18.12.23

O Ciclo Destrutivo do Orgulho


E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos.

Daniel 2:21


Depôs dos tronos os poderosos, E elevou os humildes.

Lucas 1:52


A dinâmica divina transcende a lógica humana, enquanto as expectativas humanas permanecem limitadas. Lucas 1.52 e Daniel 2.21 revelam a intervenção divina na trajetória dos povos. Deus exalta os que choram, eleva os abatidos e humildes, ao passo que derruba os poderosos. Sua soberania não apenas os destitui de seus tronos, mas também exalta os humildes.


O diabo e seus anjos, quando estavam no céu, desejaram usurpar o lugar de Deus. Quão poderoso é este veneno que transformou um anjo em demônio! Nossos primeiros pais, quando estavam no Éden, desejaram ser como deuses. Hamã, quando era o favorito de Assuero, desejava que todos o honrassem. Davi, quando se tornou poderoso, ordenou a Joabe que numerasse o tamanho de seu exército para saber o quão poderoso era como rei.


Confiemos que Deus continuará a agir, revelando Sua graça e poder, derrubando e exaltando conforme Sua vontade. Ao longo da história, reis orgulhosos, intimidadores e ímpios pisaram nesta terra, sustentando suas coroas até o exato segundo determinado por Deus. Muitos, vencedores e conquistadores, mantiveram seus reinados até serem subitamente derrotados pela intervenção divina.


Muitos reis, como Guilherme, o Conquistador I, exemplificam a ambição desmedida. No auge do poder, eles caíram de maneira trágica, testemunhando que a ascensão violenta é seguida pela descida humilhante. A história de Bajazet, citada por Talmage, ilustra como a soberba pode levar à destruição, mesmo para os grandes conquistadores.


Muitas vezes, vencedores e conquistadores de povos, porém, sustentaram suas coroas até o último sopro de vida, até o segundo exato determinado por Deus. Quantas pessoas humildes perderam suas casas e vidas por capricho de reis? Um exemplo é o rei da França, Guilherme, o Conquistador I, mencionado por Talmage. Após vencer uma batalha contra outro rei, expulsou pessoas de suas casas para criar uma floresta de caça. Proclamou guerra em todas as fronteiras alcançadas, pisoteando campos de colheita e vinhedos com seus cavalos. No auge do poder e da fama, enquanto cavalgava, seu cavalo tropeçou, ferindo mortalmente seu rei cavaleiro.


A respiração do grande conquistador cessou. O cadáver do rei foi carregado em uma carroça sem glória e levado para ser sepultado em uma igreja construída pelo próprio rei. No momento do sepultamento, alguém gritou: "Não enterrem este ladrão aqui! Este terreno é meu, o local é a casa dos meus pais, que foi tirada com violência para construir esta igreja. Reivindico isto como meu direito e, em nome de Deus, proíbo de enterrá-lo aqui." A ambição desse rei disse "suba", suba ao trono, suba com violência, suba como vingança, e Deus disse, "desça", desça pelo caminho da morte miserável, desça à vista dos povos, desça para sempre, como disse H. R. Burton.


Citado ainda por H. R. Burton, Bajazet, sultão dos turcos, foi um grande conquistador há mais de 500 anos, derrotado por Timur, general dos tártaros. Burton narra a curiosa pergunta de Timur a Bajazet: "O que teria feito comigo se tivesse vencido?" Bajazet respondeu: "Colocaria você numa jaula de ferro para exibi-lo publicamente." Timur replicou: "Assim será feito contigo." Por cerca de três anos, Bajazet foi exibido como uma fera até que, em sua miséria, se matou batendo a cabeça nas barras de sua jaula.


Relata Burton, quando Napoleão se preparava para invadir a Rússia, uma senhora disse a Napoleão: "O homem propõe, mas Deus dispõe", e Napoleão respondeu: "Eu disponho e também proponho." Um coração orgulhoso e uma montanha elevada nunca dão frutos. O orgulho é o grande pecado mestre do coração humano; em geral, o orgulho está na base de todos os grandes erros. Napoleão, destronado, declarou que o orgulho nunca ouve a voz da razão, da natureza ou da religião. Deus resiste aos orgulhosos; Davi, Nabucodonosor, Belsazar, Herodes experimentaram isso (Dn 4.5, At 12.23). Carlos V estava tão certo da vitória ao invadir a França que ordenou aos seus historiadores que preparassem bastante papel para registrar suas façanhas, mas perdeu seu exército pela fome e doença no campo de batalha.


Saddam Hussein, o ditador iraquiano por mais de 30 anos, era um líder orgulhoso, autoritário, violento. O homem poderoso que reinava em palácio, Saddam expressou um interesse particular na antiga história mesopotâmica da Babilônia e tentou associar-se a figuras históricas importantes, como Nabucodonosor II, o famoso rei babilônico do século VI a.C. Saddam investiu em projetos de restauração e reconstrução de sítios arqueológicos, como a antiga cidade de Babilônia, na tentativa de destacar a glória passada da Mesopotâmia e reforçar sua própria imagem como líder poderoso e herdeiro da grandeza histórica do Iraque. O ditador mandou gravar tijolos escritos, "De Nabucodonosor a Saddam Hussein".


No dia da captura de Saddam Hussein, em 2003, sua aparência física era totalmente diferente de como era durante seu governo. Quando foi encontrado em um buraco subterrâneo coberto por tábuas e terra, ele estava barbudo, desgrenhado e desalinhado. Sua condição física contrastava com a imagem mais arrumada e autoritária que ele costumava manter enquanto estava no poder. A captura de Saddam Hussein foi amplamente divulgada e as imagens dele sendo retirado do buraco onde estava escondido foram transmitidas internacionalmente. Saddam Hussein foi posteriormente julgado e condenado à morte por enforcamento em novembro de 2006.


Muammar al-Gaddafi, outro ditador autoritário da Líbia, governou com mão de ferro por mais de 40 anos. Em 2011, uma revolta popular resultou em sua queda. Ao tentar fugir, Gaddafi foi capturado e morto pelo povo. Vídeos e imagens revelaram cenas perturbadoras de Gaddafi sendo arrastado, agredido e submetido a maus-tratos pelos rebeldes. Depois de morto, por um tempo seu corpo ficou em exibição pública. 


O orgulho dos escribas e fariseus, maliciosos como os demônios, adentrou com pompa na sala de julgamento de Pilatos e conspirou o maior crime que a terra já testemunhou: a crucificação do Filho de Deus. Esse orgulho judaico custou a destruição de Jerusalém e do templo, além de todas as mortes, perseguições e escravidões posteriores à crucificação no primeiro século ao povo judeu.


O orgulho é uma fonte constante de infortúnios, a exemplo da história de Corá, Datã e Abirão até a destruição de Sodoma, a desolação de Moabe e a transformação de Edom em uma terra inabitável. O orgulho abriu a terra sob os pés de Corá, Datã e Abirão, pendurou Absalão nos ramos de carvalho, encheu o peito de Saul com ódio assassino contra Davi, custou vidas ao exército de Senaqueribe e fez Nabucodonosor comer grama com os bois. O orgulho é fonte de discórdia (Pv 13.10), precursor da queda (Pv 16.18), instiga perseguição (Sl 10.2), é armadilha para os pés (Sl 59.12), é o principal elemento do engano (Jr 49.16), e é um pecado que Deus abomina (Pv 8.13; 16.5; 6.17). O orgulho foi um dos pecados clamorosos de Sodoma (Ezequiel 16:49), desolou Moabe (Isaías 16:6, 14) e transformou Edom, com Petra, sua metrópole, em uma terra onde nenhum homem deveria habitar e onde nenhum homem deveria atravessar (Obadias 3, 4, 9, 10; Jr 49:16-18). -- J. C. Philpot, em suas 'Resenhas' de 1853.


Spurgeon ressaltava a natureza destrutiva do orgulho em suas pregações, comparando o orgulho ao filho primogênito do inferno, impuro e vil. Agostinho enfatizava a humildade como parte essencial da piedade, enquanto William Law expressava sua aversão ao imaginar permitir que outros pudessem ver seu coração. -- Law disse que preferia ser enforcado e ter o corpo atirado num pântano a permitir que alguém olhasse para o seu coração!


A frase "O orgulho é a idolatria de si mesmo" é  uma reflexão sobre o orgulho, indicando que o orgulho leva à adoração de si mesmo, tornando-se, assim, uma forma de idolatria. Agostinho, em suas Cartas (118), afirmou que a humildade constitui não apenas a primeira, mas também a segunda e terceira parte da piedade.


Desfazer o orgulho é uma tarefa de natureza complexa, demandando esforço hercúleo ao longo de toda a vida. O orgulho, embora central na natureza humana, é um tema de escasso interesse tanto na psicologia moderna quanto na indústria de autoajuda. Por isso desconfie das vãs filosofias travestidas de ciência. A história e as Escrituras atestam que o orgulho, enraizado no coração humano, é um precursor da queda e da destruição. Que possamos, com humildade, reconhecer a soberania divina e evitar a armadilha do orgulho.


"Orgulho, o que é isso? Orgulho, onde reside? No coração do homem. E qual é a consequência do orgulho? Destruição." - Spurgeon


RM-FRASES PROTESTANTES

15.12.23

Da Espada Desembainhada à Adoração - Lições de Josué 5


A Visão de Josué Cap.5:


¹³ E sucedeu que, estando Josué perto de Jericó, levantou os seus olhos e olhou; e eis que se pôs em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua; e chegou-se Josué a ele, e disse-lhe: És tu dos nossos, ou dos nossos inimigos?

¹⁴ E disse ele: Não, mas venho agora como príncipe do exército do SENHOR. Então Josué se prostrou com o seu rosto em terra e o adorou, e disse-lhe: Que diz meu senhor ao seu servo?

¹⁵ Então disse o príncipe do exército do Senhor a Josué: Descalça os sapatos de teus pés, porque o lugar em que estás é santo. E fez Josué assim. 


Josué 5:13-15


Em um momento em que Josué contemplava a cidade de Jericó, surgiu diante dele um homem portando uma espada. Josué aproximou-se rapidamente, indagando: "Amigo ou adversário?"

"Nem um, nem outro. Sou o Comandante dos Exércitos do Senhor", respondeu ele. Josué prontamente se ajoelhou, prostrou-se no chão e adorou, dizendo: "Estou preparado para receber suas instruções!"

"Remova os calçados", ordenou o Comandante, "pois o lugar onde você está é sagrado." Josué prontamente obedeceu.


Em um momento de teofania perto de Jericó, Josué é confrontado por uma figura extraordinária, um homem (anjo?) com uma espada desembainhada. Essa misteriosa aparição revela-se como o Comandante dos Exércitos do Senhor, desencadeando uma série de eventos que trazem à tona profundas verdades espirituais e revelações sobre a natureza divina.


A Manifestação de Cristo no Antigo Testamento


O encontro de Josué com o Comandante divino ecoa outros relatos bíblicos que descrevem a presença de uma figura celestial, como o "Anjo do Senhor". Esta figura, anterior à encarnação de Cristo, indica uma preparação para a vinda do Verbo Eterno. O diálogo entre Josué e o Comandante reflete uma obediência sincera à vontade de Deus, ilustrando a prontidão e resolução necessárias para seguir Suas instruções.


Identificação com o Senhor


Ao se ajoelhar diante do Comandante, Josué reconhece-o como o Senhor, indicando uma singular revelação divina. Essa identificação única é reforçada por passagens semelhantes em outras partes do Antigo Testamento, apontando para uma tendência de revelação em relação a uma Pessoa distintiva, separada das hostes angelicais, mas identificada com o próprio Senhor.


Continuidade no Novo Testamento


A linha de pensamento apresentada no Antigo Testamento encontra continuidade no Novo Testamento, onde a Palavra de Deus, representada como o Agente da Criação, é revelada como o mesmo Anjo do Senhor. Essas duas metades formam um todo, indicando que o Anjo do Senhor e a Palavra Eterna são a mesma realidade divina.


O Poder Incomparável de Cristo


O Comandante do Exército do Senhor vai além de ser apenas o general de Israel; Sua autoridade abrange todas as fileiras de seres superiores e as forças do universo. Cristo, identificado como o Senhor do universo, é proclamado como o líder supremo na guerra contra o mal. Ele não apenas emite ordens, mas pessoalmente se envolve na luta, liderando Seu povo com a "espada afiada de dois gumes".


O Chamado à Submissão e Confiança


O texto de Josué 5 é um chamado à submissão ao líder supremo, Jesus Cristo. Devemos seguir nosso Líder, escolher armas abençoadas por Ele e confiar absolutamente em Sua ajuda. A paciência é essencial, lembrando-nos da jornada de Israel ao redor de Jericó. Adverte contra o orgulho, instando a reconhecer que a causa é de Cristo e a buscar Sua direção humildemente.


Vitória Final e Poder Irresistível


A última parte do texto destaca que a vitória é garantida para aqueles que seguem o Comandante divino. Resistir a Seu poder é uma loucura, pois Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Reflete sobre a derrota certa dos antagonismos e que Ele triunfará. Conclui incentivando a colocar-se sob as ordens de Cristo, confiando em Sua instrução, enquanto Ele continua a ser o "Capitão do exército do Senhor".


Submissão, Confiança e Triunfo em Cristo


O encontro de Josué com o Comandante divino não foi apenas um momento histórico, mas uma revelação profunda sobre a natureza divina de Cristo. Hoje, somos chamados a nos submeter, confiar e triunfar sob o comando do mesmo Comandante divino, que lidera a batalha contra nossos inimigos internos e externos. Que possamos aprender com Josué e reconhecer a presença poderosa do Comandante dos Exércitos do Senhor em nossas vidas, seguindo-O com confiança e submissão.


Jesus no Meio da Batalha


A história de Josué revela não apenas um encontro com um comandante, mas a presença divina na guerra santa. Assim como Josué viu um homem equipado para a guerra, somos chamados a perceber a presença constante de Jesus, Deus sobre todos, no meio de nossa batalha espiritual. Cristo, vestido com a armadura da justiça, segura a espada do Espírito, pronta para realizar atos de poder.


A Espada Desembainhada de Cristo


A espada de Cristo não está embainhada, mas ativa. Jesus, ao segurar o cabo dessa espada de dois gumes, realiza atos poderosos em nossas vidas. Ele fere nossos pecados, confronta nossos adversários no coração, e com Sua espada, corta a incredulidade e as iniquidades diante Dele. Reconheça a presença divina agindo ativamente em nossas vidas.


O Poder do Evangelho nas Mãos de Cristo


A presença divina não apenas inspira esperança, mas também inflama o poder de Deus para a salvação. Quando Jesus segura o evangelho, a espada do Espírito se torna uma ferramenta afiada e eficaz. Essa espada corta os corações e consciências, transformando vidas que eram anteriormente duras e inflexíveis. 


A Importância da Presença Divina para a Fé


A presença de Cristo não apenas encoraja, mas é essencial para a fé viva. Assim como o exército de Israel era encorajado pela presença do sempre vitorioso, somos fortalecidos pelo conhecimento de que nosso Rei está no meio de nós. Quando o Rei está com Seu povo, a esperança é grandemente encorajada, e a fé se torna uma ferramenta poderosa na guerra espiritual.


Cristo como Comandante-Chefe


Ao compreender a posição de Cristo como Capitão do exército do Senhor, somos lembrados de que Ele é o comandante-chefe supremo. A responsabilidade é retirada de nossos ombros, e Cristo, o Rei, organiza nossas estratégias de batalha. Essa compreensão é crucial para manter a ordem e a submissão dentro da Igreja, garantindo que Jesus seja o Senhor e Mestre supremo.


Adorar Aquele que Está Presente


A presença divina exige uma resposta: adoração. Assim como Josué prostrou-se diante do Comandante, somos chamados a adorar o Filho de Deus. Essa adoração, a mais elevada do espírito e a mais humilde prostração da alma, prepara-nos para receber Suas ordens.


Avançar para a Ação de Acordo com o Comando do Mestre


A presença de Cristo nos impulsiona a avançar pelo Reino e para o Reino. O chamado do Mestre é claro: conquistar Jericó, representando aqueles que ainda não conhecem a Cristo e devem ser conquistados. Como seguidores de Jesus, somos equipados pela presença divina para avançar na batalha espiritual, confiantes de que "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" Que, com a presença de Cristo, possamos marchar corajosamente para a ação, sabendo que Sua promessa não falha.


Que a presença divina nos guie e nos fortaleça enquanto avançamos na fé, confiando na espada desembainhada de Cristo e na certeza de Sua vitória.


5 frases para inspirar:


"Ao contemplar a batalha, questione: 'Amigo ou adversário?' Reconheça JESUS, o Comandante Divino e ajoelhe-se, pronto para receber Suas instruções."


"A descoberta da presença divina em nossa guerra espiritual exige mais do que observação; exige adoração. Retire seus sapatos, pois onde você está é sagrado".


"Do Antigo ao Novo Testamento, a identificação única com o Senhor é clara. Ajoelhe-se diante do Comandante e abrace Sua autoridade na batalha contra o mal."


"A espada de Cristo não está embainhada; está ativa para cortar pecados e iniquidades. Reconheça a presença divina agindo poderosamente em sua vida."


"Ao seguir o Capitão do exército do Senhor, submeta-se, confie e triunfe. A Vitória é garantida para aqueles que não resistem ao poder do Rei dos reis."


RM-FRASES PROTESTANTES

Uma Reflexão sobre o Ambiente Intelectual Brasileiro


A vida intelectual no Brasil, muitas vezes, se desenha como um desafio frente ao ambiente opressivo e desafiador em que se desenvolve. Em meio a uma realidade que parece comprimir e desencorajar, é vital explorar a resiliência e as lições que podem ser extraídas desse contexto.


A experiência de muitos no Brasil, imersos em um ambiente frequentemente desolador, contrasta com a aparente inatividade de um deserto. Mas, ao contrário do vazio aparente, ocorrem eventos que, em vez de impulsionar para a frente, parecem empurrar cada vez mais para baixo. Nesse cenário, pode-se argumentar que há uma vantagem única: a capacidade de desenvolver uma resistência que falta a muitos estudantes de outros lugares do mundo. Nosso Brasil é desafiador em muitos aspectos sociais e culturais.


É relevante destacar figuras inspiradoras, como Lima Barreto, Olavo de Carvalho, que, apesar de enfrentarem isolamento, discriminação e falta de oportunidades, contribuíram significativamente para a cultura brasileira. Estudar suas vidas e obras pode servir como um estímulo para superar as adversidades, preservar a concentração e manter objetivos elevados.


A realidade brasileira, por mais desafiadora que seja, oferece uma oportunidade única de desenvolver uma independência intelectual que pode não ser tão facilmente adquirida em ambientes mais favorecidos. A capacidade de resistir e persistir em meio à adversidade pode ser uma ferramenta valiosa para enfrentar futuros desafios.


Ao viver no Brasil, tem-se acesso a experiências que, embora possam ser deprimentes, também são enriquecedoras em termos de crescimento espiritual e desenvolvimento pessoal. É importante reconhecer que essas experiências, em suas diversas formas, estão se espalhando pelo mundo, indicando sinais de degradação que, anteriormente, eram exclusivos do Brasil.


O choque cultural entre realidades tão diversas evidencia a necessidade de compreender a profundidade da degradação espiritual e intelectual presente em alguns cenários brasileiros. O relato de situações peculiares, como o mencionado episódio envolvendo Lula, destaca como a perspectiva cultural pode influenciar a compreensão de comportamentos e valores.


A reflexão sobre a condição de miséria espiritual e intelectual extrema destaca a importância de resistir à normalização de práticas prejudiciais. A vida em um ambiente desafiador pode fornecer independência, mas é vital discernir entre a adaptação ao meio e a preservação dos princípios éticos e culturais.


Em última análise, cada indivíduo enfrenta uma escolha: adaptar-se ao ambiente e tornar-se vulnerável como outros, ou abraçar uma missão mais elevada, buscando criar um futuro melhor para si e para as gerações seguintes. A vida intelectual no Brasil, apesar dos desafios, é uma oportunidade única para moldar o caráter, a resiliência e a busca por realizações que transcendem as limitações aparentes do meio.


-- Texto baseado em comentários de Olavo de Carvalho.

-- RM-FRASES PROTESTANTES

4.12.23

A Grande Comissão na Capelania Prisional: PROJETO JORNADA ATOS 29



“Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:18-20).


A realidade nas prisões brasileiras é desafiadora, onde mais de 800 mil detentos frequentemente enfrentam limitações de recursos e recebem apoio esporádico das igrejas, muitas vezes apenas uma vez por semana. O Projeto  Jornada Atos 29 surge como uma visão missionária, acreditando que o Espírito Santo pode mover-se nas prisões, capacitando homens a compartilhar o Evangelho diariamente.


Essa visão, iniciada em 2015 e confirmada em 2016 após uma rebelião num sistema prisional brasileiro, amadureceu um chamado para a Capelania Prisional. Importante dizer que essa missão/visão não é centrada em nomes individuais, mas é um movimento que busca dar toda a glória a Cristo, recebendo autorização diretamente do Espírito Santo, não dos homens. O Projeto Jornada Atos 29 é um projeto missionário de todos, com apoio de muitos.


A Iniciativa Missionária do Projeto Jornada Atos 29


A Jornada Atos 29 é uma iniciativa missionária independente, focada em missões urbanas com uma visão de longo prazo. Não se trata de um movimento passageiro, mas de um esforço planejado para impactar vidas por décadas. A visão envolve o nascimento de uma "força missionária interna", alinhada ao conceito de "janela 10/40".


O conceito de "janela 10/40" é uma ideia emprestada, que refere-se a regiões com alta densidade populacional de pessoas não alcançadas por atividades missionárias, enfrentando os maiores obstáculos culturais, religiosos e políticos, além de serem carentes de apoio humanitário.  Semelhantemente, as prisões são “regiões” consideradas difíceis de alcançar, o Projeto Jornada Atos 29 acredita que os próprios presos ou ex-detentos são os melhores missionários para essa missão. E não só para esta missão nas prisões, mas globalmente, desde que estejam preparados e enviados pelo Espírito Santo.


Detentos como Missionários


A visão central da Jornada Atos 29 é a transformação de detentos em missionários, capacitados pelo Espírito Santo para agir onde as igrejas tradicionais não conseguem alcançar. A proposta é simples: os próprios presos impulsionarão a missão entre eles, tornando-se missionários locais ou globais ao recuperar a liberdade. A crença é que o Espírito Santo, sem limites, orientará cada indivíduo chamado para essa missão. 


Por que Atos 29? O Significado do Nome


A escolha do nome "Atos 29" simboliza a continuação do livro de Atos, indicando que a igreja pode ser parte dessa continuação. A visão vai além dos prédios físicos, onde o Espírito Santo deseja que os transformados por Ele não apenas frequentem igrejas, mas se tornem uma igreja viva em si mesmos. Jesus pode andar entre os corredores e celas das prisões? Que o Senhor seja a visita mais esperada da semana em muitas prisões.


Livros como Ferramentas de Transformação


A realização da missão entre os detentos depende da entrega das ferramentas adequadas nas mãos certas, e o Projeto Jornada Atos 20 sustenta a convicção de que, nas prisões, a ferramenta mais impactante de Deus é o livro impresso. Esses livros são de fácil acesso, não dependem de dispositivos eletrônicos, resistem ao manuseio e podem ser compartilhados, minimizando distrações e promovendo a concentração. O Projeto se propões a encapsular um discipulado completo em série literária, oferecendo o que tem de melhor em ensino e treinamento em evangelismo e discipulado. Garantimos a excelência do material, alinhado ao conhecimento da soberania de Deus, graça e glória.


Evangelismo e Discipulado nas Prisões


A Grande Comissão do Nosso Senhor Jesus instrui a espalhar o Evangelho até os confins da Terra, incluindo as prisões como um ponto importante desse alcance. A visão é que, nas prisões, pequenas centelhas de paixão missionária tenham um grande potencial, transformando histórias de miséria e sofrimento em vidas valiosas.


O Poder da Oração e a Confiança e Dependência no Senhor


Buscamos a confirmação da visão pela vontade de Deus. Se não for da vontade de Deus, que o Projeto  termine rapidamente, pois a confiança e dependência são do Senhor.


Transformando Histórias nas Prisões


Acreditamos na misericórdia duradoura de Deus e na irrevogabilidade de Seu chamado e dons. O desafio é claro: responder SIM à Grande Comissão, reconhecendo que nenhuma prisão pode impedir a vontade de Deus. Que o Espírito Santo guie os passos daqueles que são chamados para essa missão, transformando vidas e criando novas gerações de missionários.


Conheça mais este projeto aqui: https://www.instagram.com/jornadaatos29/

2.12.23

PEDRAS QUE CLAMAM PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO E A VERGONHA DO SILÊNCIO TEOLÓGICO AO DESPREZAR AS PROMESSAS DO EVANGELHO


"Eu digo a vocês", respondeu ele; "se eles se calarem, as pedras clamarão." Lucas 19.40

O cessacionismo* menospreza o amplo triunfo de Cristo na cruz (Perceba: Não menospreza o triunfo, mas o amplo triunfo; a extensão das aplicações). O silêncio e a indiferença de muitos religiosos reformados contemporâneos em relação ao poder sobrenatural do Espírito Santo podem levar as próprias pedras a clamar. A pior coisa em nossos dias é o silêncio e o desprezo da suposta elite teológica em não pregar o amplo triunfo de Cristo na cruz.


Se ninguém denuncia esse desprezo, se ninguém critica essa omissão terrível, se ninguém condena essa ignorância sombria, as pedras clamarão. Ser insensível ao amplo poder do Espírito Santo é rejeitar testemunhos de curas e milagres hoje, prometidos pela fé. É como alguém que se diz leitor e apreciador de clássicos, mas se torna insensível ao "Paraíso Perdido" de Milton, ou alguém que se diz amante das artes, mas se torna insensível ao pincel do pintor Rafael ou as esculturas de Michelangelo. Isso acontece com muitos teólogos que se tornam insensíveis à beleza sublime do Evangelho, e essa insensibilidade provocará o clamor das pedras.


Teólogos incrédulos que roubam as promessas e bênçãos das provisões materiais do Evangelho são comparados a uma ilustração antiga que diz: "os ingratos são como o mar, recebem continuamente as chuvas refrescantes do céu e transformam-nas em sal." A quem muito é dado, muito será cobrado. Os teólogos que se arvoram como conhecedores de todo o sistema de fé cristã e roubam promessas de bênçãos do Evangelho do povo são como túmulos, recebem, recebem, recebem e nunca devolvem o que recebem.


Uma das piores atitudes de incredulidade é a omissão, o silêncio, a ingratidão. Teólogos cessacionistas têm mais bibliotecas armazenadas em nuvens do que as maiores bibliotecas da história, e ser contra, rejeitar, silenciar as promessas e bênçãos do Evangelho hoje é uma vergonhosa crueldade, após receberem tanto. Há teólogos que não só receberam todas as bibliotecas do mundo, mas também bênçãos de cura, e não estão fazendo o mínimo para fazer o bem a quem estiver ao seu alcance.


O que você diria de alguém que tivesse um remédio em mãos para uma determinada doença, soubesse que habitantes de certo lugar estavam morrendo dessa doença, mas não levasse o remédio até lá ou nem ao menos comunicasse? O que você diria de alguém que, vendo seu semelhante indo beber um veneno mortal, em vez de alertá-lo, se calasse? Ao não alertar e se tornar mudo, as pedras clamariam. E Deus fará isso contra os pregadores negligentes do poder da fé.


As pedras podem pregar? As pedras podem escrever? As pedras podem viver? Lembra quando éramos inimigos de Deus, e Ele encontrou um caminho em nossos corações, fazendo-nos clamar, louvar, agradecer? Éramos por natureza duros como pedras, insensíveis como pedras, frios como pedras, mas agora somos carne, carne viva para Deus. E Ele ordena que seu povo clame, proclame como embaixadores de Cristo, mas não se orgulhe disso, não somos essenciais para que a causa do Redentor se cumpra. Não somos insubstituíveis como embaixadores; caso fôssemos, a igreja dependeria exclusivamente de nós. Se não clamarmos, as pedras clamarão. Deus tem infinitos exércitos de anjos, o governo está sobre seus ombros, Ele preenche tudo em todos; cabe a nós servir ao Reino com diligência e zelo.


Devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e, então, "todas essas coisas", que os incrédulos buscam, nos serão acrescentadas (Mt 6.33). Esse ensinamento foi dado ao povo de Deus antes de Jesus ir à cruz, antes de sua ressurreição, antes de sua ascensão aos céus e antes do derramamento do Espírito Santo em Atos. Jesus esperava que seu povo recebesse as bênçãos do Evangelho (todas essas coisas) antes mesmo da crucificação, muito mais agora, e não menos! Incrivelmente, doutores reformados se tornam obcecados por pontos teológicos, considerando-se os mais fiéis ao ensino de Cristo e os mais poderosos na apologética, e silenciam nisso!


Nosso Pai que está nos céus sabe que precisamos de todas essas coisas, e é um erro usar o esquema teológico do já/ainda não para tentar demonstrar que o Pai não quer que recebamos todas essas coisas. Nenhuma teologia tem o direito de roubar das pessoas suas necessidades óbvias de cura e provisão. O "já/ainda não" deve ser usado corretamente, não como pretexto incrédulo. Jesus já veio, já foi feito pecado por nós, para que possa já nos tornar justiça de Deus, e ainda não, por estarmos neste corpo corruptível, aguardando a plena liberdade do corpo glorificado sem pecado. Já temos e ainda não recebemos TUDO plenamente, mas já começamos a receber "todas essas coisas", e já recebemos o poder do Espírito Santo para termos acesso a maiores bênçãos do Evangelho. Jesus já levou sobre si nossas enfermidades para que possamos já ser curados, e ainda não recebemos a sã perfeição do corpo incorruptível, mas já temos "todas essas coisas" e muito mais, já que Deus derramou o Espírito Santo com poderes milagrosos.


A fé é a questão central. Devemos desejar que Deus salve, cure e abençoe, hoje, JÁ e sempre. Nenhuma teologia deve ir contra esta verdade, nenhuma teologia deve corroer a confiança do povo na Palavra de Deus, nem roubar seus recursos de bênçãos que necessitamos nesta vida, tanto para viver como para servir. Quando perdemos essas bênçãos e promessas, a tendência é nos voltarmos para a política, ciência, educação mundana para satisfazer as necessidades que são muito bem supridas no Evangelho de Jesus. Existem promessas de vitória hoje, já, pela fé, e se a vitória é só no futuro, no ainda não, então a derrota pertence ao já.


Não se deixe iludir pela teologia que projeta para o futuro as bênçãos disponíveis para nós agora. A salvação é alcançada pela fé. No entanto, como podemos afirmar ter fé se endurecemos nossos corações e recusamos ouvir a voz de Deus nas promessas evangélicas de justiça, curas, milagres, visões, sonhos e no poder do Espírito Santo? Não há outro evangelho. Deus confirmou que Jesus disse o que disse, prometendo conceder poder aos discípulos por meio da fé em Deus e no Espírito Santo, capacitando-os a realizar obras semelhantes e até maiores. Através de sinais e maravilhas, Deus mostrou que tornou possíveis esses sinais e maravilhas para nós. A salvação é alcançada exclusivamente pela fé, e essa fé está centrada no evangelho, o único que traz poderes miraculosos pelo nome de Jesus e pelo Espírito Santo, destinados a todas as gerações e "a todos quantos o Senhor, nosso Deus, chamar".


Na Bíblia, quando o Espírito Santo se manifesta em alguém, resulta em milagres e profecias. Muitos rejeitam isso e limita a atuação do Espírito no crente a um simples poder moral, que possivelmente produz santidade, perseverança e afins. "E nos últimos dias acontecerá, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e vossos velhos sonharão; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão". Em outras palavras, "Creia em Jesus para remissão de seus pecados e receberá profecias, visões, sonhos, etc." A Bíblia promete e ordena o aumento e a expansão dos poderes miraculosos. O Espírito não pode ser reduzido a uma simples influência moral, pois ele é muito mais do que isso.


RM-FRASES PROTESTANTES


* O cessacionismo é uma posição teológica que argumenta que alguns ações  espirituais do Espírito Santo mencionados no Novo Testamento, como línguas, profecias e curas miraculosas, cessaram de ocorrer na igreja após o período inicial da sua fundação.


30.11.23

O chamado matinal do soldado -- Alexandre Maclaren



A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz. 

Romanos 13:12


É interessante notar que a metáfora da armadura cristã percorre as cartas de Paulo ao longo de toda a sua trajetória. Ela surge de maneira rudimentar na primeira das Epístolas, a dos Tessalonicenses, e se desenvolve ao longo de sua carreira, alcançando sua forma completa na Epístola aos Efésios, quase no final de sua obra. Podemos supor que essa metáfora era um dos seus pensamentos recorrentes. Paulo apresenta uma imagem vívida de uma companhia de soldados despertando ao toque da manhã, trocando o traje noturno pelo brilho da armadura ao sol nascente. Ele exorta os cristãos a fazerem o mesmo, abandonando as obras das trevas e vestindo a armadura que pertence ao dia.


Não vou explorar a questão de até que ponto essa exortação se baseia na expectativa do fim do mundo, pois o foco atual é o significado atemporal dessa verdade em meio às sombras que nos cercam. Estamos nos aproximando do amanhecer do verdadeiro dia, e a exortação de Paulo ressoa em qualquer estágio da vida.


A primeira impressão que surge é a escolha da armadura para aquele que aguarda o dia. Poderíamos esperar vestes festivas, dado o contraste entre a noite perigosa e o dia iluminado. Mas, Paulo destaca a necessidade de lutar, indicando que, para pertencer ao dia, é preciso se equipar com armaduras e armas. Apesar do crescimento na graça e da busca pela perfeição cristã, a luta contínua é inescapável. O conflito é uma constante devido aos inimigos externos e à conspiração entre a fraqueza interior e as tentações externas.


Embora muito se fale sobre ser "santificado pela fé", Paulo enfatiza que a fé traz o poder purificador, e aplicar esse poder requer esforço e luta. Confiança na santificação é essencial, mas descobrir o que a fé realmente proporciona exige combater as tentações e as fraquezas pessoais. A armadura do cristão é essencial para essa batalha contínua.


As expectativas do amanhecer abençoado exigem um reforço completo na armadura. Não se trata de cair em sentimentos fantásticos ou negligenciar o presente, mas de estar vigilante, envolvido nas tarefas diárias e em conflito triunfante. A armadura, definida como "a armadura de luz", representa não apenas o brilho ao sol, mas também a justiça. As peças da armadura são verdade, amor e boas ações, refletindo a luz e repelindo as trevas.


A expressão "revesti-vos do Senhor Jesus Cristo" oferece a explicação de Paulo sobre vestir a armadura de luz. Estar unido a Cristo, pela fé e amor que conduzem à obediência e conformidade, significa usar a invulnerável armadura da luz. O próprio Cristo fornece as graças necessárias, e vesti-Lo requer esforço contínuo.


Os cristãos em Roma, experientes na fé, recebem a exortação para renovar-se continuamente, pois o processo é longo. Vestir-se de Cristo é uma tarefa para toda a vida, exigindo esforço diário. A última questão é se deixamos o velho com seus atos, se diariamente nos revestimos de Cristo como Senhor, reconhecendo Sua masculinidade como padrão e garantia de reprodução em nós mesmos.


Paulo conclui com a solene instrução de "revestir-vos do Senhor Jesus Cristo" diariamente, preparando-nos para a vitória final quando pudermos tirar a armadura, vestir o manto branco e ser "mais que vencedores por meio daquele que nos amou". A luta é constante, mas a recompensa é eterna.


Tradução Frases Protestantes -- https://biblehub.com/sermons/auth/maclaren/the_soldier's_morning-call.htm

23.11.23

A verdadeira expansão política é além da política


A expansão mencionada na Bíblia da Grande Comissão é, antes de tudo, espiritual, transcendentemente além das barreiras da política. A expansão da Grande Comissão se desdobra para influenciar mudanças políticas, e apenas de maneira indireta. À medida que o Evangelho se propaga, tocando vidas em diversos estratos da sociedade, naturalmente emerge um alinhamento com princípios bíblicos nas políticas adotadas por essas pessoas que amam o Evangelho (não qualquer um que diga que ama, mas que seja praticante). Contudo, o cerne da expansão é, sem dúvida, espiritual - abarcando a disseminação de ideias e poderes sobrenaturais, incluindo o operar de milagres.


Focar exclusivamente no âmbito político, alerta-nos a Escritura, seria incorrer no mesmo erro condenado por Jesus: preocupar-se mais com as coisas dos homens do que com as coisas de Deus. A obsessão cristã pela política, portanto, representa uma inclinação natural da velha natureza, transformando-se em ídolo e substituto para a verdadeira promessa de poder presente no evangelho - uma promessa rejeitada por aqueles espiritualmente fracos e/ou rebeldes devido à incredulidade.


Jesus, ao proclamar: "Vai contar a João o que vocês têm visto e ouvido", ressalta a essência do Evangelho: a restauração da visão aos cegos, a mobilidade aos coxos, a purificação aos leprosos, a audição aos surdos, a ressurreição aos mortos e as boas novas aos pobres. Este é o Jesus que muitos cristãos, equivocadamente, preferem negligenciar. Anseiam por um Cristo político que salve nações, quando o verdadeiro Jesus não apenas prega, mas também cura e liberta por meio de milagres. Ele é o único e verdadeiro caminho, e se não O aceitamos como Ele é, não há alternativa para a salvação ou para a transformação da sociedade.


Um programa genuinamente empenhado em mudar a sociedade por meio de Jesus Cristo prioriza a pregação do Evangelho, a cura dos enfermos, a expulsão de demônios, profecias e a manifestação de sinais e maravilhas, antes de cogitar uma abordagem direta à política, educação, e outros campos. A remodelação da sociedade, no sentido de influenciar suas políticas, deve surgir como efeito do expansionismo impulsionado pelo poder espiritual.


A abordagem política não deve ser adotada pelos cessacionistas, pois sua incredulidade nos milagres mina a própria essência do Evangelho. A doutrina bíblica do expansionismo, quando entendida corretamente, não deve levar a uma reflexão imediata sobre suas implicações políticas. Satã não teme a política e leis, pois regulamentar o comportamento humano sem transformar os corações não o ameaça em nada. Os cristãos se afastaram do programa espiritual delineado por Jesus Cristo e precisam redirecionar seu foco para o crescimento do poder espiritual antes de contemplar qualquer outra ação meramente política.


A necessidade de uma perspectiva espiritual antes do engajamento político


O texto registrado em Atos 1:6-8, o qual os discípulos questionam Jesus sobre a restauração do reino a Israel, destaca a ênfase da Palavra de Deus como padrão absoluto e público da verdade. Isso, porém, não significa que a visão cristã deva ser reduzida à política, nem que a causa cristã seja servida por um envolvimento excessivo na esfera política. A doutrina de que os cristãos devem se envolver na sociedade para moldar a cultura frequentemente resulta em uma consequência negativa da espiritualidade se não houver transformação real nos agentes políticos (e geralmente é o que acontece até então).


É inegável que os apóstolos utilizaram as leis existentes para facilitar seu trabalho, mas o perigo reside em perder de vista a verdadeira visão e poder de Jesus Cristo ao tornar-se excessivamente político. Confiar exclusivamente na política equivale a confiar nos homens, e tal confiança invariavelmente leva à decepção (e geralmente é o que acontece até então). A causa cristã, quando avança pela política, opera apenas até onde os não-cristãos permitem. As leis de uma democracia refletem a providência ordinária, moldada pela cooperação e compromisso humano, ao contrário do poder imediato de Deus, que opera por meio de milagres.


A fé em Jesus Cristo, com seu poder sobrenatural, é a única força que não depende da cooperação humana ou da tolerância política de não-cristãos. A obsessão desmedida pela política indica uma perda de perspectiva espiritual e poder genuíno. A verdadeira mudança requer uma mente renovada e a reativação do poder de Deus por meio do arrependimento, da oração e do ensino. A visão de Jesus sobre a propagação do Evangelho pelo poder sobrenatural é eficaz em qualquer geração e em qualquer contexto político.


Além dos ideais políticos


As pessoas frequentemente projetam seus ideais políticos e éticos da Palavra de Deus, buscando alinhamento entre a boa política e a dogmática cristã. Mas, é crucial entender que o reino de Deus não é uma democracia, mas uma monarquia, um reinado eterno com Jesus Cristo como Rei supremo. A analogia com a democracia, que pode ser válida em certos aspectos da vida cristã, não pode ser estendida para transformar a essência monárquica do reino de Deus.


A liberdade de expressão, tão valorizada em democracias, não encontra paralelo no Reino de Deus. A proibição de proferir blasfêmia, ensinar heresia ou expressar incredulidade pode chocar aqueles imbuídos de valores democráticos, mas essa é a realidade do Reino de Deus. Mesmo sob uma ditadura,  a liberdade de expressão na igreja revela limites estritos para salvaguardar a ortodoxia e a integridade da fé cristã. Numa democracia ou ditadura, a lealdade dos cristãos é ao Rei Jesus.


A verdadeira expansão do Reino vai além da política, é um crescimento em busca do poder espiritual e milagroso, impulsionado pelo Evangelho. A política, quando empregada, deve ser subjugada à soberania do Rei Jesus, reconhecendo que a verdadeira transformação ocorre não por meio da força política, mas pela restauração espiritual. O reino de Deus é uma monarquia eterna, e a busca pela verdadeira mudança na política começa com a renovação da mente e o poder do Espírito Santo em nossas vidas.


RM-FRASES PROTESTANTE

Texto baseado nos textos sobre política de Vincent Cheung

6.11.23

As Bem-Aventuranças de Mateus 5: Perseguição e a Promessa do Reino (Perspectiva Pós-milenista)




No Sermão da Montanha, registrado no livro de Mateus no capítulo 5, deparamo-nos com um conjunto de extraordinários ensinamentos, amplamente conhecidos como as Bem-Aventuranças. São bênçãos maravilhosas e recompensas espirituais e materiais àqueles que têm fome e sede de justiça e suportam perseguições por causa de Cristo.


No versículo 10, Jesus proclama: "Abençoados aqueles que são perseguidos por causa da justiça, pois o reino dos céus lhes pertence." E no versículo 11, Ele reafirma que somos abençoados quando enfrentamos injúrias e perseguições por Sua causa.


Ao nos debruçarmos sobre essas palavras, nos deparamos com questionamentos valiosos. Como é possível sermos abençoados com a promessa do reino dos céus enquanto enfrentamos perseguições? E o que dizer da promessa de herdar a terra e desfrutar de plenitude em justiça e paz? Como conciliar estas coisas?


A resposta a essa aparente contradição reside na compreensão da natureza da perseguição. A perseguição não se apresenta como um entrave eficaz ao avanço do Reino, mas, ao contrário, desempenha um papel significativo nesse processo dos planos missionários de Deus e Sua soberana providência. Eis algumas razões pelas quais a perseguição não obsta o crescimento do Reino:


1. Purificação da igreja: A perseguição age como um agente purificador, separando os que nasceram de novo dos que possuem uma fé superficial. Aqueles que  sinceramente perseveram na fé (coração puro, humilde, manso, misericordioso), enquanto os que carecem de convicção se afastam. Este processo é providencial e fortalece a igreja.


2. Expansão do Reino: Curiosamente, a perseguição frequentemente resulta na disseminação da mensagem cristã. Os crentes, diante das adversidades, buscam refúgio em novas regiões, compartilhando sua fé e ampliando a missão da igreja até os confins da terra.


3. Promessa de recompensa celestial: Mesmo em meio à perseguição mais severa, Jesus assegura recompensas celestiais aos perseverantes. Esta promessa atua como um estímulo poderoso para prosseguir na divulgação da Palavra de Deus. O grande galardão é um combustível para os corajosos missionários nos lugares mais difíceis do mundo. A promessa de paz é ampla, a promessa é de herança do Reino, da terra, do céu e fartura de justiça. 


Além disso, é fundamental entender que a perseguição é transitória e pontual, e incapaz de deter o espírito missionário dos mártires. A luz do mundo jamais se apaga e se expande sobre as trevas, a Palavra de Deus permanece inabalável, e, conforme oramos em Mateus 6:10, o Reino de Deus se estabelecerá, "que venha o Teu Reino". 


As Bem-Aventuranças em Mateus 5 não excluem a visão de expansão do Reino, mas a fortalecem. A perseguição representa uma etapa temporária na expansão do fermento que leveda toda massa, e à medida que o Reino se expande, a perseguição tende a diminuir. Mesmo que tenham ocorrido períodos de intensa perseguição, como sob regimes comunistas no século XX, isso não impediu o contínuo crescimento do Reino de Deus.


Em síntese, as Bem-Aventuranças de Mateus 5 nos recordam que a perseguição é parte integrante da história da Igreja, mas não a bloqueia. O Reino de Deus prosseguirá em seu crescimento e expansão, e as promessas de herança, plenitude em justiça e paz se concretizarão à medida que avançamos em nossa fé, confiando no Deus que reina soberanamente sobre todas as circunstâncias. Quanto mais cresce o Reino haverá menos perseguição, pois herdaremos a terra (Mt 5.5) e teremos fartura de justiça (Mt 5.6).


RM-FRASES PROTESTANTES

1.11.23

Os Solas: Uma Reflexão Sobre o Poder da Fé e a Tradição

 

Os Solas: Uma Reflexão Sobre o Poder da Fé e a Tradição


Na caminhada da vida cristã, é fundamental que compreendamos e abracemos as doutrinas que moldam nossa fé. 

Muitas vezes, as discussões em torno desses conceitos podem nos levar a uma maior compreensão e, por vezes, a mudanças de perspectiva. 

Neste artigo, exploraremos a essência dos Solas e como eles impactam nossa fé, nossa vida cristã e a maneira como nos relacionamos com a tradição.

Como os Solas se relacionam com o sobrenatural, milagres, o poder do Espírito Santo?


Somente a Escritura - A Base da Nossa Fé


O primeiro Sola, "Somente a Escritura", enfatiza a centralidade das Escrituras na fé cristã. 

A Bíblia é vista como a única fonte de doutrina e orientação espiritual. 

A crença de que a Palavra de Deus é suficiente e final é essencial para muitos cristãos. 

Ela promete curas, abundância e milagres, bem como visões, sonhos e profecias pelo Espírito Santo. 

Esta ênfase na autoridade das Escrituras é um princípio fundamental da nossa fé, que nos lembra que Deus não muda o que Ele disse, e nenhum ser humano pode subverter isso.


Somente a Fé - O Poder da Crença


O segundo Sola, "Somente a Fé", nos lembra da importância da crença em nossa vida cristã. 

Pela fé, recebemos não apenas salvação, mas curas, abundância e o poder do Espírito Santo. 

A fé é o elemento que nos conecta a Deus e nos capacita a experimentar Seu poder. 

A Bíblia nos ensina que Deus opera milagres entre aqueles que creem em Sua Palavra. 

A fé nos permite realizar os mesmos milagres e até mesmo coisas maiores, conforme Jesus nos ensinou.


Somente a Graça - O Poder da Misericórdia Divina


O terceiro Sola, "Somente a Graça", enfatiza a relação entre a graça de Deus e também o poder que opera sinais e maravilhas. Nada fica de fora da graça!

A Bíblia associa graça com grande poder. Ela nos encoraja a nos aproximarmos do trono da graça de Deus em busca de socorro. 

Essa graça não apenas nos salva, mas também nos capacita a realizar milagres e experimentar a presença do Espírito Santo em nossas vidas.

Aos nos aproximarmos ao Trono da Graça, o que pedimos ali? Salvação, perdão, curas, vitórias, prosperidade, poder, visões, profecias e toda abundância do Espírito.


Somente Cristo - O Caminho para a Salvação


O quarto Sola, "Somente Cristo", nos lembra do papel central de Jesus Cristo em nossa fé. 

Ele tomou sobre Si nossas dores e enfermidades e prometeu que faríamos os mesmos milagres que Ele fez, se pedíssemos em Seu nome. 

Ele é o único que batiza no Espírito Santo, o que inclui visões, sonhos, línguas e profecias, bem como poderes miraculosos e sinais. 

Não há outro caminho para a salvação senão por meio Dele. Que Deus nos dê todo Cristo e toda Palavra, não parcialmente conforme algumas tradições.


Glória Somente a Deus - A Finalidade dos Milagres


O último Sola, "Glória Somente a Deus", destaca que os milagres de cura e as respostas às orações trazem glória a Deus.

Tudo traz glória a Deus!

A Bíblia ensina que podemos pedir em nome de Jesus, para que Deus seja glorificado. 

Portanto, a Escritura, a fé, a graça e Cristo trabalham juntos para que Deus seja exaltado e glorificado por meio de milagres e orações atendidas.

Louvado seja Deus por seu poder!


Uma Reflexão Necessária


Percebemos a importância de refletir sobre esses princípios. É essencial que entendamos a profunda conexão entre as Solas e como elas se complementam. 

As Solas não devem ser interpretadas de maneira isolada, mas sim em conjunto, formando uma base sólida para a nossa fé.

Também nos lembra da importância de estar aberto a uma reflexão contínua e ao crescimento espiritual. 

As nossas crenças precisam ser ajustadas à luz de uma compreensão mais profunda das Escrituras e da tradição cristã.


À medida que refletimos sobre os Solas, somos lembrados de que nossa fé é dinâmica e está em constante crescimento. 

Os Solas nos convidam a buscar uma compreensão mais profunda de nossa fé e a reconhecer a interconexão de elementos fundamentais, como a Escritura, a fé, a graça e Cristo, para a glória de Deus. 

A reflexão e a humildade são fundamentais em nossa caminhada cristã. Que possamos continuar a crescer em nossa compreensão da fé e abraçar as verdades que nos são reveladas.



RM-FRASES PROTESTANTES

Texto baseado nos escritos do Vincent Cheung sobre os Solas

Os Solas da Reforma e a Berinjela do Supermercado


Você já ouviu falar sobre os Solas Reformados? Esses cinco princípios teológicos têm sido a base da fé reformada por séculos. Mas, será que eles são suficientes? Hoje, vamos explorar esses Solas e desvendar a verdade por trás deles. Vamos mergulhar no mundo das berinjelas e supermercados para entender por que os Solas Reformados podem não ser tudo TUDO você precisa.


A Berinjela do Supermercado


Imagine que você tem um supermercado local que é a sua única fonte de mantimentos. Você conhece esse lugar como a palma da sua mão, e sempre que precisar de uma berinjela suculenta, é lá que você vai. Eles têm as berinjelas mais bonitas que você já viu, mas aqui está a questão: você nunca comprou uma berinjela na sua vida. Na verdade, há tantas coisas naquele supermercado que você nunca comprou - suco de ameixa, refrigerante de uva, pipoca de micro-ondas e uma centena de outras coisas.


Agora, pense nisso: você só compraria as berinjelas lá, mas isso não significa que você as compre. Exclusivo não é exaustivo. Os Solas Reformados são como esse supermercado. Eles são o seu ponto de partida, mas não são o suficiente para sustentar toda a sua fé. Este é o ponto para pensar além dos Solas de modo seguro e benéfico para sua fé.


Os Reformados e os Solas


Muitos Reformados têm uma relação complicada com os Solas. Eles afirmam "Somente a Escritura", mas, na prática, inventam doutrinas e tradições que não estão na Bíblia e as impõem como se fossem. Isso nos faz questionar se eles realmente seguem o "Sola Scriptura". E os outros quatro Solas? Será que eles também são seguidos à risca? Alguns Reformados gostam de falar sobre eles, mas será que os praticam em sua totalidade? Questione!


Os Limites dos Solas


Aqui está a questão central: os Solas Reformados são um ponto de partida, mas não podem ser o ápice da fé. Apenas crer na Bíblia não é suficiente. -- Acreditar na Bíblia não implica necessariamente em abraçar profundamente seu conteúdo. Posso afirmar que minha fé se baseia unicamente na Bíblia, mas nunca ter realmente explorado suas páginas. Mesmo que eu coloque minha fé exclusivamente em um versículo como João 3:16, isso, por si só, não abarca toda a riqueza da Bíblia. -- Se você adora a Cristo e a Satanás, sua fé não é aceitável. Você não é um cristão verdadeiro e sua religião é falha. Então, quando você clama "Somente Cristo", isso deve ser apenas o começo.


Precisamos ir além dos slogans convenientes e mergulhar na riqueza da Escritura. A Bíblia nos ensina sobre um Cristo que cura os doentes, multiplica pães e peixes, ensina que todas as coisas são possíveis à fé, e batiza com o Espírito Santo. Mas será que muitos dos pregadores Reformados mencionam todos esses aspectos de Cristo? Ou eles focam apenas em alguns, negligenciando o restante? Eles dizem "Somente Cristo", mas será que deixam você tê-Lo plenamente?


Rejeição de Aspectos de Cristo


A verdade é que, ao recusar-se a pregar todos os aspectos de Cristo e ao distorcer aqueles que permitem, muitos Reformados acabam rejeitando a maioria dos aspectos de Cristo. Isso é mais do que uma simples omissão; é uma negação de parte de Cristo. Essa atitude é contraproducente para a fé e, de certa forma, pode ser considerada anticristã.


Em Busca da Fé Completa


Os Solas Reformados são um ponto de partida, mas não o destino final. A verdadeira fé vai além das palavras e slogans. Precisamos explorar todos os aspectos de Cristo e da Escritura para viver uma fé rica e completa. Os Reformados têm muito a oferecer, mas também precisam repensar sua abordagem e cumprir verdadeiramente os princípios que afirmam seguir. Somente então poderemos aprender e pregar toda a Escritura, recebendo e ministrando toda a graça, operando toda a fé e, finalmente, rendendo toda a glória a Deus, que Ele merece.


RM-FRASES PROTESTANTES

-- Este artigo é baseado no texto de Vincent Cheung sobre os Solas Reformados.