3.2.22

Escatologia: O inverno está chegando?



Escatologia: O inverno está chegando?


Em alguns pontos considero o amilenismo pior do que o dispensacionalismo, porque este ensina que antes do arrebatamento secreto, Cristo encontrará uma Igreja gloriosa (com base em Ef 5.25-27), uma igreja que quer trabalhar ganhando almas, produtiva, mesmo em meio aos “sinais” do fim, antes que tudo piore, antes que a violência se multiplique. Como formigas que trabalham antes do inverno.


Enquanto o amilenismo prega uma igreja remanescente perto do fim que foge da Apostasia, que se reduz, escapista, que espera o Armagedon, o Anticristo, ruínas e caos; que trabalhou como as formigas no verão, mas o inverno está chegando e não há como escapar. O dispensacionalista que ser o profeta do fim do mundo, a porta está se fechando, “o fim está chegando”, e os profetas avisam cada vez mais como a última chamada. O dispensacionalismo não fala em redução numérica de convertidos, estão acelerando a colheita antes do arrebatamento. Pelo menos teoricamente deveria ser. O dispensacionalismo tem atitude de contra ataque, enquanto o amilenista é a resistência da última fronteira ou trincheira, antes do fim. O amilenista espera mais guerras, segurando as portas do fundo do ataque do liberalismo, e a igreja será reduzida numericamente.


Em outro ponto o Dispensacionalismo crê que antes que venha a Grande Tribulação, Grande Apostasia, Anticristo, Armagedon, Cristo resgatará sua igreja através de um arrebatamento, não permitindo que a igreja passe por isso, enquanto no amilenismo a Igreja passará por tudo isso. No amilenismo a igreja terá que passar pela apostasia e a maldade se tornará cada vez pior. O mundo se tornará cada vez pior e a igreja será mais severamente perseguida quanto mais perto da segunda vinda de Cristo, como as dores de parto que só aumentam.

 

No dispensacionalismo temos uma igreja que trabalha na colheita olhando para o relógio no céu, enquanto o amilenista se refugia, serve na colheita e trabalha na contenção do inimigo, num mundo que vai de mal a pior e olha para o relógio no céu esperando acabar a história. O dispensacionalista espera que antes de piorar Cristo arrebate a igreja e a terra fique entregue a um caos infernal até que Cristo volte de novo para estabelecer o juízo e o fim. É louvável neste sistema que Cristo por amor a sua igreja a poupe do pior, o amilenista quer implantar um tipo de martírio universal.


O pós-milenismo ensina que o Evangelho, que é o poder de Deus para a salvação, terá sucesso em escalas mundiais. A Grande Comissão está em curso e não falhará por causa do poder de Deus e de suas promessas, até que Cristo volte. Até que Ele volte colocará todos os inimigos debaixo de seus pés. Uma das maiores incoerência do amilenista calvinista é crer na Soberania Absoluta de Deus e não aceitar a grande colheita da grande comissão no final da história e nem ao menos esperar o resgate do arrebatamento dispensacionalista como uma ação de poder soberano para poupar seus eleitos.


Para fazer justiça a todas as linhas escatológicas, todas creem em um Cristo vitorioso, em suas promessas e seu poder, porém sob perspectivas variadas, o amilenista projeta a vitória, o triunfo no grande final da história, após todo cataclisma social, no qual a igreja passará, chegará então o cumprimento das promessas e aplicação do poder dos eventos da consumação. O dispensacionalista aguarda o arrebatamento (embora já haja pós-tribulancionista, os quais creem que a igreja passará por uma grande tribulação), antes do cataclisma mundial, e por um tempo-intervalo, Cristo retornará para concluir suas promessas, aplicar seu poder na consumação e inaugurar um Reino milenar. Enquanto o pós-milenismo aguarda um crescimento gradual de conversões baseado nas promessas do poder do Evangelho, da Grande Comissão, do poder da vitória do reino na história e na consumação, do triunfo da igreja na história e na consumação. O calvinista pós-milenista crê na soberania absoluta do senhorio de Cristo sobre a história, em suas promessas de domínio e crescimento – que não são poucas --, e no poder para a igreja triunfar na história. -- O amilenista calvinista tem um bônus agravante, na prática não avança o domínio e mandato cultural (Gênesis 1.28) na linha temporal da história, como faz também com a Grande Comissão (Mateus 28.19), ambas ordens sob o poder e promessas dAquele que esmagou a cabeça da serpente (Gênesis 3.15).


Raniere Menezes



1.2.22

Justiça por Moise, a Mídia Ninja e a Massa de Manobra

Justiça por Moise, a Mídia Ninja e a Massa de Manobra


Jovem congolês morto em quiosque na Barra da Tijuca (Rio de Janeiro) teve pés e mãos amarrados após agressão, espancamento e morte (a serem esclarecidas). O que se sabe até agora é que tudo começou por causa de cobranças de pagamentos de salários atrasados, o congolês Moise trabalhava neste quiosque. O dono do quiosque será ouvido nesta terça-feira (01) e família de Moise aciona a OAB para cobrar identificação dos assassinos. Certamente mais uma injustiça e um crime na cidade maravilhosa. O Crime deve ser esclarecido e a sociedade aguarda justiça.


Trata-se de mais uma morte violenta no Rio de Janeiro, que está entre as cidades mais violentas do Brasil e do mundo. O que também deve chamar a atenção é o modo de operação e o oportunismo da militância esquerdista na Internet. Deve haver justiça? SIM, mas a atuação dos condutores da massa de manobra merece repúdio. O interesse de grupos da esquerda que manipula mídia e massa não é por justiça, mas por benefícios próprios. Não é pelo bem comum. O militante que manobra o idiota útil não age por justiça. É importante discernir isto e que o cidadão consciente e politizado tire sua própria conclusão.


Primeiro: A repercussão do caso na mídia e redes sociais tem um efeito positivo, pois as autoridades darão prioridade para resolver. Resolver o caso (de modo penal) é o que deve colocar ponto final. PORÉM, é importante observar que a Mídia Ninja, militantes em ambientes da Internet agem como urubus sobre cadáveres. A Mídia Ninja não é exatamente um grupo, mas uma rede com atuação de militância em protestos de movimentos identitários (o que em parte é legitimo dar voz a minorias e denunciar perseguições, violências e injustiças).


MAS que fique claro que não existe neutralidade (e bondade) política nesta militância. A rede de protesto tem método e um pequeno grupo age como uma fagulha para pautar mídias e usuários nas redes. É um movimento em ondas e camadas nas redes. Exemplo: Subiram a # JusticaPorMoise e as postagens protestam contra a morte do jovem e exigem justiça, as postagens aumentam em volume por horas ou dias, protestos válidos contra injustiça, violência, covardia, apelo ao governador, à ONU, aos direitos humanos, por direitos aos refugiados, apelo ao prefeito e a polícia se misturam com discursos maliciosos.


Segundo: Observa-se até aqui que é válido protestar e dar voz ao clamor por justiça e contra esta covardia, mas o movimento politizado da esquerda voa em círculo como abutres numa notícia potencialmente útil para a militância (amanhã esta militância já estará em outra pauta). O método é colocar gasolina na fogueira, às vezes literalmente. A narrativa cresce e tende a ser uma fagulha para tentar agitar ondas maiores nas quais o proveito político seja maior. O que seria um crime contra a pessoa se torna um crime identitário. "Morreu porque era negro", "morreu porque era refugiado"....”pegaremos em armas”... “Vidas negras importam”....“sofreu violência do Brasil neocolonial, neoliberal, autoritário, fascista etc.... (todas estas palavras são usadas) cartazes são produzidos com a arte do rosto do congolês, e os pedidos vão além da justiça, as postagens pedem morte aos assassinos....morte aos brancos e ricos da Barra da Tijuca.



Circulam Charges retratando personagem da Ku Klux Klan matando um personagem negro, e uma legenda que o Brasil é racista. Esta é a máquina de propaganda militante, não é por justiça, mas simplesmente para criar discórdia na sociedade brasileira. Circulam twitter tipo: “Pessoal que fez aquela intervenção lá no Borba Gato, tem um quiosque no Rio de Janeiro aguardando vocês pra uma nova intervenção”. Outra charge: um personagem da Ku Klux Klan servindo água de coco a uma pessoa branca no calçadão, na mesma cena uma mulher branca com uma criança num carrinho de bebê com uma babá negra e ao fundo homens espancando uma pessoa no chão por trás do quiosque. Desde quando isto é justiça? Defesa dos direitos humanos?



Terceiro: Perceba que o movimento é valido enquanto aumenta a pressão para acelerar a investigação e mais gente ficar sabendo do caso, porém os abutres militantes políticos bicam as vísceras e acusam os moradores da Barra da Tijuca por serem brancos e ricos. O crime ainda está sendo investigado, mas para os abutres da mídia ninja foi um crime de racismo e xenofobia. A política identitária tem seu lado positivo, mas o modo como extrapola comete injustiça enquanto clama por justiça. Querem igualdade e promovem separação. Esta é a intenção dos militantes politizados, outros são massa de manobra. As aspirações podem ser justas, mas a prática é inflamar a sociedade e gerar mais conflitos; em nome da justiça promovem injustiças. A inflamação gerada não tem nada de justiça por direitos. Não é a primeira vez que a rede militante esquerdista tenta emplacar um Black Lives Matter tupiniquim, e não vão parar de tentar.


De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2019, 42,7% dos brasileiros se declararam como brancos, 46,8% como pardos, 9,4% como pretos e 1,1% como amarelos ou indígenas. Se existe uma supremacia no Brasil é a supremacia parda, o que seria um absurdo étnico-racial. Não seja massa de manobra, seja você branco, negro, pardo, amarelo ou índio. Apenas fure a bolha.


Raniere Menezes

Frases Protestantes