O PROBLEMA NÃO É O DINHEIRO, MAS A DISTORÇÃO DA TEOLOGIA DA
PROSPERIDADE
O problema da teologia da prosperidade não é o dinheiro em
si, não é a riqueza em si, mas a ganância, ambição, cobiça em ter cada vez mais
para si. Há pessoas ricas que possuem sabedoria e uma vida de equilíbrio para
não corromper sua ética. A teologia da prosperidade é uma dose de veneno mortal
numa taça de ouro servido numa bandeja de prata, é sedutor, mas é mortal.
Os comerciantes do cristianismo querem que você acredite que
ou não se pode falar em dinheiro de modo nenhum ou tem que falar sobre dinheiro
como eles falam. Aqui está a sutileza da mentira, pois a Bíblia não condena o
dinheiro, o QUANTO você tem, mas COMO você usa. O problema não é o dinheiro,
mas a ATITUDE para com ele.
“Poucas coisas testam mais profundamente a espiritualidade
de uma pessoa do que a maneira como ela usa o dinheiro”, escreveu J. Blanchard.
Não é errado querer segurança e conforto que o dinheiro pode trazer, mas a
ostentação, a cobiça, a avareza, a falta de contentamento e outros tópicos
relacionados são os problemas. Nem todos os ricos são ardilosos e maus. O
alerta bíblico é contra o desejo cobiçoso de ficar rico. O dinheiro não é a
raiz de todo mal, mas o AMOR PELO DINHEIRO é a raiz de todo mal. Se você faz do
dinheiro seu amor, os outros valores irão se perder.
Não há problema em trabalhar honestamente e dar o máximo
para buscar realizações materiais. Produtividade e criação de riquezas não são
problemas em si. A independência financeira pode oferecer muitas oportunidades
de ajudar os mais necessitados.
A verdade bíblica é clara como a luz do sol, mas alguém pode
"apagar" o sol se colocar uma moeda bem perto do olho. Os comerciantes
da fé superenfatizam o ganho material como sinal de benção de Deus. Mas a
Bíblia faz alerta quanto ao desejo cobiçoso.
Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e
em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição
e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa
cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas
dores. -- 1 Timóteo 6.9,10
Esta verdade combate o desejo excessivo de ficar rico e
também o oposto, a pobreza voluntária do ascetismo religioso. Não há virtude na
pobreza em si. Deus deu ao homem capacidade para dominar a natureza, a
criatividade, a produtividade do trabalho. E renunciar esta potencialidade
humana em nome de uma religiosidade é o polo extremo do desejo ansioso de ficar
rico. Não há virtude na miséria.
Você ora o Pai Nosso? Já repetiu quantas vezes: “Não nos
deixe cair em tentação?" E o Apóstolo Paulo afirma que o desejo obcecado
por ficar rico é cair em tentação.
Além de ser uma tentação, a Bíblia diz que é uma ARMADILHA. Esse
desejo é considerado uma TOLA E DOLOROSA PAIXÃO, que AFOGAM as pessoas por sua
ganância. Leva a DESTRUIÇÃO E PERDIÇÃO. O problema é a paixão egoísta; o mal da
cobiça.
Matthew Henry escreveu que: "Aqueles que fazem um
comércio do cristianismo serão decepcionados". Os mercadores da fé despertam
o amor ao dinheiro, este é o mal. O dinheiro é muito importante na sociedade,
mas não só o dinheiro, o tempo, a vida. Como estamos gastando nosso tempo? Como
usamos nosso dinheiro? Isto diz muito quem é o nosso Senhor. Como estamos
gastando nossa vida? Estas perguntas são fundamentais para o crescimento
espiritual. A fé cristã afeta todas as área da vida humana, e afeta também o
modo de uso do dinheiro.
O cristão não deve ser um ingênuo, mas simples e astuto. A
Bíblia exorta o cristão à prudência, sobriedade, sabedoria, justiça, ao
contentamento com a Providência sobre sua vida, a não amar o dinheiro, não se
entregar à ambição, cobiça, ao uso do discernimento para não ignorar os
desígnios do Inimigo (cf. 2 Co 2.11). Deus exorta e alerta de muitas
maneiras: "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males;
e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com
muitas dores". (1 Tm 6.10).
A ganância pelo lucro não é nada menos do que a deificação
do eu, e, se nossa mente estiver fixada em acumular riquezas, tornamo-nos
idólatras. -- J. Blanchard