6.10.13

CRISTIANISMO 360°


O que podemos fazer para expandir a verdade de Cristo a todos os pontos da rosa-dos-ventos?

Sem dúvida estamos numa batalha de cosmovisões neste mundo e acreditamos que o lado correto é preservar a herança cristã!

O que podemos fazer?

1. Orar pela expansão da sã doutrina;

2. Descobrir e incentivar em outros a Vocação recebida de Deus;

3. Concentrar-se em verbos de AÇÃO - usar toda criatividade e energia em favor do Reino de Cristo;

4. Se quisermos construir uma nova sociedade temos que inspirar e plantar pequenas sementes de esperança, os resultados serão extraordinários;

5. Que o nosso conhecimento esteja em grande parte nas nuvens, mas que tenhamos nossa teologia com os pés no chão.

6. É preciso agir em conjunto e em sociedade, como Igreja. Sozinho não vamos tão longe. Deus levanta seus chamados e escolhidos!

7. Não precisamos esperar um novo Lutero ou um novo Calvino, precisamos de pessoas comuns que exerçam suas vocações e trabalhem em suas igrejas locais ou em outras linhas de frente do Reino, em ação. São as centenas e milhares de missionários cristãos anônimos que estão fazendo acontecer a expansão do Reino todos os dias e neste exato momento.

8. Estimule o pensamento crítico tento as Escrituras como parâmetro.

9. Estimule outros irmãos a defender a fé. Ajude a produzir centelhas criativas.

10. Oriente às antigas veredas do conhecimento de Deus os novos irmãos que estão chegando e que estão procurando a verdade. Tenha paciência. Desenvolva compreensão de como os novos convertidos precisam para chegar a uma boa cosmovisão cristã. De algum modo (usando sua vocação) contribua para que esses irmãos se desenvolvam na fé e no conhecimento. Uma excelente ferramenta para isso é estudar e compartilhar antigas confissões de fé.

11. Sua vocação ou vocações (dons) são ferramentas poderosas e muitas vezes para AGIR CRIATIVAMENTE é necessário passar por processos de tentativas e erros. Propague as doutrinas da graça por vários meios (exemplos: vídeos, textos, estudos, música, arte etc). Seja criativo mas bíblico!

12. Seja sempre um estudante, nunca pare de estudar e aprender. Não estacione. Estude especialmente a história da Igreja e suas confissões.

13. Abandone o desânimo, o conformismo e encontre um jeito de superar os obstáculos da caminhada cristã. Deus não promete uma jornada fácil, mas uma companhia segura.

14. É preciso atuar com mais inteligência do que os filhos das trevas. Ore por discernimento.

15. Seja um pacificador entre os irmãos, mesmo que existam diferenças circunstanciais. É possível cultivar uma unidade básica entre irmãos e buscar soluções conjuntas para avançar contra o Inimigo. Precisamos de maior aceitação do outro e buscar cooperação em favor do Reino. Tenha sempre em mente que você pode ser um colaborador de Cristo.

16. Teste sua vocação com personalidade e fidelidade à Deus.

17. Fomente a criatividade e deflagre uma cultura de ação. Mantenha o foco na ação e não nos resultados.

18. faça algo corajoso por amor a Deus. Seja a ação, em vez de apenas agir uma vez ou outra. Aja no dia-a-dia.

19. Se você acha que é um grande pecador indigno de cooperar com o Reino de Cristo, saiba que isso é uma armadilha do Inimigo para desanimar e estagnar, Deus nos deu a graça do arrependimento. Busque o arrependimento e levante-se.

20. O mundo te espera.



27.9.13

Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união

Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.



Salmos 133:1


Raniere Menezes

Esse é um dos versos mais usados por dirigentes de louvor e liturgia, mas que fique bem claro que o texto não emite, aqui, apenas uma recomendação geral sobre união fraternal. Há uma referência particular contextual, e esta particularidade muitas vezes é ignorada pelos interpretes. Quais foram as circunstancias que produziram este salmo?

Davi rende graças a Deus pela paz e harmonia que acontecera após um longo e triste estado de confusão e divisão no reino do seu tempo e ele exorta a todos do seu reino a manter a paz. Ao escrever esse salmo, Davi estava vibrando de alegria pela bondade de Deus em unir o povo que fora tristemente dividido. Quando Davi tomou posse do reino, a maior parte da nação o via como um inimigo do bem público e se afastou dele. A hostilidade era tão grande que a única alternativa seria a destruição da oposição para assegurar a paz. Mas a mão de Deus trouxe harmonia entre os que haviam sido inflamados por violenta antipatia. Deus fez com que todo reino congregasse cordialmente. Davi teve a mais profunda motivação para exclamar: "Oh!", com Deus é bom em nos unir!

O povo judeu experimentara extremos antagonismos internos,  que quase destruiu a nação, daí aprenderam o inestimável valor da união. Em outras palavras, Davi quis dizer: "Nós, que éramos irmãos naturalmente, nos dividimos tanto que olhamos uns para os outros com ódio mais amargo do que para com os inimigos estrangeiros; agora, quão bom é cultivar um espírito de concórdia fraternal!"

APLICAÇÃO: Não resta dúvida de que o Espírito Santo recomenda a harmonia mútua entre os irmãos e nos exorta a manter essa paz. Não deixemos as animosidades nos dividir! Não deixemos que os rancores prevaleçam entre nós! Podemos ser irmãos diante de Deus, mas não podemos ser considerados um só povo enquanto o Corpo estiver quebrado e desmembrado! Devemos nos opor aos inimigos da verdade e manter uma boa relação com quem ama a verdade e é tratável. Não devemos ter comunhão com quem permanece no erro! Devemos andar juntos na verdade de Deus, a qual é o único vínculo da união santa.

***

Referência: Salmos, por João Calvino.

8.9.13

A vocação da Igreja em relação a vida política


A vocação da Igreja em relação a vida política

Raniere Menezes

Será que a vida em comunhão com o Senhor tem também algo relacionado com acontecimentos políticos? O que tem Cristo com a política, será possível uma relação? Será que a Igreja tem algum caminho político a seguir? São perguntas que muitas vezes geram muita confusão.

Bom, de modo genérico quase todos os cristãos concordam que TODAS AS AUTORIDADES são da parte de Deus, para fazer justiça e cuidar que todas as coisas públicas caminhem em boa ordem. Como está em Romanos 13.4, os cristãos devem entender que as autoridades têm a ESPADA e devem ser respeitadas, e ainda, que, a igreja deve orar por elas. 1Tm 2.1-2. Nisto a maioria cristã concorda e já aponta uma relação entre a Palavra de Deus e as autoridades.

Esse conceito geral entre autoridade e fé está tanto no NT como no AT, a exemplo de reis pagãos, como Nabucodonosor e Dario, ambos são chamados de servos do Altíssimo. Então, de início, já percebemos que existe uma relação entre Deus e as autoridades políticas que não se pode simplesmente ignorar. No que temos que avançar é, até onde esse entendimento deve nos levar?

Ainda como introdução a um tema tão rico, que não vamos fechar aqui, temos o exemplo do apóstolo Paulo, que muitas vezes recebeu proteção das autoridades romanas contra a perseguição religiosa judaica, quando esta não respeitou os direitos da cidadania romana do Apóstolo. Os judeus dessa época que deveriam dar exemplo em obedecer as autoridades fizeram de tudo para corrompê-la. Mas Deus usou as autoridades pagãs para proteger a liberdade religiosa de Paulo.

Até aqui podemos dizer que as AUTORIDADES são importantes como meios da Providência de Deus, para estabelecer Sua vontade Soberana, como SENHOR de todas as coisas. E o que dizer de autoridades cristãs? Infelizmente ainda há muito mal entendido sobre as AUTORIDADES cristãs, na história, como exemplo, muitos trilharam por fanatismos religiosos e colocaram a espada a serviço da Igreja como forma de expandir o Reino de Deus, mas Deus expande seu Reino através de Sua Palavra e Espírito, sem violência. No outro extremo, estão aqueles cristãos que menosprezam as autoridades, a exemplo dos anabatistas, pois alegavam que as autoridades pertenciam ao mundo e não ao Reino de Deus. Ambos os extremos tendem a negar os direitos civis aos outros.

Onde estará um possível equilíbrio nesse assunto? É possível proteger a Igreja com a espada das autoridades e ao mesmo tempo proteger os direitos civis de todo cidadão? Sempre haverá conflitos? São perguntas válidas que temos que responder. E uma das respostas é: A grande vocação da Igreja é dar testemunho a favor de Cristo e contra os ídolos do mundanismo. E isso necessariamente terá consequências políticas terrenas. Não há neutralidade, a política é inevitável e sempre será.

Os cristãos estão numa situação com Deus muito especial e totalmente diferente dos pagãos e do mundo incrédulo. Deus tem um pacto com seu povo desde o AT. Igualmente toda existência do cristão e tudo que pertence a ele estão debaixo dessa ligação pactual, sem neutralidade. Quando os cristãos ocupam cargos de autoridade necessariamente fazem política. E em como em tudo que faz, sua vocação consiste em guardar o Pacto de Deus, andando em todos os caminhos do Senhor e servindo a Cristo em sua vocação.

Em Apocalipse 1.5, Cristo é chamado "O Soberano dos reis da terra". Todas as coisas nesta vida e a humanidade inteira (povos, reinos e autoridades) estão sujeitas a Ele e pertencem a Ele. Quando uma autoridade faz justiça, isso é uma prova da bondade de Deus para com o mundo, e demonstra que Deus é uma autoridade, a maior, JUSTA. Onde há justiça Cristo é honrado. Quando os cristãos reconhecem a Cristo como soberano sobre toda política, então necessariamente haverá uma POLIÍTICA CRISTÃ.

Os cristãos não tem o mínimo direito de considerar a política como algo neutro. Cristo é PROFETA, SACERDOTE E REI, neste exato momento! E opera por sua PALAVRA  e ESPÍRITO por TODO MUNDO. Por todos os lugares Cristo tem o poder de renovar e santificar, isso em todas as áreas da sociedade, da cultura, da ciência e EM TUDO MAIS. Como ser sal da terra e ser neutro politicamente?

***

Referência: Que es politica cristiana frente a la del mundo, A. Janse, 1978. FELIRE.








SOLA SCRIPTURA e Política


SOLA SCRIPTURA e Política
Raniere Menezes

Uma autoridade cristã verdadeira deseja de coração governar seguindo os princípios bíblicos, e neste caminho, honrar e  servir a Cristo. Não é um governar só de fachada como os fariseus, que no fundo buscam somente interesses próprios. Mas servir com justiça. A autêntica política cristã é sempre Escriturística.

Quem se diz cristão e ao mesmo tempo se diz neutro em política o é: ou por princípio (como os anabatistas) ou por oportunismo, pois é declarado que Cristo é o Soberano dos reis da terra. Cristo tem sob seu cetro todas as autoridades de qualquer religião e sobre todos os incrédulos, para exercer justiça e guardar a ordem entre os homens. Para nós, cristãos, seu povo, Ele deve ser sobremaneira exaltado e honrado como Soberano. E isso só é possível se SEGUIRMOS SUA PALAVRA. Como está em Mateus 7.21-27:

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.
Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.
Mateus 7:21-27

Necessariamente devemos ser ESCRITURÍSTICOS em tudo, inclusive na política. Devemos fazer política segundo a vontade de Deus revelada nas Escrituras. O perigo da política não é a política em si, mas o zelo antibíblico. Muitas vezes, religiosos consideram que suas ações injustas estão a serviço do Reino de Cristo e tudo não passa de um zelo antibíblico. Aí está o perigo. Ao cristão não há a liberdade de abandonar as coisas da vida política comum da sociedade. Não há como dizer, "não tenho nada a ver com isso!"

Na história tivemos momentos no AT e NT nos quais pessoas aplicaram políticas em nome do judaísmo e do cristianismo mas que não agiam conforme às SAGRADAS ESCRITURAS. E toda manifestação política religiosa corre esse risco ainda hoje. Esses religiosos até podem causar impressões de muita piedade em sua forma, mas habita em seu seio um zelo fanático que não agrada a Deus, mesmo que em nome do povo de Deus ou de Cristo.

Coré, Datão e Abirão, em seu zelo pelo sacerdócio confrontaram Moisés e Arão. Lemos isso em Números 16 e 17. Em seu zelo pelo povo de Deus, Saul matou os gibeonistas, porém o Senhor vingou esta injustiça, como lemos em II Samuel 21. Por zelo religioso fanático os "mais piedosos" crucificaram a Jesus e perseguiram Paulo de cidade em cidade, o resultado para eles, a destruição de Jerusalém pelos romanos como juízo de Deus.

Na história da Igreja temos as Cruzadas organizadas pelo zelo religioso dos Católicos Romanos e consequentemente centenas ou milhares de cristãos morreram nos campos de guerra da Ásia Menor e Síria. Por zelo fanático os anabatistas, em nome de Cristo, encontraram na espada os juízos de Deus. Por zelo fanático o Protestantismo cometeu erros.

Outros fatos poderiam ser relatados para demonstrar que o perigo não está no envolvimento social político em si, mas no zelo não bíblico pelo Reino de Cristo. O avanço na política cristã não é pela força física e violência, mas pelo poder do Evangelho; pelo poder do Espírito de Deus.

***
Referência: Que es politica cristiana frente a la del mundo, A. Janse, 1978. FELIRE.


1.9.13

Seguindo a Cristo sendo um simples discípulo

Não alimente a ideia romântica do seguidor perfeito, do guerreiro santo em cruzada destruindo todas as heresias e salvando o mundo, se você alimenta esta ideia não continue lendo.

Fazer parte dos seguidores de Cristo não é desfrutar da preferência da cadeira de Moisés como um escriba e fariseu em Mateus 23, mas é seguir a Cristo dentro da multidão. Centenas e milhares de pessoas seguiam a Cristo pelas estradas e praias na antiga Palestina. Embora, o Senhor conheça um a um na multidão e neste exato momento Ele conhece nossos pensamentos e nos relacionamos com Ele espiritualmente, fazemos parte de uma grande multidão. A lógica de Cristo é, "Quer ser o primeiro, seja o último". Não faça propaganda de todas as suas obras para serem vistas por mais gente. Pessoas religiosas que amam o destaque, querem ser a capa sem conteúdo; exaltam-se demasiadamente. Quase todos os cristãos já viveram isso por algum grau de imaturidade. Mas não é preciso continuar. O arrependimento é contínuo e o crescimento também.

Podemos simplesmente orar: "Meu Deus, me ajude a não complicar minha caminhada cristã!"

Deus responde: Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Mateus 10:16


A vida cristã ou sub-cristã que muitos de nós levamos é como uma criança agitada que ouve do pai, "ei, filho! Calma, mais devagar! Calma!"

Simplificar a vida cristã é não mergulhar no imediatismo.

É preciso um tempo de silêncio, um tempo para estar sozinho com Deus e com nossos pensamentos.

 "Calma! Desacelera filho!" A vida cristã é uma maratona de muitos quilômetros, não uma corrida rápida de 100 metros.

 Deus nos amadurece e lapida num processo orgânico, não emergencial e mecânico.

17 pontos sobre uma vida cristã simples para sua meditação:

1. Não busque a ostentação, a fama, a fortuna, o sofisticado, mas a autenticidade, ser apenas um frágil humano consciente de sua limitação e condição na presença do Soberano Deus.

2. Ao buscar Deus na teologia não deseje transpirar sabedoria prolixa e hermética, que fique bem claro que "Cristo morreu por seus pecados". Este é um simples fundamento.

3. Quanto mais você conhecer a Deus, mais deverá confiar nEle como uma criança sendo guiada por seu amoroso pai.

4. A simplicidade da vida cristã honra a Deus, e Deus honra a fé simples.

5. Não tente ser o que não pode ser ou quem não pode ser, não imite os servos de Deus mais destacados na caminhada cristã, não existe status mais alto diante de Deus do que ser um crente simplesmente.

6. Pequenas coisas, pequenos começos, para a glória de Deus tem o poder de abençoar grandemente o próximo.

7. Uma vida cristã simples e obediente pode gerar a ruína do reino das trevas.

8. Um coração simples agrada aos olhos de Deus e traz paz e consolo para a vida. Como uma oração de uma criança.

9. Ser campeão no amor, na fé, na vida e na mansidão, é trilhar o caminho da simplicidade com humildade. 

10. Deus nos transforma e amadurece através de pequenas e grandes provações, não há nada de complicado no trabalho do Escultor Jesus Cristo.

11. O trabalho mais simples da diaconia tem mais valor do que a honra de um governador de uma nação.

12. Quando Deus chamou Davi para reinar sobre Israel, escolheu o mais simples pastor de uma família.

13. Alguém já disse que, "não há grandes homens para Deus, há um grande Deus que capacita homens fracos."

14. A regra mais simples é a mais difícil para o crescimento cristão: "não ter nenhuma vontade que não seja de Deus"

15. O menor trabalho realizado para a glória de Deus é um espelhamento do caráter de Cristo na vida do cristão.

16. Que a sua adoração seja simples, doce, suave e celestial. Não queira pompas nem floreios, não queira luzes nem elogios.

17. Deflagre uma cultura de simplicidade que comece por sua vida e verá o quanto desencadeará edificação em todo Corpo de Cristo.

5.6.13

O cristão deve participar de negócios de Marketing Multinível (MMN)?


O cristão deve participar de negócios de Marketing Multinível (MMN)?

Raniere Menezes

A covardia pergunta: "Isto é seguro?" A conveniência pergunta: "É oportuno?" A vaidade pergunta: "É agradável a todos?" A consciência pergunta: "É correto?"
William Morley Punshon

            Quando o assunto é Marketing Multinível (MMN) é preciso acionar o detector de CF (conversa fiada). Não quero dizer, ainda, que todo MMN é uma grande roubada, mas que certas empresas merecem ser vistas com um pé atrás. Muito já foi falado de modo mais técnico sobre o "esquema de pirâmide", que é ilegal, mas algumas empresas de MMN o praticam de modo dissimulado. No entanto o que é uma estrutura de pirâmide em economia? é um sistema que gera muito dinheiro para quem entra no começo e no final acaba prejudicando um monte de gente que nem consegue recuperar o que investiu. Simples assim. Toda pirâmide é MMN, mas nem todo MMN é pirâmide, a diferença está na sustentabilidade do produto ou serviço oferecido. Analise as empresas MMN e cave mais fundo. Há estudos sérios sobre o assunto e o resultado é quase o mesmo para a maioria: desilusão e prejuízo.

            Em 1979 o governo dos EUA foi o primeiro a reconhecer o Marketing Multinível (MMN) como forma legal e legítima de distribuir produtos e serviços. O Marketing Multinível não só é legal, como também é um modelo de distribuição de produtos e serviços muito eficaz. Desde que seja respeitada a estrutura de uma empresa de MMN bem intencionada, sem planos mirabolantes de compensação. O problema está concentrado na incerteza de essas empresas operarem ou não como pirâmide! Um julgamento criterioso notará que no "jogo" de pirâmide as chances de perder são muito maiores do que ganhar. É como uma máquina de caça-níqueis manipulada para quase sempre prejudicar o apostador. Não pretendo citar aqui a empresa A ou empresa B de MMN. Ao longo da leitura não será necessário explicar o funcionamento de cada empresa detalhadamente, basta fazer as perguntas certas para discernir se é algo legal, ético, justo ou fraude. Será que todo MMN é embuste? É preciso analisar. Para alguns, todo MMN é do mal! Parece gente fanática por teoria da conspiração, que vê planos malignos em tudo. Com prudência deve agir um cristão, como bem disse C. S. Lewis: "Deus quer que os homens respondam questões muito simples: está certo? É prudente? É possível?" - Não há segredos, não há dificuldade para entender.

            Obviamente, muitas pessoas que trabalham com MMN são verdadeiras e honestas no que "venderam" a elas, mas isso não significa que sua sinceridade não seja sedutora para vender uma ilusão. Em todas as profissões existem os maus e bons profissionais. Acredito que deva existir muita gente trapaceira, desonesta, mentirosa e puramente gananciosa no MMN. E também há os induzidos por pessoas de confiança. No entanto, todos os dias temos embates contra a malícia humana. O cristão não deve ser um ingênuo, mas simples e astuto. A Bíblia exorta o cristão à prudência, sobriedade, sabedoria, justiça, ao contentamento com a Providência sobre sua vida, a não amar o dinheiro, não se entregar à ambição, cobiça, ao uso do discernimento para não ignorar os desígnios do Inimigo (cf. 2  Co  2.11). Deus exorta e alerta de muitas maneiras: "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores". (1  Tm  6.10).

            O mundo dos negócios é um jogo de estratégias para gerar lucro que muitas vezes não é limpo, apesar das credenciais apresentadas e suas informações cadastrais. Há muitos jogos lucrativos e sedutores cuja estratégia principal é apenas enganar e lucrar, como a ilusão produzida por mágica, e a pirâmide é um desses jogos! Na mágica tudo parece real, mas a dissimulação reina diante dos olhos do observador que se considera muito atento. O que faz um mágico? Em primeiro lugar conquista a atenção, apesar da desconfiança. Depois dá a impressão de que algo deve acontecer, um resultado esperado, e rapidamente muda de posição e ilude. Todo o tempo, nessa arte, há falsas intenções. É difícil prevenir-se da astúcia de um ilusionista, por mais que se observe com cuidado. Porém o cristão tem todas as armas para sair em grande vantagem contra as armadilhas. Se há um indicador da possibilidade de prejudicar o próximo ele não deve continuar, a despeito do fascínio exercido.

            Acredito que no "esquema de pirâmide", palavra tabu nos negócios de MMN, as pessoas entram por se acharem inteligentes, e mesmo que descubram algo errado aqui e ali, continuam no jogo até certo tempo, pois a simulação dos melhores jogadores muda de nível. Quando um truque é descoberto produz-se logo outro. Uma das maiores características (o truque) das pirâmides é pagar pontualmente até o dia em que elas não paguem mais ninguém, de uma vez só (muitos negam que essa possibilidade possa ocorrer!). É um fator de credibilidade do negócio, o grande fator. O grande argumento é o extrato da conta bancária. Há quem jogue consciente do jogo e de sua ambição, e há os ingênuos. Mas quando se trata de jogo de alto nível de astúcia, a maioria perde. Muitos investidores conscientes do jogo julgam auto-confiantes que "merecem" participar do grupo seleto do topo da pirâmide, porém grande parte tomba no meio do caminho. Caminho que parecia tão fácil para sua esperteza mais tarde torna frustração e prejuízo.

            Por estas coisas o cristão não deve participar desse tipo de negócio. O cristão não deve ser tolo. Ele deve ouvir a Voz de Deus que diz: "Melhor é o pouco com justiça, do que a abundância de bens com injustiça". (Pv 16.8). Prejudicar o próximo é praticar injustiça. Se isto não pesa para seu cristianismo há um grande problema em seu discernimento. Há coisas que o dinheiro não pode comprar. Para o cristão ganhar dinheiro com indícios de injustiça significa receber dinheiro sujo. Perceba que não estamos levando em consideração que o investidor corre o alto risco de incorrer em prejuízo, prejudicar a si mesmo é uma consequência menor para o cristão, ou deveria, e isso também deve ser evitado.

            Normalmente quem trabalha com MMN oferece sempre o "melhor negócio do mundo", é muito comum ouvir isso. Como alguém já disse: "Tolos são todos os que parecem tolos e metade dos que não parecem sê-lo." As campanhas de marketing desses negócios são como fórmulas prontas: ascensão rápida ao sucesso, dinheiro, muito dinheiro fácil, viagens paradisíacas, qualidade de vida de um xeque, mansões, carros importados e bens materiais compatíveis com o sonho de riqueza. É um tipo de marketing extremado, exagerado, que por si só já deveria ligar o detector de CF (conversa fiada) do ouvinte. As expectativas são sempre exageradas. É, no mínimo, estranho alguém dizer: "Você não precisa vender nada nem precisa adicionar ninguém",  e mesmo assim, sem produzir nada, ganhar muito dinheiro.

            Essa espécie de negócio é um tipo de escravidão voluntária para a maioria dos integrantes da base da pirâmide. A ambição do individuo é escravizada com a ilusão de que não se trata de escravizar ninguém e que está tudo bem. Essa é outra grande ideia: Usar pessoas "bem-intencionadas" e sinceras sem deixá-las perceber a intenção sutil e exploradora; predatória. Cada empresa "MMN-piramidal" sempre mudará o modo de operar para camuflar a o truque, o próprio esquema de pirâmide (algo proibido se detectado com provas). Quando as empresas de MMN surgem com oportunidades extraordinárias de negócios confundem até os concorrentes. Cada mudança gera mais curiosidade e atenção. Lembra-se do mágico? As grandes estratégias tentam ser imprevisíveis. É fácil rejeitar uma empresa que coloca a placa em sua fachada: "Negócio de Pirâmide". Mas ninguém fará isso! No topo da pirâmide só há jogadores especializados, eles nunca farão o que a base espera nem revelarão o verdadeiro negócio. Este é o ponto central! E eles estão cada vez melhores em camuflar a alma do negócio, "o recrutamento de investidores". O argumento número 1 do MMN pirâmide é: "Estou ganhando muito dinheiro, ponto.", sequer há menção no argumento da sustentabilidade da empresa, e muitos conhecedores do esquema sabem disso. No caso do cristão, ele não pode ser ingênuo nem participar conscientemente.

            Um pouco de bom senso, prudência e inteligência evitam a queda em armadilhas do mercado fraudulento. Existe uma palavra esquecida hoje por muitos cristãos: "discernimento." Mas não um discernimento qualquer, mas um discernimento maduro, algo que ajude a compreender que "não se ganha dinheiro sem esforço", como ensinavam os antigos. O caminho mais curto nem sempre é o melhor, a sensatez evita muitos problemas. A ambição é um monstro insuportável. O ambicioso não quer ouvir ninguém que questione seu desejo, é inútil contradizê-lo. Outro argumento comum a favor do negócio de pirâmide é: "Se você está de fora desconhece o negócio e julga errado". Ora, não precisa ser exímio matemático para perceber que a conta não fecha e o esquema de pirâmide não é uma sociedade secreta cheia de segredos.

            Mantenha-se informado, bem a par dos aspectos negativos e positivos do novo negócio. O bom entendedor de antemão já desconfia do dinheiro fácil. Olhos de lince, meus amigos! Há muitas informações disponíveis em nosso mundo conectado. Muitas pessoas estão sendo enganadas nesse momento e muitos caem pela falta de ponderação. Para o cristão, a ambição desenfreada pelo dinheiro opera sob o poder da idolatria, não se trata só de quem ganha e perde, é algo que testa a fé. Uns idolatram a si mesmos, seus prazeres, o poder, a fama, e o dinheiro associado a esses pontos. Pergunte-se: "Qual a motivação básica do sistema apresentado?" Os sofismas são muitos e sutis. Investigue. Busque e achará.

            Para essas empresas maliciosas não interessa a motivação que trouxe o novo investidor até sua porta, o importante é que a pessoa-alvo, recrutada, faça o investimento mínimo. Pronto. Xeque-mate, já está valendo, pode até deixar a empresa em poucas horas, seu dinheiro já foi injetado (de modo legal, retirando os devidos impostos, tudo certinho!). A base da pirâmide é gigantesca e dinâmica, o fluxo de saída e entrada é o que mantém o negócio interessante e lucrativo para poucos.  A maioria que deixa a base da pirâmide sai amargurando o prejuízo. Que fique claro que existe um alto índice de desistência comprovado.

            Uma analogia: o que fazem as seitas neo-pentecostais? Atraem os fiéis por meio de promessas de cura e prosperidade em troca do seu "ato de fé", dízimos e ofertas. Caso não se receba a "bênção" desejada a culpa geralmente é da própria pessoa necessitada, pois lhe "faltou fé". É o mesmo engodo do MMN-pirâmide. Se a  pessoa investe, não alcança seu objetivo e sai, a culpa é dela por não saber  investir, não saber trabalhar, entrar no momento errado, pois há várias pessoas que estão muito bem. Portanto a culpa não é do sistema MMN, mas da pessoa desqualificada. A armadilha é a busca pelo milagre, em ambos os casos. E nos dois casos, a estratégia é o charlatanismo. Enquanto a pessoa necessitada  compra a ideia não dará ouvidos a ninguém e não aceitará conselhos, pois  nada pode impedir seu milagre.  A razão e a verdade não interessam! O que vale é a ambição, a tirania da paixão, o eu quero.  Ela defenderá sua fé (negócio) até o tropeço. No final, a tendência não é culpar a empresa, mas recriminar  a pessoa que entrou ou a que colocou outra.

            Há vários argumentos favoráveis à participação em um negócio MMN: "Eu não acredito nisso, mas posso fazer uma experiência", "Não vou entrar nisso pois posso me dar mal e ter prejuízo", "Tá eu sei que posso prejudicar outras pessoas, mas é legal e as pessoas prejudicadas sabiam do risco", são muitos motivos que poderiam ser aqui elencados, mas para o  cristão bastaria argumentar: "Se sei que posso prejudicar outras pessoas, assim não devo entrar ou continuar, pois serei dissimulado e trairei a verdade." É uma questão de ética cristã. Se o cristão se levanta contra um sistema injusto, não é por fraqueza e espírito  de perdedor, como os ambiciosos o acusarão, mas pelo fato de os ambiciosos não andarem na verdade. São pragmáticos e querem o lucro pelo lucro.

            Quando prejudicamos outras pessoas, principalmente pessoas com quem mantínhamos  boas relações e maior proximidade, o que trazemos para nós mesmos é desprezo e vergonha. O cristão deve fugir dessas práticas questionáveis por amor ao próximo e por amor a si. Com certeza em um esquema de pirâmide algumas pessoas que ambicionam o enriquecimento fácil estão tirando o alimento da boca de seus filhos. Alguém pode fazer a seguinte objeção: "Entrou porque quis, porque foi ambicioso." E  alguém tirou proveito dessa porta de idolatria. Tirar proveito é algo injusto, não cabe a um cristão.

            O marketing da extravagância não deveria atrair cristãos, pois estes devem buscar a simplicidade de Cristo e não os tesouros do mundo. A estupidez gera infelicidade, mas muitos se esquecem disso. Considere o que foi tratado até aqui com cuidado e saiba se esquivar dos perigos sutis. Você se lembra do mágico? Algumas pessoas ficam 100% focadas no que menos importa, e são descuidadas com o que tem grande importância. O cristão deve observar tudo, todas as desvantagens e vantagens, principalmente éticas e não só em termos de prejuízo e lucro. Quando estiver diante de um vendedor ilusionista de MMN vá além do que se vê. Se o cristão já se encontrar no negócio, mais cedo ou mais tarde irá de sair; o mais prudente é sair o mais rápido e evitar a reincidência. Lembre-se de que o mágico disfarça seus artifícios para não chamar a atenção do observador para suas intenções ocultas, fique atento às entrelinhas.

            Há pessoas que ganham muito dinheiro com o sistema MMN? Sim. Mas o que estamos analisando não é se alguns ganham, mas se prejudicam o próximo. Isso deve fazer o cristão abandonar o negócio. O argumento concreto e superlativo do cheque ou do extrato bancário apresentado como atrativo para recrutar outras pessoas não deve seduzir o cristão. O exagero da atração gananciosa deve alertar o cristão para usar seu discernimento. A ênfase também pode ser uma forma de armadilha. Em Tiago, Deus revelou que o cristão deve orar por sabedoria. O cristão deve andar na verdade. As muitas racionalizações obstinadas da pessoa desejosa de  justificar sua permanência no negócio não apaga a luz da verdade.

            Seguem algumas sugestões observadas  sobre os problemas do MMN, avalie-as:

            Examine se há algo questionável sobre as informações disponíveis a respeito da empresa. Não tenha pressa e nem procure só o que quer achar positivo, duvide de tudo, fique especialmente alerta sobre a criação do negócio e seus fundadores. Pesquise, estude se o negócio é "da China", do tipo, "Invista uma pequena quantia e receba esse valor multiplicado muitas vezes  em pouco tempo", e isso ainda não prejudica ninguém?  Não prejudica ninguém e ainda gera lucros altos para a empresa? Como uma empresa pode pagar dez vezes o valor investido inicialmente?

            Analise, pesquise a porcentagem do lucro da empresa de MMN em relação à comercialização direta do produto oferecido. Será que ela vive mais da venda do produto ou dos investidores que injetam dinheiro não relacionado de forma direta com o produto? A empresa dá mais destaque ao recrutamento de investidores ou ao produto? O que o investidor-divulgador deve fazer para lucrar? Como ele procede? O que a empresa ganha com todas as atividades do afiliado ao negócio? Quais são as metas da empresa a serem alcançadas pelos investidores? Qual a relação entre o que o divulgador faz e os resultados de venda do produto? A maior parte da receita da empresa vem de onde? Depende mais da entrada de novos membros? O que a empresa VENDE de verdade? O que faz um investidor-divulgador ter paixão para disseminar o negócio?

            Obviamente que, sendo o caso de um negócio de pirâmide, o rótulo do negócio será o mais atraente possível. Para mascarar o negócio de pirâmide basta aperfeiçoar a maquiagem e blindar as possíveis investigações contra a empresa. Para isso o MMN piramidal deve oferecer uma estrutura sólida contendo informações cadastrais, o endereço da sede e a relação de produtos. Mas isto não encerra o assunto. O que está escondido na cartola do mágico é que a matemática não fecha, é surreal. Vejamos:  se a distribuição dos lucros prometidos funciona para TODOS os divulgadores e depende financeiramente da reentrada de novos divulgadores, que também devem participar dos lucros prometidos, essa transação beneficiará todos os envolvidos? Isso não é modelo de pirâmide? Esse modelo não dará prejuízo a outros divulgadores?

            O que fortalece o negócio? Os divulgadores mais antigos, mais acima na pirâmide, obviamente tiveram e terão lucros (não sem causar prejuízo em muitos da base), reinvestem oportunamente para gerar mais lucro e o negócio continua. Claro que o negócio dá dinheiro! Mas não para todos.  Problema de quem entrou, investiu e não cresceu ou não soube jogar. Para muitos que estão nesse negócio isso é muito normal e comum. Contudo, será normal para um seguidor de Cristo?

            Para tornar o negócio irresistível cada vez mais é preciso aperfeiçoar o esquema. Uma empresa sem sede pode facilmente ser detectada como má intencionada, mas pode-se montar uma sede com facilidade, e mesmo que haja um desmoronamento da pirâmide e a justiça bloqueie os bens da empresa para restituir os prejudicados, isso pode estar nos cálculos do negócio, sem afetar muito a lucratividade do negócio.

            As perguntas que o cristão deve fazer antes de entrar em uma empresa de MMN? Ele deve investigar se o negócio é lícito e ético.  A empresa realmente vive do produto ou do sistema piramidal de recrutamento? A empresa depende da produtividade ou dos investimentos de divulgadores? Se uma empresa for investigada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, mesmo que a Receita Federal não a queira fechar, pois são muito lucrativos os impostos infalivelmente pagos por estas empresas (aí entra o aspecto legal e manutenção do negócio), já é motivo para o cristão ficar desconfiado. César pode agir de forma conveniente?

            Últimas perguntas práticas que o cristão deve fazer sobre o negócio:


            Como o produto (ou serviço) vendido é avaliado pelo mercado? É líder, é único? É de alta aceitação e necessidade, o preço é de mercado? Há superfaturamento? Onde está fundamentada a sustentabilidade do negócio?  A questão principal levantada até aqui não diz respeito à legalidade dessa ação, mas o caráter ético dessa operação. Atividades legais e éticas no MMN incluem muito mais que a venda de produtos ou serviços que melhoram a qualidade de vida dos seus clientes. Vá ao cerne da questão.

3.6.13

AJUDA-NOS A CLAMAR!


AJUDA-NOS A CLAMAR!

Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos.  (Hebreus 6:9)

Um antigo hino de Henry Maxwell Wright, por volta de 1910 canta:

Fortalece a tua Igreja,
Ó bendito Salvador!
Dá-lhe tua plena graça,
Oh! Renova seu vigor.
Vivifica, vivifica
Nossas almas, ó Senhor!
Vivifica, vivifica
Nossas almas, ó Senhor! Amém.

A igreja de hoje passa por um momento, de modo geral, afastada da santidade e da presença santa de Deus, apesar de cantar, apesar de orar e realizar outras atividades comuns a ela. O Senhor espera coisas melhores de sua Igreja, coisas que acompanham a salvação de Cristo Jesus na vida de cada um e coletivamente como Igreja. Precisamos despertar e deixar de lado a negligência do uso dos meios da graça que nos faz crescer em largura, profundidade e altura. Como videira precisamos nos enraizar cada vez mais, os frutos virão através desse esforço e busca, não um esforço por nossa própria força, mas com o coração sincero alimentado pelas promessas da Palavra de Deus, confiantes no poder do Espírito Santo.

Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, para fazer grandes coisas em sua Igreja, como Igreja. Avivamento não é algo que devemos apenas relembrar da história, mas é algo que pode acontecer em nossos dias. Apesar da fraqueza e apatia da igreja, o Senhor pode colocar no coração de uma pessoa ou de um pequeno grupo o desejo de buscar o que a Igreja Primitiva experimentou, pois a Igreja Primitiva teve seu período de Igreja Militante, passou por este mundo, e hoje é uma Igreja Triunfante, está na glória, aos pés do trono do Senhor, do Deus Vivo, o mesmo Deus Vivo da Igreja Militante de hoje, nós. As mesmas promessas e bênçãos disponíveis para a Igreja do passado estão disponíveis hoje para aqueles que crêem. Podemos andar com Cristo como eles andaram, pela fé, mesmo que esta fé, hoje, seja pequena. Podemos e devemos alimentar a esperança de um avivamento ou de avivamentos. Podemos clamar para que o Senhor aumente a nossa fé!

Se estamos frios, distantes e andando como incrédulos, precisamos rever nosso cristianismo, pois o arrependimento pertence somente aos eleitos de Deus. Clamemos ao Senhor da Igreja que nos faça enxergar a condição miserável da vida como Igreja. Clamemos para que Deus nos desperte com sua pregação. Clamemos ao Espírito do Senhor que venhamos a confessar nossos pecados como igreja pelo poder soberano e por meio da Palavra.

Clamemos para ter a coragem de não negar a cessação da fé nas manifestações espirituais genuínas de um avivamento. Clamemos para que Jesus nos ajude a confiar nEle em momentos de sequidão. Clamemos por confiança, no nome e na autoridade de Cristo. Clamemos para que Deus avive sua Igreja, mas que ao mesmo tempo destrua os ídolos da glorificação humana.

É incoerente não clamar por um avivamento do Espírito Santo, quando O Santo habita em nós. Apesar das nossas limitações e fraquezas não podemos perder de vista que somos habitação de Deus Espírito.

O que podemos fazer como Igreja nesse momento de instabilidade e tribulações? Orar e alimentar a esperança de um avivamento, por chuvas de bênçãos espirituais. Podemos orar em confissão por nossos pecados e abandonar o que se apresenta questionável. Buscar fortalecer os meios de graça: ou seja, buscar alimentar-se mais e melhor da Palavra de Deus, através da pregação, dos estudos, das meditações, das leituras devocionais; buscar mais as horas de oração com Deus, as sós com Ele ou em comunhão com os irmãos; desfrutar do privilégio da comunhão da Mesa do Senhor, compartilhar mais da vida semanal da Igreja em suas reuniões, visitações; buscar a reconciliação diária com nosso próximo e com Deus. Clamemos por ousadia e confiança para clamar mais, sob a justiça de Cristo, nosso Intercessor.

Exaltemos o Senhor Jesus Cristo através do seu Santo Espírito para glória do Pai.

Raniere Menezes (1ª Igreja Congregacional em Caruaru-PE)