30.1.24

A sabedoria e o poder de Deus: Reflexões a partir de Jó 9:4


No livro de Jó, capítulo 9, versículo 4, encontramos uma reflexão sobre a sabedoria e o poder divinos. Jó, mesmo diante de suas aflições, reconhece a grandiosidade de Deus, descrevendo-O como "sábio de coração e poderoso em força". Este versículo nos leva a contemplar a natureza irresistível e invencível de Deus, tanto em sabedoria quanto em poder.


No comentário de Benson, somos lembrados da infinita sabedoria de Deus, que sonda os corações e caminhos dos homens, discernindo pecados que escapam à visão humana. O poder divino é revelado como invencível na disputa, seja pela sabedoria ou pela força. Jó nos alerta que resistir a Deus é uma batalha fadada ao fracasso, pois aqueles que se endurecem contra Ele serão, em última instância, vencidos.


O breve comentário de Matthew Henry ressalta a humildade necessária ao reconhecer nossa inadequação para julgar os caminhos de Deus. Mesmo em meio às aflições, Jó destaca a importância de esquecer as queixas ao mencionar a sabedoria e o poder do Altíssimo.


Notas de Barnes sobre a Bíblia enfatizam que a resistência a Deus é fútil, pois Ele é descrito como sábio de coração, capaz de lidar com qualquer objeção, e poderoso em força, irresistível. A verdadeira sabedoria, segundo Barnes, está em concordar com os planos de Deus; a não resistir.


O comentário bíblico Jamieson-Fausset-Brown destaca a superioridade de Deus em sabedoria e força, vencendo qualquer argumento humano. A resistência a Ele é comparada a endurecer-se, e a prosperidade só é alcançada ao concordar com Seus caminhos.


Gill, em sua exposição da Bíblia, nos leva a refletir sobre a essência única e perfeita da sabedoria de Deus. Ele destaca que resistir a Deus é vão, e a verdadeira prosperidade só é alcançada ao concordar com os planos divinos.


Jó 9:4 nos convida a uma profunda reflexão sobre a grandiosidade de Deus, sua sabedoria incompreensível e seu poder inabalável. Ao entendermos a futilidade da resistência humana diante do Altíssimo, somos conduzidos à verdadeira sabedoria: concordar com os decretos divinos e encontrar prosperidade na submissão aos desígnios de Deus; esta é a sabedoria em Jó.


RM-FRASES PROTESTANTES

15.1.24

Um cordão triplo - Eclesiastes 4.12


E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa
. -- Eclesiastes 4:12.


Li em algum lugar que os antigos tebanos (Batalhão Sagrado de Tebas) tinham em seu exército um grupo de homens comprometidos fortemente com a amizade e o companheirismo entre si. Eram, portanto, quase irresistíveis; eles se mantinham unidos por uma união causada por um princípio vivo que os impregnava e inspirava a todos; portanto, quando o inimigo os atacava, era como o mar quebrando na costa imóvel. Se nós, como membros da igreja e irmãos cristãos, formos um só de coração, seremos irresistíveis. O Salvador reivindica nosso amor. Fomos purificados na mesma fonte preciosa, todos comemos do Pão que desceu do céu e bebemos da Rocha Espiritual. Mantenhamo-nos mais unidos do que nunca – pastores, oficiais, pessoas, enfim, pois “um cordão triplo não se rompe rapidamente”.


"Um cordão triplo não se rompe facilmente." Não sabemos disso por uma triste experiência? FOI POR CABOS COMO ESTES QUE FOMOS ORIGINALMENTE MANTIDOS EM ESCRAVIDÃO. Não sei quantos fios havia neles, quantos fios continham. Não três, talvez, trinta, ou melhor, trinta mil influências malignas estavam nos arrastando para baixo e nos mantendo firmes. Tudo o que sei é que eles não foram quebrados rapidamente. Foi necessário o querido Filho de Deus para quebrá-los, o amor do Pai e o poder do Espírito, e nossa fé e arrependimento, gerados do Alto em nossos corações. Satanás conhece o poder da unidade se não o fizermos. “O mundo, a carne e o diabo”, um trio terrível, estavam unidos contra nós. Foram as cordas deste triplo inimigo que nos mantiveram presos. Eram cordas triplas e não se quebravam facilmente. O pecado tem vários formatos e tipos. Há três palavras no Livro de Deus que descrevem o pecado, e creio que posso aplicá-las ao cordão tríplice. Existe INIQUIDADE, aquilo que está fora do prumo, ou fora da linha, ou fora do nível. Existe PECADO, errar o alvo, ir além; desviar uma flecha ou ficar aquém do alvo. Há também TRANSGRESSÃO, rompendo as regras estabelecidas por Deus, ultrapassando os limites que Ele fixou, estabelecendo marcos próprios em vez de considerar os de Deus. Cada um deles pode ser considerado como um fio na corda do pecado, e todos nós fomos presos por isso. "Um cordão triplo não se rompe rapidamente." Foram necessários anos de esforço, puxões e puxões por uma mão Onipotente para quebrar essas cordas em pedaços. Graças a Deus! Está feito, e que eles nunca mais poderão ser emendados, nem jamais lançados sobre nós como eram originalmente.


FOI POR CORDAS COMO ESTAS - cordas que não se rompem rapidamente, cordas triplas, QUE FOMOS LIBERTOS DO PODER DO PECADO. A forma da metáfora muda um pouco à medida que a usamos agora. Estávamos num buraco horrível por causa do pecado. O pecado sempre nos afunda, e estávamos afundando cada vez mais nele, e no lamaçal que estava no fundo dele. Como nos levantamos? Não havia nenhuma escada para subirmos; não abrimos entalhes no poço com nossa própria força e sem ajuda, e assim nos ajudamos a alcançar a luz e a liberdade. Não; Deus teve misericórdia de nós. Ele, na pessoa de Seu Filho, veio até a boca do poço e olhou para nós com olhos de amor. O amor de Cristo, a morte de Cristo, a ressurreição e a ascensão ao céu – são como outro cordão triplo. Assim que nossos olhos se abriram e vimos essa corda balançando, por assim dizer, diante de nós, Deus nos deu forças para saltar até ela, e Ele fez o resto; não, Ele fez isso, pois não teríamos acreditado a menos que o Espírito tivesse inspirado a fé. Ele nos atraiu com as cordas do amor.


SÃO CORDAS COMO ESTAS, cordas triplas, cordas que não se rompem rapidamente, QUE AGORA SOMOS MANTIDOS CATIVOS. Pela criação, cuja reivindicação agora entendemos melhor do que nunca; pela regeneração, para o mistério do qual eles e nós somos diariamente conduzidos; pela consagração, tanto da parte de Deus quanto da nossa, somos Seus e Dele para sempre. Essas cordas nos prendem às pontas do altar. "E agora permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três, mas o maior deles é o amor." Penso que este é outro cordão triplo pelo qual estamos ligados; ligados uns aos outros, ligados à cruz de Cristo, ligados a este livro abençoado e ligados ao céu. (Spurgeon.)


RM-FRASES PROTESTANTES

https://biblehub.com/sermons/auth/spurgeon/a_threefold_cord.htm

14.1.24

NÃO PEÇA PROBLEMAS EMPRESTADO


Não Peça Problemas Emprestado

Lucas 12:22-28

E disse aos seus discípulos: Por isso vos digo: Não vos preocupeis com a vossa vida, com o que comereis; nem para o corpo…

 

Há uma tendência preocupante e imprudente de alguns indivíduos que escolhem, conscientemente ou não, "pegar problemas emprestados". Este comportamento insensato é comparado à prática de emprestar dinheiro, onde a não habilidade de investi-lo pode resultar em desvantagens significativas. Ainda assim, pegar emprestado dinheiro pode ter benefícios se multiplicado seu valor inicial. Mas quando se trata de antecipar problemas em geral, a ansiedade nunca é benéfica.

 

Em vez de enriquecer nossas vidas, problemas desnecessários não oferecem benefícios tangíveis. Outra comparação é feita com o ato de emprestar um bom livro, cujo estudo e leitura podem proporcionar ganhos valiosos. Um livro emprestado pode ser de grande valor ao leitor. Mas, “morrer” antecipadamente por causa de problemas, é um empréstimo nocivo, destrutivo, ao contrário de um investimento financeiro ou intelectual, que podem contribuir para nosso crescimento.

 

Nunca é bom sofrer antecipadamente por problemas, profetizando ansiosamente o mal antes mesmo de acontecer. Este mau hábito é criticado por desafiar a sabedoria convencional, levantando a questão sobre a validade de se envolver em preocupações prematuras. Ao fazer isso, corremos o risco de retirar a luz da alegria do presente, desviando nossos pensamentos do momento atual e perdendo a oportunidade de desfrutar das alegrias imediatas. Não faz sentido buscar problemas antes que naturalmente surjam em nossas vidas. Afinal, a busca antecipada de problemas pode privar-nos da experiência completa e valiosa de lidar com eles no momento adequado.

 

Ao invés de pedir emprestado problemas, devemos abraçar a incerteza da vida com uma mente aberta, confiante na Providência de Deus e concentrar-nos no presente, permitindo que os desafios se revelem no tempo certo. Afinal, é na abordagem consciente do agora que encontramos verdadeira sabedoria e a capacidade de extrair as lições valiosas que a Providência  tem a oferecer.

 

Onde está, então, a sabedoria de profetizar o mal para que possamos “pegar problemas emprestados” dele?

 

"Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal." Mateus 6:34. -- Jesus está ensinando os seus a confiarem em Deus para as provisões diárias e a não ficarem ansiosos com o futuro, reconhecendo que cada dia já tem suas próprias preocupações e desafios.

 

RM-FRASES PROTESTANTES

(Notícias da Aliança) - Adaptado

https://biblehub.com/sermons/pub/do_not_borrow_trouble.htm

12.1.24

Semente de Mostarda


Felipe Sabino, esposa e Dawson Campos (Foto: 2007) -- Monergismo e Textos da Reforma .net -- A explosão de recursos teológicos em português passou por estes caras.


Semente de Mostarda


Na virada do milênio, há 24 anos, testemunhamos um momento de expansão do conhecimento da teologia protestante, anteriormente restrito a seminários e igrejas. Na década de 2000, a conexão à Internet era discada, através de linhas telefônicas (quem lembra do barulhinho?). Nos anos 90, a Internet começou a se popularizar, mas foi nos anos 2000 que a capacidade de acesso melhorou, abrindo inúmeras oportunidades para pessoas comuns, empresas e instituições.


Em 1995, 16 milhões de pessoas estavam online em todo o mundo; hoje, mais de 5 bilhões participam das redes sociais. Nos anos 90, alguns ministérios evangélicos mais estruturados, como Fiel, Puritanos, Vida Nova, Cultura Cristã, PES e outros, deram o pontapé inicial no compartilhamento de textos de teologia reformada. No entanto, com a chegada dos anos 2000, iniciativas mais individuais surgiram e abriram caminho na trilha.


Sim, na virada do milênio, "tudo ainda era mato" na internet, e iniciativas como TEXTOS DA REFORMA .NET, do irmão presbiteriano potiguar Dawson Campos de Lima, e MONERGISMO, do irmão presbiteriano Felipe Sabino, na época ainda morando em Cuiabá, ambos ex-assembleianos, contribuíram desenvolvendo websites de teologia reformada.


Logo em seguida, ocorreu um verdadeiro "boom" de sites, uma lista enorme, crescente, e também surgiram fases de blogs, fóruns de discussões e redes sociais (Orkut). Houve um aumento significativo no número de traduções, publicações, ministérios, tecnologias como o Google Tradutor, legendas e traduções, canais e diversas mídias. Enfim, a Web 2.0 e smartphones, que amamos e odiamos!


Os sites também passaram por várias transformações e endereços; o TEXTOS DA REFORMA não perdurou por muito tempo e foi desativado, o que é uma pena, pois imagino que seria interessante acompanhar seu desenvolvimento. O ministério Monergismo, no final da década de 2000, após muitas traduções, iniciou publicações impressas e posteriormente uma editora, publicando neste tempo, milhares de textos teológicos digitais e centenas de publicações impressas ao longo das duas décadas. São apenas duas décadas!


Desde então, muitos excelentes ministérios de irmãos, assim como Dawson e Felipe, surgiram e fortaleceram o cenário de estudos de teologia protestante no Brasil. Antes da virada do milênio, tínhamos muito pouco material em português, e em 24 anos, testemunhamos um dilúvio de traduções, recursos e ferramentas, algo que ninguém poderia imaginar anteriormente. Hoje temos bibliotecas na palma da mão!


O crescimento do Reino traz consigo muitas bênçãos para equipar a Igreja, e muitas vezes esse crescimento é menosprezado como se fosse algo "natural". Sim, Deus está inundando o mundo com conhecimento, e estamos apenas arranhando a superfície do iceberg; muitos recursos ainda estão por vir, em quantidade, qualidade e velocidade. 


O mais impressionante é que a tecnologia é tão acessível que sempre achamos que ainda não evoluiu o suficiente. E, quando ela evolui, continuamos achando que ainda não evoluiu o bastante. Nessa reação de "naturalidade", "nunca está bom", "ainda vai evoluir mais", o fermento está em poderosa ação de crescimento e muitos nem percebem.


Louvo a Deus pela vida de muitos irmãos, como Dawson e Felipe, por suas iniciativas individuais, assim como muitos outros que seguiram a mesma trajetória. Muitos ministérios também enfrentaram críticas, oposições, desafios e provações, mas permanecem de pé, dando muitos frutos, em prol do Reino de Cristo. Que surjam muitos Dawsons e Felipes nesta década e nas próximas!



RM-FRASES PROTESTANTES

Salmo 49


Não temas, quando alguém se enriquece, quando a glória da sua casa se engrandece. 

Salmos 49:16


"Ouçam todos vocês, habitantes do mundo, prestem atenção!


I. O PREGADOR (Vers. 3, 4): Este é alguém com autoridade para falar e ser ouvido. Ele observa com cuidado, experiência e sabedoria, sendo inspirado do Alto. Não fala por si mesmo, mas é movido por impulsos divinos. Compartilha o conhecimento adquirido por meio de meditação e experiência, buscando esclarecer a escuridão, discernir entre o bem e o mal, desmascarar a falsidade e expor a verdade sobre Deus e a vida humana. Deve ser ouvido quando colocado entre Deus e os homens.


II. A AUDIÊNCIA (Vers. 1, 2): O chamado é para todas as pessoas, pois é de interesse universal. A atenção é fundamental para que a mensagem não seja em vão. Através da audição, alcançamos a mente, a consciência, os afetos, a fé e tudo o que é bom. As mudanças ocorreram e ocorrerão, mas o assunto é relevante para todos os tempos. Ricos e pobres devem ouvir e considerar sabiamente, pois a verdade proclamada é respaldada pela experiência ao longo do tempo.


III. O DISCURSO: O tema (ver. 5) sugere que os ímpios podem enriquecer e usar sua riqueza injustamente, com força e boa sorte ao seu favor. Perseguem seus objetivos egoístas sem restrições, às vezes, parecendo que Deus se agrada. O desafio é entender por que o julgamento demora; parece atrasar. O salmista apresenta a visão de discernir entre a verdade e a falsidade, destacando que, apesar da aparente prosperidade dos ímpios, seu estado interior é mau e seu fim é a morte. Os justos, apesar das provações, têm paz e riqueza espiritual, em diversas situações circunstanciais.


Os argumentos que reforçam essas verdades são poderosos: a impotência da riqueza em emergências, a transitoriedade das posses terrenas, a degradação do caráter humano pela cobiça e orgulho, e o final miserável dos ímpios em contraste com o final feliz dos justos. A conclusão é: "Não tenha medo" (vers. 5, 16). As lições apresentadas estão nas Sagradas Escrituras e no ensino de Jesus, esclarecidas para que ninguém tenha desculpas por suposta ignorância. Ao compreender essas verdades, nossa fé cresce, nossa coragem se intensifica, e podemos enfrentar os momentos difíceis sem medo.


Em suma, a riqueza material não salva o homem em todas as situações, são transitórias, a cobiça e o orgulho degradam o coração, e confiar na riqueza como um deus trará finalmente condenação, pois a salvação pertence somente ao Senhor.


Extraído: https://biblehub.com/sermons/auth/forsyth/be_not_afraid.htm

6.1.24

O pecado do silêncio - Alexandre Maclaren


O pecado do silêncio

Alexandre Maclaren


Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio...

1 Coríntios 9:16,17.


A referência original destas palavras é sobre princípio e prática do Apóstolo de não receber dinheiro das igrejas para seu sustento. A exposição de sua razão é interessante e cavalheiresca. Ele afirma veementemente seu direito, mesmo quando declara que renunciará a ele. A razão de sua renúncia é que ele deseja ter a seu serviço algo além do estrito cumprimento de seu dever. Sua pregação em si, com todas as suas labutas e misérias, era apenas parte de seu trabalho diário, que ele foi convidado a fazer, e por isso ele não merecia agradecimentos nem elogios. Mas ele gostaria de realizar seu ministério com alegria, com prazer, além daquilo que lhe foi ordenado a fazer.


Nesta exposição, temos dois grandes princípios que agem no Apóstolo - um, seu profundo senso de obrigação, e o outro, seu desejo de fazer mais do que era obrigado a fazer, porque ele amava muito seu trabalho. E embora ele esteja falando aqui como um apóstolo, e seu exemplo não deva ser transferido incondicionalmente para nós, ainda assim penso que os motivos que motivaram sua conduta são capazes de aplicação a nós mesmos.


Há três coisas aqui. Existe a obrigação da pregação da palavra, existe a penalidade do silêncio e existe a obediência alegre que transcende a mera obrigação.


I. Primeiro, a obrigação do discurso.


Não há dúvida de que o apóstolo tinha, num sentido especial, uma “necessidade imposta” a ele, que foi imposta pela primeira vez naquela estrada para Damasco, e repetida muitas vezes em sua vida. Mas embora ele difira de nós na comissão sobrenatural direta que lhe foi dada, na amplitude da esfera em que teve que trabalhar e no esplendor dos dons que foram confiados à sua mordomia, ele não difere de nós. Na realidade da obrigação que lhe foi imposta, todo homem cristão está tão verdadeiramente obrigado quanto Paulo a pregar o Evangelho. A comissão não depende da exclusividade apostólica. Jesus Cristo, quando disse: 'Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura', não estava falando aos onze somente, mas a todas as gerações de Sua Igreja. E embora existam muitos outros motivos nos quais podemos basear o dever cristão de propagar a fé cristã, penso que seremos ainda melhores se nos basearmos neste mandamento distinto e definido de Jesus Cristo, cujo domínio abrange todos os que por si mesmos descobriram que o Senhor é gracioso.


Pois esse mandamento é permanente. É exatamente contemporâneo na duração da promessa que lhe está anexada, e quem se expõe à luz desta última está vinculado ao preceito da primeira. 'Eis! Estou sempre convosco, até ao fim do mundo', define a duração da promessa e define também a duração do dever. É a Igreja que “vai por todo o mundo e prega o Evangelho a toda criatura”, a ela é feita a promessa de uma presença permanente.


Lembremo-nos também que, sendo esta comissão dada a toda a Igreja, ela é obrigatória para cada membro individual da Igreja. Há uma falácia muito comum, que não se limita a este assunto, mas que se estende a todo o campo do dever cristão, pela qual as coisas que são obrigatórias para a comunidade são retiradas dos ombros do indivíduo. Mas temos que lembrar que toda a Igreja nada mais é do que a soma total de todos os seus membros, e que nada lhe incumbe que não seja, em sua medida, incumbência de cada um deles. Tudo o que Cristo diz a todos, Ele diz a cada um, e a comunidade não tem deveres que você e eu não temos.


É claro que existem diversas formas de obediência a este mandamento; é claro que as restrições de localidade e as outras obrigações da vida vêm para modificá-la; e não é dever de todo homem vagar pelo mundo inteiro fazendo esse trabalho. Mas o trabalho direto de comunicar a outros que não conhecem o poder de Jesus Cristo pertence a todo homem cristão. Vocês não podem sair das fileiras, como costumavam fazer em outras áreas da vida, pagando por um substituto, terceirizando. Ambas as formas de serviço são obrigatórias para cada um de nós. Todos nós, se sabemos alguma coisa sobre Cristo, Seu amor e Seu poder, somos obrigados, pelo fato de sabermos, a contá-lo àqueles a quem podemos alcançar. -- A quem muito é dado, muito será cobrado.


Todos vocês têm congregações, se procurarem por elas. Não há homem ou mulher cristã neste mundo que não tenha alguém com quem possa falar do Evangelho com mais eficiência do que qualquer outra pessoa. Você tem seus amigos, seus parentes, as pessoas com quem você tem contato diário, se não tiver congregações mais amplas. Vocês não podem todos se levantar e pregar no sentido em que eu faço isso. Mas este não é o significado da palavra no Novo Testamento. Não implica necessariamente um púlpito, nem um discurso definido, nem uma multidão reunida; implica simplesmente a tarefa de proclamação de um arauto. Todos que encontraram Jesus Cristo podem dizer: 'Encontrei o Messias', e todos que O conhecem podem dizer: 'Venha e ouça, e eu contarei o que o Senhor fez por minha alma'. Já que você pode fazer isso, você é obrigado a fazê-lo; e se você é um dos 'cachorros mudos, deitados e amantes do sono', dos quais existem multidões que paralisaram suas energias e enfraqueceram o testemunho de cada Igreja na terra, então você está criminosa e suicidamente alheio a uma obrigação que é uma alegria e um privilégio, tanto quanto um dever.


Ah, irmãos! Quero deixar isso claro na consciência de todos vocês, cristãos, que nada pode absolvê-los da obrigação de falar pessoal e diretamente com alguém sobre Cristo e Sua salvação. A menos que você possa dizer: Eu não reprimi meus lábios, ó Senhor! Mas, além deste esforço direto, existem outros métodos indiretos pelos quais este mandamento pode ser cumprido, sobre os quais não preciso dizer mais nada aqui.


O ideal de Jesus Cristo para Sua Igreja era uma propaganda ativa, um exército no qual não houvesse não-combatentes, embora alguns dos combatentes pudessem ser destacados para permanecer no acampamento e cuidar do material, e outros deles pudessem estar na vanguarda da batalha. Mas esse ideal já foi cumprido em alguma de nossas igrejas? Quantos entre nós existem que não fazem absolutamente nada na forma de trabalho cristão! Alguns de nós parece pensar que o princípio voluntário sobre o qual as nossas igrejas significa: 'Não preciso fazer nada a menos que eu queira. A inclinação é o guia do dever, e se eu não quiser tomar parte ativa no trabalho de nossa igreja, ninguém terá nada a dizer.' Ninguém pode me forçar, mas se Jesus Cristo me disser: 'Vá!' e eu disser: 'Prefiro não'. Jesus Cristo e eu temos que acertar as contas, o que deveria causar temor e tremor. E se o princípio da obediência cristã é um coração disposto, então o dever do cristão é garantir que o coração esteja disposto.


Uma obrigação rigorosa, de não nos deixarmos abater por nenhuma das desculpas que apresentamos, é imposta a todos nós. Desculpas são inúteis. Há muita nesta geração que tende a esfriar o espírito missionário. Sabemos mais sobre o mundo pagão do que da vida missionária. Assumimos, muitos de nós, ideias mais brandas e misericordiosas sobre a condição daqueles que morrem sem conhecer o nome de Jesus Cristo. E todas essas razões minam um a força e esfriam o fervor de muitos cristãos hoje em dia. O mandamento de Jesus Cristo permanece exatamente como era. Que ninguém se engane.


Então alguns de nós dizem: 'Prefiro trabalhar em casa!' Bem, se você está fazendo tudo o que pode e realmente se dedica com entusiasmo a uma fase do serviço cristão, o grande princípio da divisão do trabalho surge para garantir que você não entre em outros campos que outros cultivam. Mas, a menos que você esteja investindo todas as suas energias no trabalho que diz preferir, não há razão para que você não faça nada na outra direção. Jesus Cristo ainda diz: 'Ide por todo o mundo'.


Então alguns de vocês dizem: 'Bem, eu não acredito muito em suas sociedades missionárias. Há muito desperdício de dinheiro com eles. Há uma série de coisas que aprovo. Tenho ouvido histórias sobre missionários que são muito ociosos, recebem bom salário e trabalham muito pouco.' Bem, que seja! Muito provavelmente isso é parcialmente verdade; embora eu desconheça que missionários em terras estrangeiras desfrutem de vida luxuosa. Imagino que muitos deles, se andassem pelas ruas de uma cidade inglesa, teriam relatos diferentes, como quando andam pelas ruas de uma cidade indiana. Mas seja como for, será que essa acusação passa uma borracha no mandamento de Jesus Cristo? Certamente não! Cristo ainda diz: 'Ide por todo o mundo!'


Às vezes, atrevo-me a pensar que chegará o dia em que a condição de ser recebido e retido da comunhão de uma igreja cristã será a obediência a esse mandamento. Ora, até as abelhas têm o bom senso, em determinada época do ano, de expulsar os zangões das colmeias e matá-los com ferroadas. Não recomendo a última parte do processo, mas tenho a certeza de que seria um benefício para todos nós, tanto para os expulsos como para os retidos, que nos livrássemos desse peso adicional que obstrui todas as comunidades organizadas, nesta e em outras terras – o peso morto dos preguiçosos que dizem ser discípulos de Cristo. Quer seja uma condição de membro da igreja ou não, estou certo de que é uma condição de comunhão com Jesus Cristo, e uma condição, portanto, de saúde na vida cristã, que deve ser uma vida de obediência ativa a este claro comando imperativo, permanente e universal da Grande Comissão.


II. Em segundo lugar, uma palavra sobre a penalidade do silêncio.


'Ai de mim se não pregar o Evangelho.' Deixe-me apontar, em uma ou duas palavras, as penalidades claras do silêncio hoje, e as terríveis penalidades do silêncio no futuro.


'Ai de mim se não pregar o Evangelho.' Se você é um professor mudo e ocioso da verdade de Cristo, acredite, sua ociosidade muda lhe roubará muita comunhão com Jesus Cristo. Há muitos cristãos que seriam muito mais felizes, mais alegres e mais seguros se falassem sobre Cristo para outras pessoas. Por terem trancafiado a palavra de Deus em seus corações, ela se dissipa sem ser conhecida, e eles perdem mais do imaginam, perdem a doçura, a alegria e confiança garantidas como promessas. Se você quer ser um cristão feliz, trabalhe para Jesus Cristo. Não estabeleço isso como algo específico por si só. Há outras coisas a serem consideradas em conjunto com isso, mas ainda assim permanece verdade que a desgraça de um cristianismo lânguido se aplica aos homens que, sendo cristãos professos, ficam calados quando deveriam falar e ociosos quando deveriam trabalhar.


Há, ainda, a desgraça de uma vida egocêntrica. E há, ainda, a desgraça da perda de uma das melhores maneiras de confirmar a própria fé na verdade, a de procurar transmiti-la a outros. Se você quer aprender alguma coisa, ensine. Se você quiser compreender os princípios de qualquer ciência, tente explicá-la a alguém que não a entenda. Se você quer saber onde, nestes dias de disputas e controvérsias, está o verdadeiro e vital Evangelho, e qual é a parte essencial da revelação de Deus, vá e conte aos homens pecadores sobre Jesus Cristo que morreu por eles; e você descobrirá que é a Cruz, e Aquele que morreu nela, que é o poder que pode mover o coração dos homens. E assim você se apegará com mais força, em dias de dificuldade e inquietação, àquilo que é capaz de trazer luz às trevas. Ah, irmãos! Não há maior alegria acessível a um homem do que sentir que através das suas pobres palavras Cristo entrou no coração de um irmão. E vocês não devem jogar fora tudo isso porque fecharam a boca e negligenciaram o claro mandamento do seu Senhor.


Sim! Mas isso não é tudo. Há um futuro a ser levado em conta, e penso que os cristãos percebem muito pouco esta verdade solene. Se um homem guardou os mandamentos de seu Mestre ou os negligenciou, acredito que, embora uma fé muito imperfeita salve um homem, existe algo como ser “salvo como se fosse pelo fogo”, e que também existe algo como ter um ministério abundante e produtivo para o Reino. Aquele cuja vida foi influenciada pelos princípios cristãos, e que negligenciou deveres claros e imperativos, não permanecerá no mesmo nível de bem-aventurança que o homem que se entregou mais completamente na vida ao poder constrangedor do amor de Cristo, e procurou guardar todos os Seus mandamentos.


O céu não é um nível morto. Cada homem ali receberá tanta bem-aventurança quanto a graça é capaz de dar, mas as recompensas variarão, e o principal fator que determina a bem-aventurança, será o rigor da obediência a todas as ordenanças de Cristo no decorrer da vida na terra. Embora saibamos, e portanto ousemos dizer, pouco sobre se fala quanto ao futuro (Ap 22.12), peço-lhe que leve isso a sério. Com certa liberdade poética podemos dizer, alguns dirão na presença gloriosa de Deus: "Eis-me aqui, eu e nossos irmãos, filhos eleitos de Deus, que trouxe comigo, que pela graça sejam concedidas coroas brilhantes; o galardão da graça", enquanto outros se salvaram pela mesma graça e não trouxeram ninguém com eles. O elemento principal é a obediência ao mandamento que os torna apóstolos e missionários do seu Senhor. -- [Que seja estabelecido que as nossas obras são, de fato, recompensadas. A Escritura ensina isso em mais de um lugar -- por exemplo, Mt. 5:12; 6:4, 6, 18; 10:41; 16:27; Lucas 6:23, 35; 1Co. 3:8; 2Co. 5:10; Hb. 11:6 --. Um incentivo para praticar boas obras enquanto estamos aqui na Terra é o galardão que receberemos na glória.]


III. Por último, observe a alegre obediência que transcende os limites da obrigação.


‘Se eu fizer isso de boa vontade, terei uma recompensa.’ Paulo desejava trazer um pouco mais do que o necessário, em sinal de seu amor ao seu Mestre e de sua grata aceitação do dever. O artista que ama seu trabalho colocará mais trabalho em seu quadro do que é absolutamente necessário, e se demorará nele, esbanjando-lhe diligência e cuidado, porque está apaixonado por sua tarefa. O servo que procura fazer o mínimo que pode não é movido por motivos elevados. O comerciante que mal coloca na balança o peso suficiente para equilibrar o peso do outro é relutante em suas negociações; mas aquele que, com mão liberal, dá "uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante" (Lc 6.38), dá porque se deleita em dar. -- [A árvore é conhecida pelos seus frutos; que a palavra de Cristo seja tão enxertada em nossos corações que possamos ser frutíferos em toda boa palavra e obra].


E assim é na vida cristã. Há muitos de nós cuja pergunta parece ser: 'Com quão pouco posso me safar? Quanto posso reter?' - muitos de nós cujo esforço é descobrir até que ponto o mundo é consistente com a profissão do Cristianismo e encontrar o mínimo de esforço, de amor, de serviço, de dons que possam nos libertar da obrigação.


E o que isso significa? Isso significa que somos escravos ingratos. Isso significa que, se ousássemos, não daríamos nada e não faríamos nada. E o que isso significa? Significa que não nos importamos com o Senhor e não temos alegria no nosso trabalho. E o que isso significa? Significa que o nosso trabalho não merece elogios e não receberá recompensa. Se amamos a Cristo, estaremos ansiosos, se for possível, em fazer mais do que Ele nos ordena, em sinal de nossa lealdade ao Rei e de nosso prazer no serviço. É claro que, na visão mais elevada, nada pode ser menos do que o necessário. É claro que Ele tem direito a todo o nosso trabalho; mas ainda assim existem alturas de consagração cristã e auto-sacrifício que um homem pela graça não será culpado se não tiver escalado, e será elogiado se o tiver feito. O que queremos, se assim posso dizer, é abundância de serviço. Judas pode dizer: 'Para que serve esse desperdício?' Mas Jesus dirá: Deus Pai 'fez uma boa obra em Mim', e a fragrância do unguento terá um cheiro doce através dos séculos.


Portanto, queridos irmãos, o resultado de tudo isso é: não façamos nosso trabalho cristão com relutância, caso contrário, será apenas um trabalho de escravo ingrato, e não há nenhuma bênção neste tipo de trabalho com má vontade, e nenhuma recompensa nos virá disso. Não perguntemos: 'Quão pouco posso fazer?' Mas 'Quanto posso fazer?' Assim, não ofereceremos em holocausto ao Senhor aquilo que não nos custa nada. Por sua parte, Ele deu a maravilhosa graça como sinal de Seu amor. A mordomia é um sinal de que Ele confia em nós, o dever é uma honra, o fardo é uma graça, leve, não pesado. De nossa parte, busquemos a alegria do serviço que não se contenta com a mera quantia do tributo que é exigido, mas dá algo a mais, o melhor possível, por causa do nosso amor a Ele. Aqueles que assim dão a Jesus Cristo todo o seu amor, esforço e serviço, receberão tudo de volta cem vezes mais, pois o Mestre não ficará em dívida com nenhum de Seus servos, e Ele diz a todos eles: 'Eu pagarei isso, porém eu não te digo como tu me deves.' -- Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.  (Filemom 1:19). -- Em outras palavras: "Pagarei tudo, não se preocupe, e não preciso fazer com que você lembre que me deve a sua própria vida. -- Somos todos devedores.


FRASES PROTESTANTES

Texto original: https://biblehub.com/sermons/auth/maclaren/the_sin_of_silence.htm

1.1.24

Vida Escatológica


Vida Escatológica

por Gabriel N. E. Fluhrer


O termo "escatologia" e seu significado são objetos de desconhecimento e confusão para muitos cristãos. Muito disso se deve à forma como a escatologia tem sido ensinada. Na maioria das vezes, limita-se ao estudo dos últimos acontecimentos que precederam o retorno de Cristo. Certamente, não é menos do que um estudo dessas coisas, mas é também muito mais. A escatologia está entrelaçada na trama de cada versículo das Escrituras. Portanto, a vida escatológica é a promessa trinitária e pactual da revelação de Deus para nós.


Ainda assim, muitos cristãos se perguntam o que o caráter escatológico da Bíblia significa para sua vida diária. Neste artigo, focaremos em dois aspectos da vida escatológica. Primeiro, examinaremos a vida escatológica como vida no reino. Em segundo lugar, traçaremos a vida escatológica no que se refere à nossa união com Cristo, forjada pelo Espírito.


O foco central do ministério de Cristo foi o reino de Deus – antecipado no Antigo Testamento, inaugurado pela primeira vinda de nosso Senhor, explicado no restante do Novo Testamento e consumado na segunda vinda de Jesus. A vida escatológica começa com a compreensão de que os cristãos vivem como cidadãos do reino de Deus (Filipenses 3:20). Como essa mentalidade centrada no reino afeta a maneira como vivemos?


Enquanto os cristãos esperam pela consumação do reino, eles servem com esperança e alegria insaciáveis, sabendo que nada do que fazem é em vão se for feito para o Senhor.


Algumas coisas vêm à mente. Ser cidadão do reino significa que somos, acima de tudo, pobres de espírito (Mateus 5:3). Este é o ponto de entrada inegociável, a "porta de entrada" do reino – e é por isso que Jesus a lista em primeiro lugar nas Bem-aventuranças. Ser pobres de espírito significa que reconhecemos a nossa necessidade de um salvador dos nossos pecados e renunciamos diariamente a todas as formas de autossuficiência.


Além disso, o ensino de Jesus sobre o reino lembra-nos de ajustar as nossas expectativas. O reino cresce lentamente, no ritmo soberano de Deus (Mateus 13:31-33). Grande parte da confusão sobre a missão da igreja hoje decorre da crença equivocada de que a principal tarefa da igreja é transformar a cultura ao seu redor. Mas a transformação cultural, na medida em que acontece, é um subproduto da cidadania do reino, e não o objetivo. Expectativas exageradas são um caminho seguro para o esgotamento e a decepção.


Os cidadãos do Reino, portanto, olham para o futuro enquanto vivem no presente. O crente anseia que Jesus introduza o reino em sua plenitude (Ap 21–22). Mas enquanto os cristãos esperam pela consumação do reino, eles servem com esperança e alegria insaciáveis, sabendo que nada do que fazem é em vão se for feito para o Senhor (1 Coríntios 15:58).


Finalmente, a vida escatológica é a vida em união com Cristo. Visto que Cristo foi o último Adão cheio do Espírito (Lucas 4:18; 1 Coríntios 15:45), nós que estamos unidos a Ele desfrutamos do mesmo enchimento do Espírito. Portanto, no momento em que estamos unidos a Cristo pela fé forjada pelo Espírito (João 3:5), somos nada menos que cheios do Espírito, batizados pelo Espírito e controlados pelo Espírito. A habitação do Espírito é Cristo em nós, a esperança da glória (Colossenses 1:27).


Como resultado desta união, vivemos uma vida "já/ainda não" em Cristo. Fomos crucificados com Ele (Romanos 6:6), mas carregamos a cruz diariamente (Lucas 9:23). Já ressuscitamos com Ele (Colossenses 2:12), mas ansiamos pela ressurreição final (1 Coríntios 15:52). Esta tensão escatológica de "já/ainda não" destaca o foco duplo da vida no reino.


À medida que começamos a compreender a realidade da cidadania do reino e da união com Cristo, descobrimos riquezas incomparáveis. Temos verdadeira esperança, não importa as circunstâncias, porque reconhecemos que este presente século mau (Gl 1.4) não é o nosso lar; o reino é. Recorremos diariamente ao poder do Espírito em nossa oração e em nossa mentalidade. Ao fazermos isso, a promessa de Jesus de águas vivas fluindo de nós torna-se uma realidade (João 7:37). O domínio do pecado se afrouxa e somos transformados de um grau de glória a outro em Cristo (2 Coríntios 3:18). A vida cristã, então, é vida escatológica, do início ao fim.


Em nossas vidas frenéticas e livres do sábado, precisamos de descanso, recuperação e rejuvenescimento para continuar em um mundo que faz tudo o que pode para tirar a ênfase da vida escatológica. Espero que o breve esboço acima abra uma porta para desfrutarmos a vida como Deus a planejou – transbordando do Espírito, unidos a Cristo, para a glória do Pai.


Tradução: Frases Protestantes


[Link para o artigo: https://tabletalkmagazine.com/article/2022/12/eschatological-living/]

BREVE COMPARAÇÃO ENTRE PÓS-MILENISMO E AMILENISMO, PONTOS FRACOS E FORTES


BREVE COMPARAÇÃO ENTRE PÓS-MILENISMO E AMILENISMO, PONTOS FRACOS E FORTES



Tanto os pós-milenistas quanto os amilenistas compartilham a ideia de que a era milenar antecede o retorno de Cristo e a consumação. Assim sendo, as fortalezas e fraquezas estruturais de cada posição são semelhantes. A diferença marcante entre o pós-milenismo e o amilenismo reside na interpretação da natureza e do caráter da era milenar.


A principal fortaleza do pós-milenismo está na sua ênfase no otimismo histórico em relação ao Reino de Deus e ao seu poder de transformar povos da Terra antes do retorno de Cristo. Os pós-milenistas ampliam a compreensão do Reino de Deus para além das questões espirituais, abrangendo também a transformação da cultura. Obviamente, esta influência cultural vem a partir das conversões individuais e sociais, pela capilaridade da expansão da Fé Cristã nas diversas camadas da sociedade. É um erro pensar que o pós-milenismo crê que o mundo todo será convertido e que Jesus retorna a uma terra totalmente redimida, mas grande parte redimida, sim! Já para o amilenismo, Jesus retornará a uma terra tão devastada quanto Sodoma e Gomorra.


Um ponto fraco do pós-milenismo é a ampla discussão da era milenar – “quando começam os mil anos?” – Alguns deslocam a agulha temporal ao passado e outros para o futuro. Outros posicionam esta agulha histórica na conversão dos judeus, outros na derrubada do Anticristo (este podendo ser um imperador romano do primeiro século ou o chefe do Romanismo desde a Reforma Protestante ou ainda outra figura poderosa religiosa ou política na história). E por essa diversidade e outros fatores, o mesmo ponto fraco acomete o amilenismo. Neste nó interpretativo, alguns preferem refugiar-se no extremo do passado, pois na incerteza do retorno de Cristo no curso da história, se iminente ou não, existe para alguns uma atração pelo preterismo (total ou parcial), pelo entendimento de que Cristo já regressou em julgamento sobre Israel no ano 70 d.C. Este regresso em juízo para alguns é equivalente à Segunda Vinda ou apenas uma visitação de juízo. Neste sentido, são pontos fracos, pela falta de unanimidade no ensino, tanto entre pós-milenistas quanto amilenistas.


Esta incerteza interpretativa escatológica que pode cooperar para que surjam preteristas totais numa extremidade faz também, de algum modo, conduzir outros ao extremo do futurismo tribulacionista, como os amilenistas, que posicionam os eventos do retorno iminente de Cristo à consumação de todas as coisas, eventos que culminam na plenitude do Reino e da era vindoura. Cristo retornará para julgar o mundo (Mateus 13:36-43; Mateus 25:31-46; 2 Tessalonicenses 1:6-9), ressuscitar os mortos (1 Tessalonicenses 4:14-17; 1 Coríntios 15:54-57) e fazer novas todas as coisas (2 Pedro 3:3-15). Ele não retorna para estabelecer um reino (como no pré-milenismo), mas para inaugurar o estado eterno e criar um novo céu e nova terra – a consumação final. Toda a cadeia de eventos é semelhante ao pós-milenismo, com exceção do contexto histórico de declínio e decadência, de apostasia e tribulação que supostamente antecede a Segunda Vinda de Cristo.


A maior fraqueza do amilenismo é a interpretação da contenção dos grilhões das amarras de Satanás em Apocalipse 20. Se Satanás está preso e já estamos no milênio, como tudo vai piorar? Pela perspectiva amilenista, podemos realmente dizer que Satanás está preso agora? E quanto à primeira ressurreição em Apocalipse 20? João está se referindo à regeneração ou à ressurreição corporal? Estas questões requerem uma boa quantidade de explicação, especialmente porque a maioria dos evangélicos conhece apenas a visão pré-milenista. Mas o amilenismo não deve explicações apenas aos dispensacionalistas.


RM-FRASES PROTESTANTES


Referência: http://kimriddlebarger.squarespace.com/the-latest-post/2008/1/9/eschatology-q-a-what-are-the-strengths-and-weaknesses-of-the.html