre Antônio Vieira chama o refúgio dos índios evangélicos de "Genebra dos Sertões". Mesmo após a saída dos holandeses em 1654, os nativos mantiveram a fé na região da Serra da Ibiapaba, no Ceará, há mais de 700 km do litoral; nativos potiguares evangelizaram índios tabajaras, que também estavam em fuga, provavelmente essa comunidade durou seis anos. "Ali se juntaram aos índios tabajaras. Com os refugiados, a população deve ter chegado a umas quatro mil pessoas."


Os indígenas foram divididos em "Tapuias", não subjugados, e "brasilianos", os já domesticados pelos portugueses. A igreja reformada iniciou missões entre os "brasilianos", que já tinham alguma familiaridade com orações, a confissão apostólica e o batismo. A igreja reconheceu cedo a necessidade de evangelização indígena, apoiada pelo governo, também por motivos políticos. Muitos missionários serviram nas aldeias como pastores, professores e evangelistas.


O Governador Maurício de Nassau relatou que os índios expulsaram os padres e não queriam mais permitir sua entrada nas aldeias. Pierre Moreau, em seu livro de 1651, mencionou que os holandeses tinham vários ministros entre os índios, destacando-se um jovem ministro educado na Europa que traduziu as Santas Escrituras para a língua “brasiliana”. Isso mostra o esforço da Igreja Cristã Reformada em transmitir a mensagem bíblica aos índios em sua própria língua, há relatos que existiram catecismos em línguas indígenas e que jovens índios eram enviados para estudar no Velho Mundo e alguns  retornavam para o Brasil selvagem.


Essas são as primeiras sementes evangélicas no Brasil, francesas, holandesas, nativas e negras; uma semente, vários tipos de solos, como revela o Evangelho de Marcos capítulo 4. Uma parte da semente caiu à beira do caminho. Outra caiu em solo rochoso. Outra caiu entre os espinhos. E a outra caiu em boa terra. Sempre a Palavra de Deus é semeada, o Evangelho, cai em algum tipo de solo diferente, em uns germina, em outros se perdem.


Antes dos holandeses, em 1555, os evangélicos franceses, também chamados de huguenotes ou calvinistas, desembarcaram no Rio de Janeiro, em um período curto, até 1567. Um momento de grande tensão, perseguição e martírios. Este período do século XVI havia, por parte das potências europeias, uma disputa de domínios marítimos e colonizações, o que trouxe tensões para além do Atlântico, por aqui, entre o Sudeste e o Nordeste. A França instalou uma colônia na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e enviou missionários evangélicos, que deixaram por escrito a primeira confissão de fé da América e foram mortos por sua fé. Este documento é conhecido como a Confissão de Fé de Guanabara, registro valioso para a memória evangélica nascente no Brasil.


Tanto por parte dos católicos jesuítas portugueses quanto por parte dos evangélicos franceses e holandeses que desembarcaram no Brasil no século XVI, todos tiveram um papel missionário no contexto dos interesses políticos, econômicos e sociais de suas nações de origem. Tanto os padres, pastores e missionários evangélicos neste contexto erguiam suas bandeiras religiosas e muitas vezes agiam por interesses diversos e antagônicos aos interesses do Reino de Cristo, mas esses vasos de barro transportavam o ouro do Evangelho. Muitos europeus se aventuraram a atravessar o oceano em busca de riquezas e fama, e muitos, em sua ambição, agiram como conquistadores brutais. No entanto, em meio aos exploradores, Deus enviou seus missionários que evangelizaram e discipularam nativos e escravos estrangeiros. Esta memória histórica é importante e deve ser preservada.


Os conflitos entre interesses religiosos e políticos sempre estiveram presentes desde os Atos dos Apóstolos, e no embate entre as potências europeias colonizadoras no século XVI, não foi diferente. O esforço missionário para propagar o evangelho em línguas nativas, juntamente com as belíssimas confissões de fé e testemunhos de martírio em meio à ambição colonial, é algo que somente o Espírito Santo pode proporcionar. Essas não são apenas histórias comuns; são as primeiras sementes da fé evangélica nas Américas. A simples perseverança da fé entre os indígenas, mesmo após a expulsão dos holandeses, glorifica Deus de maneira maravilhosa no início da colonização. Que o Espírito Santo conceda discernimento à sua igreja hoje, capacitando-a a distinguir entre os interesses políticos e a genuína fé evangélica na sua atuação neste século. Os desafios e perigos enfrentados pelos primeiros evangelistas não se comparam aos problemas que a igreja enfrenta hoje, os campos continuam brancos para a colheita. Perseveremos!


RM-FRASES PROTESTANTES


https://pernambucocalvinista.blogspot.com/2010/01/resumo-e-destaques-do-excelente-artigo.html

https://pernambucocalvinista.blogspot.com/2010/01/o-calvinismo-em-pernambuco-fragmentos.html

https://pernambucocalvinista.blogspot.com/2017/07/os-primeiros-protestantes-brasileiros.html

https://www.monergismo.com/textos/credos/confissao_guanabara.htm


17.2.24

Discernindo entre fé e superstição: Cura e unção com óleo


Discernindo entre fé e superstição: Cura e unção com óleo


Quando buscamos a cura, a Bíblia é a palavra definitiva sobre orientação no assunto. Um dos métodos que encontramos é a unção com óleo. Vamos entender seu significado à luz das Escrituras.


Na Bíblia, vemos a unção com óleo sendo mencionada em passagens como Êxodo 30:22-33 e Tiago 5:14. É uma prática antiga, usada como um ato externo de busca pela intervenção de Deus. O óleo simboliza coisas como a presença do Espírito Santo, a cura e a consagração.


Será que a unção com óleo é realmente necessária? Tiago 5:15 destaca a importância da fé na cura, mostrando que a confiança em Deus é o mais importante. Além disso, a Bíblia apresenta uma variedade de métodos de cura, como a imposição de mãos e a oração, indicando que a unção com óleo não é a única maneira de buscar a ajuda divina. Portanto, já podemos afirmar que unção com óleo não é algo exclusivo para pedir cura.


Um ponto importante é entender o lugar da unção com óleo dentro da nossa fé. A oração é central, como vemos em Tiago 5:14-15. Independentemente dos métodos usados, é fundamental ter fé.


Devemos ter cuidado para não confundir fé com superstição. A unção com óleo não é uma solução mágica, mas um símbolo da nossa fé em Deus. É importante respeitar as escolhas individuais e as crenças dos outros sobre o assunto. Não tem como “bater o martelo” e dizer que não se pode usar óleo, mas o óleo não é algo exclusivo, necessário ou superior em proporcionar auxílio de cura.


A unção com óleo é uma prática valiosa, mas não é a única maneira de buscar a cura. A fé, a oração e a busca pela vontade de Deus são essenciais nesse processo. Que cada um de nós busque sabedoria para entender este assunto de cura e unção. A cura é um tema recorrente na Bíblia, com diversas formas de ministração e recebimento. Se a unção com óleo pode fortalecer a fé do enfermo e contribuir para sua cura, mal não fará. O texto de Tiago 5:14-15 enfatiza a oração da fé como elemento central da cura, independentemente da utilização de métodos específicos.

É importante discernir entre fé e superstição, evitando atribuir poderes mágicos ao óleo ou a qualquer outro método de cura. A escolha de utilizar ou não a unção com óleo deve ser feita com discernimento individual.


Textos bíblicos para consulta:

Êxodo 30:22-33

Marcos 6:5, 13

Lucas 4:40

Atos 28:8

Tiago 5:14-15

1 Coríntios 12:4-6


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13.2.24

Paternidade e Piedade -- Por R. Steele


Paternidade e Piedade 

Por R. Steele


1 Samuel 1:27-28 – “Por esta criança orei; e o Senhor me atendeu a petição que lhe fiz”.


“A Mão de Deus na História” poderia ser o título apropriado para muitos dos livros das Escrituras, pois os registros sagrados ilustram amplamente a atuação de Deus nos assuntos dos homens. Assim como um engenheiro ajusta todas as partes de sua máquina para alcançar um resultado e, com um toque de sua mão, pode direcionar seu movimento; assim Deus organizou os eventos do tempo, harmonizou suas diversidades e reuniu em unidade suas múltiplas influências. 


Grandes acontecimentos muitas vezes foram originados pelas causas mais triviais, e grandes homens desenvolveram-se de formas muito improváveis. A queda de uma maçã no jardim de Sir Isaac Newton sugeriu àquele grande filósofo a lei da gravitação, até então desconhecida, mas que hoje é reconhecida como fundamento cientifico. Para os mercadores ismaelitas e para o capitão da guarda do Faraó, era uma questão comum de comércio comprar ou vender um escravo, mas do menino hebreu, objeto de seu tráfico, que eventos maravilhosos aconteceram, de grande importância para a Antiguidade. Para o bem-estar de uma nação e da Igreja, em cuja memória José está para sempre embalsamado! 


Aquela criança, à mercê do Nilo e dos seus crocodilos, encontrada tão oportunamente pela filha do Faraó, alcançaria uma eminência maior do que a do rei que o criou, Moisés tornar-se-ia o primeiro historiador e legislador do mundo. No antigo Israel, não seria de admirar que uma mulher casada desejasse ser mãe; pois, pela promessa de YAHWEH, a semente da mulher seria o grande Libertador. Nem pareceria impróprio que uma esposa piedosa clamasse a Deus por descendência; no entanto, aquela simples Ana de joelhos tornou-se o elo de uma corrente no renascimento da piedade e do nacionalismo na Terra Prometida. Embora a Igreja de Israel não fosse favorecida por nenhuma profecia direta desde a morte de Josué. 


A religião durante seu longo intervalo teve seus altos e baixos - cada vez menos marcados, e evidentemente declinou. Houve falta de patriotismo no declínio da piedade; pois entre os hebreus, os sentimentos religiosos e nacionais eram essencialmente unidos e mutuamente estimulantes. O ritual do povo escolhido tornou-se formal e sua adoração muitas vezes se fez idólatra. Os verdadeiros adoradores ficaram isolados durante esta era sombria da Igreja de Israel. Embora impedissem que a vela do Senhor se apagasse, não detiveram a degeneração nacional. Para manter a religião viva, não basta que as almas individuais esperem no Senhor. Como os corpos na natureza, onde o calor de um aquece o outro ou é mais frio pelo contato, uma piedade viva eleva o padrão dos outros, e uma devoção lânguida é rebaixada ao nível da morte. O verdadeiro adorador não era chamado a ausentar-se ou a separar-se, embora os ministros do santuário fossem indignos. 


O sacerdócio então era por descendência de sangue, não por piedade. Na dispensação do Novo Testamento é diferente. Tem havido necessidade ocasional de protesto e separação da Igreja professa. Quando o Cristianismo foi estabelecido, a Igreja separou-se do Templo Judaico; quando foi reformado, foi por protesto e ruptura contra os erros do Papado; e quando foi purificado ainda mais, houve separações denominacionais por causa da consciência. Mas Elcana, o pai de Samuel, obedeceu ao chamado divino quando foi para Siló. Ele honrou as ordenanças designadas por Deus e esperou no lugar onde o SENHOR havia colocado Seu nome e onde conheceu Seu povo. Voltemo-nos agora para a mãe de Samuel: Ana era uma mulher piedosa e devota. Ano após ano, nas festas solenes, Penina repreendia Ana por não conseguir engravidar. Com intenso fervor de alma Ana clamou a Deus e lutou no trono da graça, embora nem uma palavra contra Deus escapasse de seus lábios. Ana voltou para casa sem tristeza e animada com a expectativa de uma oração respondida. A fé triunfou sobre a natureza e, com isso realizou a bênção. Sua fé não foi mal colocada e Ana foi recompensada. Ela viu o dom divino de seu afeto no filho e recebeu uma lição de gratidão e dependência em cada sorriso e lágrima dele. A piedade de Ana não diminuiu quando seu desejo foi satisfeito. Ela considerava seu filho um depósito sagrado a ser devolvido a Deus. Ela havia perguntado a ele do céu; e, antes que ele visse a luz, ela havia escrito muitas orações em favor dele no livro de recordações de Deus. Ela viu o dom divino de seu afeto no filho e recebeu uma lição de gratidão e dependência em cada sorriso e lágrima dele. A piedade de Ana não diminuiu quando seu desejo foi satisfeito. Ela considerava seu filho um depósito sagrado a ser devolvido a Deus. Ela havia perguntado sobre ele ao Céu; e, antes que ele visse a luz, ela havia escrito muitas orações em favor dele no livro de recordações de Deus. 


Esta cena familiar fala a todos os pais cristãos. No diário de uma mãe que morava num lugar isolado de Long Island, na América, estava escrito este registro há cerca de quarenta anos: “Esta manhã levantei-me muito cedo para orar pelos meus filhos, e especialmente para que meus filhos possam ser ministros e missionários de Jesus Cristo." Sua vida correspondia à sua piedade e sua influência sobre os filhos foi abençoada. Suas orações em favor deles foram abundantemente respondidas. Seus oito filhos foram todos treinados para Deus. Seus cinco filhos tornaram-se ministros e missionários de Jesus Cristo. Os outros são bem conhecidos na Igreja Americana. O reverendo Henry Ward Beecher é outro desses frutos das orações de uma mãe. Comece cedo a dedicação e o treinamento cristão de seus filhos e continue com oração sincera, fé confiante e perseverança esperançosa. "Segure as mãozinhas em oração, ensine os joelhos fracos a se ajoelharem. Deixe-o ver você falando com o seu Deus; ele não se esquecerá disso depois. Quando velho e grisalho, ele se lembrará com sentimento da terna piedade de sua mãe." Treine seus poderes imitativos – tão fortes na infância – para copiar um bom exemplo visto em sua vida cotidiana. Observe o primeiro crescimento da graça com uma ansiedade tão intensa quanto o primeiro passo, ou a primeira articulação do nome de um pai ou de uma mãe.


Esta cena familiar fala aos filhos e filhas. Mostra o estado abençoado dos filhos que foram dedicados ao Senhor pela oração dos pais e cujo treinamento cuidadoso tem contribuído para o aprimoramento desse privilégio. Tal é o testemunho de um estadista americano, que foi exposto a muitos perigos espirituais no período da Revolução Francesa no século XVIII, quando uma forte onda de descrença se abateu sobre o mundo civilizado: "Acredito que deveria ter sido arrastado pela torrente de infidelidade francesa, se não fosse por uma coisa - a lembrança do tempo em que minha santa mãe costumava me fazer ajoelhar ao seu lado, pegando minhas mãozinhas nas suas, e me fazendo repetir o Pai Nosso". O caso de John Randolph também não é um exemplo solitário. É a bênção prometida a todas as mães que oram e creem. Esta cena familiar fala àqueles que se lembram com amargura de sua negligência nas oportunidades da juventude e de seu triste fracasso em atender aos desejos mais sinceros de uma mãe e aos conselhos sólidos de um pai. (R. Steele).


Tradução: RM-FRASES PROTESTANTES

https://biblehub.com/sermons/auth/steele/parentage_and_piety.htm


10.2.24

Como garantir uma viagem próspera -- Alexandre Maclaren


Como garantir uma viagem próspera

Alexandre Maclaren


O livro de Atos tem o cuidado de apontar como cada novo passo na extensão da obra da Igreja foi dirigido e comandado pelo próprio Jesus Cristo. Assim, Filipe foi enviado por ordem específica para “juntar-se” à carruagem do estadista etíope. Assim, Pedro, no telhado de Jope, olhando para as águas do mar ocidental, teve a visão do grande lençol, tricotado nas quatro pontas. E assim Paulo, em circunstâncias singularmente semelhantes, no pequeno porto marítimo de Trôade, olhando para o mar mais estreito que separa a Ásia da Europa, teve a visão do homem da Macedônia, com seu grito: 'Venha e ajude-nos ! ' Toda a narrativa que temos diante de nós centra-se num ponto: o próprio Cristo dirige a expansão do Seu reino. E nunca houve um momento mais fatídico do que aquele em que o Evangelho, na pessoa do Apóstolo, atravessou o mar e efetuou um alojamento no bairro progressista do mundo.


Agora o que desejo fazer é observar como Paulo e seu pequeno grupo se comportaram quando receberam o mandamento de Cristo. Pois acho que há lições que valem a pena serem encontradas ali. Não houve dúvida sobre a visão; a questão era o que isso significava. Portanto, observe três etapas. Primeiro, uma consideração cuidadosa, com o próprio bom senso, do que Deus quer que façamos – 'Ter certeza que o Senhor nos chamou'. Então, não deixemos que nenhuma grama cresça sob nossos pés – obediência imediata – 'Imediatamente nos esforçamos para ir para a Macedônia.' E então, a reflexão paciente e a submissão instantânea recebem a recompensa: 'Chegamos em um caminho reto.' Ele deu aos ventos e às ondas ordens a respeito deles. Agora há três lições para nós. Tomados em conjunto, são padrões do que deveria ser em nossa experiência, e será, se as condições forem satisfeitas.


I. Primeiro, consideração cuidadosa.


Paulo não teve dúvidas de que o que viu foi uma visão de Cristo, e não um mero sonho noturno, nascido da reverberação de pensamentos e ansiedades acordados, que tomou a forma do clamor de ajuda do homem da Macedônia. Mas então o próximo passo foi ter certeza do que a visão significava. E assim, sabiamente, ele mesmo não se decide, mas chama os três homens que estavam com ele. E que pequeno grupo significativo era esse! Estavam Timóteo, Silas e Lucas – Silas, de Jerusalém; Timóteo, meio gentio; Lucas, totalmente gentio; e o próprio Paulo - e estes quatro abalaram o mundo. Eles se reúnem e discutem o assunto. Eles colocaram vários fatos lado a lado, ou como dizemos em nosso idioma coloquial, 'Eles juntaram isso e aquilo', e assim entenderam o que a visão significava.


O que eles tinham para ajudá-los a entendê-lo? Bem, eles tinham o fato de que em toda a parte anterior de sua jornada eles encontraram obstáculos; que o caminho deles estava bloqueado aqui, ali e em toda parte. Paulo partiu de Antioquia, significando um pequeno passeio tranquilo de visitação entre as igrejas que já haviam sido estabelecidas. Jesus Cristo foi pregado em Filipos, Atenas, Corinto e Éfeso, antes de Paulo voltar novamente. Assim, lemos em uma parte anterior do capítulo que o Espírito de Jesus os proibiu de falar a Palavra em uma região, e os impediu quando tentaram ir para outra região. Restava então apenas uma outra estrada aberta para eles, e que levava à costa. Juntando assim seus obstáculos e estímulos, eles chegaram à conclusão de que: 'Atravesse o mar e pregue ali a Palavra.'


Ora, é um ensinamento muito comum e familiar lembrar-lhe que não se perde tempo certificando-se do significado das providências que parecem declarar a vontade de Deus, antes de começarmos a agir. Mas os deveres mais comuns são muitas vezes negligenciados; e penso que nós, pregadores, muitas vezes faríamos melhor martelando em temas comuns do que trazendo à tona temas originais e novos. E por isso atrevo-me a dizer uma palavra sobre a imensa importância para a vida cristã e para o serviço cristão deste passo preliminar – 'Ter a certeza que o Senhor nos chamou'. O que devemos fazer para ter certeza da intenção de Deus para nós?


Bem, a primeira coisa é ter certeza de que queremos saber da vontade de Deus, e que não queremos impor nossas intenções sobre Ele, e então agir e sermos obedientes ao Seu chamado, de outro modo estaremos apenas fazendo o que nós gostamos. Existe uma grande quantidade de falta de sinceridade inconsciente em todos nós; e especialmente no que diz respeito ao trabalho cristão. As pessoas dirão: 'Oh, tenho um impulso tão forte em uma determinada direção, para realizar certos tipos de serviço cristão, que tenho certeza de que é a vontade de Deus.' Como você tem certeza? Um impulso forte pode ser uma tentação do diabo e também um chamado de Deus. E os homens que simplesmente agem com base em impulsos, mesmo os mais benevolentes que brotam diretamente de grandes princípios cristãos, podem estar cometendo erros deploráveis. Não basta ter motivos puros. É inútil dizer: 'Tal e tal curso de ação é claramente o resultado das verdades do Evangelho'. Tudo isso pode ser perfeitamente verdade e, ainda assim, o curso pode não ser o caminho desenhado para você. Pois pode haver considerações práticas, que não aparecem à nossa vista a menos que pensemos cuidadosamente sobre elas, que nos proíbem de seguir tal caminho. Portanto, lembre-se de que impulsos fortes não são luzes orientadoras; nem é suficiente justificar que busquemos algum modo de serviço cristão que esteja de acordo com os princípios do Evangelho. “As circunstâncias alteram os casos” é um velho ditado muito simples; mas se os cristãos apenas aplicassem à sua vida o bom senso que precisam. Quero que as rédeas do cavalo de fogo sejam mantidas sob controle de Deus. A diferença entre um fanático, que é um tolo, e um entusiasta, que é um homem sábio, é que este traz uma uma consideração aberta das circunstâncias ao seu redor; e o outro vê apenas uma coisa de cada vez, e fecha os olhos, como um touro no campo, e ataca. Portanto, tenhamos certeza, para começar, de que queremos saber o que Deus quer que façamos; e que não estamos entregando nossos desejos a Ele e chamando-os de Suas providências.


Há outra consideração clara e prática que resulta desta história, que é: Não deixe de ser ensinado por falhas e obstáculos. Você conhece o velho provérbio: 'É perda de tempo açoitar um cavalo morto'. Não há pouco trabalho bem-intencionado jogado fora, porque é despendido em esforços obviamente inúteis para revivificar, talvez, alguma coisa moribunda ou para continuar, talvez, em alguma rotina antiga e desgastada, em vez de iniciar uma nova rotina; um novo caminho. Paulo estava cheio de entusiasmo pela evangelização da Ásia Menor e poderia ter dito muito sobre a importância de ir a Éfeso. Ele tentou fazer isso, mas Cristo disse 'Não'. E Paulo não bateu a cabeça no muro de pedra que o separava do cumprimento do seu propósito, mas desistiu e tentou outra abordagem. Em seguida, ele desejou subir à Bitínia e poderia ter falado muito sobre as necessidades desse povo; mas novamente a barreira subiu, e ele teve que aprender mais uma vez a lição: 'Não como tu queres, mas como eu quero'. Ele não deixou de ser ensinado por seus fracassos. Alguns de nós somos; e é muito difícil, e requer muita sabedoria cristã e altruísmo, distinguir entre obstáculos que pretendem dizer: 'Tente outro caminho, e não perca mais tempo aqui’.


Mas se desejarmos conhecer a vontade de Deus, Ele nos ajudará a distinguir entre esses dois tipos de dificuldades. Alguém disse: 'Dificuldades são coisas a serem superadas'. Sim, mas nem sempre. Muitas vezes o são, e deveríamos agradecer a Deus por elas; mas às vezes são advertências de Deus para que sigamos por outro caminho. Portanto, precisamos de discrição, paciência e suspense de julgamento para influenciar todos os nossos propósitos e planos.


Então, é claro, não preciso lembrá-lo de que a maneira de obter luz é buscá-la no Livro e em comunhão com Aquele que o Livro nos revela como a verdadeira Palavra de Deus: 'Aquele que Me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.' Portanto, uma consideração cuidadosa é uma necessidade para todo bom trabalho cristão. E, se puder, converse com alguns Timóteo, Silas e Lucas sobre sua conduta, e não hesite em seguir o conselho de um irmão.


II. A próxima etapa é o envio imediato.


Quando eles seguramente perceberam que o Senhor os havia chamado, 'imediatamente' - há grande virtude nesta palavra - 'nós nos esforçamos para ir para a Macedônia'. A obediência atrasada é o irmão – e, se me permitem misturar metáforas, às vezes o pai – da desobediência. Às vezes significa simples fraqueza de convicção, indolência e uma falta de fervor. Significa muitas vezes uma relutância em cumprir o dever que está claramente diante de nós. E, queridos irmãos, como disse sobre a lição anterior, também digo sobre isto. A virtude familiar, que todos sabemos ser indispensável para o sucesso na vida quotidiana comum e nos empreendimentos comerciais, não é menos indispensável para o vigor da vida cristã e para toda a nobreza do serviço cristão. Não temos horas a perder; o tempo é curto. No campo da colheita, especialmente quando se aproxima o fim da semana e o domingo se aproxima, há pouco lazer e pouca tolerância para com os trabalhadores lentos. E para nós os campos são brancos, os trabalhadores são poucos, o Senhor da colheita é imperativo, o sol corre para o oeste e as foices terão que parar em breve. Então, ' imediatamente nos esforçamos'.


O atraso no trabalho é um desconforto presente. Enquanto um homem tiver consciência, ele permanecerá inquieto e inquieto até que, como dizem os Quakers, “se livre de seu fardo”, e faça o que sabe que deveria fazer, e termine com isso. A obediência atrasada significa possibilidades desperdiçadas de serviço e, portanto, deve ser sempre evitada. Quanto mais desagradável for qualquer coisa que seja claramente um dever, mais razões haverá para fazê-lo imediatamente. 'Apressei-me e não demorei, mas apressei-me em guardar os Teus mandamentos.'


Você já contou quantos ‘imediatamente’ existem no Evangelho de Marcos? Na história do ministério inicial de Cristo, cada novo incidente é acrescentado ao anterior, naquele capítulo, pela mesma palavra “imediatamente”. 'Imediatamente' Ele faz isso; 'imediatamente' Ele faz outra coisa. Tudo é um fluxo contínuo de atos de serviço. O Evangelho de Marcos é o Evangelho do servo e estabelece o padrão ao qual todo serviço cristão deve ser conformado.


Portanto, se tomarmos Jesus Cristo como nosso exemplo, incansável na obra, não deixaremos passar nenhum momento sobrecarregados com deveres não cumpridos; e descobriremos que todos os momentos são poucos o suficiente para o cumprimento dos deveres que nos incumbem.


III. Assim, por último, a consideração cuidadosa e a obediência sem hesitação levam a um caminho reto.


Bem, nem sempre é assim, mas é geralmente desse modo. Há um poder maravilhoso em fazer diligentemente a vontade conhecida de Deus para suavizar dificuldades e evitar problemas. É claro que não quero dizer que um homem que vive assim, verificando pacientemente e depois fazendo prontamente o que Deus deseja que ele faça, tenha qualquer isenção das tristezas e provações comuns da vida. Mas tenho certeza de que uma proporção muito grande de todos os obstáculos e decepções, tempestades e areias movediças, calmarias que impedem o progresso e ventos contrários que batem em nossos rostos, são por vezes produtos de nossa negligência em um ou noutro momento. Não devemos realizar nossas ações no Reino com nossa força, mas no poder dAquele que acalma os mares e nos leva ao refúgio.


Se a minha vontade suprema é fazer a vontade de Deus, então nada que seja a Sua vontade, e que venha a mim, pode ser um obstáculo para que eu faça isso.


Como diz um antigo provérbio: “Os mercadores viajantes nunca podem sair do seu caminho”. E um homem cristão cujo caminho é a simples obediência à vontade de Deus nunca pode ser desviado desse caminho por quaisquer obstáculos que possam afetar sua vida exterior. Portanto, na verdade mais profunda, há sempre uma viagem tranquila para os homens cujos olhos estão abertos para discernir e cujas mãos são rápidas para cumprir os mandamentos de seu Pai celestial. Para eles todos os ventos os levam para o seu porto; para eles, “todas as coisas contribuem juntamente para o bem. Aquele que é servo de Deus é o senhor do mundo. 'Todas as coisas são suas se vocês são de Cristo.'


Assim, irmãos, o estudo cuidadoso das providências e visões, dos obstáculos e estímulos, o posicionamento cuidadoso de nossas vidas lado a lado com a do Mestre, e um deleite em fazer a vontade do Senhor, garantirão para nós, na verdade mais íntima, um viagem próspera, até que todas as tempestades se acalmem, 'e eles estejam felizes porque estão quietos; então Ele os leva ao porto desejado.'


RM-FRASES PROTESTANTES

Fonte: https://biblehub.com/sermons/auth/maclaren/how_to_secure_a_prosperous_voyage.htm


4.2.24

Glorificando a Deus na adversidade e na vitória (Esboço)


A relação entre Deus e seu povo é ampla e profunda, e a experiência cristã abrange tanto a paciência diante de contratempos quanto a superação de desafios por meio da fé. Este breve artigo explora como a glória a Deus não se limita apenas à aceitação paciente das dificuldades, mas também se manifesta na capacidade de superar obstáculos e alcançar vitórias através da fé. A honra a Deus está presente não apenas na gratidão durante a doença, mas também na demonstração do poder e compaixão de Deus ao curar e aliviar o sofrimento.


Paciência na adversidades:

   - A virtude da paciência é destacada nas Escrituras como um componente fundamental da fé cristã.

   - Deus é honrado quando seu povo suporta com resignação os contratempos, confiando na Sua soberania.

   - A paciência é vista como um testemunho da confiança inabalável na sabedoria e bondade de Deus, mesmo em tempos difíceis.


A fé supera desafios:

   - A fé cristã não é apenas passiva, mas também ativa na busca por vitórias sobre as dificuldades.

   - Alcançar vitórias pela fé não apenas glorifica a Deus, mas também reflete a confiança na capacidade dEle de transformar situações adversas.

   - O testemunho de superação fortalece a fé da Igreja e evidencia a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas.


Gratidão na Doença:

   - A gratidão durante a doença é vista como uma expressão de confiança e submissão à vontade de Deus.

   - Deus é honrado quando seu povo permanece grato, mesmo em meio ao sofrimento, demonstrando fé e adoração inabaláveis.


Poder e compaixão de Deus na cura:

   - A demonstração do poder de Deus ao curar e aliviar o sofrimento também é uma expressão de sua glória.

   - A compaixão divina se revela não apenas na cura, mas também na presença confortadora durante as provações.


A vida cristã é um equilíbrio entre a paciência diante das adversidades e a fé que busca vitórias sobre elas. Glorificar a Deus pode ser exercido tanto na gratidão através de doença quanto a celebração das vitórias pela fé. Esses aspectos refletem diferentes facetas do caráter de Cristo, e qualquer teologia que enfraqueça um deles é considerada um insulto a Ele.


Leia: Cura para a Glória de Deus, por Vincent Cheung


RM-FRASES PROTESTANTES

30.1.24

A sabedoria e o poder de Deus: Reflexões a partir de Jó 9:4


No livro de Jó, capítulo 9, versículo 4, encontramos uma reflexão sobre a sabedoria e o poder divinos. Jó, mesmo diante de suas aflições, reconhece a grandiosidade de Deus, descrevendo-O como "sábio de coração e poderoso em força". Este versículo nos leva a contemplar a natureza irresistível e invencível de Deus, tanto em sabedoria quanto em poder.


No comentário de Benson, somos lembrados da infinita sabedoria de Deus, que sonda os corações e caminhos dos homens, discernindo pecados que escapam à visão humana. O poder divino é revelado como invencível na disputa, seja pela sabedoria ou pela força. Jó nos alerta que resistir a Deus é uma batalha fadada ao fracasso, pois aqueles que se endurecem contra Ele serão, em última instância, vencidos.


O breve comentário de Matthew Henry ressalta a humildade necessária ao reconhecer nossa inadequação para julgar os caminhos de Deus. Mesmo em meio às aflições, Jó destaca a importância de esquecer as queixas ao mencionar a sabedoria e o poder do Altíssimo.


Notas de Barnes sobre a Bíblia enfatizam que a resistência a Deus é fútil, pois Ele é descrito como sábio de coração, capaz de lidar com qualquer objeção, e poderoso em força, irresistível. A verdadeira sabedoria, segundo Barnes, está em concordar com os planos de Deus; a não resistir.


O comentário bíblico Jamieson-Fausset-Brown destaca a superioridade de Deus em sabedoria e força, vencendo qualquer argumento humano. A resistência a Ele é comparada a endurecer-se, e a prosperidade só é alcançada ao concordar com Seus caminhos.


Gill, em sua exposição da Bíblia, nos leva a refletir sobre a essência única e perfeita da sabedoria de Deus. Ele destaca que resistir a Deus é vão, e a verdadeira prosperidade só é alcançada ao concordar com os planos divinos.


Jó 9:4 nos convida a uma profunda reflexão sobre a grandiosidade de Deus, sua sabedoria incompreensível e seu poder inabalável. Ao entendermos a futilidade da resistência humana diante do Altíssimo, somos conduzidos à verdadeira sabedoria: concordar com os decretos divinos e encontrar prosperidade na submissão aos desígnios de Deus; esta é a sabedoria em Jó.


RM-FRASES PROTESTANTES

15.1.24

Um cordão triplo - Eclesiastes 4.12


E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa
. -- Eclesiastes 4:12.


Li em algum lugar que os antigos tebanos (Batalhão Sagrado de Tebas) tinham em seu exército um grupo de homens comprometidos fortemente com a amizade e o companheirismo entre si. Eram, portanto, quase irresistíveis; eles se mantinham unidos por uma união causada por um princípio vivo que os impregnava e inspirava a todos; portanto, quando o inimigo os atacava, era como o mar quebrando na costa imóvel. Se nós, como membros da igreja e irmãos cristãos, formos um só de coração, seremos irresistíveis. O Salvador reivindica nosso amor. Fomos purificados na mesma fonte preciosa, todos comemos do Pão que desceu do céu e bebemos da Rocha Espiritual. Mantenhamo-nos mais unidos do que nunca – pastores, oficiais, pessoas, enfim, pois “um cordão triplo não se rompe rapidamente”.


"Um cordão triplo não se rompe facilmente." Não sabemos disso por uma triste experiência? FOI POR CABOS COMO ESTES QUE FOMOS ORIGINALMENTE MANTIDOS EM ESCRAVIDÃO. Não sei quantos fios havia neles, quantos fios continham. Não três, talvez, trinta, ou melhor, trinta mil influências malignas estavam nos arrastando para baixo e nos mantendo firmes. Tudo o que sei é que eles não foram quebrados rapidamente. Foi necessário o querido Filho de Deus para quebrá-los, o amor do Pai e o poder do Espírito, e nossa fé e arrependimento, gerados do Alto em nossos corações. Satanás conhece o poder da unidade se não o fizermos. “O mundo, a carne e o diabo”, um trio terrível, estavam unidos contra nós. Foram as cordas deste triplo inimigo que nos mantiveram presos. Eram cordas triplas e não se quebravam facilmente. O pecado tem vários formatos e tipos. Há três palavras no Livro de Deus que descrevem o pecado, e creio que posso aplicá-las ao cordão tríplice. Existe INIQUIDADE, aquilo que está fora do prumo, ou fora da linha, ou fora do nível. Existe PECADO, errar o alvo, ir além; desviar uma flecha ou ficar aquém do alvo. Há também TRANSGRESSÃO, rompendo as regras estabelecidas por Deus, ultrapassando os limites que Ele fixou, estabelecendo marcos próprios em vez de considerar os de Deus. Cada um deles pode ser considerado como um fio na corda do pecado, e todos nós fomos presos por isso. "Um cordão triplo não se rompe rapidamente." Foram necessários anos de esforço, puxões e puxões por uma mão Onipotente para quebrar essas cordas em pedaços. Graças a Deus! Está feito, e que eles nunca mais poderão ser emendados, nem jamais lançados sobre nós como eram originalmente.


FOI POR CORDAS COMO ESTAS - cordas que não se rompem rapidamente, cordas triplas, QUE FOMOS LIBERTOS DO PODER DO PECADO. A forma da metáfora muda um pouco à medida que a usamos agora. Estávamos num buraco horrível por causa do pecado. O pecado sempre nos afunda, e estávamos afundando cada vez mais nele, e no lamaçal que estava no fundo dele. Como nos levantamos? Não havia nenhuma escada para subirmos; não abrimos entalhes no poço com nossa própria força e sem ajuda, e assim nos ajudamos a alcançar a luz e a liberdade. Não; Deus teve misericórdia de nós. Ele, na pessoa de Seu Filho, veio até a boca do poço e olhou para nós com olhos de amor. O amor de Cristo, a morte de Cristo, a ressurreição e a ascensão ao céu – são como outro cordão triplo. Assim que nossos olhos se abriram e vimos essa corda balançando, por assim dizer, diante de nós, Deus nos deu forças para saltar até ela, e Ele fez o resto; não, Ele fez isso, pois não teríamos acreditado a menos que o Espírito tivesse inspirado a fé. Ele nos atraiu com as cordas do amor.


SÃO CORDAS COMO ESTAS, cordas triplas, cordas que não se rompem rapidamente, QUE AGORA SOMOS MANTIDOS CATIVOS. Pela criação, cuja reivindicação agora entendemos melhor do que nunca; pela regeneração, para o mistério do qual eles e nós somos diariamente conduzidos; pela consagração, tanto da parte de Deus quanto da nossa, somos Seus e Dele para sempre. Essas cordas nos prendem às pontas do altar. "E agora permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três, mas o maior deles é o amor." Penso que este é outro cordão triplo pelo qual estamos ligados; ligados uns aos outros, ligados à cruz de Cristo, ligados a este livro abençoado e ligados ao céu. (Spurgeon.)


RM-FRASES PROTESTANTES

https://biblehub.com/sermons/auth/spurgeon/a_threefold_cord.htm

14.1.24

NÃO PEÇA PROBLEMAS EMPRESTADO


Não Peça Problemas Emprestado

Lucas 12:22-28

E disse aos seus discípulos: Por isso vos digo: Não vos preocupeis com a vossa vida, com o que comereis; nem para o corpo…

 

Há uma tendência preocupante e imprudente de alguns indivíduos que escolhem, conscientemente ou não, "pegar problemas emprestados". Este comportamento insensato é comparado à prática de emprestar dinheiro, onde a não habilidade de investi-lo pode resultar em desvantagens significativas. Ainda assim, pegar emprestado dinheiro pode ter benefícios se multiplicado seu valor inicial. Mas quando se trata de antecipar problemas em geral, a ansiedade nunca é benéfica.

 

Em vez de enriquecer nossas vidas, problemas desnecessários não oferecem benefícios tangíveis. Outra comparação é feita com o ato de emprestar um bom livro, cujo estudo e leitura podem proporcionar ganhos valiosos. Um livro emprestado pode ser de grande valor ao leitor. Mas, “morrer” antecipadamente por causa de problemas, é um empréstimo nocivo, destrutivo, ao contrário de um investimento financeiro ou intelectual, que podem contribuir para nosso crescimento.

 

Nunca é bom sofrer antecipadamente por problemas, profetizando ansiosamente o mal antes mesmo de acontecer. Este mau hábito é criticado por desafiar a sabedoria convencional, levantando a questão sobre a validade de se envolver em preocupações prematuras. Ao fazer isso, corremos o risco de retirar a luz da alegria do presente, desviando nossos pensamentos do momento atual e perdendo a oportunidade de desfrutar das alegrias imediatas. Não faz sentido buscar problemas antes que naturalmente surjam em nossas vidas. Afinal, a busca antecipada de problemas pode privar-nos da experiência completa e valiosa de lidar com eles no momento adequado.

 

Ao invés de pedir emprestado problemas, devemos abraçar a incerteza da vida com uma mente aberta, confiante na Providência de Deus e concentrar-nos no presente, permitindo que os desafios se revelem no tempo certo. Afinal, é na abordagem consciente do agora que encontramos verdadeira sabedoria e a capacidade de extrair as lições valiosas que a Providência  tem a oferecer.

 

Onde está, então, a sabedoria de profetizar o mal para que possamos “pegar problemas emprestados” dele?

 

"Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal." Mateus 6:34. -- Jesus está ensinando os seus a confiarem em Deus para as provisões diárias e a não ficarem ansiosos com o futuro, reconhecendo que cada dia já tem suas próprias preocupações e desafios.

 

RM-FRASES PROTESTANTES

(Notícias da Aliança) - Adaptado

https://biblehub.com/sermons/pub/do_not_borrow_trouble.htm

12.1.24

Semente de Mostarda


Felipe Sabino, esposa e Dawson Campos (Foto: 2007) -- Monergismo e Textos da Reforma .net -- A explosão de recursos teológicos em português passou por estes caras.


Semente de Mostarda


Na virada do milênio, há 24 anos, testemunhamos um momento de expansão do conhecimento da teologia protestante, anteriormente restrito a seminários e igrejas. Na década de 2000, a conexão à Internet era discada, através de linhas telefônicas (quem lembra do barulhinho?). Nos anos 90, a Internet começou a se popularizar, mas foi nos anos 2000 que a capacidade de acesso melhorou, abrindo inúmeras oportunidades para pessoas comuns, empresas e instituições.


Em 1995, 16 milhões de pessoas estavam online em todo o mundo; hoje, mais de 5 bilhões participam das redes sociais. Nos anos 90, alguns ministérios evangélicos mais estruturados, como Fiel, Puritanos, Vida Nova, Cultura Cristã, PES e outros, deram o pontapé inicial no compartilhamento de textos de teologia reformada. No entanto, com a chegada dos anos 2000, iniciativas mais individuais surgiram e abriram caminho na trilha.


Sim, na virada do milênio, "tudo ainda era mato" na internet, e iniciativas como TEXTOS DA REFORMA .NET, do irmão presbiteriano potiguar Dawson Campos de Lima, e MONERGISMO, do irmão presbiteriano Felipe Sabino, na época ainda morando em Cuiabá, ambos ex-assembleianos, contribuíram desenvolvendo websites de teologia reformada.


Logo em seguida, ocorreu um verdadeiro "boom" de sites, uma lista enorme, crescente, e também surgiram fases de blogs, fóruns de discussões e redes sociais (Orkut). Houve um aumento significativo no número de traduções, publicações, ministérios, tecnologias como o Google Tradutor, legendas e traduções, canais e diversas mídias. Enfim, a Web 2.0 e smartphones, que amamos e odiamos!


Os sites também passaram por várias transformações e endereços; o TEXTOS DA REFORMA não perdurou por muito tempo e foi desativado, o que é uma pena, pois imagino que seria interessante acompanhar seu desenvolvimento. O ministério Monergismo, no final da década de 2000, após muitas traduções, iniciou publicações impressas e posteriormente uma editora, publicando neste tempo, milhares de textos teológicos digitais e centenas de publicações impressas ao longo das duas décadas. São apenas duas décadas!


Desde então, muitos excelentes ministérios de irmãos, assim como Dawson e Felipe, surgiram e fortaleceram o cenário de estudos de teologia protestante no Brasil. Antes da virada do milênio, tínhamos muito pouco material em português, e em 24 anos, testemunhamos um dilúvio de traduções, recursos e ferramentas, algo que ninguém poderia imaginar anteriormente. Hoje temos bibliotecas na palma da mão!


O crescimento do Reino traz consigo muitas bênçãos para equipar a Igreja, e muitas vezes esse crescimento é menosprezado como se fosse algo "natural". Sim, Deus está inundando o mundo com conhecimento, e estamos apenas arranhando a superfície do iceberg; muitos recursos ainda estão por vir, em quantidade, qualidade e velocidade. 


O mais impressionante é que a tecnologia é tão acessível que sempre achamos que ainda não evoluiu o suficiente. E, quando ela evolui, continuamos achando que ainda não evoluiu o bastante. Nessa reação de "naturalidade", "nunca está bom", "ainda vai evoluir mais", o fermento está em poderosa ação de crescimento e muitos nem percebem.


Louvo a Deus pela vida de muitos irmãos, como Dawson e Felipe, por suas iniciativas individuais, assim como muitos outros que seguiram a mesma trajetória. Muitos ministérios também enfrentaram críticas, oposições, desafios e provações, mas permanecem de pé, dando muitos frutos, em prol do Reino de Cristo. Que surjam muitos Dawsons e Felipes nesta década e nas próximas!



RM-FRASES PROTESTANTES

Salmo 49


Não temas, quando alguém se enriquece, quando a glória da sua casa se engrandece. 

Salmos 49:16


"Ouçam todos vocês, habitantes do mundo, prestem atenção!


I. O PREGADOR (Vers. 3, 4): Este é alguém com autoridade para falar e ser ouvido. Ele observa com cuidado, experiência e sabedoria, sendo inspirado do Alto. Não fala por si mesmo, mas é movido por impulsos divinos. Compartilha o conhecimento adquirido por meio de meditação e experiência, buscando esclarecer a escuridão, discernir entre o bem e o mal, desmascarar a falsidade e expor a verdade sobre Deus e a vida humana. Deve ser ouvido quando colocado entre Deus e os homens.


II. A AUDIÊNCIA (Vers. 1, 2): O chamado é para todas as pessoas, pois é de interesse universal. A atenção é fundamental para que a mensagem não seja em vão. Através da audição, alcançamos a mente, a consciência, os afetos, a fé e tudo o que é bom. As mudanças ocorreram e ocorrerão, mas o assunto é relevante para todos os tempos. Ricos e pobres devem ouvir e considerar sabiamente, pois a verdade proclamada é respaldada pela experiência ao longo do tempo.


III. O DISCURSO: O tema (ver. 5) sugere que os ímpios podem enriquecer e usar sua riqueza injustamente, com força e boa sorte ao seu favor. Perseguem seus objetivos egoístas sem restrições, às vezes, parecendo que Deus se agrada. O desafio é entender por que o julgamento demora; parece atrasar. O salmista apresenta a visão de discernir entre a verdade e a falsidade, destacando que, apesar da aparente prosperidade dos ímpios, seu estado interior é mau e seu fim é a morte. Os justos, apesar das provações, têm paz e riqueza espiritual, em diversas situações circunstanciais.


Os argumentos que reforçam essas verdades são poderosos: a impotência da riqueza em emergências, a transitoriedade das posses terrenas, a degradação do caráter humano pela cobiça e orgulho, e o final miserável dos ímpios em contraste com o final feliz dos justos. A conclusão é: "Não tenha medo" (vers. 5, 16). As lições apresentadas estão nas Sagradas Escrituras e no ensino de Jesus, esclarecidas para que ninguém tenha desculpas por suposta ignorância. Ao compreender essas verdades, nossa fé cresce, nossa coragem se intensifica, e podemos enfrentar os momentos difíceis sem medo.


Em suma, a riqueza material não salva o homem em todas as situações, são transitórias, a cobiça e o orgulho degradam o coração, e confiar na riqueza como um deus trará finalmente condenação, pois a salvação pertence somente ao Senhor.


Extraído: https://biblehub.com/sermons/auth/forsyth/be_not_afraid.htm

6.1.24

O pecado do silêncio - Alexandre Maclaren


O pecado do silêncio

Alexandre Maclaren


Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio...

1 Coríntios 9:16,17.


A referência original destas palavras é sobre princípio e prática do Apóstolo de não receber dinheiro das igrejas para seu sustento. A exposição de sua razão é interessante e cavalheiresca. Ele afirma veementemente seu direito, mesmo quando declara que renunciará a ele. A razão de sua renúncia é que ele deseja ter a seu serviço algo além do estrito cumprimento de seu dever. Sua pregação em si, com todas as suas labutas e misérias, era apenas parte de seu trabalho diário, que ele foi convidado a fazer, e por isso ele não merecia agradecimentos nem elogios. Mas ele gostaria de realizar seu ministério com alegria, com prazer, além daquilo que lhe foi ordenado a fazer.


Nesta exposição, temos dois grandes princípios que agem no Apóstolo - um, seu profundo senso de obrigação, e o outro, seu desejo de fazer mais do que era obrigado a fazer, porque ele amava muito seu trabalho. E embora ele esteja falando aqui como um apóstolo, e seu exemplo não deva ser transferido incondicionalmente para nós, ainda assim penso que os motivos que motivaram sua conduta são capazes de aplicação a nós mesmos.


Há três coisas aqui. Existe a obrigação da pregação da palavra, existe a penalidade do silêncio e existe a obediência alegre que transcende a mera obrigação.


I. Primeiro, a obrigação do discurso.


Não há dúvida de que o apóstolo tinha, num sentido especial, uma “necessidade imposta” a ele, que foi imposta pela primeira vez naquela estrada para Damasco, e repetida muitas vezes em sua vida. Mas embora ele difira de nós na comissão sobrenatural direta que lhe foi dada, na amplitude da esfera em que teve que trabalhar e no esplendor dos dons que foram confiados à sua mordomia, ele não difere de nós. Na realidade da obrigação que lhe foi imposta, todo homem cristão está tão verdadeiramente obrigado quanto Paulo a pregar o Evangelho. A comissão não depende da exclusividade apostólica. Jesus Cristo, quando disse: 'Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura', não estava falando aos onze somente, mas a todas as gerações de Sua Igreja. E embora existam muitos outros motivos nos quais podemos basear o dever cristão de propagar a fé cristã, penso que seremos ainda melhores se nos basearmos neste mandamento distinto e definido de Jesus Cristo, cujo domínio abrange todos os que por si mesmos descobriram que o Senhor é gracioso.


Pois esse mandamento é permanente. É exatamente contemporâneo na duração da promessa que lhe está anexada, e quem se expõe à luz desta última está vinculado ao preceito da primeira. 'Eis! Estou sempre convosco, até ao fim do mundo', define a duração da promessa e define também a duração do dever. É a Igreja que “vai por todo o mundo e prega o Evangelho a toda criatura”, a ela é feita a promessa de uma presença permanente.


Lembremo-nos também que, sendo esta comissão dada a toda a Igreja, ela é obrigatória para cada membro individual da Igreja. Há uma falácia muito comum, que não se limita a este assunto, mas que se estende a todo o campo do dever cristão, pela qual as coisas que são obrigatórias para a comunidade são retiradas dos ombros do indivíduo. Mas temos que lembrar que toda a Igreja nada mais é do que a soma total de todos os seus membros, e que nada lhe incumbe que não seja, em sua medida, incumbência de cada um deles. Tudo o que Cristo diz a todos, Ele diz a cada um, e a comunidade não tem deveres que você e eu não temos.


É claro que existem diversas formas de obediência a este mandamento; é claro que as restrições de localidade e as outras obrigações da vida vêm para modificá-la; e não é dever de todo homem vagar pelo mundo inteiro fazendo esse trabalho. Mas o trabalho direto de comunicar a outros que não conhecem o poder de Jesus Cristo pertence a todo homem cristão. Vocês não podem sair das fileiras, como costumavam fazer em outras áreas da vida, pagando por um substituto, terceirizando. Ambas as formas de serviço são obrigatórias para cada um de nós. Todos nós, se sabemos alguma coisa sobre Cristo, Seu amor e Seu poder, somos obrigados, pelo fato de sabermos, a contá-lo àqueles a quem podemos alcançar. -- A quem muito é dado, muito será cobrado.


Todos vocês têm congregações, se procurarem por elas. Não há homem ou mulher cristã neste mundo que não tenha alguém com quem possa falar do Evangelho com mais eficiência do que qualquer outra pessoa. Você tem seus amigos, seus parentes, as pessoas com quem você tem contato diário, se não tiver congregações mais amplas. Vocês não podem todos se levantar e pregar no sentido em que eu faço isso. Mas este não é o significado da palavra no Novo Testamento. Não implica necessariamente um púlpito, nem um discurso definido, nem uma multidão reunida; implica simplesmente a tarefa de proclamação de um arauto. Todos que encontraram Jesus Cristo podem dizer: 'Encontrei o Messias', e todos que O conhecem podem dizer: 'Venha e ouça, e eu contarei o que o Senhor fez por minha alma'. Já que você pode fazer isso, você é obrigado a fazê-lo; e se você é um dos 'cachorros mudos, deitados e amantes do sono', dos quais existem multidões que paralisaram suas energias e enfraqueceram o testemunho de cada Igreja na terra, então você está criminosa e suicidamente alheio a uma obrigação que é uma alegria e um privilégio, tanto quanto um dever.


Ah, irmãos! Quero deixar isso claro na consciência de todos vocês, cristãos, que nada pode absolvê-los da obrigação de falar pessoal e diretamente com alguém sobre Cristo e Sua salvação. A menos que você possa dizer: Eu não reprimi meus lábios, ó Senhor! Mas, além deste esforço direto, existem outros métodos indiretos pelos quais este mandamento pode ser cumprido, sobre os quais não preciso dizer mais nada aqui.


O ideal de Jesus Cristo para Sua Igreja era uma propaganda ativa, um exército no qual não houvesse não-combatentes, embora alguns dos combatentes pudessem ser destacados para permanecer no acampamento e cuidar do material, e outros deles pudessem estar na vanguarda da batalha. Mas esse ideal já foi cumprido em alguma de nossas igrejas? Quantos entre nós existem que não fazem absolutamente nada na forma de trabalho cristão! Alguns de nós parece pensar que o princípio voluntário sobre o qual as nossas igrejas significa: 'Não preciso fazer nada a menos que eu queira. A inclinação é o guia do dever, e se eu não quiser tomar parte ativa no trabalho de nossa igreja, ninguém terá nada a dizer.' Ninguém pode me forçar, mas se Jesus Cristo me disser: 'Vá!' e eu disser: 'Prefiro não'. Jesus Cristo e eu temos que acertar as contas, o que deveria causar temor e tremor. E se o princípio da obediência cristã é um coração disposto, então o dever do cristão é garantir que o coração esteja disposto.


Uma obrigação rigorosa, de não nos deixarmos abater por nenhuma das desculpas que apresentamos, é imposta a todos nós. Desculpas são inúteis. Há muita nesta geração que tende a esfriar o espírito missionário. Sabemos mais sobre o mundo pagão do que da vida missionária. Assumimos, muitos de nós, ideias mais brandas e misericordiosas sobre a condição daqueles que morrem sem conhecer o nome de Jesus Cristo. E todas essas razões minam um a força e esfriam o fervor de muitos cristãos hoje em dia. O mandamento de Jesus Cristo permanece exatamente como era. Que ninguém se engane.


Então alguns de nós dizem: 'Prefiro trabalhar em casa!' Bem, se você está fazendo tudo o que pode e realmente se dedica com entusiasmo a uma fase do serviço cristão, o grande princípio da divisão do trabalho surge para garantir que você não entre em outros campos que outros cultivam. Mas, a menos que você esteja investindo todas as suas energias no trabalho que diz preferir, não há razão para que você não faça nada na outra direção. Jesus Cristo ainda diz: 'Ide por todo o mundo'.


Então alguns de vocês dizem: 'Bem, eu não acredito muito em suas sociedades missionárias. Há muito desperdício de dinheiro com eles. Há uma série de coisas que aprovo. Tenho ouvido histórias sobre missionários que são muito ociosos, recebem bom salário e trabalham muito pouco.' Bem, que seja! Muito provavelmente isso é parcialmente verdade; embora eu desconheça que missionários em terras estrangeiras desfrutem de vida luxuosa. Imagino que muitos deles, se andassem pelas ruas de uma cidade inglesa, teriam relatos diferentes, como quando andam pelas ruas de uma cidade indiana. Mas seja como for, será que essa acusação passa uma borracha no mandamento de Jesus Cristo? Certamente não! Cristo ainda diz: 'Ide por todo o mundo!'


Às vezes, atrevo-me a pensar que chegará o dia em que a condição de ser recebido e retido da comunhão de uma igreja cristã será a obediência a esse mandamento. Ora, até as abelhas têm o bom senso, em determinada época do ano, de expulsar os zangões das colmeias e matá-los com ferroadas. Não recomendo a última parte do processo, mas tenho a certeza de que seria um benefício para todos nós, tanto para os expulsos como para os retidos, que nos livrássemos desse peso adicional que obstrui todas as comunidades organizadas, nesta e em outras terras – o peso morto dos preguiçosos que dizem ser discípulos de Cristo. Quer seja uma condição de membro da igreja ou não, estou certo de que é uma condição de comunhão com Jesus Cristo, e uma condição, portanto, de saúde na vida cristã, que deve ser uma vida de obediência ativa a este claro comando imperativo, permanente e universal da Grande Comissão.


II. Em segundo lugar, uma palavra sobre a penalidade do silêncio.


'Ai de mim se não pregar o Evangelho.' Deixe-me apontar, em uma ou duas palavras, as penalidades claras do silêncio hoje, e as terríveis penalidades do silêncio no futuro.


'Ai de mim se não pregar o Evangelho.' Se você é um professor mudo e ocioso da verdade de Cristo, acredite, sua ociosidade muda lhe roubará muita comunhão com Jesus Cristo. Há muitos cristãos que seriam muito mais felizes, mais alegres e mais seguros se falassem sobre Cristo para outras pessoas. Por terem trancafiado a palavra de Deus em seus corações, ela se dissipa sem ser conhecida, e eles perdem mais do imaginam, perdem a doçura, a alegria e confiança garantidas como promessas. Se você quer ser um cristão feliz, trabalhe para Jesus Cristo. Não estabeleço isso como algo específico por si só. Há outras coisas a serem consideradas em conjunto com isso, mas ainda assim permanece verdade que a desgraça de um cristianismo lânguido se aplica aos homens que, sendo cristãos professos, ficam calados quando deveriam falar e ociosos quando deveriam trabalhar.


Há, ainda, a desgraça de uma vida egocêntrica. E há, ainda, a desgraça da perda de uma das melhores maneiras de confirmar a própria fé na verdade, a de procurar transmiti-la a outros. Se você quer aprender alguma coisa, ensine. Se você quiser compreender os princípios de qualquer ciência, tente explicá-la a alguém que não a entenda. Se você quer saber onde, nestes dias de disputas e controvérsias, está o verdadeiro e vital Evangelho, e qual é a parte essencial da revelação de Deus, vá e conte aos homens pecadores sobre Jesus Cristo que morreu por eles; e você descobrirá que é a Cruz, e Aquele que morreu nela, que é o poder que pode mover o coração dos homens. E assim você se apegará com mais força, em dias de dificuldade e inquietação, àquilo que é capaz de trazer luz às trevas. Ah, irmãos! Não há maior alegria acessível a um homem do que sentir que através das suas pobres palavras Cristo entrou no coração de um irmão. E vocês não devem jogar fora tudo isso porque fecharam a boca e negligenciaram o claro mandamento do seu Senhor.


Sim! Mas isso não é tudo. Há um futuro a ser levado em conta, e penso que os cristãos percebem muito pouco esta verdade solene. Se um homem guardou os mandamentos de seu Mestre ou os negligenciou, acredito que, embora uma fé muito imperfeita salve um homem, existe algo como ser “salvo como se fosse pelo fogo”, e que também existe algo como ter um ministério abundante e produtivo para o Reino. Aquele cuja vida foi influenciada pelos princípios cristãos, e que negligenciou deveres claros e imperativos, não permanecerá no mesmo nível de bem-aventurança que o homem que se entregou mais completamente na vida ao poder constrangedor do amor de Cristo, e procurou guardar todos os Seus mandamentos.


O céu não é um nível morto. Cada homem ali receberá tanta bem-aventurança quanto a graça é capaz de dar, mas as recompensas variarão, e o principal fator que determina a bem-aventurança, será o rigor da obediência a todas as ordenanças de Cristo no decorrer da vida na terra. Embora saibamos, e portanto ousemos dizer, pouco sobre se fala quanto ao futuro (Ap 22.12), peço-lhe que leve isso a sério. Com certa liberdade poética podemos dizer, alguns dirão na presença gloriosa de Deus: "Eis-me aqui, eu e nossos irmãos, filhos eleitos de Deus, que trouxe comigo, que pela graça sejam concedidas coroas brilhantes; o galardão da graça", enquanto outros se salvaram pela mesma graça e não trouxeram ninguém com eles. O elemento principal é a obediência ao mandamento que os torna apóstolos e missionários do seu Senhor. -- [Que seja estabelecido que as nossas obras são, de fato, recompensadas. A Escritura ensina isso em mais de um lugar -- por exemplo, Mt. 5:12; 6:4, 6, 18; 10:41; 16:27; Lucas 6:23, 35; 1Co. 3:8; 2Co. 5:10; Hb. 11:6 --. Um incentivo para praticar boas obras enquanto estamos aqui na Terra é o galardão que receberemos na glória.]


III. Por último, observe a alegre obediência que transcende os limites da obrigação.


‘Se eu fizer isso de boa vontade, terei uma recompensa.’ Paulo desejava trazer um pouco mais do que o necessário, em sinal de seu amor ao seu Mestre e de sua grata aceitação do dever. O artista que ama seu trabalho colocará mais trabalho em seu quadro do que é absolutamente necessário, e se demorará nele, esbanjando-lhe diligência e cuidado, porque está apaixonado por sua tarefa. O servo que procura fazer o mínimo que pode não é movido por motivos elevados. O comerciante que mal coloca na balança o peso suficiente para equilibrar o peso do outro é relutante em suas negociações; mas aquele que, com mão liberal, dá "uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante" (Lc 6.38), dá porque se deleita em dar. -- [A árvore é conhecida pelos seus frutos; que a palavra de Cristo seja tão enxertada em nossos corações que possamos ser frutíferos em toda boa palavra e obra].


E assim é na vida cristã. Há muitos de nós cuja pergunta parece ser: 'Com quão pouco posso me safar? Quanto posso reter?' - muitos de nós cujo esforço é descobrir até que ponto o mundo é consistente com a profissão do Cristianismo e encontrar o mínimo de esforço, de amor, de serviço, de dons que possam nos libertar da obrigação.


E o que isso significa? Isso significa que somos escravos ingratos. Isso significa que, se ousássemos, não daríamos nada e não faríamos nada. E o que isso significa? Significa que não nos importamos com o Senhor e não temos alegria no nosso trabalho. E o que isso significa? Significa que o nosso trabalho não merece elogios e não receberá recompensa. Se amamos a Cristo, estaremos ansiosos, se for possível, em fazer mais do que Ele nos ordena, em sinal de nossa lealdade ao Rei e de nosso prazer no serviço. É claro que, na visão mais elevada, nada pode ser menos do que o necessário. É claro que Ele tem direito a todo o nosso trabalho; mas ainda assim existem alturas de consagração cristã e auto-sacrifício que um homem pela graça não será culpado se não tiver escalado, e será elogiado se o tiver feito. O que queremos, se assim posso dizer, é abundância de serviço. Judas pode dizer: 'Para que serve esse desperdício?' Mas Jesus dirá: Deus Pai 'fez uma boa obra em Mim', e a fragrância do unguento terá um cheiro doce através dos séculos.


Portanto, queridos irmãos, o resultado de tudo isso é: não façamos nosso trabalho cristão com relutância, caso contrário, será apenas um trabalho de escravo ingrato, e não há nenhuma bênção neste tipo de trabalho com má vontade, e nenhuma recompensa nos virá disso. Não perguntemos: 'Quão pouco posso fazer?' Mas 'Quanto posso fazer?' Assim, não ofereceremos em holocausto ao Senhor aquilo que não nos custa nada. Por sua parte, Ele deu a maravilhosa graça como sinal de Seu amor. A mordomia é um sinal de que Ele confia em nós, o dever é uma honra, o fardo é uma graça, leve, não pesado. De nossa parte, busquemos a alegria do serviço que não se contenta com a mera quantia do tributo que é exigido, mas dá algo a mais, o melhor possível, por causa do nosso amor a Ele. Aqueles que assim dão a Jesus Cristo todo o seu amor, esforço e serviço, receberão tudo de volta cem vezes mais, pois o Mestre não ficará em dívida com nenhum de Seus servos, e Ele diz a todos eles: 'Eu pagarei isso, porém eu não te digo como tu me deves.' -- Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.  (Filemom 1:19). -- Em outras palavras: "Pagarei tudo, não se preocupe, e não preciso fazer com que você lembre que me deve a sua própria vida. -- Somos todos devedores.


FRASES PROTESTANTES

Texto original: https://biblehub.com/sermons/auth/maclaren/the_sin_of_silence.htm

1.1.24

Vida Escatológica


Vida Escatológica

por Gabriel N. E. Fluhrer


O termo "escatologia" e seu significado são objetos de desconhecimento e confusão para muitos cristãos. Muito disso se deve à forma como a escatologia tem sido ensinada. Na maioria das vezes, limita-se ao estudo dos últimos acontecimentos que precederam o retorno de Cristo. Certamente, não é menos do que um estudo dessas coisas, mas é também muito mais. A escatologia está entrelaçada na trama de cada versículo das Escrituras. Portanto, a vida escatológica é a promessa trinitária e pactual da revelação de Deus para nós.


Ainda assim, muitos cristãos se perguntam o que o caráter escatológico da Bíblia significa para sua vida diária. Neste artigo, focaremos em dois aspectos da vida escatológica. Primeiro, examinaremos a vida escatológica como vida no reino. Em segundo lugar, traçaremos a vida escatológica no que se refere à nossa união com Cristo, forjada pelo Espírito.


O foco central do ministério de Cristo foi o reino de Deus – antecipado no Antigo Testamento, inaugurado pela primeira vinda de nosso Senhor, explicado no restante do Novo Testamento e consumado na segunda vinda de Jesus. A vida escatológica começa com a compreensão de que os cristãos vivem como cidadãos do reino de Deus (Filipenses 3:20). Como essa mentalidade centrada no reino afeta a maneira como vivemos?


Enquanto os cristãos esperam pela consumação do reino, eles servem com esperança e alegria insaciáveis, sabendo que nada do que fazem é em vão se for feito para o Senhor.


Algumas coisas vêm à mente. Ser cidadão do reino significa que somos, acima de tudo, pobres de espírito (Mateus 5:3). Este é o ponto de entrada inegociável, a "porta de entrada" do reino – e é por isso que Jesus a lista em primeiro lugar nas Bem-aventuranças. Ser pobres de espírito significa que reconhecemos a nossa necessidade de um salvador dos nossos pecados e renunciamos diariamente a todas as formas de autossuficiência.


Além disso, o ensino de Jesus sobre o reino lembra-nos de ajustar as nossas expectativas. O reino cresce lentamente, no ritmo soberano de Deus (Mateus 13:31-33). Grande parte da confusão sobre a missão da igreja hoje decorre da crença equivocada de que a principal tarefa da igreja é transformar a cultura ao seu redor. Mas a transformação cultural, na medida em que acontece, é um subproduto da cidadania do reino, e não o objetivo. Expectativas exageradas são um caminho seguro para o esgotamento e a decepção.


Os cidadãos do Reino, portanto, olham para o futuro enquanto vivem no presente. O crente anseia que Jesus introduza o reino em sua plenitude (Ap 21–22). Mas enquanto os cristãos esperam pela consumação do reino, eles servem com esperança e alegria insaciáveis, sabendo que nada do que fazem é em vão se for feito para o Senhor (1 Coríntios 15:58).


Finalmente, a vida escatológica é a vida em união com Cristo. Visto que Cristo foi o último Adão cheio do Espírito (Lucas 4:18; 1 Coríntios 15:45), nós que estamos unidos a Ele desfrutamos do mesmo enchimento do Espírito. Portanto, no momento em que estamos unidos a Cristo pela fé forjada pelo Espírito (João 3:5), somos nada menos que cheios do Espírito, batizados pelo Espírito e controlados pelo Espírito. A habitação do Espírito é Cristo em nós, a esperança da glória (Colossenses 1:27).


Como resultado desta união, vivemos uma vida "já/ainda não" em Cristo. Fomos crucificados com Ele (Romanos 6:6), mas carregamos a cruz diariamente (Lucas 9:23). Já ressuscitamos com Ele (Colossenses 2:12), mas ansiamos pela ressurreição final (1 Coríntios 15:52). Esta tensão escatológica de "já/ainda não" destaca o foco duplo da vida no reino.


À medida que começamos a compreender a realidade da cidadania do reino e da união com Cristo, descobrimos riquezas incomparáveis. Temos verdadeira esperança, não importa as circunstâncias, porque reconhecemos que este presente século mau (Gl 1.4) não é o nosso lar; o reino é. Recorremos diariamente ao poder do Espírito em nossa oração e em nossa mentalidade. Ao fazermos isso, a promessa de Jesus de águas vivas fluindo de nós torna-se uma realidade (João 7:37). O domínio do pecado se afrouxa e somos transformados de um grau de glória a outro em Cristo (2 Coríntios 3:18). A vida cristã, então, é vida escatológica, do início ao fim.


Em nossas vidas frenéticas e livres do sábado, precisamos de descanso, recuperação e rejuvenescimento para continuar em um mundo que faz tudo o que pode para tirar a ênfase da vida escatológica. Espero que o breve esboço acima abra uma porta para desfrutarmos a vida como Deus a planejou – transbordando do Espírito, unidos a Cristo, para a glória do Pai.


Tradução: Frases Protestantes


[Link para o artigo: https://tabletalkmagazine.com/article/2022/12/eschatological-living/]

BREVE COMPARAÇÃO ENTRE PÓS-MILENISMO E AMILENISMO, PONTOS FRACOS E FORTES


BREVE COMPARAÇÃO ENTRE PÓS-MILENISMO E AMILENISMO, PONTOS FRACOS E FORTES



Tanto os pós-milenistas quanto os amilenistas compartilham a ideia de que a era milenar antecede o retorno de Cristo e a consumação. Assim sendo, as fortalezas e fraquezas estruturais de cada posição são semelhantes. A diferença marcante entre o pós-milenismo e o amilenismo reside na interpretação da natureza e do caráter da era milenar.


A principal fortaleza do pós-milenismo está na sua ênfase no otimismo histórico em relação ao Reino de Deus e ao seu poder de transformar povos da Terra antes do retorno de Cristo. Os pós-milenistas ampliam a compreensão do Reino de Deus para além das questões espirituais, abrangendo também a transformação da cultura. Obviamente, esta influência cultural vem a partir das conversões individuais e sociais, pela capilaridade da expansão da Fé Cristã nas diversas camadas da sociedade. É um erro pensar que o pós-milenismo crê que o mundo todo será convertido e que Jesus retorna a uma terra totalmente redimida, mas grande parte redimida, sim! Já para o amilenismo, Jesus retornará a uma terra tão devastada quanto Sodoma e Gomorra.


Um ponto fraco do pós-milenismo é a ampla discussão da era milenar – “quando começam os mil anos?” – Alguns deslocam a agulha temporal ao passado e outros para o futuro. Outros posicionam esta agulha histórica na conversão dos judeus, outros na derrubada do Anticristo (este podendo ser um imperador romano do primeiro século ou o chefe do Romanismo desde a Reforma Protestante ou ainda outra figura poderosa religiosa ou política na história). E por essa diversidade e outros fatores, o mesmo ponto fraco acomete o amilenismo. Neste nó interpretativo, alguns preferem refugiar-se no extremo do passado, pois na incerteza do retorno de Cristo no curso da história, se iminente ou não, existe para alguns uma atração pelo preterismo (total ou parcial), pelo entendimento de que Cristo já regressou em julgamento sobre Israel no ano 70 d.C. Este regresso em juízo para alguns é equivalente à Segunda Vinda ou apenas uma visitação de juízo. Neste sentido, são pontos fracos, pela falta de unanimidade no ensino, tanto entre pós-milenistas quanto amilenistas.


Esta incerteza interpretativa escatológica que pode cooperar para que surjam preteristas totais numa extremidade faz também, de algum modo, conduzir outros ao extremo do futurismo tribulacionista, como os amilenistas, que posicionam os eventos do retorno iminente de Cristo à consumação de todas as coisas, eventos que culminam na plenitude do Reino e da era vindoura. Cristo retornará para julgar o mundo (Mateus 13:36-43; Mateus 25:31-46; 2 Tessalonicenses 1:6-9), ressuscitar os mortos (1 Tessalonicenses 4:14-17; 1 Coríntios 15:54-57) e fazer novas todas as coisas (2 Pedro 3:3-15). Ele não retorna para estabelecer um reino (como no pré-milenismo), mas para inaugurar o estado eterno e criar um novo céu e nova terra – a consumação final. Toda a cadeia de eventos é semelhante ao pós-milenismo, com exceção do contexto histórico de declínio e decadência, de apostasia e tribulação que supostamente antecede a Segunda Vinda de Cristo.


A maior fraqueza do amilenismo é a interpretação da contenção dos grilhões das amarras de Satanás em Apocalipse 20. Se Satanás está preso e já estamos no milênio, como tudo vai piorar? Pela perspectiva amilenista, podemos realmente dizer que Satanás está preso agora? E quanto à primeira ressurreição em Apocalipse 20? João está se referindo à regeneração ou à ressurreição corporal? Estas questões requerem uma boa quantidade de explicação, especialmente porque a maioria dos evangélicos conhece apenas a visão pré-milenista. Mas o amilenismo não deve explicações apenas aos dispensacionalistas.


RM-FRASES PROTESTANTES


Referência: http://kimriddlebarger.squarespace.com/the-latest-post/2008/1/9/eschatology-q-a-what-are-the-strengths-and-weaknesses-of-the.html