2.12.23

PEDRAS QUE CLAMAM PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO E A VERGONHA DO SILÊNCIO TEOLÓGICO AO DESPREZAR AS PROMESSAS DO EVANGELHO


"Eu digo a vocês", respondeu ele; "se eles se calarem, as pedras clamarão." Lucas 19.40

O cessacionismo* menospreza o amplo triunfo de Cristo na cruz (Perceba: Não menospreza o triunfo, mas o amplo triunfo; a extensão das aplicações). O silêncio e a indiferença de muitos religiosos reformados contemporâneos em relação ao poder sobrenatural do Espírito Santo podem levar as próprias pedras a clamar. A pior coisa em nossos dias é o silêncio e o desprezo da suposta elite teológica em não pregar o amplo triunfo de Cristo na cruz.


Se ninguém denuncia esse desprezo, se ninguém critica essa omissão terrível, se ninguém condena essa ignorância sombria, as pedras clamarão. Ser insensível ao amplo poder do Espírito Santo é rejeitar testemunhos de curas e milagres hoje, prometidos pela fé. É como alguém que se diz leitor e apreciador de clássicos, mas se torna insensível ao "Paraíso Perdido" de Milton, ou alguém que se diz amante das artes, mas se torna insensível ao pincel do pintor Rafael ou as esculturas de Michelangelo. Isso acontece com muitos teólogos que se tornam insensíveis à beleza sublime do Evangelho, e essa insensibilidade provocará o clamor das pedras.


Teólogos incrédulos que roubam as promessas e bênçãos das provisões materiais do Evangelho são comparados a uma ilustração antiga que diz: "os ingratos são como o mar, recebem continuamente as chuvas refrescantes do céu e transformam-nas em sal." A quem muito é dado, muito será cobrado. Os teólogos que se arvoram como conhecedores de todo o sistema de fé cristã e roubam promessas de bênçãos do Evangelho do povo são como túmulos, recebem, recebem, recebem e nunca devolvem o que recebem.


Uma das piores atitudes de incredulidade é a omissão, o silêncio, a ingratidão. Teólogos cessacionistas têm mais bibliotecas armazenadas em nuvens do que as maiores bibliotecas da história, e ser contra, rejeitar, silenciar as promessas e bênçãos do Evangelho hoje é uma vergonhosa crueldade, após receberem tanto. Há teólogos que não só receberam todas as bibliotecas do mundo, mas também bênçãos de cura, e não estão fazendo o mínimo para fazer o bem a quem estiver ao seu alcance.


O que você diria de alguém que tivesse um remédio em mãos para uma determinada doença, soubesse que habitantes de certo lugar estavam morrendo dessa doença, mas não levasse o remédio até lá ou nem ao menos comunicasse? O que você diria de alguém que, vendo seu semelhante indo beber um veneno mortal, em vez de alertá-lo, se calasse? Ao não alertar e se tornar mudo, as pedras clamariam. E Deus fará isso contra os pregadores negligentes do poder da fé.


As pedras podem pregar? As pedras podem escrever? As pedras podem viver? Lembra quando éramos inimigos de Deus, e Ele encontrou um caminho em nossos corações, fazendo-nos clamar, louvar, agradecer? Éramos por natureza duros como pedras, insensíveis como pedras, frios como pedras, mas agora somos carne, carne viva para Deus. E Ele ordena que seu povo clame, proclame como embaixadores de Cristo, mas não se orgulhe disso, não somos essenciais para que a causa do Redentor se cumpra. Não somos insubstituíveis como embaixadores; caso fôssemos, a igreja dependeria exclusivamente de nós. Se não clamarmos, as pedras clamarão. Deus tem infinitos exércitos de anjos, o governo está sobre seus ombros, Ele preenche tudo em todos; cabe a nós servir ao Reino com diligência e zelo.


Devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e, então, "todas essas coisas", que os incrédulos buscam, nos serão acrescentadas (Mt 6.33). Esse ensinamento foi dado ao povo de Deus antes de Jesus ir à cruz, antes de sua ressurreição, antes de sua ascensão aos céus e antes do derramamento do Espírito Santo em Atos. Jesus esperava que seu povo recebesse as bênçãos do Evangelho (todas essas coisas) antes mesmo da crucificação, muito mais agora, e não menos! Incrivelmente, doutores reformados se tornam obcecados por pontos teológicos, considerando-se os mais fiéis ao ensino de Cristo e os mais poderosos na apologética, e silenciam nisso!


Nosso Pai que está nos céus sabe que precisamos de todas essas coisas, e é um erro usar o esquema teológico do já/ainda não para tentar demonstrar que o Pai não quer que recebamos todas essas coisas. Nenhuma teologia tem o direito de roubar das pessoas suas necessidades óbvias de cura e provisão. O "já/ainda não" deve ser usado corretamente, não como pretexto incrédulo. Jesus já veio, já foi feito pecado por nós, para que possa já nos tornar justiça de Deus, e ainda não, por estarmos neste corpo corruptível, aguardando a plena liberdade do corpo glorificado sem pecado. Já temos e ainda não recebemos TUDO plenamente, mas já começamos a receber "todas essas coisas", e já recebemos o poder do Espírito Santo para termos acesso a maiores bênçãos do Evangelho. Jesus já levou sobre si nossas enfermidades para que possamos já ser curados, e ainda não recebemos a sã perfeição do corpo incorruptível, mas já temos "todas essas coisas" e muito mais, já que Deus derramou o Espírito Santo com poderes milagrosos.


A fé é a questão central. Devemos desejar que Deus salve, cure e abençoe, hoje, JÁ e sempre. Nenhuma teologia deve ir contra esta verdade, nenhuma teologia deve corroer a confiança do povo na Palavra de Deus, nem roubar seus recursos de bênçãos que necessitamos nesta vida, tanto para viver como para servir. Quando perdemos essas bênçãos e promessas, a tendência é nos voltarmos para a política, ciência, educação mundana para satisfazer as necessidades que são muito bem supridas no Evangelho de Jesus. Existem promessas de vitória hoje, já, pela fé, e se a vitória é só no futuro, no ainda não, então a derrota pertence ao já.


Não se deixe iludir pela teologia que projeta para o futuro as bênçãos disponíveis para nós agora. A salvação é alcançada pela fé. No entanto, como podemos afirmar ter fé se endurecemos nossos corações e recusamos ouvir a voz de Deus nas promessas evangélicas de justiça, curas, milagres, visões, sonhos e no poder do Espírito Santo? Não há outro evangelho. Deus confirmou que Jesus disse o que disse, prometendo conceder poder aos discípulos por meio da fé em Deus e no Espírito Santo, capacitando-os a realizar obras semelhantes e até maiores. Através de sinais e maravilhas, Deus mostrou que tornou possíveis esses sinais e maravilhas para nós. A salvação é alcançada exclusivamente pela fé, e essa fé está centrada no evangelho, o único que traz poderes miraculosos pelo nome de Jesus e pelo Espírito Santo, destinados a todas as gerações e "a todos quantos o Senhor, nosso Deus, chamar".


Na Bíblia, quando o Espírito Santo se manifesta em alguém, resulta em milagres e profecias. Muitos rejeitam isso e limita a atuação do Espírito no crente a um simples poder moral, que possivelmente produz santidade, perseverança e afins. "E nos últimos dias acontecerá, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e vossos velhos sonharão; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão". Em outras palavras, "Creia em Jesus para remissão de seus pecados e receberá profecias, visões, sonhos, etc." A Bíblia promete e ordena o aumento e a expansão dos poderes miraculosos. O Espírito não pode ser reduzido a uma simples influência moral, pois ele é muito mais do que isso.


RM-FRASES PROTESTANTES


* O cessacionismo é uma posição teológica que argumenta que alguns ações  espirituais do Espírito Santo mencionados no Novo Testamento, como línguas, profecias e curas miraculosas, cessaram de ocorrer na igreja após o período inicial da sua fundação.