9.9.24

Lucas 16:8: A Parábola do Administrador Infiel (Mais Esperto que o Diabo)


Lucas 16:8: A Parábola do Administrador Infiel (Mais Esperto que o Diabo)

“Os filhos deste mundo são mais astutos no trato entre si do que os filhos da luz”.

Lucas 16:8 é um versículo intrigante da parábola do administrador infiel, onde Jesus ensina sobre sabedoria e planejamento. O versículo diz:

 

"E louvou o senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente; porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz." – Parafraseando: E o patrão desse administrador desonesto o elogiou pela sua esperteza. E Jesus continuou: — As pessoas deste mundo são muito mais espertas (mais astutos) nos seus negócios do que as pessoas que pertencem à luz.

 

A expressão "filhos da luz" refere-se aos seguidores de Jesus, transformados pela luz da Palavra e guiados por Cristo, que é a Luz do mundo. Já os "filhos do mundo" são aqueles que vivem focados apenas no presente e nas coisas terrenas, sem preocupação com o Reino.

 

Para compreender o significado deste versículo, vamos entender o contexto da parábola:

 

Na história, um administrador injusto, prestes a ser demitido por má gestão, rapidamente reduz as dívidas dos devedores de seu senhor. Ele faz isso para garantir que, ao perder seu emprego, essas pessoas lhe ofereçam ajuda e seu mestre ainda seja grato. Surpreendentemente, o senhor elogia a esperteza do administrador, mesmo reconhecendo sua astúcia.

 

Esse elogio levanta questões sobre o que Jesus realmente quis ensinar com essa parábola. Vamos explorar algumas verdades extraídas desse versículo.

 

Elogio à Esperteza, Não à Desonestidade

 

O administrador não foi elogiado por sua falta de honestidade, mas pela sua rapidez em garantir seu próprio interesse. Jesus usa essa história para ensinar que os "filhos deste mundo" (pessoas que focam apenas nas questões materiais) muitas vezes são mais espertos em lidar com seus interesses terrenos do que os "filhos da luz" (cristãos) são com os assuntos espirituais. Que isto fique claro, esse versículo não significa que Jesus justifica ser desonesto ou injusto, mas o modo de agir, a dinâmica direcionada às coisas terrenas e deveríamos ter maior empenho nas coisas do Reino. É isto!

 

O ponto de Jesus é mostrar que, se os cristãos fossem tão estratégicos, focados, dedicados, espertos em relação às coisas do Reino de Deus quanto as pessoas do mundo são com suas questões terrenas, muito mais poderia ser realizado. Isso é um alerta para quem faz as coisas do Reino de qualquer jeito.

 

Sabedoria e Planejamento

 

A parábola enfatiza a importância de antecipar problemas e planejar soluções. Embora o administrador tenha agido de modo astuto, sua prudência em garantir seu futuro foi elogiada. Jesus não defende a imoralidade da ação (e nem há clareza se houve de fato um crime – talvez a agiotagem e juros), mas ressalta a necessidade de usar sabedoria para planejar o futuro.

 

Da mesma forma, os cristãos devem ser sábios e estratégicos, não para acumular riquezas materiais, mas para investir em tesouros espirituais, utilizando sabiamente os recursos que Deus lhes deu para o Reino, para as missões, para o sustento e ajuda de missionários, ministérios, projetos para o Reino.

 

Os Filhos Deste Mundo Versus os Filhos da Luz

 

Jesus compara os filhos deste mundo, que são pragmáticos e estratégicos em garantir seus interesses, com os filhos da luz, que muitas vezes não aplicam a mesma sabedoria em suas vidas espirituais. Essa comparação é um convite para que os cristãos sejam mais ativos e diligentes em seu trabalho no Reino de Deus. Faça o seu melhor, dê o seu melhor, para o Senhor.

 

A Visão de Longo Prazo

 

A parábola destaca a importância de pensar no longo prazo. Jesus não está justificando a desonestidade, mas incentivando Seus seguidores a usar sabiamente os recursos temporais, como dinheiro e influência, para acumular tesouros espirituais.

 

Assim como o administrador usou sua posição para garantir seu futuro imediato, os cristãos devem usar seus recursos para promover o bem, ajudar o próximo e avançar os propósitos do Reino de Deus. Não para ganhos egoístas (como fazem os mercenários da fé), mas para os propósitos de Deus. Jesus nos chama a administrar com diligência os recursos que Ele nos confiou, garantindo não apenas nosso bem-estar terreno, prosperidade, mas também para o Reino. Como filhos da luz, somos chamados a agir com sabedoria e cuidado, utilizando nossas oportunidades para promover o Reino de Deus e acumular tesouros eternos.

 

A ideia central é que muitas pessoas desperdiçam os recursos de Deus por meio da infidelidade. O senhor da parábola elogia a ousadia do administrador, mas não deixa claro se a redução das dívidas era legítima ou não.

 

Uma das lições principais é que o esforço e a dedicação que os filhos do mundo aplicam em seus interesses terrenos muitas vezes faltam aos filhos da luz em seu trabalho para o Reino de Deus. O administrador usou sua esperteza, fez um "feirão de dívidas", removendo juros e concedendo descontos, não para seu próprio benefício diretamente, mas para agradar seu senhor, e ao mesmo tempo criando condições favoráveis a si mesmo.

 

Embora o mundo frequentemente use sua astúcia para interesses egoístas, os seguidores de Jesus são chamados a utilizar seus talentos e recursos para o Reino de Deus, que é a verdadeira riqueza. Que possamos usar nosso tempo, nosso talento, nosso dinheiro e energia no Reino.


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