Equidem, ex omnibus rebus, quas mihi aut Fortuna aut Natura tribuit, nihil habeo quod cum amicitia Scipionis possum, comparare. (Na verdade, dentre todas as dádivas que a Fortuna ou a Natureza me concedem, não possuo nada que possa ser equiparado à amizade de Cipião).
CÍCERO
O Livro de Rute 1.16-17 apresenta uma das passagens mais belas sobre lealdade e amizade entre Rute e Noemi.
Isso disse Noemi: "Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses; volta também tu após tua cunhada." Respondeu, porém, Rute: "Não insistas para que te abandone, e deixe de seguir-te; pois, aonde quer que tu fores, irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei; o teu povo será o meu povo, e o teu Deus será o meu Deus."
Hugh Black, teólogo escocês nascido em 1868, ordenado em 1891, doutor em Yale e Princeton, pastor congregacional e autor de vários livros, destacou-se, especialmente, por sua obra de 1898 intitulada "Amizade". William Robertson Nicoll afirmou sobre este livro que, embora escrito de forma simples, é resultado de pensamentos e experiências reais. Recomendar este livro aos jovens é proporcionar-lhes um tesouro de ouro e um impacto poderoso em suas vidas futuras. Além disso, observou que o tema da "amizade" é subestimado nos dias atuais, em comparação com tempos passados. Embora se fale, hoje, abundantemente sobre casamento e comunhão com Deus, a necessidade de abordar o tema da amizade permanece premente.
Outro comentarista da obra de Hugh Black, Trumbull, argumentou que a amizade deve ser valorizada pelo que ela é, não pelo que pode ser obtido por meio dela. Quando duas pessoas se respeitam mutuamente, semelhante a terem a outra por conveniência, não são verdadeiras amigas, mas apenas colegas, conhecidas ou signatárias de um "contrato" social. Tornam-se meramente companheiras de circunstância. A busca de amigos com base na utilidade é uma das ações mais fúteis da vida, assemelhando-se à tentativa de encontrar um tesouro no final de um arco-íris. Um verdadeiro amigo é sempre útil no sentido mais elevado. Erra quem encara a amizade como uma fraternidade de benefício mútuo, com suas exigências de reciprocidade, cobranças e suspensão por falta.
Edmund Spencer, ao abordar o tema da "amizade" em seu poema "A Rainha das Fadas", delineia o conceito de uma amizade verdadeira e duradoura. No poema, ele explora diferentes tipos de amizades, destacando aquelas que nascem de um compromisso sincero do coração. Utilizando exemplos históricos e mitológicos, Spencer ressalta a nobreza dessas amizades, como as de Hércules e Hylas, Jônatas e Davi, Teseu e Pirithous, Damon e Pythias. São amizades fundamentadas na virtude e no zelo, capazes de resistir a desafios e dificuldades, transcendo o tempo e a história, persistindo na eterna memória. As amizades, segundo o poema, são imortais.
No universo poético de Spencer, os amigos-irmãos são unidos pelo coração, compartilhando intenções e propósitos com sinceridade, afastando-se de falsidades e adulações. Possuem um fogo no espírito, pensamentos corajosos e ações nobres, desprovidos de orgulho, e mesmo a morte não consegue separá-los.
Em sua reflexão sobre "O Milagre da Amizade", Spencer retrata a alma de um homem como um fragmento de um todo maior, em busca de outras almas para alcançar plenitude. Na jornada da vida, repleta de aspirações não realizadas, a verdadeira completude é encontrada no amor de uma esposa, de filhos, de netos, de irmãos e de Deus. Muitas vezes, tentamos preencher esses vazios com outras esperanças e ambições, mas Spencer destaca que todo sucesso mundano é um fracasso sem verdadeiras amizades.
A amizade genuína, segundo Spencer, não é apenas um devaneio da juventude; é uma realidade, apesar do egoísmo que parece permear a nossa existência. Ele ressalta que uma amizade nobre e desinteressada é possível, fazendo parte do reino do amor. Embora o homem natural seja autocentrado, Spencer sugere que mesmo nesse estado, há momentos em que o egoísta pode renunciar a si mesmo e conectar seu coração à vida de outros. Essa descoberta gera grande alegria, revelando que a vida tem significado para outra pessoa e estabelecendo uma reciprocidade que, embora milagrosa, pode acontecer.
Devemos combater o cinismo
Uma pessoa cínica é alguém que demonstra uma atitude de desconfiança ou descrença em relação às intenções e motivações dos outros. O cinismo pode se manifestar como uma visão crítica ou desdenhosa em relação à sinceridade, honestidade e virtudes em geral. Indivíduos cínicos tendem a acreditar que as pessoas agem principalmente por interesses próprios e são motivadas pelo egoísmo ou ganho pessoal. A pessoa cínica muitas vezes expressa descrença em relação a ideais nobres, valores éticos ou boas intenções, podendo ser sarcástica ou irônica ao abordar esses temas.
O cinismo pode surgir como uma defesa contra decepções passadas ou como uma resposta a experiências que levaram a uma visão mais desconfiada do mundo e das relações interpessoais. Pessoas cínicas podem ter dificuldade em confiar nas boas intenções dos outros e podem ser vistas como pessimistas ou desencorajadoras. A pessoa cínica pode afirmar que o sentimento de amizade é obsoleto e apresentar diversas justificativas para confirmar essa perspectiva.
De fato, à primeira vista, ao compararmos o tema hoje com o passado, poderíamos argumentar que o sentimento de amizade está se tornando obsoleto. O tema da amizade está profundamente presente nas obras de filósofos como Platão, Aristóteles, Epicteto, Cícero e Montaigne. Em muitos antigos sistemas de filosofia, a amizade era tratada como parte essencial do sistema.
Para os estoicos, a amizade era uma ocasião abençoada para demonstrar nobreza e virtudes mentais. Os epicuristas, por sua vez, consideravam a amizade como o mais refinado dos prazeres que tornariam a vida valiosa. Em sua obra "Ética a Nicômaco", Aristóteles dedica dois dos dez livros para discutir a amizade, destacando-a como um elo temático entre seu tratado de ética e política. Para ele, a amizade não é apenas algo belo e nobre para o homem, mas também o ideal para indivíduos e Estados, pois cidadãos que são amigos contribuem para uma sociedade mais justa. A amizade, segundo Aristóteles, é a flor da ética e a raiz da política. Platão, por sua vez, também eleva a amizade ao ideal do Estado, onde há interesses comuns e confiança mútua. A mitologia clássica está repleta de exemplos de grandes amizades, quase como uma religião na antiguidade.
A ética cristã frequentemente negligencia a importância da amizade filosófica ao dar ênfase ao ideal cristão de amor. Mas, uma coisa não deveria anular a outra. Talvez os ideais contemporâneos sejam mais amplos e impessoais, afetando todas as relações, desde o casamento até a sociedade mais abrangente chamada de Estado. Essa influência se estende até mesmo à religião, no bom sentido do termo tão desgastado. A ênfase na religião individual e subjetiva pode transformar a comunhão espiritual com Deus em algo que anula a comunhão com irmãos, tornando o homem menos dependente das relações humanas. Em nome de uma suposta espiritualidade, alguns se isolam da sociedade.
Apesar do nosso tempo, a amizade não é um sentimento obsoleto. É tão verdade agora como no tempo de Aristóteles que ninguém desejaria viver sem amigos, desde que tivesse todas as outras coisas boas da vida. A amizade é algo necessário para a nossa vida no seu sentido mais amplo. Zombar do sentimento de amizade, descartá-la ou negligenciá-la é um erro e um perigo, pois pode gerar auto-indulgência cínica e degradada.
É possível hoje, como sempre, viver uma amizade generosa que se esquece de si mesma. A história da vida do coração do homem prova isso. Quantos registros temos disso na literatura de todos os países! Porventura, por um homem bom, os homens até ousaram morrer. A humanidade foi premiada por incontáveis atos de heroísmos silenciosos, pelo serviço altruísta e pelo amor sacrificado. Cristo, que sempre assumiu a posição mais elevada entre os homens, nunca rebaixou a capacidade do homem para o que é nobre, Ele fez do ponto alto da amizade humana o padrão de Sua própria vida: "Ninguém tem maior amor do que este, que alguém dê a sua vida pelos seus amigos." Este limite máximo foi frequentemente alcançado por muitos homens, mas em especial por Cristo, que deu sua vida não só por amigos mas por inimigos.
Historicamente, muitos homens entregaram-se uns aos outros, sem nada a ganhar, sem interesse próprio a servir e sem reter parte do preço. É algo negativo para a história humana basear a vida no egoísmo, deixar de fora da lista dos grandes propósitos humanos os mais elevados de todos, entre eles, a amizade. O milagre da amizade tem sido realizado com demasiada frequência nesta nossa terra monótona, neste mundo caído, para que não possamos duvidar de sua possibilidade ou de sua beleza maravilhosa.
Verdadeira amizade
Um exemplo clássico que representa amizade é o de Davi e Jonatas, uma história que alguns tentam deturpar e inserir perversão. Esta amizade é proverbial, uma proximidade maior que parentesco e sangue, uma afinidade eletiva de identidade e pertencimento, sem inveja, sem ciúmes, sem competição, mas com grande contentamento e transparência. O dom da verdadeira amizade não se compra nem se vende. A amizade verdadeira suaviza os momentos difíceis e tempera os dias de prosperidade. Quando Jonatas morreu, o coração enlutado de Davi declarou profunda angústia e afirmou que este amor do reino da amizade superava incrivelmente o amor do casamento. Para alguns, essa declaração pode ser interpretada como um amor efeminado de Davi por Jonatas, mas se assim fosse, além de transgredir a lei (como ele fez ao matar um inocente por causa de adultério), seria uma idolatria que colocaria esse "amor" acima não apenas do amor no casamento, mas também do amor a Deus. Isso seria uma terrível apostasia, digna de grande arrependimento e registro de lamentos nos Salmos.
Quando Montaigne redigiu seu ensaio sobre a amizade, ele não fez apenas um relato da história de seu amigo. Ele compartilhou a alegria e o privilégio de ter um amigo tão especial, assim como a intensa tristeza ao perdê-lo. Escrever sobre a amizade é, para Montaigne, abrir um capítulo de seu próprio coração. Muitas amizades verdadeiras surgem sem esforço ou escolha; é um milagre que simplesmente acontece. Montaigne expressou, em outras palavras, que se alguém o questionasse sobre por que amava seu amigo, sua resposta seria simples: porque ele era ele, porque eu era eu mesmo. Apenas quatro anos de uma amizade verdadeira foram suficientes para fazer com que Montaigne considerasse sua vida um imenso tédio após a perda do amigo.
A alegria da amizade verdadeira é fruto da comunhão de corações, transcendendo não apenas a celebração em conjunto e o compartilhar de refeições, mas incorporando um propósito profundo. O bem maior não se resume à risadagem, mas à camaradagem. O propósito de compartilhar é se alegrar, obviamente, mas o bem maior reside no processo, na jornada, não no cume da montanha. Somente o amor é capaz de proporcionar essa visão.
A amizade verdadeira vai além da mera simpatia; ela se estabelece na empatia, no ato de se colocar no lugar do outro, de se alegrar e chorar juntos. Ser um mero espectador desinteressado de uma história impede que vivamos, por um momento, a vida do personagem. Sem um interesse genuíno na vida que observamos, jamais alcançaremos uma compreensão verdadeira dela.
Dom inestimável de Deus
Considerada um presente de Deus, a amizade verdadeira é um dom inestimável que nos permite enxergar com o coração, não apenas com os olhos. A simples possibilidade de existir uma amizade verdadeira é motivo de fé e esperança. Ser cínico é, portanto, uma ofensa à própria existência da amizade.
Certo dia, ouvi de um pastor pessimista que, na comunhão entre irmãos, alguém inevitavelmente decepcionará e trairá. Embora possa haver verdades nessa afirmação, transformá-la em regra é uma atitude insensata e cínica. No mundo, é possível encontrar amizades sinceras, não necessariamente perfeitas, mas relações leais, sinceras e fiéis entre pessoas imperfeitas, entre pecadores. A base desse pastor para tal visão é que até Jesus foi traído, portanto, segundo ele, não existem amizades sinceras, e devemos desconfiar de todos, nunca sendo totalmente transparentes e confiáveis. Essa abordagem, quando aplicada de maneira justa, seria equivalente a dizer que ninguém deve confiar em ninguém porque todos são mentirosos, inclusive aquele que faz tal afirmação, tornando-se alguém não digno de confiança.
Algumas pessoas, ao se decepcionarem, transformam isso em uma regra de vida. Sim, Jesus foi traído por um discípulo, mas e quanto ao amor e amizade com os outros onze apóstolos, com Lázaro e tantos outros? Duvidar da existência de amizade verdadeira é duvidar dos dons de Deus. Apesar de enganos, desilusões, falsas comunicações, egoísmo e interesses próprios, e mesmo diante da crueldade insensível, devemos manter a mente limpa, clara tendo fé nas possibilidades. Aquele que endurece o coração não acredita verdadeiramente na virtude e, em algum momento, irá enganar alguém em vez de ser enganado. O grande milagre da amizade, com toda a sua beleza, pode não ser presenciado ou experimentado, mas podemos crer nele. Conhecer isso é um presente maravilhoso. Não seja incrédulo quanto à verdadeira amizade!
Aristóteles define a amizade como uma alma habitando dois corpos, uma conexão inexplicável e inegável. Essa amizade, conforme descrita por Aristóteles, não deixou de existir desde a sua época e nem começou com o filósofo. O cínico é alguém ressentido, que não reconhece a existência de monumentos à amizade, como "Lycidas", de Milton, e "In Memoriam", de Tennyson.
"Lycidas" é um poema de John Milton, um dos principais poetas do século XVII, escrito em memória de Edward King, um amigo que se afogou em 1637. O poema lamenta a morte prematura de King e aborda temas como a amizade, transitoriedade da vida, a efemeridade da fama e a consolação na fé cristã. "In Memoriam" é um poema de Alfred Lord Tennyson, poeta da era vitoriana. Escrito em memória de Arthur Henry Hallam, amigo íntimo de Tennyson que morreu jovem em 1833, o poema aborda temas como amizade, luto, dúvida, fé, evolução e reflexões sobre a natureza mutável do tempo e da vida. Tennyson escreveu "In Memoriam" ao longo de muitos anos, refletindo sobre suas próprias experiências e os desenvolvimentos científicos, filosóficos e sociais da época. Ambos os poemas, "Lycidas" e "In Memoriam", são expressões emotivas de luto e reflexões sobre a mortalidade, escritos em homenagem a amigos queridos.
Uma característica poderosa nos escritos de Rudyard Kipling é a amizade entre soldados comuns. Mesmo que muitos fossem inferiores em educação, moral ou religião, a amizade entre eles se destaca como a força mais importante da vida, transformando-os às vezes em heróis. Quantas histórias de amizade e lealdade encontramos nos relatos dos heróis de guerra? Em alguns casos, a lealdade mútua parece ser a única coisa que realmente importa. Mesmo sendo pessoas simples e comuns, a forte ligação entre eles é difícil de quebrar, assemelhando-se a um cordão triplo que não se rompe facilmente. A amizade e a lealdade são o que os salvam de serem completamente comuns, segundo Kipling.
Walt Whitman compartilha uma visão semelhante sobre a importância da amizade na vida cotidiana, expressando um assombro adicional diante do milagre que ela representa. Ele é conhecido como o poeta dos amigos, dedicando mais de sua obra à canção da camaradagem do que a qualquer outro tema. Whitman constantemente retorna ao tema do amor duradouro entre amigos, sendo o mistério e a beleza desse vínculo algo que o impressiona profundamente. Apesar do materialismo predominante em nossa sociedade, acredita-se que o aspecto espiritual da vida é o mais significativo, trazendo a única alegria verdadeira. A essência da amizade é espiritual, manifestando-se como um fluxo livre e espontâneo do coração, uma dádiva do generoso Doador.
Amigos nascem, não são feitos. Algumas amizades crescem e amadurecem lentamente com o passar dos anos. Não conseguimos dizer onde começam ou como iniciam. As pessoas tornam-se parte de nossas vidas, e as aceitamos com contentamento, alegria e confiança. Em certas companhias, ficamos descansados e inspirados, criativos e relaxados, sendo compreendidos facilmente. As amizades são testadas e corrigidas pelas provações dos anos. Às vezes, encontramos companheiros de jornada e achamos que descobrimos um irmão espiritual, apenas para perceber com o tempo que era apenas um impulso emocional. Uma pessoa de temperamento sociável, amigável, receptiva facilmente é confundida com amizade verdadeira, um equívoco instintivo na sociedade. Mas, a verdadeira amizade vai além desses atributos superficiais.
A predestinação da amizade
Particularmente, aprecio esta definição: Amizade é uma espécie de relacionamento espiritual predestinado. É o caminho da Providência de Deus que conduz ao dom da verdadeira amizade, podendo ter nascido de várias formas, consolidando-se ao longo do tempo, na infância, na adolescência, na juventude, por uma súbita simpatia ou algum elemento de necessidade. É quando uma pessoa encontra seu destino em comunhão com outra e ambas falam a verdade. Pode se desenvolver gradualmente ou ocorrer num despertar, algo que nunca entra apressadamente e nunca descansa; assemelha-se bastante à perseverança que Cristo tem com os seus. Em uma perspectiva, a fé implica o reconhecimento da inevitabilidade da providência; quando entendida e aceita, traz um consolo poderoso à vida. Sentimos que estamos sob a orientação de um Amor que guia nossos caminhos, e esse entendimento traz serenidade e paz. Aceitamos a inevitabilidade da amizade com gratidão, assim como aceitamos o inevitável nascimento. Esses milagres são raros, mas esperados e, se estivessem ausentes da vida humana, seria difícil acreditar no amor de Deus.
O mundo pode pensar que idealizamos nosso amigo e nos diz cinicamente que o amor é cego. Não é assim; o amor enxerga e penetra no coração. Se perguntarmos a um homem o que ele vê em seu amigo, podemos obter como resposta uma virtude como a Humildade, e não seu orgulho. Porém, o amigo enxerga ambas, vendo coisas que não tem permissão de testemunhar. Ele pode perceber que sob uma máscara pode haver não apenas algo negativo, mas um bom coração, um caráter justo. Os amigos verdadeiros têm o dom de ver o melhor e o pior em nós, e por esse motivo, podem extrair de nós o melhor.
A grande dificuldade neste assunto é que na relação de amizade, é difícil encontrar o equilíbrio da união. Para isso, ambas as partes devem dar mais e receber menos, com contentamento. Uma das coisas mais humilhantes na vida é quando outra pessoa parece oferecer generosamente sua amizade, e não conseguimos responder. Por isso, nas Escrituras, é revelado que o amor de Deus nos constrange. O padrão de Deus é altíssimo e impossível de atingir em níveis humanos e horizontais, mas mesmo por nossos padrões egoístas, precisamos corresponder próximo a uma margem de equilíbrio, sem a qual não haverá amizade verdadeira. A dificuldade surge de nossos padrões egoístas comuns. Dada a escolha, a maioria das pessoas optaria por ser amada em vez de amar, se tivesse que escolher apenas uma alternativa. Essa inclinação tem origem na raiz egoísta da natureza humana, que nos faz acreditar que a verdadeira felicidade está na posse. Mas, a verdadeira glória da vida está em amar, não em ser amado; em dar, não em receber; em servir, não em ser servido. O ganho é para o outro, e a perda é para nós.
RM-FRASES PROTESTANTES
Baseado no capítulo I do livro: “Amizade”, de Hugh Black, publicado pelo Project Gutenberg
https://www.gutenberg.org/cache/epub/20861/pg20861-images.html