13.6.23

O apocalipse dos robôs está próximo!

O apocalipse dos robôs está próximo!


Certamente você já ouviu falar sobre isso: a IA está chegando, está prestes a mudar tudo e a humanidade não está pronta. A inteligência artificial está passando em exames de ordem, sendo conselheiro, psicólogo e namorado virtual, plagiando provas, criando deepfakes tão reais que enganam as massas e o apocalipse dos robôs está próximo. O governo não está preparado. E nem você. Escrevem os jornais (este artigo profético é baseado nas notícias de jornal).


O fundador da Tesla, Elon Musk, o co-fundador da Apple, Steve Wozniak, e centenas de pesquisadores em IA assinaram uma carta aberta pedindo uma pausa no desenvolvimento da IA antes que ela se torne poderosa demais. Mas enquanto assinam uma carta pedindo pausa, investem um caminhão de dinheiro em novas startups de IA. Ué? Parece que está surgindo uma nova pandemia de medo, mas quem se beneficia com isso? Com certeza as empresas de IA. Tocaram a trombeta do fim do mundo e a bola da vez é a IA, a crise climática até anda meio cabisbaixa sem muitas notícias. Os alarmistas dizem que, a IA poderia rapidamente absorver toda a cultura humana, escreveram três especialistas em ética da tecnologia em um artigo de opinião no New York Times. Uma indústria caseira de  IA se manifestou no Twitter, Substack e YouTube, demonstrando o incrível potencial e poder da IA, acumulando milhões de visualizações e compartilhamentos. A lista alarmista continua. Um colunista do Times teve várias conversas com o Bing e acabou temendo pela humanidade. Um relatório do Goldman Sachs diz que a IA pode substituir 300 milhões de empregos.


A preocupação também chegou aos corredores do poder. O senador Christopher S. Murphy twittou: "O ChatGPT aprendeu sozinho a fazer química avançada. Isso não foi programado no modelo. Ninguém o programou para aprender química complexa. Ele decidiu aprender por conta própria e compartilhou seu conhecimento com qualquer pessoa que pedisse." -- "Algo está chegando. Não estamos prontos."


Claro, nada disso realmente aconteceu, mas é difícil culpar o senador. O apocalipse da IA está em toda parte agora. E é exatamente isso que a OpenAI, a empresa que mais se beneficia daqueles que acreditam que seu produto tem o poder de refazer - ou desfazer - o mundo, deseja. A OpenAI é responsável pelo serviço de IA mais falado e popular, o ChatGPT, e sua tecnologia atualmente alimenta o novo mecanismo de busca Bing da Microsoft, impulsionado pela IA, em um acordo de US$ 10 bilhões. O uso do ChatGPT-3 é gratuito, com uma opção de nível premium que garante acesso mais estável por US$ 20 por mês, e há uma variedade de serviços disponíveis para compra para atender às necessidades de geração de texto ou imagem de qualquer empresa. E este império relâmpago já nasceu ameaçado pela gigante Google que promete ter mais dados e tornar a IA gratuita.


Sam Altman, CEO da OpenAI, admitiu estar "um pouco assustado" com a tecnologia que está ajudando a construir e planeja disseminar muito medo com fins lucrativos o mais amplamente possível. O cientista-chefe da OpenAI, Ilya Sutskever, disse na semana passada: "Em algum momento, será muito fácil para alguém causar muitos danos" com os modelos que estão disponibilizando para quem estiver disposto a pagar. E um novo relatório produzido e divulgado pela empresa afirma que sua tecnologia colocará "a maioria" dos empregos em algum grau de risco de elimina. Quanto a questões de empregos realmente será um apocalipse, mas ainda não será o fim. As mudanças tecnológicas na indústria das últimas décadas mexeu incrivelmente com os empregos dos colarinhos azuis e agora com as novas mudanças a ameaça é pra cima dos colarinhos brancos, e os colarinhos que lutem por uma nova cor porque o avanço da IA não têm freio nem ré.


Vamos analisar a lógica por trás dessas declarações por um momento: por que você, um CEO ou executivo de uma empresa de tecnologia de alto nível, voltaria repetidamente ao palco público para expressar preocupação com o produto que está construindo e vendendo? Qual razão ser um profeta do caos quando sua profecia acusa sua própria empresa de ser malvada?


Resposta: Para aproveitar a estratégia de marketing baseada em profecias apocalípticas sobre o poder assustador da IA. Não há razão para assustar os clientes quando o que você está vendendo é exatamente o poder assustador que seu serviço promete.


A OpenAI tem trabalhado por anos para criar uma imagem de si mesma como uma equipe de cientistas humanitários que buscam a IA para o benefício de todos. Esse esforço permitiu que a empresa apresentasse suas declarações apocalípticas sobre a IA de forma credível e assustadora. Ela é tão humanitária que começou de graça e depois cobrou em dólar em benefício da humanidade, né? Sei...


Em 2015, a OpenAI foi fundada como uma organização de pesquisa sem fins lucrativos, com uma grande doação de Elon Musk, um notável crítico da IA, e tinha como objetivo "democratizar" a IA. A empresa cultivou uma reputação de responsabilidade e transparência em seus empreendimentos de IA, afirmando que seu objetivo era promover a inteligência digital de uma forma que beneficiasse a humanidade como um todo, sem restrições financeiras.


No entanto, em 2019, a OpenAI se tornou uma empresa com fins lucrativos, insistindo ainda em seu compromisso com a humanidade. Recentemente, a empresa anunciou que estava tornando seu código-fonte aberto privado, argumentando que seu produto era poderoso demais para cair em mãos erradas. Belo argumento, ein?


Essa transição de uma organização sem fins lucrativos para uma empresa com fins lucrativos conferiu à OpenAI uma aura de respeitabilidade e permitiu que ela divulgasse pesquisas que apontavam para a exposição generalizada a grandes modelos de linguagem (LLMs), como o ChatGPT. No entanto, críticos argumentam que essas pesquisas podem ser mais profecias autorrealizáveis do que avaliações científicas.


O objetivo final da OpenAI é gerar marketing e interesse em seu serviço "assustador", convencendo usuários a experimentá-lo. A maior parte da receita da OpenAI provavelmente virá de parcerias corporativas e negócios empresariais, ao invés de usuários individuais. As empresas são motivadas pelo medo e pela pressão competitiva a adotar tecnologias de automação, e a OpenAI busca capitalizar esse temor. Lembro que a primeira semana da popularização do ChatGPT parecia uma tecnologia alien, mas logo se percebeu que além de piada ruins o chat começou a inventar histórias e completar raciocínios com informações falsas. Na verdade estamos diante de uma tecnologia que tem enorme potencial de evolução, assim como os computadores primitivos dos anos 90. Claro, que é sensacional a velocidade da competição das empresas de IA, a coisa está se aprimorando e realiza muita coisa útil e de forma satisfatória. Mas temos que ter a percepção atual que existem dois componentes importantes para a inteligência: raciocínio e conhecimento (fontes e referências), e a programação do mecanismo de raciocínio é algo novo para o grande público, e a base de conhecimento do GPT é imensamente menor que as fontes armazenadas de conhecimento do Google. Nesta competição ainda veremos o Google morder como cachorro grande.  


A promessa da OpenAI é que empresas e indivíduos economizarão custos de mão-de-obra ao usar seus serviços de IA para gerar conteúdo, anúncios, apresentações, entre outros, de forma rápida e barata. Embora os geradores de imagem e texto da OpenAI possam ser capazes de realizar tarefas interessantes, é importante questionar se a empresa está verdadeiramente preocupada com a segurança de seu produto. Se a OpenAI estivesse genuinamente preocupada, não disponibilizaria seus modelos para acesso público generalizado. Só eu acho que é por dinheiro? Essa competição envolve empresas, governos, navegadores e programadores independentes. Quem lembrava do Bing antes de se juntar com o ChatGPT?


Esse pânico que o Altman e seu círculo OpenAI estão usando está se esgotando. Se você está genuinamente preocupado com a segurança de seu produto, se deseja seriamente ser um administrador responsável no desenvolvimento de uma ferramenta artificialmente inteligente que acredita ser ultrapoderosa, não o coloca em um mecanismo de busca onde ele pode ser acessado por bilhões de pessoas; mas aconteceu isso.


Altman argumenta que a tecnologia precisa ser lançada, neste estágio relativamente inicial, para que sua equipe possa cometer erros e lidar com possíveis abusos “enquanto as apostas são bastante baixas”. Implícito neste argumento, no entanto, está a noção de que devemos simplesmente confiar nele mesmo enquanto trabalham para atender às projeções de receita de US$ 1 bilhão no próximo ano, tudo pela humanidade...


Mas a preocupação com uma “inteligência geral artificial” todo-poderosa e o profeta incendiário tendem a obscurecer esses tipos de preocupações de curto prazo. Especialistas em ética de IA e pesquisadores como Timnit Gebru e Meredith Whittaker têm gritado para o vazio de um medo abstrato e iminente.


Existe um perigo real e legítimo de que esse material produza resultados tendenciosos ou até mesmo discriminatórios, ajude a proliferação de desinformação, avance a propriedade intelectual de artistas e muito mais, porém comparar isto com a bomba H é muita emoção ou dinheiro na conta. É perfeitamente legítimo ter medo do poder de uma nova tecnologia. Apenas saiba que a OpenAI - e todas as outras empresas de IA que querem lucrar com o marketing do medo - querem muito que você tenha medo.


Boas notícias, nenhuma IA vai matar todos nós. É um momento emocionante para a IA, com avanços significativos nas redes neurais. Temos acesso a aplicativos incríveis e há um otimismo sobre o potencial da IA. No entanto, a histeria e o medo exagerado na mídia são desnecessários. É importante abordar a IA de forma mais precisa e reconhecer os benefícios que ela traz. Há uma acumulação de frustração em relação às críticas e é bom finalmente expressar isso.


A disseminação da inteligência artificial tem gerado debates e preocupações. Enquanto alguns veem a IA como uma ferramenta revolucionária, outros têm receios sobre sua substituição de empregos e ética dos algoritmos. No entanto, a IA pode auxiliar o trabalho humano e impulsionar inovação. É crucial abordar essas preocupações com imparcialidade, transparência e responsabilidade. A privacidade e segurança dos dados também são importantes. A responsabilidade recai sobre os desenvolvedores, pesquisadores e legisladores para garantir o uso ético da IA. Com um desenvolvimento cuidadoso, a IA pode trazer benefícios significativos.


O que mais precisamos é fazer perguntas legítimas e buscar explicações corretas, a histeria emocional e a possibilidade de abuso desse fenômeno podem estabelecer um cartel e limitar a inovação de startups. Enquanto perdemos tempo com distrações e sensacionalismo sobre IA estamos deixando de focar em buscar as melhores soluções e usos. É importante manter uma visão positiva diante das mudanças diárias.


A IA está avançando rapidamente devido ao aumento da escala de dados de treinamento e do poder de computação. A combinação desses fatores com a arquitetura de redes neurais tem levado a avanços significativos. A pesquisa em IA está em constante evolução, com avanços diários ocorrendo no campo. No passado, a adoção de novas tecnologias era cara e complexa, começando com o governo, depois as grandes empresas e, por fim, os indivíduos. Hoje em dia, com a internet e os smartphones, muitas tecnologias são adotadas pelos consumidores primeiro, seguidas por empresas e, por último, pelo governo. Isso traz benefícios, como acesso mais rápido a novas tecnologias e uma maior autonomia individual. No entanto, também existem preocupações sobre segurança e restrições adequadas. Alguns argumentam que o aumento da complexidade pode levar a erros e falta de controle, mas também é possível garantir a segurança dessas tecnologias. Este é o dilema, o que não dá é pausar uma tecnologia que avança.


Apesar de potenciais problemas, há também um lado emocionante. Estamos testemunhando a criação de computadores criativos, capazes de criar arte, música, literatura e muito mais. Isso expande o campo da expressão humana e traz oportunidades comerciais significativas. A correção e a segurança são consideradas grandes oportunidades comerciais, e muitos empreendedores e engenheiros estão se dedicando a resolver esses problemas. Pode haver diferentes abordagens para equilibrar a correção e a criatividade, e daqui a dois anos, provavelmente estaremos discutindo soluções e controles para encontrar um equilíbrio. É importante lembrar que a tecnologia é uma ferramenta. As máquinas são utilizadas pelas pessoas para ampliar suas habilidades em diversas áreas, como programação, escrita e música. Ao invés de temer uma dominação das máquinas, devemos valorizar como a tecnologia aprimora nossas capacidades individuais. A evolução da IA é um vislumbre do potencial humano ampliado, mas ainda dependente das escolhas e direção que as pessoas dão a ela.


Escritores de Hollywood estão preocupados com a IA substituindo-os, mas a perspectiva é que eles podem usá-la para melhorar seu trabalho. A IA também tem o potencial de impulsionar o crescimento econômico, aumentando a produtividade e criando mais empregos. A visão de longo prazo é que a IA e os robôs poderiam suprir a força de trabalho em países com baixas taxas de natalidade. No entanto, é importante considerar as implicações e desafios éticos envolvidos nesse cenário. São muitos cenários e todos devem ser examinados caso a caso, não de modo genérico. Podem acontecer coisas negativas com IA, sim! E podem acontecer resultados positivos? Sim!


Há de fato, hoje, uma preocupação em relação à substituição do trabalho humano por máquinas, porém avanços tecnológicos podem levar a uma maior produtividade e redução de preços, criando um mundo com mais acesso a bens materiais e qualidade de vida para mais pessoas. Criar “leis secas” contra tecnologia é impulsionar um “mercado de contrabandistas”, uma regulamentação exagerada e possíveis formações de monopólios. Sem falar que, se essas empresas de IA se fecharem numa espécie de cartel as regulamentações serão direcionadas aos interesses delas e não dos usuários comuns. Monopólio nunca é bom, e governamental, pior. A IA nas mãos de mais cidadãos comuns é o medo de Estados autoritários orwellianos que exercem grande vigilância e controle do cidadão. A China tem sido bem-sucedida em emprestar dinheiro para outros países por meio do programa chamado Belt and Road. No entanto, esse empréstimo vem com requisitos, incluindo a compra e uso de tecnologia chinesa. A China planeja usar inteligência artificial (IA) internamente para controle autoritário e lançar essa abordagem para outros países, estabelecendo o modelo chinês como padrão mundial. A Europa ainda está debatendo se deve usar equipamentos de rede 5G chineses. Há uma preocupação geral de que a abordagem chinesa represente uma ameaça global, semelhante a uma nova Guerra Fria, e os Estados Unidos devem se esforçar para vencer essa batalha, é o único cachorro grande que pode morder a asa do dragão.


Em relação à inteligência artificial, existem opiniões conflitantes em Washington, DC, com algumas pessoas preocupadas em punir e regular a tecnologia dos EUA, enquanto todos concordam que a China é uma grande ameaça, mas a programação e controle adequados podem evitar cenários indesejáveis. 


A IA tem o potencial de criar desigualdades (sim e isso é ruim), mas a história da inovação mostra que as maiores empresas são aquelas que tornam a tecnologia amplamente disponível. Temos o exemplo de Elon Musk e a Tesla, o qual a empresa começou produzindo carros esportivos caros para pessoas ricas, mas depois expandiu sua linha de produtos para atingir um mercado mais amplo. Da mesma forma as empresas de IA que terão sucesso serão aquelas que buscam maximizar seu tamanho de mercado, tornando a tecnologia acessível e de baixo custo para as massas. Esta é uma tendência positiva.


É ainda importante destacar o debate público e da participação política para influenciar as políticas relacionadas à IA. Quanto mais as pessoas a se envolverem, expressarem suas opiniões, entrarem em contato com seus representantes governamentais e apoiarem políticas que promovam o acesso amplo à tecnologia, menos tendência na direção de monopólios.


O movimento de código aberto é uma forma de contribuir para a democratização da IA, permitindo que programadores projetem, treinem e usem modelos de IA livremente. A disseminação ampla da tecnologia e o envolvimento de diversas partes interessadas ajudarão a evitar o controle centralizado e a garantir que a IA beneficie mais pessoas. É isto!


RM-FRASES PROTESTANTES