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Lutero afixando as suas teses publicamente. |
Em 2017 será o ano comemorativo dos 500 anos da Reforma
Protestante. Todo livro de história relata que Martinho Lutero rompeu com a
Igreja Católica Romana em 1517 e que o protestantismo nasceu aí, que foi um
movimento no qual a Igreja Ocidental se dividiu entre Protestantes e Católicos,
mas esta ruptura foi reflexo de uma ruptura maior que aconteceu no contexto do
século XVI, as estruturas sociais e tradicionais da época estavam em plena
mudança e transformação. E estas devem ser entendidas para uma melhor
compreensão da Reforma Protestante. Lutero era um homem do seu tempo, e para
entender melhor o seu impacto na época, e através desses 500 anos, é preciso se
aproximar mais do contexto histórico da Reforma.
A Reforma Protestante é um conjunto de eventos que envolvem um
movimento gradual de secularização da sociedade. Desde então se fragmentou,
havendo logo de início uma divisão entre Luteranos e Reformados. Embora ambos
tenham direcionado um poderoso foco teológico trazendo luz para dois grandes
temas importantes da História da Igreja – Cristo Jesus (Cristologia) e a importância das Escrituras Sagradas como
autoridade máxima, acima da Igreja e da Tradição –, a Reforma foi
um movimento da PALAVRA. Apesar de tantas controvérsias ao longo dos séculos
sobre as motivações da Reforma, podemos afirmar que uma ampla força, sem
dúvida, foi teológica. A
indignação de Lutero era primariamente teológica, depois, logo a seguir, moral
(a corrupção do clero romano). Quando os papistas começaram a vender
“livramento do purgatório”, estavam barganhando a graça de Deus e
desvalorizando a morte de Cristo. Lutero não admitia que a graça de Deus se
transformasse numa troca financeira. Este foi o ponto de partida. E os debates
gerados a partir daí trouxeram a
centralidade de Cristo para o recém-nascido movimento da Reforma
Protestante. A graça de Deus em Cristo dominou toda teologia, catecismos,
literatura e liturgias da época. E também dominou toda comunicação do Evangelho
aos leigos. A grande teologia de Lutero foi a Teologia da Cruz, o Cristo crucificado no Calvário. Enquanto
o Romanismo obscurecia o entendimento do povo com suas missas em latim,
confessionários, penitências e indulgências.
Podemos dizer que Lutero foi um grande homem de Deus? Sim. Que
cometeu grandes erros (também!), mas que foi um gigante pelo “simples” fato
de colocar Cristo no centro de
toda produção da Reforma Protestante. Não só Lutero, mas todos os
Reformadores da época foram corajosos em atacar os abusos eclesiásticos,
teológicos e morais do seu tempo, e guiar o povo para Cristo Jesus, em
linguagem comum da sua região (não em latim!). Muitos pagaram o preço com a
própria vida.
Por que Lutero não sofreu o martírio como outros anteriores a ele?
Uma explicação teológica: Porque Deus como o Senhor da História preparou todo o cenário para a Reforma e preservou
sua vida. A Reforma incorpora muitos elementos: teológicos, políticos,
sociais, culturais e econômicos. É preciso tentar se aproximar de alguns desses
fatores para entender melhor. O Deus dos Reformadores é o Deus Soberano que
controla todas as coisas, e este Deus ofereceu bases sólidas para que homens
escolhidos influenciassem a Igreja no sentido de trazer Cristo Jesus para o centro da vida religiosa do seu tempo.
Neste período destacam-se os seguintes aspectos contextuais da
Reforma:
A CRISE DO SISTEMA FEUDAL
Entre os séculos XIV e XVI, no final da Idade Média, uma das mais
marcantes transformações foi a
crise do feudalismo. O feudalismo era um sistema econômico, político e
social fundamentado na propriedade sobre a terra. Esta pertencia ao senhor
feudal que cedia uma porção dessa terra ao vassalo em troca de serviços
ocasionando uma relação de dependência. Era uma época de grandes senhores de
terras e servos, e a Igreja Católica era mais poderosa do que em qualquer
época, pois possuía muitas terras. Some-se isso à ascendência da burguesia
protagonista conquistando o espaço deixado pela crise feudal e aos
acontecimentos revolucionários que antecederam os séculos XV e XVI, como por
exemplo, a dizimação de populações por causa de doenças como a Peste Negra. Uma pandemia de peste
bubônica que assolou a Europa durante o século XIV e dizimou milhões de pessoas
(mais ou menos um terço da população europeia).
Além disso, a última guerra feudal também contribuiu para
agravar o quadro da crise feudal. Conhecida como a Guerra dos Cem Anos, foi um dos maiores conflitos da Idade Média,
que envolveu duas das principais potências europeias: França e Inglaterra.
Apesar do nome, durou mais de um século, pois começou em 1337 e terminou em
1453. Além disso, a guerra não foi um confronto ininterrupto, mas uma série de
disputas permeadas por várias batalhas. A guerra dos Cem Anos atravessou eras,
ultrapassou o fim da Idade Média e o começo do período moderno. A luta
colaborou também para formação dos
estados modernos europeus e a queda do feudalismo. Como
consequência natural de guerra veio a fome (que também foi ocasionada pela
estagnação das técnicas agrícolas aliada ao crescimento excessivo da
população), e depois a Europa foi assolada com a peste, que dizimou um terço de
sua população, já bastante debilitada pela fome.
O homem religioso da Idade Média não encontrava respostas para o
sofrimento, e o que o poder papal oferecia era sobrecarregar o homem com culpa
e medo. O que poderia salvar o homem medieval das desgraças e juízo divino?
(esta era a angústia de Lutero): Mais e mais confissões aos sacerdotes e
indulgências. Esta percepção criou um tipo de indústria religiosa: Por ignorância
achava-se que se podia comprar sua salvação através das indulgências, cargos
eclesiásticos, imagens de esculturas e relíquias. Neste cenário de abusos
religiosos Lutero rompeu com a Igreja Católica.
A EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL, DESCOBERTA DO
NOVO MUNDO E ABSOLUTISMO
A expansão marítima dos
séculos anteriores, que levou à Descoberta
do Novo Mundo, principalmente por Portugal e Espanha (posteriormente
vieram a hegemonia da Holanda, França e Inglaterra). Encaminhou-se a uma expansão comercial que trouxe à cena uma
burguesia forte e uma economia mais urbana, nascendo então, aos poucos, os
mercados nacionais libertos dos obstáculos do sistema feudal. A burguesia então
favorecia e se aliava aos reis para combater economicamente a poderosa nobreza
feudal ligada a Igreja Católica Romana.
A crescente riqueza burguesa enfraqueceu progressivamente a
nobreza feudal. Com esta tendência se fortaleceu o Absolutismo (a concentração de maiores poderes nas mãos dos
reis). Era interessante para a burguesia apoiar os reis politica e
economicamente, e ideologicamente ela legislava e desenvolvia a ideia
política-administrativa-constitucional do Estado Nacional Moderno, sendo que no campo ideológico os reis se
fortaleciam pela teorização religiosa de que o rei recebia seus poderes pela
“graça divina”. Esta “graça” é o traço marcante da monarquia absoluta de direito divino e aí começa a
fragmentação do poder da Igreja católica Romana. A reação do poder papal foi a
Imposição da Inquisição, mas isto fortaleceu a Reforma porque esta
encontrava-se fortalecida pelo Estado Nacional, pelos nobres protestantes e a
burguesia.
A burguesia era fortemente ligada ao comércio e apoiava em parte a
centralização do poder real para proteger seus interesses, já a nobreza feudal
se enfraquecia cada vez mais com guerras para manter seus territórios. O
esgotamento das reservas minerais abalou a produção de moedas afetando
inevitavelmente as operações bancárias e o comércio, isto enfraqueceu mais
ainda o sistema feudal e fortaleceu a necessidade de transformações
socioeconômicas e políticas na Europa Ocidental.
A monarquia absoluta foi
fundamentada por teóricos religiosos e não-religiosos pelos séculos XVI e XVII,
como por exemplo com: Nicolau Maquiavel (1469-1527), Thomas Hobbes (1588-1679),
entre outros menos famosos. Os pensadores posteriores que defendiam o direito
divino dos reis que se destacam são: Le Bret (1632), Jean Bodin (1530-1596) e
Jacques Bosseuet, considerado o maior teórico do absolutismo. Este
afirmava: “Não há poder público sem a vontade de Deus, todo governo, seja
qual for sua origem, justo ou injusto, pacífico ou violento, é legítimo.”
O HUMANISMO, RENASCIMENTO E INVENÇÃO DA IMPRENSA
Neste movimento de transformação operou uma Revolução Intelectual muito
importante para abrir caminho para a Reforma Protestante: O Humanismo e o Renascentismo. Ambos
abalaram as forças da Igreja Católica Romana e da nobreza feudal, diminuindo a
supremacia universal da Igreja Católica e fortalecendo os sentimentos
nacionalistas, identificados com os reis. A Reforma Protestante reforçava essa
identidade nacional desligada do Universalismo Católico predominante. O
contexto é interligado. A formação do Estado Nacional e
o Absolutismo ligaram-se
ao Mercantilismo, que
formou um sistema Colonial em que a exploração das colônias possuía um forte
objetivo de acumular capitais.
A Expansão Comercial
e Marítima alargaram os horizontes culturais, o que possibilitou um
maior conhecimento da Antiguidade, gerando uma renovação cultural fortalecida pela Imprensa. A impressão de
obras literárias clássicas e da época produzidas em larga escala chegava ao
povo através da "inundação" que a imprensa causou no continente com
uma enxurrada de milhões de livros no começo do século XVI. Com a Imprensa
o Humanismo popularizou
a Antiguidade Clássica e tornou-se um movimento intelectual de pessoas
letradas. A Reforma não podia acontecer sem a Imprensa e sem a grande produção
de livros, o que dinamizou o ministério da pregação (fator preponderante para a
comunicação do Evangelho ao povo).
Houve uma imensa quantidade de livros impressos, sermões pregados,
comentários, panfletos escritos durante a Reforma. “Fica
muito claro que ela foi um movimento de palavras – palavras escritas, palavras
impressas, palavras faladas”, como
escreveu Carl Trueman. Devemos relembrar que a maior parte da população era
analfabeta, portanto o maior meio de evangelização e discipulado era a palavra
falada.
É interessante notar que Lutero era um monge agostiniano antes da Reforma, e
que seu pensamento continuou agostiniano,
paulino e humanista. Na época muitos humanistas valorizavam o pensamento
de Agostinho,
principalmente sobre a Soberania
Divina e Predestinação. O Humanismo serviu de ponto crítico para a
Reforma em seu início, principalmente pelas traduções em grego, e porque
possuía uma vertente voltada para os estudos de antigos textos sagrados e para
discussões de temas religiosos.
O Renascentismo foi,
de certa forma, uma expressão do movimento Humanista nas artes, letras,
filosofia, música e ciências. O Absolutismo e a burguesia favoreceram o
Humanismo e Renascentismo, e todos esses aspectos beneficiaram direta ou
indiretamente a Reforma Protestante.
O MERCANTILISMO
O Mercantilismo foi
uma política de nacionalismo econômico. E esteve conectado ao Estado Nacional e aos reis. Daí seu lema: “Ouro, Poder e
Glória”. Neste quadro de explorações comerciais e coloniais havia o grande
investimento econômico para manter os poderes na Europa e o desgaste financeiro
dos conflitos marítimos. Inserido em toda essa política de interesses e de
poder estava o poder papal também. Essa fragmentação de frentes de poderes
estabelecidos voltados para o Novo Mundo ofereceram condições para que os
príncipes da Alemanha pudessem resistir a Espanha até que a Reforma ganhasse
mais força e apoio para se firmar. A Espanha não podia conter os movimentos pró-Reforma dos príncipes do Norte da
Europa e os problemas de Conquista do Novo Mundo de uma só vez. –
esta é a tese do Dr Cornélio (Neal) Hegeman --. a expansão dos séculos XV e XVI
deslocou o eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico. As Companhias de
comércios multiplicaram-se. As Instituições financeiras foram se aperfeiçoando
e desenvolveram-se bancos e bolsas, letras de câmbios e títulos.
Esta expansão atlântica fortaleceu o Estado Nacional, a burguesia
mercantil e consequentemente fragmentou o poder papal. A Revolução
Comercial e o Capitalismo enfraqueceu de vez o Feudalismo (Sistema este que
fortalecia o poder papal). A nobreza feudal foi saindo de cena e dando lugar a
uma nova civilização europeia.
O Mercantilismo Europeu em grande parte era abastecido pela
pirataria e tráfico de escravos, baseado em conquistas e colonização. Por um
lado isso favoreceu o cenário para o surgimento da Reforma, como observou o Dr
Cornélio (Neal) Hegeman, por outro lado, muitos protestantes se envolveram na
expansão atlântica e colonizações, deixando de lado a oportunidade de expansão
missionária evangélica e se envolvendo com guerras por territórios coloniais,
piratarias e escravidão. A experiência dessa Era das Explorações além-mar por
parte dos países protestantes foi negativa, porém a experiência protestante no
Continente Europeu foi em grande parte positiva.
CONTRA-REFORMA
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Concílio de Trento |
A Resistência dos
Príncipes do Norte da Europa e Proteção de
Lutero se devem em primeiro lugar a Providência de Deus que preparou todo cenário para acontecer
a Reforma. Os reformadores anteriores a Lutero foram contidos facilmente porque
não havia todo um contexto favorável. Não podemos entender a Reforma
Protestante sem essa série de quadros interligados da Época Moderna.
A Reforma se mesclou com lutas por independência nacional e outras
variações sociais. A Igreja Católica Romana naturalmente reagiu a todas essas
mudanças e como consequência nasceu a Contra Reforma, cuja representação foi o Concílio de Trento, porém não havia
uma única frente de combate para manter o poder romanista, mas muitas frentes
socioeconômicas e políticas. A Reforma não estava só, mas atuando em conjunto
com novas forças, como já foram citadas até aqui: A burguesia em pleno
desenvolvimento, os poderes econômicos e comerciais, o Estado Nacional Absolutista. Era a
destruição do sistema feudal que tanto fortalecia a Igreja Católica. A
Supremacia Universal do poder papal diminuiu consideravelmente com essas
mudanças.
As transformações sociais, políticas e econômicas exigiam mudanças
ideológicas. A Reforma chegou no momento certo da história Ocidental. O poder
papal teve que ceder espaço para a oposição crescente dos reis protestantes. A
nobreza feudal teve de dar lugar para os interesses comerciais da burguesia. O
Humanismo nascente combateu e criticou o monopólio intelectual e ideológico da
Igreja Católica. Um terrível prejuízo dessa efervescência foram as Guerras de
Religião, que derramaram muito sangue na Europa no século XVI. Essas guerras
definiram a ferro e fogo os territórios Protestantes e Católicos por gerações.
O Luteranismo se espalhou pelos países escandinavos, o Calvinismo se espalhou
pela Suíça (e Holanda) inicialmente. Logo surgiram Anglicanismo, Presbiterianismo,
Puritanismo e outras denominações.
ROMANOS 1.17
O justo viverá pela fé. A extraordinária verdade escrita pelo
Apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo de Deus, iluminou a mente e
incendiou o coração de Lutero. Concretizou a verdade de que somente a fé em
Cristo através da graça divina pode libertar o homem e lhe dá salvação. A fé
depende da vontade de Deus, Deus é soberano. Deus concede graça a quem lhe
apraz.
Dá-se início a uma formulação mais aprofundada e detalhada sobre a
DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ, a qual se transformou numa das mais ricas
heranças da Reforma Protestante. Para Lutero era apenas o começo da compreensão
do edifício sólido dos princípios teológicos dos reformadores e agostinianos.
Na base sólida dessa construção Lutero concretizou a TEOLOGIA DA CRUZ: A cruz
de Cristo como supremo exemplo para a vida e prática cristã. Obviamente Lutero
bebeu da fonte dos Pais da Igreja Primitiva e de alguns Pais da Igreja
Medieval, assim como fizeram outros reformadores, e deu a devida importância da
aproximação de Cristo com a Igreja.
Lutero encontrou território favorável para avançar em seu
ministério. O Sacro Império Romano-Germânico (a Alemanha) foi seu campo de
atuação. Esse Império foi a união de certas localidades da Europa na Idade
Média, Moderna e Contemporânea, e que estavam sob a autoridade do Sacro Império
Romano. Era composto por centenas de pequenos reinos, principados,
ducados, condados, e cidades livres imperiais, e outras formas de
domínios. As dinastias responsáveis pelo governo do Império foram as mais
diversas, o sistema feudal era prevalecente e a nobreza feudal de várias
localidades deu apoio à Reforma Protestante, diferentemente de outras partes da
Europa. Abaixo dois mapas demonstram geograficamente as divisões políticas e
religiosas do período aproximado.
Excomungado pelo Papa Leão X, Lutero recebeu apoio e proteção da
nobreza feudal alemã, a qual tinha interesse de descentralizar o poder imperial
de Carlos V. A descentralização política dava maior liberdade de ação à Reforma
Protestante, mas não sem conflitos e agitações sociais. Gradualmente os
príncipes conquistaram o direito de impor sua religião aos habitantes dos seus
domínios.
É importante ter em mente que Igreja e Estado tiveram uma forte
conexão de poderes nesse período. Era uma época de grandes incertezas e
agitações sociais e desafiar radicalmente toda a estrutura social de uma vez só
era como inverter a ordem social política e religiosa.
De modo geral, os movimentos reformados não eram pacifistas. Era
preciso, muitas vezes, guerras e alianças religiosa-militar. As divisões
geográficas eram claras e bem estabelecidas.
Este era o mundo dos reformadores. Este era o mundo de Martinho
Lutero.
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Lutero queimando publicamente bula papal. |
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Texto: Raniere Menezes
Revisão: Fernando Frezza
Referências:
Da Espanhola até Lutero, autores:
Dr Cornélio (Neal) Hegeman, Dr Derk Oostendorp, Dr Sidney Rooy. Seminário
Mints.
Reforma ontem, hoje e amanhã,
Carl Trueman, Ed. Puritanos.
História das Sociedades, Das
Sociedades Modernas às Atuais, autores: Aquino, Denize, Jacques, Oscar, Ed.
Record.